A decisão do Tribunal de Justiça levou em consideração todos os cuidados já adotados pelo governo do Estado para evitar o contágio pelo novo coronavírus
Na decisão do TJE, a desembargadora Célia Regina Pinheiro ressaltou que o adiamento da prova poderia restringir a ampla concorrência, em razão da possível desistência de candidatos que residem em outros estados ou municípios distantes dos locais de prova, os quais poderiam abandonar o certame por questões financeiras.
“Sobre a proteção à saúde dos candidatos, observa-se que os protocolos de segurança adotados pelo Estado envolvem uma grande quantidade de medidas preventivas, indicando a possibilidade de realização da prova com a devida segurança sanitária. Além de adotar um Manual de Condutas para prevenção da Covid-19, o Estado solicitou o aumento das frotas de transporte público, adotou um rigoroso plano de policiamento nos locais de prova, aumentou consideravelmente o número de salas, de modo a alcançar a média de 22 candidatos por sala”, acrescentou a desembargadora no documento.
Medidas adotadas
De acordo com o que foi exposto pela Procuradoria-Geral, no pedido de suspensão de liminar e de sentença, o Estado reforçou ainda mais as medidas de segurança para a prova no domingo. Por conta disso, as provas serão realizadas em seis municípios distintos, em 163 instituições, totalizando 2.261 salas, o que representa uma média de 22 alunos por sala. Somente em Belém, o número de escolas foi aumentado de 28 para 68, quase o triplo do previsto inicialmente.
Além disso, também estão previstos o controle de temperatura dos candidatos; obrigatoriedade do uso de máscara; utilização de álcool em gel; entrada e saída de candidatos por portões diversos, de modo a evitar aglomeração; abertura dos portões com 1h30m de antecedência do horário da prova – meia hora antes do que havia sido previsto no edital.
“Avaliamos que os candidatos seriam seriamente afetados, principalmente aos vários que se deslocaram aos locais de prova. É importante termos cautela e responsabilidade, para que o menor número possível de candidatos seja prejudicado”, explicou o procurador-geral do Estado, Ricardo Sefer.
Ainda de acordo com o procurador-geral do Estado, nova audiência deve ser realizada nos próximos dias para avaliar o cenário epidemiológico do Estado e as circunstâncias para as provas do concurso da Polícia Civil, previstas para os dias 21 e 28 de março.