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Em Boa Vista, comunidades indígenas iniciam colheita de milho verde

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 É tempo de colher! Produtores rurais da comunidade indígena Darôra, região do Baixo São Marcos, iniciaram a colheita de milho verde, na última sexta-feira (2). A lavoura, plantada em maio deste ano, passou por várias etapas etapas de produção, como plantio, controle de pragas, preparação do solo, aquisição de sementes e insumos.

Ao todo, foram cultivados 400 hectares de milho na zona rural do município e comunidades indígenas. Com o desenvolvimento saudável da cultivar, as expectativas foram superadas ao atingir a meta de 100 sacos de grãos por hectare cultivado. De acordo com o secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Guilherme Adjuto, a gestão tem consciência do impacto positivo ao apoiar o cultivo.

Leia também: Povos indígenas de Roraima buscam soluções sustentáveis como estratégia de sobrevivência

Produtores rurais da comunidade indígena Darôra. Foto: prefeitura de Boa Vista

Após o plantio, vem a colheita

Com a colheita de milho verde ocorrendo no mês de agosto, a safra do grão seco está prevista para outubro. Os produtores contam com o auxílio de técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas para acompanhar o desenvolvimento da cultura. Segundo o tuxaua da comunidade Darôra, Jeckcinei da Silva, a comunidade tem aumentado a produção ao longo dos anos.

Mulheres produtoras: Foto: prefeitura de Boa Vista

Mulheres produtoras

Além do cultivo do milho, a comunidade indígena rentabiliza quitutes derivados da cultura. Formada por mulheres, a associação “Andorinhas” prepara pamonhas, canjicas, doces e bolos do grão para comercialização, garantindo o complemento da renda familiar. Produtora rural há mais de 20 anos, Marinalda Augusto coordena o grupo com as produções e venda do produto.

MMA lança edital para eleição de integrantes de Comissão Nacional de Biodiversidade

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O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou no dia 31 de julho um edital para selecionar organizações ambientalistas que irão compor a Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio). A medida é parte da reestruturação da comissão, de acordo com o Decreto nº 12.017, de 10 de maio de 2024. O prazo para inscrições é até 15 de agosto. 

Organizações interessadas podem se cadastrar para participar como eleitoras ou candidatas. Para votar, a entidade precisa ter atuado na área de biodiversidade por pelo menos um ano e poderá votar apenas nos biomas em que tem atuação comprovada. Para se candidatar, é necessário ter no mínimo cinco anos de atuação comprovada no bioma. As organizações devem apresentar documentos como estatuto social, relatórios e atestados de capacidade técnica.

Com a nova composição, a Conabio terá 34 integrantes — sete vagas serão destinadas para organizações ambientalistas. Cada vaga será preenchida por uma entidade que atue em um dos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal) ou na zona costeira e marinha. As organizações eleitas terão mandato de dois anos.

As reuniões da Conabio ocorrerão pelo menos duas vezes ao ano, presencialmente ou por videoconferência. Poderão ser criadas subcomissões e grupos de trabalho. A participação na comissão é voluntária e não remunerada.

Acesse o edital para obter mais informações. Inscrições podem ser realizadas neste link

Sobre a Conabio

A Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio) é o órgão colegiado da estrutura do MMA responsável por promover ações para a implementação dos compromissos assumidos pelo país junto à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a outras convenções relacionadas à biodiversidade. Também acompanha a definição de áreas prioritárias para a conservação, o uso sustentável e a repartição dos benefícios da biodiversidade, além da criação de listas nacionais de espécies ameaçadas e invasoras.

Criada pelo Decreto nº 4.703/2003, a comissão foi atualizada pelo Decreto nº 12.017/2024 para refletir a nova estrutura do governo e do MMA. A comissão, de caráter consultivo, emite orientações técnicas e estratégicas. Inclui diversos setores da sociedade, como academia, entidades ambientalistas, setor produtivo, movimentos sociais, povos indígenas, comunidades tradicionais e jovens. A nova estrutura garante equidade de gênero na nomeação de integrantes.

