Mais de 80% dos consumidores manauaras tem a percepção que a economia está pior que no ano passado, apontou a Pesquisa de Intenção de Compras e Confiança do Consumidor, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM). Para a entidade apesar da economia já dar sinais de recuperação, o sentimento do consumidor ainda é baseado na recessão econômica e no desemprego.
Na avaliação do assessor econômico da Fecomércio, José Fernando da Silva, a entidade projeta bom desempenho neste ano. “Apesar da economia estar se recuperando, o sentimento do consumidor ainda é baseado na recessão econômica que vivemos e no alto índice de desemprego. No segundo semestre observamos essa leve melhora no cenário, mas a população ainda sente no bolso e se mantém cautelosa. No entanto, somos otimistas e não eufóricos e acreditamos em um ano superior ao anterior”, afirma José Fernando.
Quanto à expectativa econômica para os próximos seis meses, a pesquisa destacou que 55,5% dos entrevistados relataram que a situação estará um pouco ou muito pior do que a atual. Mais da metade (58,0%) dos consumidores relatou que a situação econômica atual permanece inalterada, quando comparada a seis meses atrás. Para o próximo mês, essa expectativa cai para 56,8%.
Em relação à empregabilidade, para 64,0% dos entrevistados conseguir um emprego continua pouco ou muito difícil quando comparadas ao mesmo período do ano passado. Para os próximos três meses, a situação não muda muito com índice de 64,3%.
Por outro lado, de acordo com o especialista, o comércio amazonense está ofertando cerca de 1.200 vagas de emprego de temporários para atender as festas de fim de ano. “O setor teve boas vendas no Dia das Crianças e no Black Friday, o que sinaliza que estamos tendo um bom período na comparação com 2016. Das vagas abertas, historicamente 30% vira efetivo e contamos com isso”, comenta José Fernando.
13° será usado para pagar dívidas
Com o início do pagamento do 13° salário neste mês, a pesquisa revelou que 90,5% dos consumidores amazonenses pretendem utilizar o benefício para pagar dívidas. O levantamento apontou ainda que a maioria dos entrevistados (34,6%) pretende gastar com o presente natalino entre R$ 401 e R$ 600, com uma média de R$ 440. “Hoje o consumidor está mais consciente e responsável financeiramente, além disso, limpando o seu nome na praça é a única forma do consumidor voltar ao mercado de consumo”, frisa o especialista da Fecomércio.
Apesar dos níveis baixos, a maioria (15,5%) do consumidor pretende comprar vestuário nesse período, (13,5%) calçados, (13,0%) celulares, (9,0%) relojoaria, informática (6,3%), carros (3,3%) e tecidos com percentual modesto de 1,8%. Um total de 88,6% dos entrevistados informou que ainda não sabem o que comprar. A maioria dos entrevistados (55,2%) revelou que prefere fazer os pagamentos na modalidade Dinheiro ou Débito Automático.
Outros dados
A pesquisa também identificou que o percentual de consumidores que relataram ter sofrido com assaltos durante o mês de setembro foi de 45,8%. Observou-se que a maioria dos consumidores preferem realizar suas compras no centro da cidade (41,5%), levando em consideração principalmente os preços, as promoções, a variedade de produtos e lojas.
Na análise de dados, 99,5% dos consumidores acredita que os preços dos produtos no comércio para o próximo mês continuarão altos. A pesquisa foi realizada por zonas de Manaus junto a 400 consumidores.
Para a Fecomércio-AM, as informações obtidas são importantes para as empresas do comércio varejista, pois servem como balizador para tomada de decisões de investimentos e planejamento de compras. O levantamento foi realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas (IFPEAM) no mês de outubro, com aplicação em novembro.