Estudo científico analisa impacto de frutos amazônicos em materiais odontológicos

Pesquisadora Jessica Koyama Takahashifala sobre projeto científico. Foto: Divulgação/Fapeam

Um estudo científico desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas), está analisando se as polpas de frutas amazônicas, como cupuaçu, açaí e taperebá, possuem algumas substâncias que possam agredir materiais odontológicos usados no tratamento de restauração, prótese dentárias, selantes, entre outros. A pesquisa é encabeçada pela pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Jessica Koyama Takahashi.

A coordenadora do estudo explica que a pesquisa, que tem como objeto de estudo avaliar as substancias presentes nas polpas de frutas mais consumidas na região, tem como referência os refrigerantes cola e alguns sucos que são muito estudados pelos especialistas.

“O refrigerante de cola é muito usado no mundo inteiro. Por isso também estamos usando na nossa pesquisa, mas fazendo uma comparação com o nosso foco principal que são as polpas de frutas amazônicas. Selecionamos essas polpas para comparar com esses outros produtos, se eles têm uma ação semelhante ou se são menos danosos comparados nos materiais”, contou.

A pesquisa iniciou em 2014 e tem previsão para encerrar a parte laboratorial em 2017. Mas, a pesquisadora adiantou que as substâncias presentes nas polpas são ácidas e geram alguns danos, mas, aparentemente, nada superior ao efeito de um refrigerante cola, por exemplo.

“No laboratório, as amostras são confeccionadas de acordo com instruções dos fabricantes e ficam imersas nas soluções durante um mês. Nós também colocamos amostras separadas nas soluções e trocamos toda semana avaliando o efeito e alterações que acontecem depois de uma semana e 30 dias”, informou.

O projeto também conta com auxilio de alunos bolsistas do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) da Fapeam. Segundo Takahashi, os resultados do estudo poderão influenciar diretamente em fatores como a durabilidade dessas peças e no tempo de indicação de substituição.

“Se algumas substâncias se mostrarem danosas com mais agressão nesses materiais, teremos a possibilidade, por exemplo, de orientar quanto à substituição de algumas próteses, no intervalo de tempo menor por exemplo. Hoje, temos uma conduta de substituir em até 5 anos. Mas a partir de um acompanhamento podemos fazer isso um período menor”, afirmou a pesquisadora. 

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