O grupo acompanhou de perto o trabalho dos voluntários com os acompanhantes e pacientes da pediatria. Com pintura facial e roupas coloridas, a estudante de Enfermagem Jéssica Freitas, 25 anos, integra o Comitê há cerca de um ano. “Às vezes, as crianças ficam com receio dos profissionais vestidos de branco. Com nossas roupas lúdicas, conseguimos fazer a diferença na rotina delas”, ressaltou.
Maria do Socorro Lopes, 58 anos, sabe da importância do voluntariado. Trigêmea, ela nasceu na maternidade da Santa Casa, e morou com os dois irmãos no antigo abrigo do hospital durante 20 anos. “No início, precisávamos de cuidados constantes, e depois não nos adaptamos à vida com nossos pais biológicos. Sentíamos falta das freiras, chorávamos. Então, a instituição nos acolheu e fomos criadas por elas”, recordou. Três décadas depois, ela retornou à Santa Casa, desta vez como voluntária, doando seu tempo para outros pacientes. “É uma forma de retribuir o carinho que recebemos. É caridade. É amor”, afirmou Maria do Socorro Lopes.
Solidariedade
De acordo com Clévia Dantas, coordenadora do Comitê de Humanização da Santa Casa, a solidariedade é uma das estratégias da Política de Humanização. “É produzir saúde focado no cuidado, na sensibilidade do ser humano. O Comitê busca garantir esse direito”, complementou a coordenadora. O trabalho já é desenvolvido há sete anos e cadastrou cerca de 800 voluntários, entre acadêmicos, servidores, usuários e profissionais.
A solidariedade também é um dos pilares na missão do navio Logos Hope. ”A equipe deles vem aqui para trazer livros, música, paz e esperança para os corações aflitos”, disse a coordenadora. O espanhol Kico Chen é de uma das 60 nações representadas na tripulação, e ficou feliz com o trabalho desenvolvido na Santa Casa. “Eles estão salvando vidas, e isso é bom. Deus está com eles”, declarou o missionário.
Os voluntários do “Logos Hope” ficaram sabendo do trabalho do grupo de Humanização da Santa Casa por meio das redes sociais. Na semana passada, um grupo de mulheres escalpeladas foi visitar o navio. Entre elas estava a autônoma Iranilda Magno, 47 anos, que sofreu o acidente aos 10 anos, e até hoje faz tratamento para amenizar as sequelas do escalpelamento. Ela disse que gostou muito de conhecer a embarcação. “Eles nos trataram muito bem. Acho que gostaram daqui também. É uma casa que acolhe e luta pela saúde das pessoas”, disse Iranilda Magno.
O navio ficará aberto à visitação até o próximo dia 27 (quarta-feira). Além das vítimas de escalpelamento, está programada para esta terça-feira (26) uma visita às crianças em tratamento no Serviço de Terapia Renal Substitutiva, que fazem sessões de hemodiálise semanalmente na Santa Casa.