Dia da Pizza

A pizza é um prato reconhecido em todo planeta. Ligado à culinária italiana, sua origem remonta a tempos antigos em que o trigo era um dos principais alimentos disponíveis para os seres humanos. Assim, os discos de farinha, água e fermento assados e cobertos com molho e queijo, tornaram-se uma herança não somente gastronômica, mas também antropológica em âmbito mundial. Sem exagero: a arte do pizzaiolo é um conjunto de conhecimentos, técnicas e tradições reconhecida pela ONU desde 2017 como Patrimônio Imaterial da Humanidade.

As primeiras referências à pizza datam de 997 d. C. na cidade de Gaeta (Itália). Mas sua origem é algo incerto do ponto de vista da precisão histórica. Verdade é sua filiação à cozinha italiana como um fato, mais precisamente à culinária napolitana. No entanto, a ideia de uma massa achatada e assada surge há mais de 6 mil anos atrás com os chamados “pães de Abraão”, consumida entre hebreus e egípcios.

Foto: Diego Oliveira/Arquivo/Portal Amazônia

Junte-se a contribuição dos fenícios de adicionar a este disco de massa carne e cebola e, tempos depois já com o advento das Cruzadas, vemos o surgimento da pizza como conhecemos atualmente, após os napolitanos melhorarem a receita acrescentando queijo, bem como o aparecimento do tomate na Europa, fruto das trocas comerciais com as Américas, compondo, desta forma, a receita definitiva de uma pizza “raiz”. Tanto que a pizzaria Port’Alba (Nápoles) é a pizzaria mais antiga do mundo: ela existe desde o século 18.

Os registros históricos da primeira receita escrita de pizza apontam para o ano de 1734, em que se descreveu a preparação da marinara: alho, azeite, molho de tomate e queijo. Já a mais famosa pizza italiana, a Marguerita, teve sua receita definida possivelmente entre 1796 e 1810 e traz um dado curioso: seus ingredientes (queijo parmesão, manjericão e tomate) representam uma homenagem à bela rainha Marguerite, consorte e depois esposa do rei Umberto I da Casa de Savóia e fazem referência às cores da bandeira italiana.

O consumo de pizza extrapolou as fronteiras italianas muito em função dos imigrantes do país que a levaram para todas as partes do mundo. Nos Estados Unidos, grandes cadeias de pizzarias tornaram um hábito cultural entre os norte-americanos o consumo de pizzas. Basta ver como exemplo disso sua ampla cinematografia em que não raras cenas, vemos  pizzas de todos os tipos e sabores sendo devoradas entre um diálogo e outro. No Brasil, estados com grandes comunidades italianas, como em São Paulo possuem números avassaladores de pizzas consumidas por dia, estima-se que mais de um milhão de pizzas. No bairro do Bexiga, por exemplo, comem-se pizzas excelentes e muito próximas do original italiano, inclusive com certificação da Associazione Verace Pizza Napoletana.

Amazônidas, comemos pizza como em qualquer outro lugar, pois nossas grandes cidades cosmopolitas recebem influências culinárias de várias partes do mundo. E como a pizza virou um ícone fast food, vemos casas especializadas em cada esquina. Mas nós também deixamos nosso toque regional como a sensacional pizza Paraense, feita com queijo, jambu e camarão. 

Ainda em Belém, uma padaria famosa subverte à forma redonda clássica e serve uma pizza quadrada. Temos ainda a surpreendente pizza de caranguejo, feita por um pizzaiolo na cidade de Vigia, no Nordeste paraense, guarnecida com generosas patolas e virou destaque nacional. Em Manaus, ingredientes locais compõem receitas procuradas por clientes como a Tambaqui pizza, que tira a prevalência do atum e do aliche como peixes que são utilizados e também a Pizza caboquinha, que leva lascas de tucumã e queijo coalho, remetendo à combinação de elementos muito comum na culinária amazonense.

Hoje é dia, portanto, de juntar a família, os amigos e saborear este prato multicultural e famoso. Tenha um Feliz Dia da Pizza!

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