Os venezuelanos acolhidos fazem parte de um público considerado de maior vulnerabilidade e que é composto por idosos, mulheres, gestantes e famílias com crianças. Eles foram levados para dois espaços de acolhimento provisório da Prefeitura de Manaus. Antes da ação integrada, foram levantados os números de vagas disponíveis para esse novo acolhimento dos refugiados acampados na rodoviária.
No abrigo do bairro Alfredo Nascimento, na zona Norte, a capacidade de acolhimento é de até 100 venezuelanos indígenas da etnia Warao. Já no abrigo do Coroado, na zona Leste, foram disponibilizadas 110 vagas para os não indígenas.
Segundo a secretária Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Conceição Sampaio, a ação em conjunto com todos os órgãos envolvidos no Fluxo Migratório Humanitário Venezuelano, pretende acolher da melhor forma possível os imigrantes.
“Enquanto essa crise persistir, estaremos buscando meios de fazer o melhor acolhimento, respeitando as nossas possibilidades, de acordo com nosso limite e com a Política de Assistência Social”, disse a secretária.
Antes da transferência da rodoviária para os abrigos de acolhimento, os venezuelanos já haviam passado por um processo de sensibilização pela equipe técnica da Semasc, Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e ACNUR.
“Os órgãos haviam informado ao MPF que haveria essa ação de acolhimento, e que aconteceria pela madrugada, mas antes dessa ação integrada havíamos solicitado que houvesse a sensibilização dessas pessoas, que foi realizada pelos órgãos envolvidos. A ação acontece de madrugada até por questões administrativas, mas estamos aqui para garantir o acolhimento desse público que realmente necessita de ajuda”, disse o procurador do MPF, Fernando Merloto Soave.
Durante o trabalho de sensibilização, foi sinalizado que eles iriam para os espaços de acolhimento da Prefeitura de Manaus, no intuito de sair da vulnerabilidade extrema que viviam no entorno da rodoviária da capital. Nos acolhimentos, há todo um trabalho desenvolvido por uma equipe multidisciplinar (assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais), além de alimentação e encaminhamento para rede socioassistencial.
“O trabalho do ACNUR em Manaus está sendo de apoiar o Governo local a garantir proteção adequada para pessoas refugiadas e migrantes provenientes da Venezuela. A realocação voluntária para os abrigos da Prefeitura de Manaus vai garantir acesso a serviços básicos e emergenciais, garantindo que a comunidade venezuelana esteja mais segura e tenham acesso à direitos e uma vida digna. “, afirmou a chefe de Escritório do ACNUR em Manaus, Catalina Sampaio.
Estratégias
Durante o mês de março, diversos encontros foram realizados para traçar as estratégias para o acolhimento dos venezuelanos acampados no entorno da rodoviária. Nas reuniões, as entidades discutiram a questão do acolhimento do público em vulnerabilidade extrema.
A prática do novo acolhimento foi iniciada no dia dia 14 de março, com a transferência de 81 venezuelanos não indígenas do abrigo Alfredo Nascimento para o espaço de acolhimento do bairro do Coroado. A transferência foi uma preparação das instalações dos dois abrigos para possibilitar a disponibilidade de novas vagas.
Refúgio
Dados da Polícia Federal apontam que houve aproximadamente 14 mil solicitações de refúgio, apenas nos anos de 2017 e 2018 em Manaus.