O espaço é fruto da parceria com a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) e foi implantado em uma escola municipal da zona Centro-Sul.
“Temos somado esforços para proteger as populações mais vulneráveis neste momento de pandemia e a participação de uma importante organização como a dos Médicos Sem Fronteiras, sem dúvida, é fundamental para ampliar e respaldar nossas ações. Agradeço, em nome de todo o povo de Manaus, por essa parceria que sei vai nos ajudar a salvar muitas vidas”, disse o prefeito Arthur Virgílio Neto, destacando o trabalho integrado das secretarias municipais no acolhimento, atendimento médico e de assistência social para os indígenas venezuelanos.
O Centro de Isolamento e Observação conta com nove espaços restritos. Cada um comporta até dez pessoas da mesma família, dispondo de redes e estrutura para o período de observação da doença. No espaço, os pacientes indígenas contam com as três refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar), sendo o almoço doado pela Organização Internacional de Migração (OIM). Três famílias já são acompanhadas no local, que terá gestão compartilhada entre as secretarias municipais da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e Saúde (Semsa), com base no Plano de Enfrentamento à Covid-19 específico para os indígenas warao, devido à alta vulnerabilidade dos refugiados.
“Montamos este espaço para membros da comunidade warao que possuem sintomas leves de Covid-19, para ficarem isolados dos demais indígenas da comunidade dos espaços de acolhimento. O Médicos Sem Fronteiras montou a estrutura com a prefeitura e outros parceiros”, destacou a gerente-médica do MSF, Junia Cajazeiro. A organização também disponibilizou suporte de médicos para auxiliar as equipes de profissionais de saúde e assistência social do município.
Atenção integral
A Prefeitura de Manaus manterá uma equipe de saúde fixa no espaço de isolamento para acompanhar diretamente os pacientes todos os dias, em horário integral e pela parte da noite. Conforme a chefe do núcleo de Saúde dos Grupos Especiais da Semsa, Wanja Dias, a equipe é composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem e um médico. O acompanhamento também busca evitar que os indígenas precisem se deslocar para outros pontos, para que não transmitam ou fiquem expostos à Covid-19.
“A equipe desenvolve atividades de consultas médicas, enfermagem, dispensação de medicamento e acompanhamento de outros agravos, por conta do perfil epidemiológico que o órgão elaborou. A Semsa sabe da vulnerabilidade social dos indígenas e, por conta disso, há uma necessidade de continuidade do cuidado em saúde”, pontuou Wanja.
Parceria
A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras já realiza ações em seis abrigos para refugiados da etnia warao e pessoas em situação de rua administrados pela Prefeitura de Manaus, com atividades de promoção à saúde, além de ações para garantir medidas adequadas de higiene e prevenção da Covid-19, bem como trabalha com vigilância médica para identificar casos suspeitos.
A organização passou a atuar com ações de combate ao novo coronavírus em Manaus a partir de abril. Os projetos do MSF são financiados com recursos oriundos de doações, 95% delas provenientes de fontes privadas e a maioria de doadores pessoas físicas. A organização atua de maneira neutra, independente e imparcial, guiada exclusivamente pela necessidade de seus pacientes e pela ética médica.