Em Manaus, de acordo com a Ufam, mais de 1.200 famílias indígenas estão em situação de vulnerabilidade social, necessitando de alimentos, materiais de limpeza, higiene pessoal, medicamentos, máscaras de proteção e álcool gel 70%.
A campanha, promovida pelo Departamento de Ações Afirmativas da Pró-reitoria de Extensão (DPA/Proext), Escola de Enfermagem de Manaus (EEM) e Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), pretende sensibilizar pessoas físicas e jurídicas quanto à situação das famílias indígenas do entorno de Manaus. A ação é contínua até o fim da pandemia no Amazonas.
Com a pandemia do coronavírus e suas implicações econômicas, muitas famílias foram afetadas, perdendo sua fonte de renda. Em Manaus, de acordo com o DPA, mais de 1.200 famílias indígenas estão em situação de vulnerabilidade social, necessitando de alimentos, materiais de limpeza e higiene pessoal, além de medicamentos para sintomas de febre, máscaras de proteção e álcool gel 70%.
Diante disso, o Departamento criou o Subcomitê de Enfrentamento da Pandemia de Coronavírus em Povos e Territórios Indígenas na Amazônia Brasileira para colaborar com propostas que ajudem essas populações, a campanha de doação de alimentos é uma delas.
“A maioria dessas famílias vive por meio de venda de artesanatos, apresentações culturais e muitas outras estão sem renda para sobreviverem nesse momento porque os poucos que tinham trabalho foram demitidos. Somente no bairro Parque das Tribos existem 700 famílias de aproximadamente 35 povos e cerca de 50 encontram-se doentes com sintomas febris e necessitando de medicamentos”, informa a diretora do DPA, professora Cláudia Guerra.
Responsáveis pela ação, os diretores Cláudia Guerra Monteiro (DPA/Proext), Marco Antônio Mendonça (FCA) e Esron Soares (EEM), salientam a importância da solidariedade humana neste momento.
“Agradecemos a todos que já nos ajudaram, mas sabemos que o problema persiste e precisamos que as pessoas continuem a doar. É muito importante para eles. Ao longo da semana esperamos contar com novas parcerias para que possamos dar continuidade a esse trabalho e passarmos juntos, em segurança, por essa pandemia que vem afetando os mais vulneráveis em nossa cidade”, declara a docente.
Esta é a terceira vez que a iniciativa é realizada em prol das comunidades indígenas desde o início da pandemia no Estado. “Para isso, contamos com grandes apoiadores nas doações como a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), através da Secretária Carol Brás, do Dr. Petrúcio Magalhães Júnior, Secretário de Produção Rural do Amazonas e Ícaro Andrade, da Sejusc”, detalha a diretora.
“Até o momento, mais de 55 famílias foram contempladas, somente junto ao povo Omagu/Kambeba da Aldeia Tururukari-Uka. Só nesta aldeia mais de 600 quilos de alimentos já foram doados. A Equipe teve cuidado com o tipo de alimentos a serem doados e sua higienização. O Cacique administrou a limpeza de tudo o que entrava na aldeia”, completa.
O que pode ser doado?
Alimentos: aveia, macarrão, feijão, arroz, café, goma ou farinha de tapioca, açúcar, maisena, farinha de trigo, leite em pó, óleo de cozinha, biscoitos, farinha de mandioca, frutas, polpa de frutas, verduras, legumes e alho e limão;Materiais de limpeza: água sanitária, sabão, detergente, álcool em gel e etc;Materiais de higiene: creme dental e sabonetes; Equipamentos de proteção individual: máscaras;
Local de entrega
As doações podem ser feitas das 08h às 15h, na Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas, localizada na Avenida General Rodrigo Otávio Jordão Ramos 1200, Coroado I. Procurar Kyd Roges.
Para mais informações, a Proext disponibiliza o telefone 999132-7618, falar com Dailiana Saif.
IFAM
O Instituto Federal do Amazonas (IFAM), por meio da Pró-Reitoria de Extensão, realizou a doação de máscaras de proteção facial a profissionais da saúde indígena do município de Manaus. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) foram entregues ao Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus (DSEI – MAO).
Os protetores faciais irão beneficiar a equipe de saúde da Casa de Saúde Indígena de Manaus (Casai) na proteção e no combate à covid-19. São 106 profissionais que atuam nas diversas áreas como enfermagem, assistência social, psicologia, nutrição, fisioterapia e farmácia. No momento da entrega dos EPIs, estiveram presentes o coordenador do DSEI – MAO, Mario Ruy Lacerda Junior, e a Chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI), Janiacley Reis Mendonça.
Atualmente a Casai conta com 180 indígenas alojados em tratamento de média e alta complexidade referenciados pelos sete DSEIs do Amazonas e dos estados de Roraima, Rondônia e Acre. Segundo o reitor do IFAM, professor Antonio Venâncio Castelo Branco, é uma satisfação contribuir para a segurança dos profissionais que atuam na saúde durante a pandemia.
“Os profissionais que atuam na saúde indígena têm nossa gratidão. Os povos indígenas são muito importantes para nós do Instituto. Costumamos dizer que ciência é o conhecimento científico aliado ao conhecimento tradicional, por isso temos muita consideração com os povos indígenas tão afetados nesse momento” disse.
Produção de máscaras de proteção facial
As máscaras são produzidas no Centro de Tecnologia Harlan Marcelice (CTHM), localizado no Campus Manaus Distrito Industrial do IFAM, que faz parte da rede de impressão 3D do modelo Prusa.
A equipe é liderada pelo professor José Fábio de Lima Nascimento e conta com a participação do aluno Alisson Franckin Gomes Noronha e dos professores Marlos André Silva Rodrigues e Hillerman Ferreira Osmidio Lima. Além da médica Alice Nascimento, responsável pelo teste e verificação da funcionalidade das máscaras.
