O nível do rio Acre em Rio Branco (AC) continua a diminuir e nesta segunda-feira (1), atingiu 1,45 metros (m). O Estado vive a maior vazante da sua história. De acordo com o 29° Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a vazante no Rio Purus também é intensa na região de Boca do Acre, no Amazonas, onde o nível está a 59 centímetros do nível mais baixo já registrado.
Na publicação, o órgão recomenda atenção a das autoridades públicas em relação ao Rio Acre, pois os níveis mínimos registrados em outros anos ocorreram entre setembro e outubro. Mas, em 2016, o rio atingiu o menor nível da sua história no último dia 29 de julho. A condição atual indica a probabilidade de o nível continuar a baixar. No caso do Purus, o menor nível já registrado foi 3,48 m em 7 de outubro de 1998.
Emergência
O Estado do Acre e municípios do Sul do Estado do Amazonas estão sob decreto de emergência por causa da falta de chuvas nos rios Japurá, Purus e Acre. As cidades mais afetadas são Rio Branco, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia, Assis Brasil, Porto Acre, Bujari, Plácido de Castro, no Acre; e Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Tapauá, Pauiní, Berurí, Guajará, Juruá, Eirunepé, Itamarati, Ipixuna, Envira e Cararuari, no Amazonas.
Na capital do Acre, Rio Branco, o trabalho de captação e tratamento de água conta com bombas de captação flutuantes para manter a distribuição. O Governo pede que a população ajude evitando o desperdício de água, queimadas e outras ações prejudiciais.
A situação crítica dos rios da Bacia Hidrográfica da Amazônia foi provocada pelo forte El Niño que atingiu a região entre 2015 e 2016. Uma pesquisa da Nasa aponta que a intensidade do fenômeno foi a maior já registrada e alterou o padrão de chuvas no mundo. De acordo com dados de satélite, o início de 2016 foi o período mais seco desde 2002 na região.
Bacias amazônicas
Enquanto a bacia do Purus segue em vazante crítica, a do Solimões se apresenta regular para este período do ano. A Bacia do Amazonas, também em vazante, registra níveis abaixo da média para época. Em Parintins, por exemplo, o nível do rio está abaixo do observado no mesmo período em 2010, quando ocorreu a vazante histórica.
Na Bacia do Madeira, em Humaitá, o rio Madeira segue a vazante com níveis abaixo da média. “A cota atual, de 12,24 m, encontra-se 0,47 m abaixo do valor observado no mesmo período em 1969 quando ocorreu a mínima histórica”, informa o boletim.
A Bacia do Negro mostra que o nível do rio Negro começou a baixar nas estações de São Gabriel da Cachoeira e Tapuruquara. Em Barcelos, o nível do rio continua em processo de enchente. No Porto de Manaus, o rio segue um processo lento de vazante e atingiu a cota de 26,55 metros, cerca de dois centímetros a menos que na mesma data em 2015. Única bacia em período regular de enchente é a do Branco.