Polícia prende comandante da balsa que derrubou ponte da Alça Viária, no Pará

A Polícia Civil do Pará prendeu, no final da tarde desta quinta-feira (11), em Belém, Elielson Barbosa, comandante da balsa que se chocou, no último sábado (6), com a ponte da Alça Viária sobre o Rio Moju, provocando a queda de 268 metros da estrutura e inviabilizando o fluxo de veículos no local. A notícia foi dada pelo governador do Estado, Helder Barbalho, durante entrevista coletiva sobre as últimas providências tomadas pelo Estado para minimizar os impactos gerados pelo sinistro.

Segundo o governador, com base no inquérito policial, a Vara Criminal do município de Moju decretou a prisão de dois envolvidos diretamente com o acidente: o comandante da embarcação e um dos sócios da empresa Agregue Transportes, que ainda não foi localizado. O comandante Elielson Barbosa foi preso e conduzido à Delegacia-Geral de Polícia Civil. Nesta sexta-feira (12), ele deverá ser ouvido pela autoridade policial. A audiência, que contará com as presenças dos advogados do indiciado, está marcada para começar às 11h.

Foto:Divulgação/Polícia Civil

Mandato

O mandado de prisão preventiva contra Elielson Lopes Barbosa, 38 anos, comandante da balsa que colidiu com a ponte do Rio Moju, na Alça Viária, foi expedido pelo juiz Waltencir Alves Gonçalves, titular da Comarca do município de Moju, após representação do delegado Aurélio Paiva, da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), presidente do inquérito que apura as circunstâncias do acidente ocorrido no último dia 06 de abril. Elielson Barbosa foi enquadrado pelo crime de expor a perigo a segurança de transporte marítimo.

Sem vítimas

Na coletiva foi esclarecido que, seguindo um protocolo da Marinha do Brasil, os órgãos envolvidos nas buscas de possíveis vítimas decidiram encerrar os trabalhos sem que nenhuma vítima ou indício de veículo tenha, de fato, sido encontrado, apesar de alguns depoimentos colhidos logo após o acidente afirmarem que dois carros de passeio teriam caído da ponte após a colisão. “A experiência e o trabalho realizado por esses órgãos levam a crer que, de fato, não houve vítimas, o que, para nós, é uma grande notícia”, destacou o governador.

Escombros

Os estudos para a retirada dos escombros que ainda estão em cima da balsa causadora do acidente, pois só com esse deslocamento será possível começar a reconstrução da estrutura. “Para essa retirada, no entanto, precisamos de equipamentos que não temos no Estado, que estão vindo do Rio de Janeiro. Tão logo eles cheguem, nossa prioridade é a desobstrução do rio”, ressaltou.

Reconstrução

A reconstrução dos 268 metros de pista e dos dois pilares da ponte destruídos com a colisão está estimada em R$ 113 milhões, e deve seguir um modelo diferente do que estava posto, mais moderno e eficaz para a navegabilidade no Rio Moju, pois prevê dois vãos sob a ponte, que contava com apenas um. “Antes, a ponte tinha apenas um vão de 70 metros. Agora, ela vai ter dois vãos, de 124 metros cada um, o que também poderá ajudar a prevenir novos acidentes”, detalhou.

O Governo do Estado está recebendo, até o próximo domingo (14), as propostas das empresas que queiram trabalhar na reconstrução da ponte. A partir de segunda-feira (15), essas propostas serão analisadas por um Grupo de Trabalho, formado por representantes do governo e de órgãos como Ministério Público Estadual, Ministério Público de Contas e Tribunal de Contas do Estado, para que se possa definir a empresa responsável pela obra, na modalidade de dispensa de licitação. “Queremos que essa seja uma decisão colegiada, para que não fique nenhuma dúvida sobre a transparência desse processo”, enfatizou.

Foto:Divulgação/Agência Pará

Balsas no Rio Moju

Novas ações que estão sendo tomadas para diminuir os problemas decorrentes da queda de parte da ponte. Segundo ele, uma das ideias é retomar o fluxo de veículos que vão, pela Alça Viária, para as cidades do nordeste, sul e sudeste paraense.

O Estado pretende implantar balsas para o traslado de veículos sobre o Rio Moju, no ponto onde a ponte caiu. Equipes do governo já estão fazendo o trabalho de limpeza e abertura de estradas dos dois lados da ponte, onde devem ser atracadas as balsas que farão esse transbordo. Por conta das dificuldades no terreno do local, estuda-se a possibilidade de, ao invés de rampas para o acesso dos carros às balsas, sejam colocadas duas balsas fixas – uma de cada lado da ponte – que funcionariam como flutuantes. Uma reunião com empresas operadoras de balsas e órgãos estaduais envolvidos com a questão deve ocorrer nesta sexta-feira (11), para tratar da viabilidade dessa proposta.

Novos portos

Outras ações estão sendo desenvolvidas para  melhorar as condições de trafegabilidade nas áreas dos portos de Belém que estão sendo utilizados para fazer a travessia de veículos até o Porto do Arapari, em Barcarena, os quais estão concentrados principalmente na Avenida Bernardo Sayão, onde o trânsito está intenso. Ele informou que já estão sendo analisadas as possibilidades de que parte dessa demanda seja absorvida por dois novos portos, que devem entrar em operação em breve: o Porto da Comara, na Rodovia Arthur Bernardes, e o Porto de Icoaraci.   

Vias terrestres

Também prosseguem os trabalhos de melhoria nas vias terrestres que se tornaram  alternativas à área da ponte do Moju, como a Perna Sul da Alça Viária; a PA-252 e a vicinal Quilombola, no município do Moju, que conta com serviços realizados em parceria entre a prefeitura local e o Estado.

Aplicativo

Durante a coletiva, foi informado que a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Prodepa) está desenvolvendo um aplicativo de celular, similar ao utilizado na procissão do Círio de Nazaré (KD a Berlinda), que vai ajudar os usuários a ter informações, em tempo real, sobre as balsas que fazem a travessia para Barcarena. O produto deve ser apresentado ao público em, no máximo, duas semanas.

Ressarcimento

O chefe do Executivo também falou sobre o bloqueio de R$ 185 milhões, determinado pela Justiça, nas contas das seis empresas envolvidas com o acidente, entre as quais Biopalma, Jari Celulose e Agregue Transportes. As outras três são empresas menores, que funcionaram como intermediárias do processo. “Esse valor corresponde ao que está estimado para a reconstrução da ponte e o que vamos precisar para os serviços complementares que restabeleçam o fluxo dos veículos na área”, pontuou.

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