Entidades empresariais da indústria brasileira se unem para socorrer o Amazonas com oxigênio e outros itens

Carretas com oxigênio medicinal produzido no Maranhão, chegaram em Belém na madrugada deste sábado (16), e já saem por via fluvial até Manaus. 

Com o crescimento sem proporções da Covid-19 no Amazonas, que levou à falta de OXIGÊNIO e insumos de saúde, empresas de vários segmentos industriais no país unem-se para fortalecer as ações de solidariedade, com o engajamento da Coalizão da Indústria e da Convergência Empresarial Amazônica, da qual faz parte o CIEAM – Centro da Indústria do Estado do Amazonas. O movimento tomou força nos últimos dias, quando as notícias sobre as mortes de pacientes em Manaus, por falta de oxigênio terapêutico, insumo essencial para os internados com coronavírus, chegaram ao conhecimento de todos.

De acordo com Jorge Nascimento Júnior, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS), assim que o grupo soube das notícias, diversas empresas que integram a Coalizão Indústria e outras entidades como a ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a AÇO Brasil, das indústrias de aço, e demais entidades dos setores de medicamentos, cimento, químico, máquinas e equipamentos, plásticos, eletroeletrônicos, calçados e outros segmentos mobilizaram-se, realizando diversas ações que estão em curso com entregas efetivadas e por efetivar de diversos itens como cilindros de oxigênio, máscaras convencionais, máscaras cirúrgicas, aventais, alimentos e diversos outros itens demandados pela população neste momento.

Foto: Divulgação

“A Eletros doou 150 máscaras de oxigenação não invasiva e oxímetros, a ABIT 10 mil máscaras N95 e 5 mil aventais descartáveis para os profissionais de saúde, as indústrias amazonenses já doaram todo o estoque de oxigênio disponível para o estado do Amazonas, além do oxigênio industrial para ser convertido para gás medicinal, o Instituto Aço Brasil, com uma associada, doou 300 mil m3 de oxigênio. Ou seja, o setor produtivo do Brasil está ajudando o Amazonas, relatou Jorge Júnior.

Mais 300 mil m3 de oxigênio foram doados em ação conjunta

A Aço Verde do Brasil (AVB), produtora de aços longos localizada em Açailândia-MA, se uniu à White Martins, a maior empresa especializada no setor de gases industriais e medicinais do Brasil e está doando ao estado do Amazonas cerca de 300 mil metros cúbicos de oxigênio, algo em torno de 28 mil cilindros, que serão entregues à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM). O anúncio da doação foi feito neste sábado, 16, a previsão de chegada deste carregamento é o próximo sábado, 23, segundo informações da CEO da Aço Verde, Silvia Nascimento.

“Nós reunimos com o Conselho da empresa na quinta-feira, 14. Somos uma empresa que produz oxigênio parafuso próprio, e não temos carreta, então entrei em contato com a White Martins, empresa com a qual temos profundo relacionamento, e eles nos ofereceram a logística, os cilindros e o tanque. Então é uma parceria: nós da Aço Verde doando o produto e a White Martins a logística. As carretas foram colocadas em um navio. Conseguimos a autorização especial do governo do Maranhão, que auxiliou com a agilização dos trâmites para sairmos com a doação e mandar para Manaus. São 300 mil m3, que equivalem mais ou menos a 28 mil cilindros. Na madrugada de hoje começam a sair carregamento de Belém até Manaus”, explicou Silvia. 

Foto: Divulgação

Grupo continua trabalhando sem previsão de parada

Outra empresa que está engajada é a Cervejaria AMBEV, que doou 500 cilindros de oxigênio tipo MD para auxílio ao atendimento dos pacientes com Covid no Amazonas. Até o fechamento desta reportagem muitas outras doações foram confirmadas pelo grupo de empresários das indústrias sediadas no Polo Industrial de Manaus e fora do Amazonas, inclusive para suprir as demandas de outros municípios do Amazonas, como Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus). Várias outras ações também estão em curso, promovidas principalmente por artistas e cidadãos amazonenses e de todo o país. Os grupos seguem trabalhando unidos e firmes, até que a situação esteja normalizada. 

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