O prazo de permanência para os venezuelanos no local é de um mês, mas o período é flexível dependendo de cada caso. Assim, o número de imigrantes é flutuante, e o lugar pode voltar a receber novos moradores futuramente.
No abrigo em Pacaraima, os imigrantes se dividem em duas áreas. As famílias foram instaladas em um galpão onde há um grande redário. Na parte externa, barracas da Defesa Civil são usadas como ‘casas’ por imigrantes solteiros.
“Por enquanto estamos um pouco acima da capacidade, mas está tudo organizado, porque esse abrigo foi planejado, este demorou cinco meses para ficar pronto para receber os imigrantes”, explicou o irmão Irma, responsável pela Fraternidade em Pacaraima.
Manaus
Segundo a assessoria da Prefeitura de Pacaraima, o município deve enviar índios que já têm documentação regular para um abrigo em Manaus que está com poucos moradores. Assim, o abrigo de Pacaraima voltará receber novos imigrantes.
“A questão da documentação deles [índios] está em andamento e vamos enviá-los para Manaus. Estamos correndo para fazer esse processo de interiorização para o Amazonas com celeridade”, informou a assessoria, acrescentando que o abrigo de Pacaraima ainda passa por ajustes e futuramente deve receber até 250 pessoas.
EscolasDe acordo com informações da Prefeitura de Boa Vista, de 2015 a 2017, cresceu para 1,064%, o número de crianças venezuelanas matriculadas em escolas da rede municipal de ensino. Atualmente são 646 estudantes estrangeiros, sendo 564 deles de origem venezuelana. Há dois anos, apenas 53 alunos venezuelanos estavam matriculados nas escolas de Boa Vista.De acordo com o secretário adjunto de Educação de Boa Vista, Hefrayn Lopes, o município estuda a possibilidade de inserir a disciplina de língua espanhola dentro da grade curricular de ensino.
Algumas instituições já contam com suporte técnico de pessoas habilitadas em espanhol que fazem a articulação entre alunos e professores para integrar os imigrantes.
As escolas Jânio Quadros e Menino Jesus, por exemplo, fazem o trabalho de legenda espanhola em murais da escola, na recepção, porta de salas de aula, banheiros e até na cantina.
De acordo com o casal venezuelano Josygre Franceschi e Alfredo Luis, que há um ano vive em Boa Vista, a filha Isis Paulina, de 11 anos, tem se adaptado com facilidade graças a comunicação na escola.
“Chegar e se adaptar a outro país, outro idioma, não é fácil para ninguém. Na escola, minha filha já está falando melhor o português do que eu”, brinca Alfredo.