Nos últimos anos a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) vem apostando no bambu como a matéria-prima alternativa e renovável com mais valor agregado deste século. Nesse sentido, a instituição tem buscado despertar a atenção de comunidades e cooperativas para o uso sustentável da fibra, que possui potencial tanto para a área da engenharia e arquitetura quanto da cosmética e artesanal.
Naturalmente, o bambu é uma planta com características que o tornam capaz de se regenerar após o corte e viver até cem anos. Com o tratamento adequado, pode se tornar um material durável por muitas gerações.
Durante seminário realizado pelo Sebrae na Funtac este ano, representantes dos estados da Região Norte destacaram a relevância do que o Acre tem proposto em políticas públicas que envolvem essas possibilidades de uso, como oportunidade de geração de renda para as comunidades, com consciência ambiental.
Na oportunidade, Maria Beatriz Costa, representante da empresa Planeta Orgânico, responsável pela organização do evento internacional voltado à bioeconomia, o Green Rio, pontuou: “Acho que o que tem sido feito no Acre precisa ser conhecido em todos os lugares. Muitos não sabem, por exemplo, que este é o estado que possui a maior floresta nativa de bambu do mundo, e essa riqueza merece ser divulgada”.
Exemplos de avanços de projetos desenvolvidos a partir de experimentos com o bambu este ano são os protótipos de abrigos, que até 2017 serão motivo de uma parceria com a prefeitura de Rio Branco para a construção de paradas de ônibus em pontos da cidade.
Ainda o projeto de produção de pequenos objetos com o reaproveitamento de madeira, desenvolvido com a comunidade de Porto Acre – onde a Funtac possui uma marcenaria – ganhou novos rumos este ano, com a introdução do bambu para a agregação de valor.
Recentemente, uma oficina promovida pelo Sebrae, com a parceria da Funtac, Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) e Embrapa, reuniu várias cooperativas e artesãos.
De acordo com a chefe de Divisão de Engenharia e Arquitetura da Funtac, Edinete Oliveira, o objetivo é mostrar o universo de possibilidades do material no trabalho artesanal. Por isso, o mediador do curso, Carlos Marin, de Brasília, que trabalha com bambu há mais de 20 anos, ensinou técnicas que resultaram na produção de uma série de peças artesanais.
“Acreditamos que essa experiência que eles tiveram vai nos possibilitar, em breve, ter a expansão desse novo conceito de produção, com a apropriação dessa matéria-prima tão rica que é das nossas florestas”, frisou Edinete.