O casal está junto há mais de 8 anos. Com três filhos, só agora eles decidiram oficializar a união e trocar as alianças. “Nos conhecemos através das redes sociais, quando ainda estava fora do presídio. Infelizmente nos separamos porque eu cometi um erro e vim parar aqui no presídio, mas eu já estou pagando pelo crime que cometi, sou uma pessoa renovada e por isso decidimos que essa era a hora certa de realmente consagrar a nossa família. Estou no momento mais feliz da minha vida”, disse o detento Rafael Maia.
O pastor Elias Nascimento já realiza esse tipo de cerimônia dentro dos presídios há mais de 12 anos. Para ele, essa é uma maneira de contribuir para que os detentos também possam ter um momento especial como esse e sintam que estão voltando ao convívio em sociedade.
“Nós da igreja somos a família deles aqui dentro do cárcere, então damos todo o apoio a eles em momentos como esse, para que tudo saia como planejado e como se o casamento estivesse sendo realizado fora do presídio. Há muito preconceito envolvido em uma história como essa, muitas pessoas condenam, mas o nosso papel é apoiar esta celebração, pois sabemos o quanto isso contribui com o processo de ressocialização dos detentos”, avaliou o pastor.
“Quando o preso decide casar ele avisa a direção da casa penal; caso ele precise de algum tipo de documentação, como a identidade ou CPF, nós damos o apoio para que esse documento seja retirado e a oficialização do casamento possa ser feita. Desde o ano passado temos percebido um sensível aumento no número de uniões”, explicou Lilian Valdez, da Coordenadoria de Assistência Social (CAS) da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe).