Com composições musicais e poemas inéditos que fazem referência à revolução Cabana, a “Cantata Poética Cabana”, interpretada pelo cantor e compositor Rafael Lima e pelo poeta Antônio Juraci Siqueira, abre a programação no dia 7, às 18h, no Museu do Estado do Pará (MEP). Na sequência, uma animação inédita sobre a Cabanagem será exibida em vídeo mapping na fachada do museu, fazendo a capital paraense reviver um dos capítulos mais marcantes de sua história.
Ao final da exibição, um cortejo com grupos de cultura popular sairá do museu em direção à Praça da Fonte, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, onde acontecerão os shows da DJ Ananindeusa e Orquestra Aerofônica. Ainda no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, onde funciona o Museu de Arte Contemporânea do Estado do Pará, estão abertas quatro exposições com peças do rico acervo do Estado.
Na Sala Ruy Meira está montada a exposição “Percursos na Arte Brasileira”, com curadoria do Sistema Integrado de Museus e Memoriais. A exposição traça um panorama da arte brasileira, das primeiras décadas do século XX aos dias de hoje, no qual os artistas da geração moderna dialogam com a produção artística contemporânea paraense.
Já na Sala Valdir Sarubbi, está aberta a exposição “Dilemas 2019”, com curadoria de John Fletcher. A proposta expositiva ressalta o potencial crítico da arte sobre a realidade atual, a partir de dilemas pessoais e coletivos, de modo a criar um roteiro capaz de nos fazer refletir e agir sobre as transformações disruptivas da atualidade.
A exposição “Encontro das Águas – Luiz Braga e Miguel Chikaoka” está aberta à visitação na Sala Gratuliano Bibas e tem curadoria do Sistema Integrado de Museus e Memoriais e texto de João de Jesus Paes Loureiro. A mostra apresenta um olhar sobre a Amazônia, por meio do encontro de dois grandes representantes da fotografia paraense: Luiz Braga e Miguel Chikaoka. Dois rios fluentes de histórias pessoais unidas pela invenção, originalidade, ética, humanismo e o compromisso com as atitudes da dimensão artística da fotografia.
A exposição “Indizível” recebe o público na Sala Laboratório das Artes e tem curadoria de Nando Lima. A mostra traz uma videoinstalação que propõe uma experiência imersiva no universo simbólico de Andara – a Amazônia distópica de Vicente Cecim.
Integrada à programação do Preamar Cabano, a 38ª edição do Salão Arte Pará, realizada no Museu do Estado, em Belém, também estará aberta à população. A exposição “Deslendário Amazônico”, de curadoria de Orlando Maneschy e curadoria adjunta de Keyla Sobral, celebra o pensamento do poeta João de Jesus Paes Loureiro em seus 80 anos.
Na quinta-feira (9), às 16h, será realizada no Salão Histórico do MEP, a primeira ação do Projeto Obra Comentada. O professor de história Aldrin Figueiredo ministrará uma aula analisando o quadro “A Conquista do Amazonas”, de Antônio Parreiras. O objetivo do projeto é aproximar a sociedade do acervo exposto do Estado por meio de seminários, workshops, aulas e palestras. Em seguida, às 17h, será realizado na Capela do MEP o Projeto Música nos Museus, com o Trio Andaluz interpretando os clássicos do choro brasileiro e regional.
Com o objetivo de incentivar o cuidado e a preservação do patrimônio histórico da cidade, o projeto “Diálogos com o Patrimônio”, organizado pelo Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), desenvolverá ações educativas ao longo da semana. A programação inicia com a exposição “Patrimônio Público Paraense”, que apresenta os bens tombados pelo Estado em painéis montados no Pátio Interno do Museu do Estado do Pará (MEP), de 07 a 12 de janeiro, de 9h às 17h.
Na sexta-feira (10), às 9h, acontecerá uma visita monitorada à Igreja de Santo Alexandre, que levará o público a um passeio pelos vestígios da história colonial da cidade, deixados pela Companhia de Jesus, e que hoje fazem parte do acervo da Igreja.
