Mesmo depois de dois dias de uma extenuante maratona de jogos e atividades culturais, as duas equipes sagraram-se campeãs ao vencer seus adversários Wapté e Santa Rita, na grande final do torneio. O futebol é um importante elemento de interação entre as aldeias da Terra Indígena Sangradouro, que é organizado autonomamente e tem mais de 20 times formados, masculinos e femininos. Essa articulação tem sido inspiração para importantes estudos sobre a cultura desse povo.
O torneio A’uwe Nhibödö foi organizado pela Coordenação Regional Xavante da Funai e sua CTL em Primavera do Leste, em parceria com o DSEI Xavante, Ministério Público Estadual e diversas entidades públicas e civis, e teve a mobilização comunitária como ferramenta de enfrentamento da invisibilidade da Terra Indígena Sangradouro para as entidades e sociedade local.
O Cacique Paulo Dumhiwe, conselheiro do Comitê Regional e um dos entusiastas da ação ressaltou que o evento foi muito importante para a comunidade indígena: “Muitas vezes os indígenas que transitam na BR estão alcoolizados e vulneráveis à ocorrência de acidentes. Além de combater os acidentes, o evento também combate o alcoolismo nas aldeias à medida que incentiva os jovens a praticar esportes e as atividades tradicionais. Esperamos que a Funai e os órgão parceiros promovam ações contínuas nesse sentido”.
A mobilização buscou atender à recomendação do Ministério Público Federal – Procuradoria de Barra do Garças. Para o procurador Rafael Guimarães, “a população da Terra Indígena Sangradouro necessita de atenção especial, uma vez que a comunidade carece de políticas públicas voltadas para a saúde, educação e produção alimentar sustentável”.
Participaram da mobilização cerca de 800 A’uwe Uptabi, representando as mais de 40 aldeias do Território.
Com informações da Fundação Nacional do Índio (Funai).