Governo pede que nove detentos mandantes de massacres sejam transferidos para presídios federais

O Governo do Estado pretende transferir nove detentos do sistema prisional do Amazonas para presídios federais até o fim desta semana. A informação foi dada pelo governador Wilson Lima, após a morte de 55 presos, em quatro penitenciárias de Manaus, entre domingo (26) e segunda-feira (27).

Os detentos que serão transferidos não foram informados pelo governador. Ao G1 Amazonas, Wilson disse que o levantamento dos envolvidos no massacre ainda está em andamento e que, à medida que os presos forem identificados, o governo fará o pedido ao Ministério da Justiça e Segurança para transferência deles.

“A gente quer transferir ainda essa semana. São cabeças e são líderes de grupos criminosos”, informou o governador.

Administração prisional

No Amazonas, parte do sistema prisional é privatizado e a administração dos locais onde houveram as 55 mortes das últimas 48 horas, é feita pela Umanizzare.
Sobre a permanência da empresa no sistema prisional do Amazonas, Wilson disse que irá “cumprir o contrato [renovado] na gestão anterior à dele”, mas que a terceirizada será substituída ainda em 2019.

“Já contratamos um estudo e [vamos], nos próximos 30 dias, lançar um processo licitatório para troca da Umanizzare. Tem um trâmite legal, mas, até o fim do ano, a expectativa é que tenhamos uma outra empresa. Nós vamos trocar. Estamos lançando um processo licitatório para que isso aconteça, para diminuir gastos e tornar o sistema mais eficiente”, disse.

Investigação do MP

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) divulgou um ofício com 27 recomendações ao Governo do Amazonas. O órgão definiu um prazo de 72 horas para que o Governo apresente um relatório sobre os requerimentos citados no ofício.

As recomendações possuem caráter de urgência e, entre elas, estão o aumento na escala de serviços dos agentes e até o abate de drones nos arredores dos presídios. Segundo a procuradora-geral de Justiça, Leda Albuquerque, outros procedimentos serão instaurados.

Uma das recomendações diz respeito à Umanizzare e ao prazo dos contratos firmados com a terceirizada. Procurados pela Rede Amazônica, os representantes da empresa não quiseram comentar a investigação, mas disseram que atuam “como prevê a Lei de Execuções Penais”.

Massacre em 2017


Em janeiro de 2017, 56 detentos morreram após uma rebelião no Compaj, que durou mais de 17 horas. 

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