Logo após, no Café do Museu de Arte Sacra, acontecerá uma oficina de cartões-postais temáticos dos espaços que foram cenários decisivos para os desdobramentos da Cabanagem. No mesmo dia, na varanda do MEP, o público será convidado a construir coletivamente o Painel Cabano, uma instalação artística desenvolvida por meio de técnicas de colagem, desenhos e escrita, utilizando recortes de material temático escaneado do acervo das Bibliotecas do DPHAC e do Sistema Integrado de Museus (SIM).
A programação segue às 15h com a palestra “07 de Janeiro de 1835: A Tomada da Cidade de Belém pelos Cabanos”, na Capela do MEP. A ação irá propor um debate mediado pela Profª. Drª. Eliana Ramos Ferreira, da Universidade Federal do Pará (PPHIST/ UFPA), sobre o início histórico da Cabanagem.
No sábado (11), às 18h, acontecerá a abertura da exposição “Uma Certa Belém”, montada na Galeria Fidanza do Museu de Arte Sacra, com peças da Coleção Motoki. A coleção é formada pelo acervo doado pelo imigrante japonês Kenichiro Motoki ao Museu do Estado do Pará. Na exposição, o visitante conhecerá objetos artísticos e fragmentos de edificações do período da borracha, recolhidos pelo imigrante com espírito de colecionador. Às 19h, o historiador Michel Pinho mediará a ação “Belém Noturna”, uma caminhada pela noite do centro histórico de Belém, apresentando seus labirintos de memórias e histórias que permeiam o local.
Nos dias 11 e 12, de 9h às 17h, também ocorrerão duas ações de educação patrimonial e cultural. No Espaço Cultural Casa das 11 Janelas, acontecerá a oficina “Montagem de maquetes do patrimônio histórico de Belém”, aberta aos estudantes e ao público em geral, que conhecerão, por meio de um processo lúdico de montagem de maquetes de papel, a importância do patrimônio arquitetônico e histórico da capital paraense. E no hall de entrada do Museu de Arte Sacra haverá o projeto “Troca-Troca de Leitura”, promovido pela Biblioteca “Antônio Landi”. A ação possibilita a rotatividade da informação, incentivando a leitura e a disseminação do conhecimento, além de renovar o acervo da biblioteca.
Já no domingo (12), dia do aniversário de Belém, a programação começa cedo. Às 8h30, a professora Maria Goretti e o Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo, da Faculdade de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia (GGEOTUR) da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizarão o “Roteiro Geo-Turístico”, que percorrerá o bairro Cidade Velha, compartilhando com o público informações sobre o Centro Histórico de Belém e valorizando o patrimônio como campo de pesquisa e conhecimento científico, além de fortalecer a importância de ações voltadas às práticas de turismo histórico e resgate da memória socioespacial da cidade.
Para quem estiver pela Praça da República no domingo e para o público em geral, a Secult preparou uma programação especial: o teatro musical “Árvores que tocam” retorna ao palco do Theatro da Paz e será apresentado às 11h, com entrada franca. A obra do percussionista Thiago D’Albuquerque reúne percussão, canto e dança e é marcada pela mistura de instrumentos populares e eruditos, com a incursão de recursos tecnológicos.
Encerrando o Preamar Cabano, a entrega o Porto Futuro, localizado próximo à Baía do Guajará, que busca fortalecer o contato do povo paraense com o rio. Integrado à paisagem urbanística da cidade de Belém, o novo equipamento da Secult é versátil e visa promover a geração de emprego e renda, além de criar novos espaços de cultura e lazer para a população.
A programação no Porto Futuro inicia às 18h, com o coral Vale Música. Às 20h, a Amazônia Jazz Band se apresenta com um repertório bem paraense e participação especial de Lucinnha Bastos e Pinduca. Já às 22h, ocorre um espetáculo pirotécnico e, pra encerrar a noite, o carimbó chamegado de Dona Onete e Banda.
A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, destaca que a programação do Preamar Cabano envolve uma semana intensa de atrações artísticas. “Buscamos contemplar muitas expressões e manifestações culturais, numa ação de valorização do patrimônio e da história da nossa cidade, levando o público a ocupar diversos espaços importantes espalhados pelo centro histórico de Belém. Vamos encerrar as comemorações com muito carimbó – nosso patrimônio imaterial e cultural brasileiro – colocando todo mundo para dançar numa onda de alegria e esperança em uma Belém mais radiante e feliz”, finaliza.