Calamidade pública: incêndio atinge cerca de 600 casas no bairro Educandos, em Manaus

Um incêndio de grandes proporções atingiu, aproximadamente, 600 casas no bairro Educandos, zona sul de Manaus, na noite dessa segunda-feira (17), conforme informou a Defesa Civil à Rede Amazônica. O prefeito da capital amazonense anunciou que vai assinar um decreto de calamidade pública por conta da situação.

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O Corpo de Bombeiros deflagrou um plano emergencial de contingência e acionou efetivo que estava de folga e caminhões de combate a incêndio de Iranduba e Rio Preto da Eva para atuar no controle do incêndio. Ao todo, 14 caminhões de combate a incêndio atuaram no local.

Foto: Rickardo Marques/Rede Amazônica

Os bombeiros informaram, por meio de assessoria de imprensa, que foram acionados por volta de 20h34 e cerca de cinco minutos depois a primeira viatura chegou ao local para o atendimento. Os reforços chegaram em seguida.O incêndio de grandes proporções ocorreu na Rua Nova, beco São Francisco. As equipes dos bombeiros montaram três pontos distintos de trabalho para o combate ao incêndio. A região é de difícil acesso e as residências de madeira, construídas coladas, acabam facilitando a proliferação do fogo e dificultando o combate.

Segundo o subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Josemar Santos, todo o poder operacional foi usado. O incêndio foi controlado, conforme os bombeiros, por volta das 00h40 da madrugada desta terça-feira (18). Foram mais de três horas de um intenso trabalho de combate, que envolveu todo o efetivo da capital e reforços da Região Metropolitana de Manaus.

Para agilizar o deslocamento das equipes do Corpo de Bombeiros, os agentes do Manaustrans interditaram todos os acessos para o bairro de Educandos. A partir da ponte da avenida 7 de Setembro/av. Leopoldo Peres; rua Felismino Soares; avenida Lourenço da Silva Braga e Ponte de Educandos, os acessos foram suspensos. Um efetivo de 50 agentes foi deslocado para atender a ocorrência.

Nos primeiros atendimentos realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), quatro pessoas foram socorridas, uma delas foi encaminhada ao hospital e pronto-socorro 28 de Agosto, em Adrianópolis, zona Centro-Sul. A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) informou que, até às 00h, registrou nos serviços de emergência o atendimento de algumas vítimas do incêndio no bairro Educandos, todas com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça. Nenhuma delas em estado grave.
 

Investigação

Segundo o secretário de segurança, coronel Amadeu Soares, informações preliminares apontam que o incêndio teria iniciado após a explosão de uma panela de pressão em uma das residências. “As informações preliminares dão conta de que o incêndio começou com uma panela de pressão. O vento estava muito forte na hora e ajudou a alastrar e se transformou nesse incêndio de grandes proporções”, disse.

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A Polícia Civil vai abrir uma investigação para apurar as causas do incêndio, disse o delegado Divanilson Cavalcante. O caso ficará no 2° DIP. O Instituto de Criminalística será responsável pela perícia para identificar as causas do incêndio.

Foto: Rickardo Marques/Rede Amazônica

“O trabalho agora é o rescaldo do incêndio e o redirecionamento das famílias para os abrigos. A Polícia Militar vai permanecer no local para evitar que ocorram crimes, como furtos na área. A Polícia Militar interviu de maneira célere. Muitas pessoas já foram para casas de parentes e outras serão redirecionadas para abrigos”, afirmou o secretário de segurança.

Cerca de 50 policiais militares foram deslocados para a área, segundo o subcomandante da PM, Coronel Ayrton Norte. Além da contenção, os policiais também viabilizaram a remoção de veículos estacionados e que dificultavam a entrada dos bombeiros. O incêndio ocorreu na Rua Nova, em uma comunidade denominada Favela do Bodozal, no Educandos.

Famílias desabrigadas

O secretário executivo da Defesa Civil do Estado, Hermógenes Rabelo, disse que com o controle do incêndio as ações se voltam ao trabalho de identificação das famílias. Imagens de satélite da área deverão ajudar a identificar as residências. A estimativa inicial é que cerca de 600 moradias tenham sido destruídas. “Esse pode ser o maior incêndio urbano da cidade de Manaus”, comentou o secretário.

Foto: Reprodução/Google Earth

“Depois de controlado o sinistro, vamos fazer o levantamento das famílias desalojadas, identificar cada família para que o governo e a prefeitura façam o atendimento e iniciem a ajuda humanitária”, disse Rabelo.

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que três escolas serão disponibilizadas para receber as famílias desabrigadas. São as escolas estaduais Estelita Tapajós, Diana Pinheiro e o Ceti Gilberto Mestrinho. A Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) também disponibilizará o hotel da Vila Olímpica.

Outras duas escolas e um centro social da Prefeitura de Manaus foram colocados à disposição dos desabrigados, que receberam atendimento das equipes do Fundo Manaus Solidária, Semasc e Defesa Civil, responsáveis por efetuar cadastro social das vítimas.

Calamidade pública

O prefeito Arthur Virgílio Neto e a primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro, estiveram na área atingida pelo incêndio, na noite dessa segunda-feira. Até esta madrugada, as equipes de assistência social da Prefeitura calculavam que aproximadamente 500 moradias de madeira tinham sido atingidas pelo sinistro.

“Irei assinar um decreto de calamidade pública, para comprar com agilidade, sem a necessidade do burocrático processo de licitação, tudo o que for necessário, neste momento para ajudar estas famílias que perderam o pouco que tinham neste incêndio”, disse o prefeito.

Veja mais imagens do incêndio:

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