Palco de mais uma chacina de presos, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), localizada na zona rural de Boa Vista, em Roraima, abriga quase o dobro da sua capacidade de detentos.
Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima, o estabelecimento prisional comporta até 750 detentos. No entanto, até essa quarta-feira (4), acolhia 1.456. É mais que a metade dos 2.621 reeducandos do estado.
Só o total de presos provisórios – 898 – já supera em muito a capacidade da penitenciária, que é a maior do estado e é administrada pelo governo estadual. Quatrocentos e cinquenta e oito presos já sentenciados cumprem pena no regime fechado e 100 no regime semiaberto.
Há ainda 19 presos que, por motivo de saúde, foram autorizados pela Justiça a cumprir a pena ou aguardar a sentença em regime domiciliar, ou seja, em casa.Esta madrugada, pelo menos 31 presos foram mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo por outros detentos. Algumas das vítimas foram degoladas ou tiveram órgãos extirpados.
A chacina acontece poucos dias após o assassinato de 60 presos em estabelecimentos prisionais do Amazonas, onde 56 presos foram mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e quatro na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).*A Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima revisou o número de detentos mortos do massacre do Presídio Agrícola de Monte Cristo para 30 ao invés de 33 como havia informado no início das investigações.