Você lembra da ponte da Bolívia, Riacho Ecológico ou Cachoeira do Tarumã? Esses três lugares foram balneários de águas limpas e lazer de gerações recentes da população manauara. Infelizmente, os locais não resistiram à poluição provocada pelo crescimento desordenado de Manaus. Para evitar que isso também aconteça com outros balneários, um grupo de voluntários prepara a quinta edição da ‘Remada Ambiental’, neste sábado (17), a partir das 8h. O objetivo é chamar a atenção para a sujeira nos locais e envolver as comunidades ribeirinhas que estão próximas aos pontos de alerta.
A ação vai focar na Bacia do Rio Tarumã-Açu, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) Tarumã-Ponta Negra que sofre com o lixo jogado no igarapé do Gigante. Segundo o idealizador do projeto, Adson Maciel, a ideia de criar a remada surgiu durante um passeio no rio. “Sou prorietário do SUP Amazonas, e sempre fiz remadas aleatórias com os clientes. Durante esses passeios, que eram no nascer ou pôr do sol, a gente encontrava muito lixo e certa vez decidimos juntar todo detrito. Quando o rio secou, intensificamos os trabalhos, então surgiu a Remada Ambiental”, disse.
O trabalho que começou pequeno agora conta com parceiros e voluntários. A quinta edição terá a participação de 120 pessoas. “Até o momento, juntando todas as Remadas Ambientais, conseguimos tirar cerca de 20 toneladas de lixo do rio, e também da área que alcança a Mariana do David, uma das principais rotas das pessoas que desejam curtir a natureza. Infelizmente, o trabalho não é suficiente para retirar toda sujeira do Gigante, mas é um começo”, falou. Conscientização
Além do serviço prático feito pelos voluntários, o grupo também fará conscientização dos moradores próximos a APA e a Marina do Davi. “As pessoas que moram em flutuantes muitas vezes não possuem qualquer tipo de tratamento de esgoto, então todo o lixo e dejeto vai direto para o rio. Já fizemos um projeto no passado, onde percorremos várias escolas da cidade para mostrar os efeitos da poluição para os jovens, afinal eles são o futuro”, destacou Maciel.
Maciel acredita que até 2018 a área em que a ‘Remada Ambiental’ acontece estará com um número menor de lixo. “Queremos alcançar as pessoas que moram em bairros como Redenção, Augusto Montenegro e Bairro da Paz, porque são lugares que cortam a APA, ou seja, onde podemos fazer um trabalho de conscientização mais efetivo. Acho que os manauaras deveriam se unir, algumas pessoas pensam que os rios serão eternos, mas só aprendem quando não existe mais. É uma luta continua e precisamos a cada dia de mais voluntários”, comentou o empresário.
Ajuda
De acordo com Maciel, os voluntários são importantes, mas o apoio de empresas e órgãos públicos também é. Atualmente, o projeto conta com o suporte da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e da Cooperativa de Transporte Fluvial da Marina do Davi (Coop-Acamdaf). Por causa do engajamento, o empresário até recebeu o certificado de ambientalista da Semmas.Maciel ressaltou que qualquer pessoa pode ser voluntário. “O legal do voluntariado é que qualquer pessoa disposta a ajudar é bem vinda, no nosso grupo temos médicos, empresários, advogados e estudantes, todos em prol do bem maior. Não precisa se preocupar, a gente divide de forma justa todos os trabalhos”, explicou. Gostou da iniciativa e gostaria de participar ajudando a retirar o lixo do igarapé? O grupo se reunirá neste sábado (17), a partir das 8h, na Marina do Davi, localizada no bairro da Ponta Negra.
Todos os locais de produção vencedores fazem parte da área classificada como "Matas de Rondônia". Grande vencedora da noite, Sueli Berdes participou da competição pela primeira vez.