*Com informações do MMA

Com casos isolados e surtos relatados na Amazônia, entenda o que é a Febre do Oropouche

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Foto: Bruna Lais Sena do Nascimento/Laboratório de Entomologia Médica/SEARB/IEC

O Ministério da Saúde define a febre do Oropouche como doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica. Em 2024, entretanto, a doença passou a preocupar autoridades sanitárias brasileiras. Até o início de julho, mais de 7 mil casos haviam sido confirmados no país, com transmissão autóctone em pelo menos 16 unidades federativas. Esta semana, São Paulo confirmou os primeiros casos no interior do estado.

A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.

Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.

Sintomas

Os sintomas da febre do Oropouche, de acordo com o ministério, são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. “Nesse sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle”, alerta a pasta.

O quadro clínico agudo, segundo a pasta, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.

Ainda de acordo com o ministério, parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após uma ou duas semanas a partir das manifestações iniciais. “Os sintomas duram de dois a sete dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves”.

Mortes inéditas

Mosquito Maruim. Foto: Divulgação/Conselho Federal de Farmácia

No último dia 25, entretanto, a Bahia confirmou duas mortes por febre do Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo.

De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, as mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes. A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi registrado no dia 10 de maio.

Técnicos de vigilância em saúde baianos informaram que as pacientes apresentaram início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital e mialgia, que rapidamente evoluíram para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão.

Diagnóstico

O diagnóstico da febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial e todos os casos positivos devem ser notificados. Além de ser de notificação compulsória, a doença também é classificada pelo ministério como de notificação imediata, “em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública”.

Tratamento

Não há tratamento específico para a febre do Oropouche. A orientação das autoridades sanitárias brasileiras é que os pacientes permaneçam em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em caso de sintomas suspeitos, o ministério pede que o paciente procure ajuda médica imediatamente e informe sobre uma exposição potencial à doença.

Prevenção

Dentre as recomendações citadas pela pasta para prevenir a febre do Oropouche estão:

  • Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
  • Limpar terrenos e locais de criação de animais.
  • Recolher folhas e frutos que caem no solo.
  • Usar telas de malha fina em portas e janelas.

Transmissão vertical e microcefalia

Apenas em julho, o ministério publicou duas notas técnicas voltadas para gestores estaduais e municipais envolvendo a febre do Oropouche. Uma delas recomenda intensificar a vigilância de casos e alerta para a possibilidade de transmissão vertical da doença, que acontece quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto.

Em junho, a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas analisou amostras de soro e líquor armazenadas na instituição, coletadas para investigação de arboviroses e negativas para dengue, chikungunya, zika e vírus do Nilo Ocidental. Nesse estudo, foi detectado em quatro recém-nascidos com microcefalia a presença de anticorpos contra o vírus da febre do Oropouche.

No mês passado, a investigação laboratorial de um caso de óbito fetal com 30 semanas de gestação identificou material genético do vírus da febre do Oropouche em sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço. “Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final desse caso”, informou a pasta no mesmo documento.

*Com informações da Agência Brasil

Justiça Federal bloqueia obras da BR-319

Por Osíris Silva

A juíza federal Maria Elisa Andrade, da 7ª Vara Ambiental e Agrária da Seção Judiciária do Amazonas, derrubou, de forma monolítica, na quinta-feira, 25, a licença prévia para a reconstrução e o asfaltamento do trecho central da BR-319 a despeito da concessão da licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em 2022. A decisão, além chocar e frustrar legítimas expectativas, escancara a necessidade do amazonense, liderado pelo governo estadual, as representações políticas, empresariais e laborais, a mídia, as organizações ambientais pró-Amazônia assumir o dever de se organizar, de unir forças tendo em vista, coesos, determinados, faca nos dentes, exigir o cumprimento das prerrogativas constitucionais que garantem ao Amazonas, como unidade da Federação, o direito (inalienável) de se conectar, por rodovia, ao resto do país. O senador Eduardo Braga, ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-governador, o mais experiente parlamentar amazonense com assento no Congresso Nacional, penso eu, tem, independentemente de cor partidária, o dever de se unir ao governador Wilson Lima na liderança do movimento.

A decisão da magistrada foi tomada após acolhimento da ação civil pública movida pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações ambientalistas que se opõem, ao lado de poderosas ONGs alimentadas financeiramente por interesses internacionais inconfessáveis, ao desenvolvimento da região, em particular, do estado do Amazonas e de Roraima. Mais grave ainda, respaldadas por intolerantes setores da comunidade científica local, alguns deles centrados no Inpa, e de Organizações aqui sediadas – inimigas do desenvolvimento regional – que, sob o escudo da defesa do meio ambiente admitem o princípio sustentado por fazendeiros do Meio Oeste norte-americano consubstanciado no audacioso e indecoroso “farms here, forest there”. Tais frentes precisam ser identificadas claramente para permitir a separação do “joio do trigo” e destruir em praça pública os”cavalos de tróia” aqui infiltrados.

A sentença é taxativa: “houve mudança indevida de orientação técnica pelo Ibama, no sentido de desprezar os prognósticos catastróficos de desmatamento, degradação e grilagem de terras no entorno da rodovia, aos argumentos de que este cenário favorável estaria além das atribuições e finalidades institucionais do DNIT”. Evidentemente, a juíza federal Maria Andrade (também membro titular da classe dos magistrados no Pleno do TRE-AM), agiu precipitadamente ao dar ouvidos apenas a um lado, a levar em conta mera e tão somente as razões da ONG. E assim, ao que se pode intuir ignorar todo um trabalho realizado não apenas pelo DNIT, mas pelo governo do Amazonas, o GT das Rodovias CREA-AM, a Frente Parlamentar em Defesa da BR-319, da Associação dos Amigos da BR-319 e de importantes representações das bancadas parlamentares estaduais, municipais e federais comprometidas com a proteção do bioma adjacente.

Trecho da BR-319 deve ser asfaltado neste ano de 2024. Foto: Agência Brasil

Não se pode crer, por outro lado, que, jovem, culta e bem informada a magistrada desconheça que, por meio da Lei nº 9.985/2000, o governo brasileiro instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, que estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão dessas Unidades. O SNUC, com efeito, via ICMBio, Ibama e órgãos estaduais e municipais de proteção ambiental está encarregado de fazer cumprir os dispositivos legais de proteção da fauna e da flora. A propósito, a BR-319 já se encontra escudada por verdadeira “barreira verde” interposta pelos governos Federal e do Amazonas via UCs localizadas ao longo de toda a extensão de 875 km da rodovia. Uma das regiões mais biodiversas e intocadas da Amazônia, o interflúvio Purus-Madeira.

O compromisso do Sistema, ao amparo de normas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é, segundo a lei, assegurar o cumprimento dos princípios de ordenamento territorial e conservação ambiental em relação aos municípios amazonenses de Canutama, Humaitá, Lábrea e Manicoré, e de Porto Velho, capital de Rondônia. São 28 unidades, sendo 11 federais, 9 do Amazonas e 8 de Rondônia, suficientes para assegurar a plena proteção do bioma em toda sua extensão. 

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista.

Alerta: com crescimento de queimadas, qualidade do ar piora no Acre

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De acordo com a plataforma Purple Air, que reúne dados de sensores instalados em todo o Acre, as medições se mantêm abaixo do considerado preocupante na maioria das cidades, mas a exposição à poluição atual acima de 24h traz riscos a crianças, idosos e pessoas que possuem condições de saúde delicadas, como problemas respiratórios e baixa imunidade.

