Indústrias retomam contratações no Amazonas

Após três anos consecutivos de perdas no volume da mão de obra, o Polo Industrial de Manaus (PIM) volta a registrar índices positivos na geração de emprego. No período de janeiro a agosto deste ano o saldo entre admissões e desligamentos resultou em 775 vagas. O número, apesar de singelo, quando comparado à perda de mais de 37 mil postos de trabalho, nos últimos três anos, aponta para o início de uma retomada de empregos no setor industrial do Estado. Os números são dos Indicadores de Desempenho do PIM divulgados quarta-feira (11) pela  Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). 

Os indicadores, atualizados até o mês de agosto, mostram que no acumulado do ano as empresas admitiram 18.225 trabalhadores e no mesmo período foram registradas 17.450 demissões, resultando na criação de 775 postos de trabalho. No último ano, a perda de empregos chegou a pouco mais de seis mil vagas. 

Nos oito meses de 2017 a média de empregados no PIM totalizou 84.902 pessoas. Enquanto no período de janeiro a agosto do ano anterior o número chegou a 84.682. Houve um crescimento de 0,25% no volume de contratações em relação a igual período de 2016.

Os subsetores que apresentaram maior variação no número de empregos foram o setor de bebidas, que teve crescimento de 13,61% no índice de contratações. Em 2016 o setor empregava 2.021 trabalhadores e em agosto deste ano o número totalizou 2.296; seguido do setor de papel e papelão, com variação positiva de 12,15%.

O setor de eletroeletrônicos também apresentou crescimento expressivo na mão de obra. Nos oito meses do ano foram geradas 2.668 vagas, totalizando ocupação de 35.296 postos de trabalho. No último ano o saldo de empregos do setor era de 32.628. O crescimento foi de 8,18%.
  

Foto: Divulgação
De acordo com os empresários as contratações são decorrentes do período sazonal com o intuito de atender às vendas de final de ano, com demanda impulsionada pelo segmento eletroeletrônico. 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, comenta que apesar de tímido, o número positivo de geração de empregos relativo aos oito meses do ano representa sinais de estagnação nas demissões, que segundo ele, devem ser seguidos de uma recuperação, mesmo que gradativa, na geração de postos de trabalho. 

“As demissões estancaram e agora estamos em fase de contratações sazonais para atender às demandas de final de ano. Os setores que estão contratando em volume mais expressivo são o eletroeletrônico, o relojoeiro e o de duas rodas. O eletroeletrônico é impulsionado por ser um polo que atende aos mais modernos equipamentos e com constantes lançamentos de produtos demandados pelo consumidor”

Para o presidente da Suframa, Appio Tolentino, os resultados positivos na geração de empregos permite projetar melhores índices para os próximos meses, com crescimentos gradativos na retomada da mão de obra. Ele enfatiza que o foco na atração de investimentos e no fortalecimento do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) são fundamentais para que novos empreendimentos cheguem à região.

“A Suframa busca fomentar um ambiente de negócios propício ao crescimento econômico e à geração de emprego e renda na região. O PIM é nossa principal ferramenta nesse aspecto e é muito importante verificar estatísticas positivas como essas. Também iremos trabalhar cada vez mais intensamente na atração de investimentos, para que novos empreendimentos cheguem à região e esses números cresçam ainda mais nos próximos anos”, disse o superintendente.
Faturamento

No período de janeiro a agosto deste ano o PIM registrou faturamento de R$50,8 bilhões, número que representa um crescimento de 6,90% em relação a igual período de 2016. Em dólar, o crescimento alcançou 18,39%.

Do total faturado nas indústrias do PIM, o setor eletroeletrônico é responsável por 28,88%. Neste ano somente o segmento contabilizou R$ 14,6 bilhões. Na somatória entre eletroeletrônico e bens de informática o saldo de R$25 bilhões representa quase metade do faturamento do PIM. O terceiro setor com maior participação no faturamento é o de duas rodas, que representa 13,80% do total faturado, não apresentando evolução em relação a 2016, mas mantendo a média de faturamento, apesar da queda de 9,32 % no total de motocicletas produzidas.

Em relação aos produtos, o maior crescimento registrado vem dos Home-Theaters, que saltaram de 29.796 unidades produzidas em agosto de 2016 para 65.734 unidades em agosto deste ano: crescimento de 120,61%. Aparelhos de GPS, monitores de LCD e aparelhos telefônicos também apresentaram mais de 100% de crescimento no período. As maiores quedas registradas foram em videogames, câmeras fotográficas digitais e condicionadores de ar do tipo janela (embora os aparelhos splits tenham tido crescimento de 53,67%).
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