Políticos se defendem após abertura de inquérito

Parlamentares da região amazônica se defenderam, nesta terça-feira (11), após o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Faccin, autorizar investigação contra políticos com foro privilegiado citados nas delações de ex-executivos da Odebrecht.

O senador e presidente do PMDB, Romero Jucá (RR) disse em nota que sempre estará à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. “Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas”, disse o presidente nacional da legenda.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que as doações feitas para as suas campanhas “foram oficiais, declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

A defesa do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que o parlamentar “contesta mais uma vez a falsidade das alegações que fazem contra si, se colocando à disposição do Poder Judiciário para os esclarecimentos cabíveis”.

O senador Paulo Rocha (PT-PA) informou que todos os recursos da campanha de 2014 foram repassados pela direção nacional e estadual do PT e “estão todos declarados nas prestações de contas junto ao TRE. A utilização desses recursos, empresas doadoras e doadores individuais enfatizo, obedeceram estritamente às normas da legislação eleitoral em vigor daquele ano”.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) disse que, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tem “elementos suficientes” que permitam responder “às supostas acusações feitas” contra ela e seu marido. “Mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei”, disse a senadora em nota. “Minha história e minha correção são a base fundamental da minha defesa”, acrescentou.

O senador Eduardo Braga (PMBB-AM) afirmou desconhecer o conteúdo das informações que levaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) a pedir abertura de inquérito. “Vale destacar que a abertura de inquérito não significa que os investigados respondam por qualquer tipo crime”, afirmou o senador, por meio de nota.O prefeito de Manaus, Artur Neto (PSDB), também será investigado de acordo com a citação da lava a jato. Por meio de nota, o então prefeito de Manaus afirma que durante 12 anos como deputado federal não há qualquer registro de gesto que possa ter beneficiado a empreitera Odebrecht. “Sou prefeito da sétima maior cidade do país pela terceira vez. E a Odebrecht, ao longo desse tempo, não plantou um único metro cúbico de asfalto em Manaus. Nenhuma relação. Absolutamente nenhum liame”, afirma.Ministros

Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional, negou que tenha cometido ilegalidades. Segundo comunicado, o ministro reafirmou que “todos os recursos que recebeu como doações para sua campanha em 2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que aprovou todas as suas contas”. A nota diz ainda que Barbalho “destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque. Em toda sua trajetória política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque”.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastaecimento, Blairo Maggi, informou por meio de sua assessoria que também não irá se manifestar sobre as informações divulgadas hoje e reiterou que há “zero possibilidade de ter envolvimento com qualquer irregularidade”.

Governador

O governador do Acre, Tião Viana, divulgou nota em que classifica a divulgação como “momento dantesco da vida nacional” em que “parece que nenhuma linha fina separa a honra da desonestidade”.  “Defendo a apuração de qualquer fato suspeito e a punição de qualquer um que tenha culpa provada. Portanto, também tenho integridade, coerência e coragem para não aceitar a sanha condenatória de setores poderosos que destroem reputações tomando apenas a delação interessada de corruptos apanhados no crime”. Segundo Viana, a construtora Odebrecht nunca realizou qualquer obra no Acre.

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