Conforme o monitoramento, índices acima de 250 µg/m3 são classificados como alerta para emergência em saúde, com probabilidade de afetar toda a população em 24h de exposição. Ainda de acordo com o monitoramento, o índice está nessa média desde a quinta-feira, 1º de agosto.

Até as 8h deste domingo (4), a cidade de Brasiléia era a única com poluição acima do considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com 2040 microgramas de partículas por metro cúbico (µg/m3).

Em seguida, Rio Branco aparece com 28µg/m3 no medidor instalado no campus da Universidade Federal do Acre. Os outros dois sensores marcavam 11 e 10µg/m3. Ambos os índices estão dentro do aceitável, mas com riscos à população vulnerável pela exposição acima de 24h.

Outros cinco municípios aparecem com poluição de 10µg/m3 ou mais: Santa Rosa do Purus (18µg/m3), Xapuri (16µg/m3), Assis Brasil (14µg/m3), Sena Madureira (12) e Manoel Urbano (10).

Tarauacá tem índice de 6µg/m3, considerado satisfatório e sem riscos à saúde. Bujari e Jordão têm 0µg/m3 de poluição, e o sensor instalado em Marechal Thaumaturgo não apresentou medição. Os demais municípios não constam com monitoramento na plataforma. Cobija, cidade da Bolívia que faz fronteira com o Acre, tem índice de 52µg/m3.

Os índices constatados pela plataforma são atualizados em tempo real e, de acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros do Acre, Francisco Freitas, se traduzem nos dias de julho e início de agosto. Na última semana, segundo o capitão, a qualidade do ar no estado ficou com média três vezes acima do recomendado pela OMS.

Com o aumento das queimadas, a população fica exposta a poluentes por períodos prolongados, e é exatamente isso que traz efeitos à saúde. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação atendeu 2.227 ocorrências relacionadas a focos de calor no último mês, sendo o maior índice nos últimos três anos.

Queimadas em julho

O Acre teve o maior número de queimadas no mês de julho em oito anos com 544 focos detectados até essa terça-feira (30) de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês acumula a maior quantidade de queimadas no ano.

Os registros do ano, entre janeiro e o dia 30 deste mês, somam 10% do total de 2023, já que no ano passado foram 6.562 focos detectados.

Com o índice, o estado é o 15º em todo o país e o 6º da região Norte, na frente apenas do Amapá. O número também é a terceira maior marca da série histórica iniciada em 1998.

Em 2023, o mês de julho acumulou 212 focos de queimadas no Acre. Ou seja, o estado teve um aumento de 156% no mês em um ano.

O índice preocupa principalmente por conta da tendência de aumento que o levantamento mostra a partir do mês de agosto.

No monitoramento do Inpe, em 19 dos 25 anos pesquisados, a quantidade de queimadas ficou acima de 1 mil focos no oitavo mês do ano. Em 2023, o número ficou em 1.388 naquele mês.

De junho a julho, o número de queimadas também teve aumento. Nos últimos 30 dias, o salto foi de 438%, saindo de 101 focos.

Naquele mês, o Acre também registrou aumento em relação ao ano anterior, já que em junho de 2022 foram 31 focos registrados.

*Por Victor Lebre, da Rede Amazônica AC

Filme gravado no Amapá retrata violência doméstica contra ribeirinhas

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Inspirado em vivências de mulheres ribeirinhas que sofrem violência doméstica, um grupo de quatro amigos produziu às margens do Rio Jari, no extremo sul do Amapá, o filme ‘Marcas da Vida’. A obra, que já havia sido gravada em 2018, neste ano ganha uma nova versão para ser apresentada em eventos em Brasília (DF) e Salvador (BA).

A principal característica da trama é contar histórias da vida real, isso porque a narrativa gira em torno de uma mulher (Dona Marta) que sempre foi violentada pelo marido (Alberto), mas tem a vida mudada quando ele é preso e passa mais de 20 anos encarcerado.

