Profissão H2O: conheça pessoas que tem forte ligação com a água

A água, um líquido tão preciso e importante para a vida humana. Tanto na questão da sobrevivência, quanto para a obtenção de recursos, as sociedades em volta do globo necessitam deste componente. Em Manaus, não faltam exemplos de pessoas que usam a água para conseguir o pão de cada dia. Por isso, o Portal Amazônia foi às ruas para saber a importância da água na vida dessas pessoas. 

No calor de Manaus, atire a primeira pedra quem nunca comprou água com algum vendedor de rua? Eles são persuasivos e não gostam de levar um ‘não’. Na Avenida Getúlio Vargas, o número de vendedores é grande. Um deles, o seu Pereira, contou que a água salvou sua vida. Ele confessou que trabalhava com administração, mas por causa de um vício largou tudo. “Fique sem dinheiro, e quando entrei no negócio para vender água, as coisas começaram a melhorar. Afinal, as pessoas não vivem sem água”, disse.

Foto: Reprodução/Shutterstock

Não demorou muito, o sinal fechou e seu Pereira voltou novamente ao sinal. Quando retornou mostrou duas notas de dois reais. “Está sendo um ótimo dia”, falou sorrindo. Na conversa, o vendedor continuou falando sobre a importância da água para ele. “Meu pai era pescador, ele me ensinou muitas coisas. Tinha períodos que viajávamos por semanas, então, desenvolvi um amor pelos rios, infelizmente, não segui a profissão, mas a água continua me seguindo”, ele comentou balançando uma garrafa. 

Navegando pelo Amazonas

Você já ouviu falar de catraias? Não, a gente te explica. Catraia era o nome dos barcos usados pelos manauaras para atravessar o rio, principalmente, para quem morava em lugar de difícil acesso. Os catraieiros, remavam seus barcos durante todo o dia, e conheciam como ninguém cada curva dos rios que cortavam a cidade. A profissão ainda é exercida em Manaus, eles podem ser encontrados na área portuária, mas algumas coisas mudaram, as canoas de madeira, deram lugar para barcos de metais, o remo, deu lugar ao motor, e claro, o uso do colete é obrigatório.

Foto:Diego Oliveira/Portal Amazônia

Antes de entrar para o ramo, o catraieiro Francisco Costa era pescador. Ele falou que sempre teve uma ligação especial com os rios, e que o verdadeiro perigo não é a água. “Entrei nessa para dar um conforto melhor para a minha família, mas infelizmente, ainda existem pessoas de má fé que tentam nos roubar. Eu sou acostumado a andar por aqui, o Rio Negro, é a minha segunda casa, eu o respeito, porém, encontramos muitos obstáculos nessa profissão”, garantiu. 

Dentro da água

O nadador amazonense, Vitor Gadelha, de 20 anos, treina nas piscinas desde criança. Ele usou a natação para escapar das aulas de educação física na escola, e a decisão não poderia ser mais certa. “Iniciei no mundo das competições cedo, por isso, a água começou a fazer parte da minha vida de uma forma única. Atualmente, faço 50 quilômetros todos os dias, ou seja, estou dentro d’água diariamente”, contou o jovem.

O jovem nadador teve a oportunidade de competir em água doce (rios) e salgada (mar), e garante, que existe uma diferença grande entre os dois. “Cada treino é específico para um ambiente, por exemplo, os rios da Amazônia são mais pesados, cansam mais. Já o mar, por causa do sol, nos faz flutuar. Mas não tenho um preferido, cada um oferece um desafio diferente, nas provas somos apenas eu e a água, nada mais importa”, revelou. 

Foto: Arquivo Pessoal
A rotina de treinamento do jovem se intensificou. A agenda do atleta já tem alguns compromissos, local e internacional. No dia 29 de abril, Vitor participa do Rio Negro Challange, na Praia da Ponta Negra. Em meados de junho, será a vez dele disputar uma maratona aquática na Itália. No mês de julho é a vez de Vitor viajar para a Grécia para representar o Amazonas em uma nova competição.

Conhecedor da Água

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Sérgio Bringel, dedica a vida ao estudo dos recursos hídricos da região. Dono de um currículo invejável, ele garantiu que o Amazonas evolui a cada dia quando se trata de pesquisa da água. “O Inpa, por exemplo, é um dos principais locais de pesquisa relacionado aos recursos hídricos. Então, posso dizer que tenho orgulho de fazer parte desta equipe”, falou.

Ao ser questionado sobre o significado da água em sua vida, Bringel, não pensou duas vezes. “Água é vida, sem ela, não existe vida. Temos que ter o cuidado necessário para preservar os nossos recursos, saber utilizá-lo de uma maneira sustentável, ali está a vida. A água é muito misteriosa, se você tem ela em excesso, você morre, mas se te privam dela, você morrerá também. É preciso ter respeito”,  revelou o pesquisador.

Foto: Divulgação/INPA

Bringel está participando da 8ª edição do Fórum Internacional da Água, um dos principais eventos sobre o tema. O Fórum acontece em Brasília até sexta-feira (23), e é realizado a cada três anos. Essa é a primeira vez que acontece no Hemisfério Sul. Se você quer saber mais sobre o que aconteceu no Fórum Internacional da Água, clique aqui.

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