Mais 234 de refugiados e migrantes venezuelanos deixarão Boa Vista com destino a 14 cidades brasileiras amanhã (13), às 8h, horário local. A primeira parada da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) será no Recife, onde desembarcarão 63 pessoas. Desse grupo 24 seguirão para Igarassu (PE), 31 vão para a Paraíba e oito trocarão de aeronave com destino ao Rio Grande do Norte.
Do Recife, o avião segue para Guarulhos (SP), onde desembarcam 123 venezuelanos. De lá, em outra aeronave, 11 deles irão para o Paraná e 16 pessoas para o Rio Grande do Sul. A última escala do C-767 da FAB é o Rio de Janeiro, onde desembarcam 48 pessoas: 17 seguirão para Brasília e 15 para Cuiabá. Quatro venezuelanos seguem de avião comercial de Boa Vista para Feira de Santana (BA) ainda esta semana.
Segundo o ministro da Cidadania, Osmar Terra, cerca de 4 mil pessoas ou pouco mais de mil famílias estão na fronteira brasileira com o país vizinho em condições de serem interiorizadas. “O fechamento da fronteira formal não impede a chegada de venezuelanos, as pessoas estão vindo por rotas alternativas. A curto prazo deve vir mais gente”, disse Osmar Terra, ao reafirmar que o Brasil vai continuar acolhendo os que aqui chegarem.
Segunda etapa
No sábado (23), é a cidade de Dourados (MS) que vai receber 100 venezuelanos. O grupo, formado principalmente por homens solteiros, chegará a Mato Grosso do Sul com sinalização de emprego em uma empresa alimentícia. A ida deles para lá foi possível graças a um acordo com a Operação Acolhida, que coordena a assistência emergencial a migrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade.
Nesse caso, o deslocamento será feito com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), que oferecerá bolsas de auxílio temporário aos venezuelanos realocados, e da Agência da ONU para Migrações (OIM), que fretará o avião. Com os mesmos incentivos, 30 beneficiários seguirão em voos comerciais também com ajuda da OIM e com bolsas de subsistência financiadas pela Agência da ONU para Refugiados.
Com essas viagens, a Operação Acolhida já contabiliza a interiorização de mais de 5 mil venezuelanos por 50 cidades de 17 estados brasileiros.
saiba mais
“Nunca vivi um terror igual”, diz brasileira que passou por conflito na Venezuela
Em Manaus, projeto busca inserir imigrantes venezuelanos no mercado de trabalho
Após fechamento da fronteira, venezuelanos se arriscam em caminhos clandestinos
Conflitos gerados por invasões de terras configuram hoje o principal eixo estruturante da violência na Amazônia Legal, segundo conclui o estudo Cartografia das Violências na Amazônia.