O enredo do filme toma outra direção quando, após o período de prisão, o homem volta e com ele os antigos problemas também.

“Enquanto homem, eu tenho esse trabalho como ferramenta de falar de forma clara e direta sobre esse tema delicado que tem assolado o berço familiar amapaense, e enquanto diretor é uma honra poder trazer à sétima arte mais de 40 não atores a se verem nas telas de um cinema, contando ainda com dois atores nacionais com trabalhos de peso compartilhando das suas vivências com os nossos artistas locais”, disse Dios Furtado, diretor do filme.

Outra história que se destaca na trama é da personagem Patrícia. Uma mulher que ainda jovem se casou com um homem violento e, em um dos episódios de agressão, quase morreu.

Para o elenco, foram selecionadas pessoas comuns de Laranjal do Jari, dando prioridade para aqueles que nunca tinham tido contato com o audiovisual. Além disso, os atores nacionais Waldo Piano e Mario Cardona Jr foram convidados para participar do filme.

Ao todo, o projeto conta com 45 atores de Laranjal do Jari e os dois convidados. Segundo os produtores, foram dez dias de gravações em vários bairros e nas comunidades ribeirinhas do município.

Além da direção de Furtado, o filme é co-dirigido por Wanderson Viana e na produção executiva está a poetiza Kassia Modesto.

De acordo com a produção, a previsão do lançamento oficial do filme é para o final do mês de setembro, no município onde foram realizadas as gravações.

Parte do elenco do filme. Foto: Reprodução/Marcas da Vida

Serviço

Apresentação do teaser do Filme Marcas da vida
18º Jornada Lei Maria da Penha
Data: 07 e 08/08/2024
Local: Brasília (DF)

27ª Semana pela Paz em Casa
Data: 19 a 23 de agosto de 2024
Local: Brasília (DF)

Mulheres na Justiça
Data: 12 e 13/09/2024
Local: Conselho Nacional de Justiça Brasília-DF

16º Fonavid
Data: 02 a 06 de dezembro de 2024
Local: Salvador (BA)

Lançamento oficial do filme Marcas da Vida
Data: última semana de setembro
Local: Laranjal do Jari e Macapá

*Por Mariana Ferreira, da Rede Amazônica AP

Parte do crédito de mais de R$ 1 bilhão para a Terra Indígena Yanomami é destinada a ações socioassistenciais em estados e municípios

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OGoverno Federal destinou cerca de R$ 19 milhões para Roraima, Amazonas e municípios de ambos os estados que possuem concentração de população Yanomami. O território abriga mais de 30 mil indígenas em 384 comunidades dos povos Yanomami e Ye’Kwana. em uma área de cerca de 9,5 milhões de hectares. Os recursos são oriundos de Medida Provisória do Governo Federal, transformada na lei 14.922/2024, que abre crédito extraordinário de mais de R$ 1 bilhão para a proteção da Terra Indígena Yanomami.  

Conforme a portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o repasse emergencial de recursos tem como objetivo a realização de ações e serviços socioassistenciais aos indígenas para o enfrentamento às vulnerabilidades e riscos sociais vividos pelo povo Yanomami, decorrentes da situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. 

Nos dias 1º e 2 de agosto, a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Lucia Alberta, participarão de reuniões com integrantes do Governo Federal. Entre eles, estão a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), do MDS, e prefeituras dos municípios de Roraima que receberão os repasses. 

Estão previstas reuniões com os municípios de Alto Alegre, Mucajaí, Iracema, Caracaraí, Amajari e Boa Vista. A presença da presidenta da Funai visa qualificar a discussão sobre a utilização do repasse de recursos federais aos estados e municípios, para que sejam empregados de modo a atender as necessidades do povo Yanomami, afetado por atividades criminosas na terra que tradicionalmente ocupam.

