Greve de ônibus prejudica cerca de 500 mil pessoas em Manaus

Quem precisou usar transporte público na manhã desta terça-feira (17), em Manaus, foi impedido pela greve promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Manaus (STTR). Segundo informações do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), mais de 1,4 mil ônibus, 100% da frota, ficaram parados nas garagens e cerca de 500 mil usuários foram prejudicados pela paralisação.

Foto: Robervaldo Rocha/CMN

Segundo o advogado do Sinetram, Fernando Borges, houve desobediência por parte dos trabalhadores, uma vez que eles tinham conhecimento da liminar da Justiça, divulgada no final da tarde desta segunda-feira (16), que impedia a paralisação da categoria. “Essa questão tem que ser apurada, de modo que vamos comunicar a Justiça dos fatos ocorridos e dessa não operação na manhã de hoje”, disse em entrevista à rádio Amazonas FM.

Ao G1 Amazonas, um dos diretores do sindicato dos trabalhadores, Demógenes Egleses, diz que a paralisação ocorre porque os trabalhadores pedem o pagamento do dissídio coletivo de 2016 e o adicional de insalubridade, que estão atrasados. “A gente está há oito meses com reajuste atrasado. Em vista que daqui a quatro meses vai começar um novo reajuste, viemos para o tudo ou nada”, disse.

Para 2016, a categoria deveria ter recebido reajuste entre 8,5 e 9,5%, segundo Egleses. Na semana anterior, os rodoviários tinham anunciado a greve da categoria, que foi suspensa após o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) acatar o pedido feito pelo Sinetram.

A justificativa é rebatida pelo sindicato patronal. Segundo Borges, a data base para o reajuste salarial da categoria é 1º de maio, o que quer dizer que o reajuste dos rodoviários não está atrasado. Este também foi o entendimento da juíza do Trabalho, Eliane Leite Correa, que determinou que fosse mantida a circulação de 100% da frota de ônibus nesta terça-feira (17), proibindo qualquer tipo de paralisação sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

“Ocorre que essa matéria relativa ao dissídio do ano passado está sub judice, no TST em Brasília, por iniciativa deles inclusive, que entraram com a ação. Então não há porquê fazer greve se a causa já está na Justiça”, diz Borges.

Sem aviso

Em decisão, o juiz plantonista do Tribunal Regional do Trabalho da 11º Região, Adilson Maciel Dantas, informou que não existe comprovação de que a população tenha sido avisada com antecedência, conforme determina a Lei nº 7.783/1989.

Pelo descumprimento, o Sindicato dos Rodoviários poderá ser multado em até R$ 50 mil por dia de paralisação. O juiz estabeleceu ainda o uso de forças policiais para cumprir a liminar. Entretanto, nesta manhã, não houve movimentação nesse sentido.

“É injusto que a gente seja multado a R$ 100 mil por dia de paralisação, enquanto as empresas têm que pagar R$ 1 mil por dia por não pagar a insalubridade dos funcionários”, completou o diretor do Sindicato dos Rodoviários. Os rodoviários cruzaram os braços e protestaram na frente das empresas. De acordo com o sindicato, não há previsão para o fim da paralisação.

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