A travessia é feita, exclusivamente, por uma balsa improvisada, construída pela própria comunidade com galões e madeira, o que facilita a ocorrência de acidentes.
A situação exclui a comunidade de serviços básicos de saúde. Não há, por exemplo, visitas regulares de equipes do Programa Saúde da Família. Ambulância também não consegue chegar no local.
O defensor público Pedro Alexandre Conceição destaca a situação de vulnerabilidade dessas famílias e relata a saga das crianças para conseguir chegar a escola.
Em períodos de cheia, as crianças chegam a ficar sem ir às aulas porque o cabo de aço para puxar a balsa fica debaixo da água.
A solução para o problema seria uma ponte de menos de 30 metros, no Rio Sono, para ligar a comunidade a São Félix, município vizinho de Mateiros.
Após diversas tentativas de resolver o problema dos quilombolas sem a judicialização do caso, a Defensoria Pública do Tocantins ingressou com Ação Civil Pública contra o Município de Mateiros e o Estado do Tocantins pedindo a apresentação de projeto e cronograma para a construção da ponte de acesso à comunidade Boa Esperança sobre o Rio Sono. A ação pede ainda o conserto da balsa que os moradores já utilizam em condições precárias.
A secretaria de Infraestrutura do Tocantins informou que ainda não foi notificada pela Defensoria Pública, mas destacou que a medida é de responsabilidade do município de Mateiros.
Até o fechamento desta matéria, não recebemos retorno da prefeitura.