De acordo com o secretário de Segurança do Amazonas, Sérgio Fontes, quase 40 ficaram feridos. “Foram 37 atendimentos médicos, segundo o coronel Mauro do Corpo de Bombeiros. Essas pessoas ficaram machucadas por balas de borracha, enfim. Reagiram e se machucaram”, disse.
Todos os 37 presos envolvidos na confusão precisaram de atendimento médico. Um deles segue internado, segundo a SSP. Detalhes do estado de saúde e o local onde ele foi internado não foram divulgados.
Sobre o conflito entre policiais militares e detentos durante o início da revista, Fontes apontou que os presos são os mesmos envolvidos no massacre do dia 1° de janeiro em que 56 pessoas foram mortas, no Compaj.
“Eles trucidaram e decapitaram outros detentos [há dois meses]. Eles realmente não estão acostumados com autoridade. São presos que temos que ter muito cuidado, respeitando a natureza da condição humana que cada um tem, mas mantendo a autoridade”, comentou Fontes.
Revista
Até às 16h30, dois rádios transmissores, 37 celulares, 45 barras de ferro, além de 11 facões e 21 estoques – armas artesanais – foram apreendidos nesta segunda-feira (6) no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no km 8 da BR-174 – palco do massacre em que foram mortos 57 presos no primeiro dia de 2017.
Forças Estaduais de Segurança e militares das Forças Armadas iniciaram a revista minuciosa no local por volta das 3h da madrugada, com o objetivo de encontrar objetos ilícitos dentro da unidade.
A operação, monitorada pelo Centro Integrado de Comando e Controle do Amazonas (CICC-AM) da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), contou com a participação de mais de 1.000 servidores, entre policiais Civis e Militares, além de Bombeiros, Policiais Rodoviários Federais e militares das Forças Armadas.
Rebeliões e fugas
A rebelião que aconteceu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado. Ao todo, 57 foram mortos na unidade no dia 1º de janeiro de 2017.
O massacre foi liderado por internos da facção Família do Norte (FDN), segundo a Secretaria de Segurança.
Na tarde do dia 2, outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus.
No dia 8 do mesmo mês, uma nova rebelião deixou quatro mortos na Raimundo Vidal Pessoa, localizada no Centro de Manaus. O local estava desativado por recomendação do Conselho Nacional de Justiça e foi reaberto para a acomodação de presos ameaçados de morte no Compaj.
Além dos assassinatos, 225 presidiários conseguiram escapar das unidades. Um total de 72 presos fugiu do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista) na manhã de domingo (1º). Outros 112 conseguiram fugir do Compaj no dia do massacre. Ao todo, 113 seguem foragidos.