A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (11) cerca de 270 quilos de cocaína apreendidos durante a operação Ilha Grande II, em Ponta de Pedras, no Marajó, que desarticulou um esquema de tráfico interestadual de drogas, cujo destino é o Pará. Foi a maior apreensão em quantidade de entorpecentes nos últimos cinco anos no Estado.
Além da droga apreendida, a operação resultou na apreensão de um fuzil AR 556 com 31 munições e de uma lancha que era usada no transporte do entorpecente. As apreensões das drogas foram feitas na região de Ilha Grande, nos dias 7 e 10 deste mês. Cinco pessoas envolvidas no crime estão presas. Uma delas é de nacionalidade peruana.
Segundo o diretor da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Hennison Jacob, foi a maior apreensão em quantidade de drogas desde o ano de 2009, quando foram apreendidos cerca de 200 quilos de cocaína em uma operação policial em Inhangapi, nordeste do Estado. As investigações sobre o esquema de tráfico de drogas tiveram início em maio com a prisão de um homem por tráfico de drogas.
A partir daí, a equipe policial levantou a rota da droga e o local onde o entorpecente era deixado escondido para depois ser pego por “mulas”, pessoas responsáveis em fazer o transporte do produto até o destino final, que seria Belém e região metropolitana. No início deste mês, três homens envolvidos no esquema de tráfico de drogas foram presos em Belém. Eduardo da Silva Moura, Patrick Menezes Araújo e Anderson do Vale Lima já estão recolhidos no Sistema Penitenciário do Pará. Está preso também o peruano Edgar Edwin Ramires.
A partir dessas prisões, as investigações foram aprofundadas para desarticular o esquema de distribuição de drogas. Até que, na última sexta-feira (7), foi deflagrada a operação Ilha Grande, que deslocou policiais civis e militares, da Denarc, com apoio da Delegacia de Polícia Fluvial e do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar, até a região, onde foram apreendidos 60 quilos de cocaína, além do fuzil AR 556 e da lancha.
Na mesma ocasião, foi preso Francirley do Santos Leão, natural do Amazonas, responsável em levar a droga até o local. Ele tem condenação da Justiça por tráfico de drogas. Em 2014, chegou a ser preso pela Polícia Federal. A droga foi encontrada na mata da ilha da Olaria, em Ponta de Pedras. A lancha foi localizada no furo do Rio Panema, também em Ponta de Pedras, às proximidades da ilha onde as drogas foram localizadas juntamente com a arma de fogo.
Segundo o delegado, a apreensão foi resultado de investigação iniciada em maio pelo delegado Gabriel Costa, da Denarc. A partir da primeira apreensão de 60 quilos de cocaína, houve a continuidade da operação, no Marajó, nesta segunda-feira (11), quando mais 200 quilos foram localizados. As investigações continuam para apreender o restante da droga e prender outras pessoas que atuam como “mulas” no transporte dos entorpecentes.
Com a prisão feita no domingo, os policiais civis chegaram ao local onde o restante da droga estava escondido, dentro das matas de difícil acesso da ilha Grande. Segundo o delegado, o fuzil apreendido é o mesmo usado pelas Farcs, as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas. O delegado Hennison Jacob detalha que a cocaína é produzida na Colômbia e depois é transportada a partir da cidade colombiana de Letícia, situada na divisa com o Estado do Amazonas, por onde entra no Brasil, por meio da cidade de Tabatinga. Depois, o transporte segue pelos rios, até Manaus e Itacoatiara, no Amazonas, de onde ingressa no Pará por Santarém e segue até Ponta de Pedras, na ilha do Marajó.
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O delegado Gabriel Costa, da Denarc, explica que a apreensão resultou de oito dias de operações ininterruptas para localizar o local onde as drogas estavam escondidas em meio à mata fechada de difícil acesso. Segundo o delegado Silvio Maués, diretor de Polícia Especializada, em média, nos últimos dois anos, as polícias Civil e Militar apreenderam no Estado do Pará cerca de duas toneladas de drogas. Ele destacou que, a partir do ano de 2011, foram implementadas no Pará novas políticas voltadas ao combate ao tráfico de drogas no Estado. Entre elas, a criação do Grupamento Fluvial de Segurança Pública e a instalação dos Núcleos de Apoio à Investigação regionais, os NAIs, da Polícia Civil, que atuam nas investigações em todas as regiões do Pará.
O diretor destaca ainda a criação da Denarc como um fator de avanço do combate ao narcotráfico na região, não só na repressão aos fornecedores como também aos pontos de distribuição da droga. A próxima fase terá como objetivo prender todos os envolvidos no esquema de tráfico de drogas. Os presos foram transferidos ao Sistema Penitenciário e as drogas encaminhadas para perícia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, em Belém. As drogas apreendidas serão incineradas.
O Projeto Cosméticos Sustentáveis da Amazônia é uma parceria público-privada que congrega 19 associações de produtores focadas na extração da biodiversidade amazônica.