A Amazônia pega fogo e os políticos se calam. POR QUÊ?

O mês de setembro já registrou mais de 154 mil focos de incêndios, segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Por Walace SO*

Queridas e queridos das beiras e beiradas dos nossos rios, do açaí com mandi, do dominó de fim de tarde e do tacacá ao anoitecer. Vamos remando em nossa canoa da reflexão. Quanta fumaça toma conta de nosso céu? Do Pantanal até nossa Amazônia, estamos pegando fogo e “defumando” a vida. E isso não pode acontecer mais, não podemos permitir que continue a acontecer ano após ano, não podemos nos calar.

O mês de setembro já registrou mais de 154 mil focos de incêndios, segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A região Norte registrou 42,7% dos focos de calor do dia 01/09 até o dia 04/09. E a cada ano, principalmente desde a eleição de 2018, esse índice aumenta sem parar. Principalmente com a proposta política e de expansão da vista grossa feita aos garimpos ilegais e desmatamento do governo passado. Que Aliás, desativou e promoveu o desmanche dos ministérios e de órgãos de pesquisa e prevenção climática.

Não por acaso, podemos analisar e relacionar o interesse de Elon Musk em instalar internet na Amazônia. Na verdade é uma estratégia para monitorar via satélite todas às possibilidades de mineração que temos na região, literalmente uma “cortina de fumaça”. Nada está relacionada a levar acesso a internet para as escolas. A SpaceX é o conglomerado onde estão o “X” e a Starlink desse senhor. É um movimento bem planejado e que serviu ao garimpo ilegal e como instrumento contra nossa soberania nacional. Promovendo e aumentando a polarização e conflito entre os poderes da República.

Leia as reportagens abaixo e pesquise se ela atendeu de verdade as escolas ou ao garimpo ilegal:
Quatro meses após anúncio de Elon Musk, uma escola do AM recebe internet por meio do Starlink
Antenas da Starlink são apreendidas em garimpo ilegal na Terra Yanomami  

A Amazônia é uma fronteira cobiçada por esse senhor e muitos políticos da região que não se importam com a nossa floresta e na promoção do seu desenvolvimento sustentável e de preservação climática. Precisamos ter uma proposta de desenvolvimento que possa aproveitar e preservar nossa floresta e nossa cultura ribeirinha. A floresta é um grande ativo farmacêutico para pesquisas e para riquezas sem serem as antigas que enriquecem poucos e elite.

Então, bora refletir… no final da década de 70 do século passado meu Avô Sebastião, lá no Paraná costumava comentar uma reflexão de sua sabedoria de homem da terra que sempre me intrigou:

“Meu neto, depois que o homem foi para a lua, tudo aqui embaixo mudou, antigamente tinha tempo para plantar e para colher, na roça obedecíamos à lua para plantar, sabíamos a época da chuva e quando ela estava chegando pelo cheiro da terra. Hoje tudo mudou está doido, o homem não respeita mais a terra, desmatada tudo sem dó, um dia os filhos de seus filhos sentirão o preço da arrogância do bicho homem”.

E já chegou a época dos “filhos dos meus filhos”, o desmatamento sem dó, o mercúrio no rio, o boi na Amazônia, a soja que avança e agora o terrorismo ideológico estão acentuando o fim de nossas florestas e dos nossos rios por toda Amazônia e Pantanal. Dois ecossistemas diferentes, com grande impacto sobre o clima brasileiro e mundial.

Precisamos de projetos de desenvolvimento sustentáveis, incentivo à educação e pesquisa em nossa terra, de orçamento público e privado trabalhando na direção de arranjos produtivos para o século XXI. A Amazônia é nossa, mas tem uma responsabilidade global, ela preserva e mantém a estabilidade climática e evita que o planeta entre em colapso. Vamos lutar para desenvolver com nosso povo, nossos pesquisadores e produzir a nossa riqueza. Os políticos jamais olharam para cá, só querem explorar e se aliar com estrangeiros gananciosos que estupram nossa floresta e nossa cultura.

BORA REFLETIR! E AGIR!

Sobre o autor

Walace Soares de Oliveira é cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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