É uma guerra’, diz prefeito de Manaus sobre rebelião no Compaj

“É uma guerra suja”, disse o prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, sobre a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, que resultou na morte de mais de 60 presos. Em visita a sede da Rede Amazônica, Arthur falou sobre a importância de fortalecer o policiamento na cidade e a posição da prefeitura diante do motim no Compaj que durou 17 horas.

Sobre a crise que parou o sistema penitenciário de Manaus, Artur afirmou que já previa uma situação nessa escala. “Não é uma surpresa. Infelizmente, existe esse grupo criminosos conhecido como ‘Família do Norte’, e tínhamos dentro do presídio elementos do ‘Primeiro Comando da Capital’, outra facção criminosa. É uma guerra de gangues, essa ação resultou em mortes horrorosas. Isso é uma guerra suja, e eles não estão se importando com as consequências”, falou.

Foto: Reprodução/Amazon Sat
Artur destacou que o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, pode contar com o apoio da Prefeitura de Manaus. “Eu tenho um grande respeito pela atuação do doutor Sérgio, mantenho contato permanente com ele. Eu ofereci ajuda e fui enfático ao dizer que a minha causa é Manaus. Quero até fazer uma reunião entre o Sérgio e o ministro da Segurança, Alexandre Moraes. Acho que poderíamos fazer uma reunião com ele para saber qual é a medida a ser utilizada a partir de agora”, revelou o prefeito.

Para Arthur, o principal a ser feito é reforçar a segurança por causa das fugas do presídio. Ele acredita que o Governo do Amazonas deve seguir uma estratégia mais atuante. “Sabemos que há uma falência do serviço presidiário brasileiro, isso não é um fato isolado. Agora com essas fugas, a insegurança tomou conta das ruas da cidade, e esses homens incomodam a população, eles não ligam para nada. Já me dispus ao governador, porque não importa se o problema é estadual ou nacional, se acontece em Manaus é o meu dever ajudar”, destacou.

Mudanças no secretariado

Se existe um tema sobre o qual o prefeito reeleito mantém sigilo é a formação do novo secretariado. Ao ser questionado sobre as mudanças que acontecerão em sua nova gestão, o prefeito foi bem sucinto. “Ainda hoje a tarde vou reunir com o vice-prefeito, Marcos Rota, para passamos em revista os nomes e a formação desse novo secretariado, alguns já foram definidos e escolhidos, e eu vou pedir para que se dirijam para suas respectivas secretarias. Vamos realizar uma cerimônia solene para a posse, mas já quero que eles se atualizem com suas pastas”, declarou. 

Sem mais detalhes sobre o assunto, o prefeito apenas confirmou que o secretariado será tão robusto quanto o anterior. O anúncio oficial será feito nos próximos dias. “Eu já tenho algumas mudanças, mas não gostaria de divulgar assim por partes, quero fazer um pronunciamento oficial quando souber de todos os nomes e cargos. Só adianto que muita gente fica, e outros mudam de posição, mas nossa ideia é ter agilidade para enfrentar as dificuldades de 2017”, informou.

Auxílio

O vice-prefeito da cidade, Marcos Rotta, está auxiliando Arthur na formação do novo governo. Em tom ponderado ele afirma que o prefeito é experiente e fará a escolha certa para Manaus. “Eu tenho deixado o Arthur bem à vontade, ele está exercendo o cargo de prefeito pela terceira vez, uma pessoa com a experiência necessária para tomar a decisão certa. Não tenho dúvidas que ele colocará bons nomes nas secretarias e quem sai ganhando é a população”, avalia Rotta.

Sobre a participação do PMDB na nova gestão da Prefeitura de Manaus, Rotta contou que não existe nenhum tipo de reivindicação por cargos ou secretarias. “Tanto eu, quanto o presidente do partido, o senador Eduardo Braga, deixamos o prefeito livre e à vontade para escolher os nomes necessários. Não fizemos nenhum tipo de imposição, acho que, nesse momento, o Arthur precisa apenas de tempo para pensar nos nomes”, destaca o vice-prefeito.

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