A produção possuí cinco episódios que retratam as ações do projeto no Acre, Pará, Piauí, Rondônia e Roraima.
Nesta quarta-feira, (22), Dia Mundial da Água, a Cáritas Brasileira, por meio do projeto ‘Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras’, estreia websérie que traz histórias de migrantes e refugiados da Venezuela e de pessoas brasileiras em situação de rua atendidas pela iniciativa no Acre, Pará, Piauí, Rondônia e Roraima. A websérie estreia às 19h no YouTube da Cáritas.
O ‘Orinoco’ é um projeto que, desde 2019, desenvolve ações de “WASH” – acesso a água, saneamento e higiene – ligadas na prevenção contra a Covid-19 e possui cinco episódios.
“No cenário de intensificação dos fluxos migratórios para o Brasil, a Igreja Católica tem atuado como uma das grandes protagonistas no trabalho junto aos irmãos e irmãs que chegam da Venezuela em busca de uma vida digna aqui em nosso país”, declara Dom Mário Antônio, arcebispo metropolitano de Cuiabá (MT) e presidente da Cáritas Brasileira.
Em abril deste ano, um episódio especial deve ser disponibilizado, mostrando a articulação da Rede Cáritas por meio das instâncias institucionais e parcerias.
Além dessas ações, o ‘Orinoco’ também promove garantia de direitos, como saúde e educação, proporcionando aos mais vulneráveis acesso justo e igualitário a recursos, serviços e oportunidades. Atualmente, ele está em sua terceira fase de realização e recebe apoio do Escritório de População, Refugiados e Migração do Governo dos Estados Unidos (PRM).
“A Cáritas Brasileira, como braço missionário da Igreja, segue as lições do Papa Francisco de acolher, proteger, promover e integrar migrantes, refugiados e refugiadas, sempre com respeito às suas culturas”, completa o arcebispo.
Durante as três fases de realização, a iniciativa conseguiu alcançar mais de 26 mil famílias, totalizando cerca de 56 mil pessoas contempladas por suas diversas ações.
Em torno de 85% das famílias foram atendidas no Estado de Roraima. Ao longo do Orinoco 3, com financiamento do PRM, o projeto conseguiu atingir 11.359 famílias e 25.013 indivíduos.
Acesso à água, saneamento e higiene
Nas Instalações WASH construídas e adaptadas à iniciativa, as pessoas que chegam de longas caminhadas e aquelas que não têm um lar podem matar a sede, tomar um banho, atender às necessidades básicas, amamentar e trocar seus bebês, lavar e secar roupas.
Além disso, podem participar de formações em promoção de higiene, com o recebimento de kits contendo produtos de uso pessoal. Atualmente, o público também encontra apoio para a garantia de seus direitos no Brasil, incluindo orientação quanto à regularização migratória.
A migrante Yeniffer Del Valle, que vive em Boa Vista com o marido e três filhos, teve acesso a produtos de higiene pessoal e local seguro para o banho.
“Para mim e para a minha família é muito fácil acessar as instalações. Temos acesso aos chuveiros, aos sanitários… [A Cáritas] nos ajuda com papel higiênico, sabão, xampu, todas essas coisas que, para nós, é difícil de conseguir”, contou Yeniffer.
Além do acolhimento do público nas Instalações WASH, que possuem cabines de banheiros e chuveiros, bem como trocadores, salas de amamentação e lavanderias, as equipes de agentes Cáritas também atuam em ocupações espontâneas e vilas onde alguns migrantes adquirem ou alugam imóveis.
A ação garante o acesso à água potável com a entrega e orientação de uso de filtros de barro, por exemplo, e por meio da construção de módulos de banheiros e duchas, bem como sistema de saneamento.
Acesso a direitos
Devido à conjuntura dos últimos anos, a população de rua cresceu imensamente nas cidades, o que levou a Cáritas a incluir o atendimento a esse público por meio do projeto nos Estados de atuação.
Além das ações em WASH, famílias brasileiras em situação de rua também contam com atendimentos em proteção, que incluem a regularização documental e garantia de acesso a direitos por meio de incidência política junto a instâncias do poder público, como secretarias de saúde e de justiça, defensorias públicas, entre outras.
Segundo a Cáritas, dentre a população migrante e refugiada venezuelana, “há um importante contingente de indígenas das etnias Taurepang e Warao”. Por isso, eles adaptam os manterias de comunicação aos idiomas desses povos, promovendo assim o acesso à informação.
Em alguns Estados de atuação, o projeto solicitou aos governos locais que incluíssem as etnias indígenas venezuelanas como grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19 e outras doenças.