A professora do Instituto de Biodiversidade e Florestas da Ufopa Daniela Pauletto explica que este primeiro estudo será focado nos impactos da queimada na vegetação.
“A altura de chama que atingiu o incêndio e a porcentagem da copa que foi queimada e na vegetação rasteira a gente vai fazer uma amostra em áreas que queimaram e as que não queimaram, pra gente estimar quanto de matéria vegetal foi queimada”, disse.
O incêndio teve início no dia 14 de setembro e só foi controlado três dias depois. Uma área equivalente a mais de mil campos de futebol foi atingida. A Polícia Civil investiga se o incêndio foi criminoso.
Para a professora Daniela Pauletto, entre as medidas que devem ser adotadas para evitar queimadas de grande proporção está o uso do fogo de forma planejada.
“O que tem ocorrido é que o fogo sempre tem sido criminoso, mas o fogo poderia ser um aliado, porque a savana como tem a característica de ser muito aberto, ela acumulada muito material combustível rasteiro. Foi o que aconteceu nessa savana. Tinha algumas áreas que estavam quatro anos sem queima. Esse último ocorreu porque tinha muito material combustível. Mas poderia haver um planejamento melhor para prevenção, campanhas educativas, construção de aceiros”, disse.
As florestas não-alagadas foram as vegetações mais atingidas pelos incêndios recentes em Santarém.
Um estudo feito pela Ufopa a pedido do Ministério Público Federal traz dados sobre a biodiversidade do cerrado amazônico presente em Alter do Chão.
Os pesquisadores encontraram quase 500 espécies de árvores que abrigam 300 espécies de aves.
O estudo também catalogou 93 espécies de répteis entre lagartos, serpentes, jacarés, tartarugas, 38 espécies de mamíferos de médio e grande porte, como onças, maracajás, antas, tamanduás, tatus e um número ainda não documentado de mamíferos de pequeno porte.