Círio 2017 reúne mais de 2 milhões de fiéis em procissão pelas ruas de Belém do Pará

Naza, Nazica, Nazinha, Nazarézinha, com muito carinho e afeto os fiéis católicos se retratam à Virgem de Nazaré, Rainha da Amazônia. O segundo domingo de outubro é sempre o dia dela. No Amazonas, no Amapá e principalmente no Pará ela é homenageada através de romarias onde a imagem peregrina é conduzida pelos devotos que movidos pela fé pedem, agradecem, louvam e rendem os mais singelos e comoventes sentimentos a padroeira Nossa Senhora de Nazaré.
Em Belém do Pará é celebrada a maior procissão católica do Brasil, e uma das maiores do mundo, o Círio de Nazaré. São mais de 2 milhões de pessoas concentradas pelas ruas da capital paraense, que no segundo domingo de outubro tem seus olhos focados para a santa.
Foto: Divulgação / Fundação Nazaré

Neste ano, em sua 225ª edição, a programação começou com a celebração da missa em frente a Catedral da Sé, por volta das 5h, dando início a grande procissão que saiu por volta das 6h em direção à Basílica de Nazaré, trajeto de aproximadamente 3,6 km, onde a imagem recebe as homenagens dos fiéis que celebram esse momento. A chegada da berlinda à praça Santuário aconteceu por volta das 11h30, quando foi celebrada uma nova missa, completando assim, mais uma edição do círio.

O auxiliar administrativo Jorge Ramos, que mesmo com uma tragédia familiar recente, não deixou de ir acompanhar a procissão.

“Sou devoto (de Nazaré) desde que era adolescente e já perdi as contas de quantos círios participei. Todo ano é uma emoção diferente para mim e para minha família. Como gosto de motocicleta, a romaria tradição na minha vida é a motorromaria (Romaria de Motociclistas), que acontece no sábado, mas também participo no domingo. Todo ano a gente faz o tradicional almoço do Círio, mas nesse ano, essa tradição foi suspensa em função da morte do meu cunhado, há pouco mais de um mês, mas mesmo de luto, não deixei de ir ao Círio e agradecer a nossa senhora pelas bênçãos,” disse.

Segundo o professor universitário Diogo Miranda, participar do Círio é sempre uma emoção.

“Não só pelo momento cultural, que é reunir a família, receber parentes em casa, pelo convívio. É emocionante pela ligação que a fé nos proporciona. Esse ano de maneira muito especial, foi um ano de muitas provações e muitas graças: desemprego e novos trabalhos, doenças e tratamentos. O que para muitos poderia ser acaso, para mim e para minha família é uma oportunidade de olhar para as coisas e, a luz da fé, enxergar que Deus, por meio de Nossa Senhora de Nazaré, nos concede graça, para lutar contra as dificuldades e celebrar as vitórias,” disse.

Foto: Diogo Miranda /Arquivo pessoal

História

Há diversas versões, mas a mais aceita é de que em 1700 o caboclo Plácido José de Souza encontrou uma imagem de Nazaré às margens do igarapé Murucutú, e a teria levado para sua casa, e quando percebe, no outro dia a imagem já não estava lá, Plácido então, retorna ao igarapé e para sua surpresa, a imagem estava no mesmo lugar. E esse fato se repetiu inúmeras vezes, quando a notícia se espalhou e a imagem da santa foi levada ao Palácio do Governo. Hoje a imagem encontrada por Plácido está na Basílica de Nazaré. O Círio de Belém do Pará é realizado desde 1793, e o segundo domingo de outubro ficou definido como o dia de realização da procissão do Círio em 1901. Já em 2014 foi registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial. 
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