Para colocar em prática o projeto, de autoria da Agência de Inovação (Agin/UEA), os empreendedores da Ecoforte, Paulo César Pontes Filhos e Laís Anne de Castro Lima, lançaram o aplicativo Trashback. O sistema fará a contagem dos resíduos doados para convertê-los em pontos. Após atingir um determinado valor, a pessoa poderá escolher no próprio app se troca as moedas por produtos disponibilizados pela Ecoforte (saco de lixo reciclado), por serviços ou por alimentação nas lanchonetes da UEA.
Como trocar?
A coleta e o peso dos resíduos domésticos serão realizados nas cinco unidades da UEA em Manaus, seguindo o cronograma estipulado pela coordenação para o dia de recolhimento em cada Escola Superior. Poderão ser doados plástico, metal, papel e papelão. Paulo destaca que o projeto surge da necessidade de evitar que o aterro sanitário da cidade, que tem vida útil até o próximo ano, seja sobrecarregado com o descarte incorreto dos resíduos.
“Queremos conscientizar a comunidade que resíduo não é lixo. Lixo vai para o aterro, e resíduo é dinheiro e pode ser revertido em benefícios. Hoje são geradas, em média, 72 mil toneladas de resíduos domésticos por mês. Com esse projeto, vamos mostrar que plástico vira saco de lixo, papelão vira lixeira ecológica e latinha vira copo. Tudo é reaproveitado e transformado”, disse o empreendedor.
Outra novidade do projeto é a redução de custo para a própria universidade. A Ecoforte recolherá os resíduos da UEA e os devolverá já transformados em sacos de lixo. Além disso, ao doarem os resíduos, os alunos ganharão um squeeze para utilizá-lo na universidade, o que evitará o uso excessivo de copos descartáveis.
“É um projeto que realmente abraça todas as camadas da sociedade. Em uma das etapas, faremos a arrecadação de 10% de todos os resíduos coletados para transformá-los em cestas básicas, que serão doadas para instituições de caridade. Outro ponto superimportante dessa ação é a transformação desses resíduos em educação. Futuramente, os alunos que participarem da coleta poderão trocar as moedas por cursos livres que serão disponibilizados pela Agin”, pontuou Paulo.
Mudança de comportamento
Já a diretora da AGIN/UEA, Kátia Meirielle, destacou que o projeto atende às diretrizes da instituição. Kátia enfatiza que é fundamental trabalhar com ferramentas de sustentabilidade, no sentido de sensibilizar, mobilizar, transformar e, principalmente, gerar um novo modelo econômico para a sociedade.
“Quando falamos de educação, falamos de mudança. Uma educação que não muda o comportamento das pessoas não é uma educação efetiva. Precisamos transformar. Todo modelo econômico surge da mudança de comportamento. Esse projeto ele vai desenvolver não somente os nossos alunos, mas também o modelo de gestão da universidade. A ideia é que essa sensibilização seja desencadeada na casa dos alunos, do vizinho, da comunidade e de toda a cidade. É transformar de fato a vida das pessoas”, comentou a diretora.
Sobre o projeto
O Trashback é projeto que buscar dar destinação correta para os resíduos recicláveis pós-consumo, possibilitando à população destinar seus resíduos e acumular pontos. Os resíduos coletados serão destinados para a reciclagem e retornarão ao ciclo produtivo como produtos 100% reciclados. Podendo também ser uma ferramenta de logística reversa, como prevê o Plano Nacional de Resíduos Sólido.
Sustentabilidade em alta
Tradicionalmente conhecido na mesa do amazonense pelo irresistível sabor, o açaí agora virou protagonista na criação de móveis sustentáveis, divisórias e placas acústicas. Construído a partir da fibra do fruto e da resina de óleo de mamona, o painel ecológico foi desenvolvido pelo professor doutor da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA), Antônio Mesquita.
O autor do projeto explica que as fibras do açaí passam por um tratamento de lavagem, moagem, secagem, prensagem e mistura com resina de óleo de mamona para se transformarem em painéis de MDP altamente sustentáveis. Vale ressaltar que, diariamente são produzidos mais de 20 mil toneladas de resíduo do fruto na Amazônia. Esse indicador mostra a viabilidade da industrialização e da comercialização do produto em alta escala.