Ciop do Pará atendeu mais de 2,5 milhões de chamadas em 2016

Quase três milhões de ligações foram recebidas no último ano. Foto: Carlos Sodré/Agência Pará

O Centro Integrado de Operações (Ciop), um dos seis organismos que compõem o sistema de segurança pública do Estado do Pará, divulgou o balanço de ocorrências atendidas pelo Call Center 190 e detectadas pelo serviço de videomonitoramento na Região Metropolitana de Belém em 2016. Todos os registros foram encaminhados aos órgãos competentes e garantiram resposta à população.

“Recebemos, via 190, quase três milhões de ligações, que representam uma média de oito mil chamadas por dia. Deste total, cerca de dois milhões e meio de chamadas foram acolhidas pelo nosso sistema, porém quase 500 mil foram abandonadas”, explica o diretor do Ciop, coronel PM Heyder Calderaro Martins, que avalia positivamente os dados.

“Acreditamos que o Ciop cumpriu satisfatoriamente a sua missão de intermediar a comunicação entre o cidadão e o sistema de segurança pública, bem como de solicitar o despacho de guarnições para atendimento das ocorrências. Prova disso são os números registrados em nosso sistema, que demonstram a intensa atuação do aparelho de segurança pública na RMB”, completa.

O diretor chama a atenção para um dado que ainda preocupa as autoridades: do total de chamadas recebidas pelo Ciop no ano passado, 33% constituem os chamados trotes. Apesar de ter sido um número inferior aos registrados nos últimos três anos – as falsas chamadas somaram 42% em 2014, 35% em 2015 e 33% em 2016 – esses registros são considerados altos. “O Ciop registrou aproximadamente 70 mil trotes por mês, um número alto que, embora já tenha diminuído consideravelmente nos últimos anos, ainda causa muitos prejuízos. Nossa meta é reduzir ainda mais esse índice, por isso avaliamos as ligações falsas e encaminhamos para os devidos procedimentos legais. Também pedimos a conscientização da sociedade quanto a essa prática”, salienta o coronel Calderaro.

Os prejuízos dos trotes são principalmente de ordem social. De acordo com o diretor do Ciop, as ligações falsas para o 190 causam diversos prejuízos à sociedade, como perda de tempo no serviço dos atendentes e desperdício de recursos com o deslocamento de viaturas e equipes para o atendimento de uma ocorrência inexistente. “Porém, o lado mais cruel dessa prática está na perda social: enquanto estamos tentando atender uma falsa ocorrência, uma pessoa que realmente necessita de auxílio deixa de recebê-lo no tempo certo e isso pode até custar o preço de uma vida. A demora no atendimento devido a um trote representa um tempo precioso para quem depende de um socorro imediato”, esclarece.

Poluição sonora lidera reclamações pelo Call CenterEntre as ocorrências geradas via 190 na região metropolitana, as denúncias de poluição sonora continuam no topo do ranking. Já o índice de consumo de drogas saiu da lista das dez principais ocorrências, o que reflete a atuação permanente e integrada das forças de segurança pública. Confira o ranking das principais ocorrências comunicadas ao Ciop na RMB em 2016:

1) Poluição sonora: 54.362 (21,71%)
2) Atitude suspeita: 26.562 (10,61%)
3) Roubo: 23.031 (9,20%)
4) Ameaça: 17.092 (6,83%)
5) Ocorrências com veículos: 14.543 (5,81%)
6) Lesão corporal: 12.448 (4,97%)
7) Perturbação da paz pública: 11.607 (4,64%)
8) Brigas: 10.987 (4,39%)
9) Incêndios: 7.915 (3,16%)
10) Levantamento em local de trânsito: 7.264 (2,90%)

As denúncias de poluição sonora continuam no topo do ranking. Foto: Ascom/Polícia Civil

Videomonitoramento

Atualmente, o Ciop monitora 190 câmeras de segurança pública distribuídas em vários pontos da RMB – incluindo os municípios de Ananindeua, Santa Bárbara e Marituba, além dos distritos de Icoaraci, Mosqueiro e Outeiro -, sendo que somente em Belém elas estão espalhadas por 28 bairros.

O videomonitoramento é feito também no interior do Pará, com 100 câmeras distribuídas nos municípios de Castanhal (15), Capanema (05), Santarém (20), Salinópolis (10) e Altamira (50), administradas pelos núcleos regionais, sob a supervisão do Ciop. As principais ocorrências flagradas pelo videomonitoramento no ano passado foram:

1) Acidentes de trânsito: 18,87%
2) Roubos/assaltos: 11,32%
3) Obstrução de vias: 9,43%
4) Consumo de drogas: 8,49%
5) Abordagem policial: 7,54%
6) Situação suspeita: 6,60%
7) Tráfico de drogas: 5,66%
8) Atropelamentos: 4,71%
9) Homicídios: 4,71%
10) Incêndios: 3,77%

Expansão

Em 2016 o Ciop completou dezoito anos de operação no estado do Pará. O Centro foi inaugurado em 29 de maio de 1998, instituído pelo decreto estadual Nº 2.959 de 1998, constituindo à época o primeiro centro integrado de segurança pública implantado no Brasil. O atendimento pelo Call Center 190 abrange toda a região metropolitana da capital. Já no interior do estado o serviço é realizado pelos Núcleos Integrados de Operações (NIOps) instalados em Altamira, Castanhal, Capanema, Conceição do Araguaia, Marabá e Santarém, além do Centro de Atendimento e Despacho (CAD) em Salinópolis, ligado ao NIOp Capanema. Um novo núcleo deverá ser instalado em breve no município de Paragominas.

Em Altamira, as denúncias de poluição sonora também lideraram os registros feitos ao NIOp em 2016, seguidas por roubos e acidentes de trânsito. Das 36.343 chamadas feitas, 22.060 eram de falsas comunicações e 9.285 de demandas da área de segurança pública. Pela ordem, as principais ocorrências foram: poluição sonora, roubo, acidente de trânsito, agressão e furto. Já as principais ocorrências flagradas pelo sistema de videomonitoramento são, pela incidência, roubo, furto, acidente de trânsito, tráfico de drogas e arrombamentos.

O NIOp de Santarém, no Baixo Amazonas, registrou no mesmo período 51.695 chamadas, das quais 44.516 foram de ocorrências reais e 848 chamadas falsas. Os principais registros foram de roubo, seguido pela perturbação da paz pública, ameaça, violência doméstica e desordem. 

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