Ações de conscientização e abraço simbólico vão marcar o Dia Mundial da Água, em Manaus

Nesta quarta-feira (13), o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), que coordena o Fórum das Águas Manaus, apresentou a programação do Dia Mundial da Água, que será realizada nos dias 21 e 22 de março, em vários pontos da capital amazonense.

Além da programação, a Sares também fez a leitura da Carta de Intenções do Fórum, assinada por órgãos da sociedade civil, e que traz como principal questionamento a problemática do desabastecimento de água na cidade.
 

Foto: William Costa/Portal Amazônia 

“Começamos em 2012 com o Fórum reivindicando melhores condições para quem precisa da água, e pensamos, a partir da construção de políticas, inserir o tema na pauta do estado, pois entendemos que precisamos preservar a água, pois é única fonte que se extinta leva à destruição da terra”, conta o padre Paulo Tadeu Barausse, coordenador do Fórum.

Como integrante do Fórum, a professora doutora Selma Batista, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e coordenadora do projeto Salve o Mindu, que busca proteger o igarapé que tem a maior extensão em área urbana atravessando 12 bairros de Manaus, ressaltou que esse é o momento de darmos às mãos para garantirmos a proteção da água que é determinante para a Amazônia.

“Um dos objetivos do projeto é proteger as nascentes do igarapé do Mindu. São três nascentes, duas comprometidas e uma viva, de acordo com pesquisadores que fazem parte do nosso grupo. Além da conservação dessas nascentes e proteção do curso do igarapé, temos ações de transformação para a comunidade, como a extinção de lixeiras viciadas e no lugar a implantação de jardins, e isso gera impacto direto na qualidade de vida das pessoas. Precisamos estar atentos, darmos as mãos e cuidarmos do Mindu, pois ele é um dos igarapés que segue seu curso, cai no rio e alcança o oceano”, ressalta a professora Selma.
 

Foto: William Costa/Portal Amazônia 

Solange Batista Damasceno, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu, lembra que a preocupação com as águas de cidade precisa ser organizada e ter a participação da comunidade.

“A Bacia do Tarumã é estratégica para Manaus, por vários motivos, e um deles é por ela ainda estar bem preservada, mas com vários pontos críticos, como a ponte da Bolívia, as cachoeiras Alta e Baixa, por passarem em comunidades sem esgotamento sanitário, além do desmatamento das margens e descaracterização da bacia. Nosso comitê foi o primeiro do norte do país, e para construção e fortalecimento de um agenda pública, precisamos do apoio do poder público, sociedade civil e todos os consumidores de água”, disse Solange.

E entre a ações pensadas para as comemorações do Dia Mundial da Água em Manaus, a Seres anunciou uma Mobilização de Conscientização para o Dia da Água, que será realizada no dia 21 (quinta-feira), a partir das 16h, na Bola do Produtor, zona Leste.

No dia 22 (Sexta-feira), a programação começa com o 5º Abraço das Nascentes, no rua Andorinha, Jorge Teixeira, zona Leste, a partir das 9h, com a apresentação do diagnóstico da nascente e as 11h, o abraço.

Ainda no dia 22, a partir das 15h, será realizada da Caminhada Universitária em Defesa da água, com concentração e saída da Praça Paulo Jacob (Av. Igarapé de Manaus) e caminhada até a Praça da Matriz, área central da cidade.
 

Foto: William Costa/Portal Amazônia 

Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante bem natural.

Ainda segundo a ONU, atualmente, 1,8 bilhão de pessoas consomem água de fontes que não são protegidas contra a contaminação por fezes humanas. Mais de 80% das águas residuais geradas por atividades do homem, incluindo o esgoto caseiro, a agricultura é responsável por 70% do consumo de recursos hídricos.

Dados divulgados em 2018 pela própria ONU, mostram que 1,9 bilhão de indivíduos vivem em áreas que poderão ter escassez severa de água. Até 2050, o número pode chegar a cerca de 3 bilhões. A quantidade de pessoas em zonas de risco para enchentes também aumentará, passando do atual 1,2 bilhão para 1,6 bilhão, o que representará 20% da população mundial em 2050.

Aproximadamente 1,8 bilhão de pessoas já são afetadas pela degradação da terra e pelo fenômeno conhecido como desertificação.
 

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