“Nós imaginamos que foi um acerto de contas entre membros de uma mesma facção criminosa porque nós conseguimos, aqui em Roraima, no dia 3 de novembro, fazer uma separação de facções. Então, membros de uma facção não se misturam com outra. Temos dois presídios grandes, onde estão separados os membros”, disse à rádio.
Castro também afirmou que as vítimas da matança não pertenciam a nenhum grupo criminoso. “Pelo que preliminarmente nós verificamos, os que foram mortos não tinham ligação, não eram registrados, batizados, pertencentes a organização criminosa PCC e também não eram do Comando Vermelho”, disse. “Nós encaramos como uma disputa interna pelo poder, uma rivalidade entre membros, e uma barbaridade o que houve, foi uma mortandade desmedida, uma crueldade sem tamanho de pessoas altamente violentas e uma perversidade muito grande”.
“O que nós entendemos, através das investigações preliminares, é que foi uma disputa entre a própria organização, porque as pessoas que foram vitimadas, não pertenciam a nenhuma organização e eram neutras. Nós temos esse pensamento, que foi uma disputa interna entre poderes, uma rivalidade dentro da mesma facção”, explicou.
Ainda segundo o secretário, o PAMC acolhe presidiários neutros e do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele também disse que, nos seis presídios de Roraima, os detentos que pertencem a grupos rivais, não se misturam. O serviço de inteligência do Estado já identificou 900 presos ligados a facções criminosas. Uziel explicou que os presos se identificam e se cadastram e, quando entram nos presídios, dizem de qual grupo são. Além disso, o governo também faz uma triagem para garantir que eles não se misturem.
“Antigamente, existia uma certa união entre as organizações criminosas, o que acontece é que o Estado demorou muito para aceitar o poderio dessas facções criminosas e agora não há como tapar o sol com a peneira. O que o Estado precisa fazer é combater essas facções criminosas com rigor e construir novos presídios, aumentando o efetivo de servidores e equipamentos”, opinou dizendo que há dois anos, Roraima não tinha registro da presença de facções criminosas em presídios.*A Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima revisou o número de detentos mortos do massacre do Presídio Agrícola de Monte Cristo para 30 ao invés de 33 como havia informado no início das investigações.