A cobrança desses valores tem inviabilizado a utilização da residência temporária pelos migrantes mais carentes, como explica o procurador José Gladston.
De acordo com o pedido encaminhado à Justiça, o benefício deverá ser concedido apenas aos estrangeiros carentes, que tenham ingressado no território brasileiro por via terrestre e possuam nacionalidade de país fronteiriço.
Como prova da vulnerabilidade econômica, será aceita declaração de hipossuficiência. Atualmente, no Centro de Referência ao Imigrante, em Boa Vista, estão abrigadas 305 pessoas. Deste total, 247 são indígenas do povo Warao.
Uma das coordenadoras do abrigo, irmã Clara, da ONG Fraternidade, ressalta que além da falta de condições financeiras e de alimentação, outra grande dificuldade no local são os conflitos entre indígenas e não indígenas.
“Da missão humanitária, eu diria que 70% do nosso tempo é consumido em conciliação de conflitos”, destacou.
Desde meados de 2016, o fluxo migratório de venezuelanos para o Brasil aumentou devido à crise socioeconômica no país vizinho.
Segundo estimativa do governo de Roraima, desde o agravamento da crise, cerca de 30 mil venezuelanos ingressaram no Brasil pelo estado.