Moradores da Travessa Primavera, localizada na Baixada da Colina, região do Aviário em Rio Branco, no Acre, sofreram antecipadamente na torcida pela seleção brasileira na Copa do Mundo. Cansados de esperar por uma ajuda do poder público para participar da competição da rua mais bonita da Copa na cidade, moradores tiveram que desembolsar mais de R$ 6 mil e botar a mão na massa para garantir a participação no concurso.
Segundo reportagem publicada no G1 Acre, os torcedores solicitaram da Empresa de Urbanização de Rio Branco (Emurb) a manutenção do local. Pedido que não foi atendido. Sem a manutenção por parte da prefeitura, as famílias, além de terem que desembolsar a quantia, ainda viram a rua ser desclassificada no concurso.
“Perdemos muito tempo porque ficamos esperando o poder público para, pelo menos, limpar, tinha muito buraco. Estava destruída, ficamos esperando asfaltarem e, como não vieram, a gente mesmo fez. A gente capinou a rua toda, limpamos, fizemos as calçadas, ganhamos refletores para iluminar a rua porque é muito escura, estamos fazendo todo tipo de coisa”, explicou estudante Alexandre Maia, um dos moradores que participaram do mutirão para enfeitar a rua. Ao todo, 14 famílias moram no local.
Após ganhar as ganhar cores do Brasil, bandeiras, desenhos e muito colorido nas fachadas das casas, calçadas a Travessa Primavera só retornaram para o concurso após outra rua desistir da competição. Com isso, os moradores tiveram que improvisar para cobrir os buracos da rua com desenhos. Além disso, postes ganharam novas luminárias.
O esforço valeu a pena e a travessa já está em segundo lugar no concurso. Maia, no entanto, cobra maior apoio da prefeitura e cobra serviços básicos de manutenção.
“Não vieram tapar os buracos e pintamos por cima mesmo. Não fazem a parte deles e o descaso continua. O concurso visa isso, juntar a comunidade para fazer o bem para própria comunidade e foi o que fizemos. Não tinha calçada e a rua ganhou a calçada nova. Tinha lixo, ratos e tudo que não prestava. A prefeitura e órgãos competentes não visam isso, então, não fazem a parte deles, que estão no concurso”, lamentou.
Ao G1, o diretor-presidente da Emurb, Marco Antônio Rodrigues, explicou que a empresa não teve tempo hábil para realizar a manutenção de todas as ruas inscritas na competição, uma vez que foi avisada do concurso em cima da hora. Além disso, Rodrigues justificou que as equipes estão empenhadas na manutenção dos corredores de ônibus.
“Não tínhamos tempo suficiente para colocar todas as ruas em igualdade e condições. Não tinha orçamento específico para isso. Houve uma demora por parte da organização, talvez, se tivessem feito a solicitação um pouco antes teríamos condições de avaliar e ver o impacto disso dentro do orçamento. Apenas algumas ruas fizeram a solicitação, me parecem que eram 20”, afirmou.
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