Relatório afirma que Grupo de Intervenção Penitenciária demorou para conter massacre, no Amazonas

Entre domingo (26) e segunda-feira (27), 55 detentos foram mortos em quatro unidades prisionais do Estado do Amazonas e policiais do Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) demoraram a chegar em três dos quatro presídios para evitar as mortes, segundo relatório da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados do estado, que será entregue nesta segunda-feira(3) ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Foto:Divulgação

A comissão formada por parlamentares inspecionou as unidades prisionais de Manaus – incluindo o Compaj, onde aconteceram pelo menos 15 mortes, durante o último domingo. O presidente da frente parlamentar Mista de Desenvolvimento Estratégico do Sistema Penitenciário Combate ao Narcotráfico e ao Crime Organizado no Brasil, deputado Alberto Neto (PRB-AM), afirmou que houve demora na atuação do GIP.

“O grupo de intervenção, o GIP, demorou muito a chegar nos outros presídios. No primeiro presídio que eles estavam locado o grupo chegou rapidamente e fez a intervenção. Nos outros presídios a demora foi maior e obviamente aconteceram mais mortes”, disse o deputado, afirmando que os policiais estavam locados apenas no Compaj. “Para chegar nos outros presídios levou um tempo, mas, quando eles chegaram, rapidamente o fizeram”, pontuou.

Ainda segundo os levantamentos, além da demora na chegada no GIP, não havia nenhum agente prisional do estado na unidade, e um número insuficiente de agentes de ressocialização da Umanizzare para a demanda de presos no domingo (26), quando 15 detentos foram mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).

“O problema que nós enxergamos é que o efetivo é muito pequeno para a quantidade de presos. Há um problema conceitual de que o preso precisa ser mais controlado, e não é só aqui no Amazonas, é no Brasil como um todo”, disse Alberto Neto.

Foto:Divulgação

O relatório tem a ideia é cobrar a destinação de recursos para reformas, compra de equipamentos e construção de novas unidades.

A equipe de reportagem entrou em contato com as assessorias da secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Segurança Pública (SSP-AM) e comunicação Social (Secom), e aguarda retorno. Em entrevista ao G1 Amazonas, a Umanizzare disse que “não houve faltas” no dia do massacre. “Nosso pessoal não usa arma, não faz segurança. Então se tivesse 3 ou mil não faria diferença, porque não tinha como intervir”, informou a assessoria.

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