El Niño deste ano quebra recorde de temperatura na Amazônia

Uma pesquisa publicada pela revista Nature neste mês de setembro, aponta que o El Niño que atingiu a Amazônia entre 2014 e 2015 alcançou o recorde de temperatura mais alta do último século na região. Com a atuação do fenômeno, a temperatura chegou a 1,5ºC acima da temperatura média mundial no período de dezembro de 2015 a janeiro de 2016.

Infográfico: Luiz Eduardo Miranda/Portal Amazônia
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam aumento de 40% nos focos de queimadas e incêndios florestais no primeiro semestre de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015. A vazante atenuada dos rios tem gerado problemas no transporte de mercadorias e no resgate de espécies em perigo devido a seca.
De acordo com os pesquisadores um dos dados que se destaca é a diferença na distribuição do calor durante o evento climático. Dados de satélite mostraram que as região ocidental da Amazônia acumulou umidade e precipitação, enquanto a região ocidental acumulou o calor gerando pontos de alta temperatura.

As atuais previsões para a região é de que o El Niño terminou e que a região passará pelo La Niña em breve. “Diferentes previsões indicam uma transição para o evento climático La Niña durante o outono e inverno 2016-2017 com probabilidades de 60% a 75%, diz a pesquisa.
A pesquisa alerta que estudos anteriores de outras secas extremas produziram uma mortalidade atípica de árvores e queda no aumento da biomassa das florestas. Estes impactos podem ser atribuídos não só para deficit de água, mas também para stress que as plantas sofrem com as altas temperaturas do ar e do solo. Para os pesquisadores, se o aquecimento global continuar a se estender a chance de evento de temperaturas extremas se tornarão mais frequentes nas próximas décadas e podem chegar ao ponto de tornarem toda a Amazônia numa enorme savana.ExtremismoO Coordenador do Grupo de Estudos e Serviços Ambientais (Acrebioclima), Alejandro Fonseca Duarte, acredita que nos últimos anos pesquisadores da Amazônia tem evitado dar previsões extremas da região. “O monitoramento meteorológico da Amazônia é muito disperso. Não existe em toda a área da Amazônia, com exceção de todas as capitais, estações de monitoramento que sejam frequentemente calibradas. Uma boa análise climática precisa de dados de satélite, monitoramento terrestre e de camadas da atmosfera através de  balões”, disse o coordenador.
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