A Funai é responsável por orientar, executar e articular a política indigenista para promover e proteger os direitos dos povos indígenas. Com a orientação da autarquia, os entes federativos devem incluir os indígenas em seus planejamentos, de maneira integrada, considerando as particularidades e especificidades de cada povo, para o desenvolvimento de políticas públicas que garantam acesso à cidadania, segurança alimentar e autonomia dos povos indígenas, conforme determina a Constituição Federal de 1988. 

Para ações na Terra Indígena Yanomami os Ministérios dos Povos Indígenas, da Justiça e Segurança Pública; do Meio Ambiente e Mudança do Clima; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; da Defesa; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; da Pesca e Aquicultura; dos Direitos Humanos e da Cidadania; e das Mulheres, também estão executando políticas públicas específicas. 

*Com informações da Fundação Nacional dos Povos Indígenas

Dicas para quem ama corridas se proteger no calor da Amazônia

Atletas que buscam desafios na corrida optaram pelo XTERRA Amazônia em 2024. A edição movimentou o município de Novo Airão, no Amazonas, com corridas de 5, 10, 21 e 50 km, além de disputas de thriatlon e ainda a Short track, um mega desafio dedicado a atletas de alta performance.

Mas o calor amazônico não dá trégua esse período do ano e é claro que muitos cuidados precisam ser adotados por quem ama corridas e não quer deixar de praticar a atividade na região. Confira:

XTERRA Amazônia 2024

O XTERRA Amazônia 2024 é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM) e tem o apoio da Braga Veículos; Secretaria Municipal de Inovação, Indústria, Comércio e Turismo da Prefeitura de Novo Airão; Secretaria de Estado do Desporto e Lazer, do Governo do Amazonas.

Belém da Saudade, as memórias que o tempo não apaga

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

Querida Belém!

Nos últimos dias tenho pensado na ultima viagem que aí estive a convite da poetiza Sarah Rodrigues, era um momento especial, acontecia a feira Pan Amazônica do livro. Tive oportunidade de participar da feira, rever amigos e fazer outros amigos, muito especial os imortais da Academia Paraense de Letras, revendo e vivenciando a Belle Époque dos teus casarões, que a modernidade dos teus sonhos não apagou, os teus desenganos e, porque não, o teu amanhã de uma Amazônia iluminada

O meu sonho de te encontrar em traje de soirée o dernier cri do Paris n’América, te vejo a assistir La Bohéme, no esplendor do teu Teatro da Paz. Em êxtase, a bailar nos saraus do Palacete Pinho, onde impecáveis acepipes foram encomendados à Casa Carvalhaes. Soberbamente cocotte, a mostrar sua arquitetura construída no período do látex. Tardes alegres na matinée do Cinema Olympio e, necessariamente depois, saborear o charlotine, na terrasse do Grande Hotel, às 17h a espera da tradicional chuva da tarde.

Ah! Belém, quanta saudade! E perdoe-me a pretensão de querer ver-te na sedução do teu passado.

Academia Paraense de Letras. Foto: divulgação

Também te vejo e nem por isso menos querida em estamparia de chita, a seduzir a sonolência da cidade velha com a frivolidade do teu comercio pujante. A luz das lamparinas e lampiões perdendo seus brilhos para o sol que acabara de nascer reluzindo frenesi de suor na pele morena de tuas meninas moças, nos batuques, dos arrabaldes da grã-finagem.

Ah! Belém, quanta saudade da hora do ângelus e o quanto das cigarras, cúmplice da missa das 18h da Matriz, com a participação da população simples e dos acadêmicos membros de tua intelectualidade.

Belém querida, me afogo em nostalgia do teu passado glorioso e desperto para o teu amanha venturoso. Preservar os teus retratos, guardar tuas memórias e principalmente recolher tuas ruínas transformando-os os teus pedaços e a partir deles reinventar os teus sonhos.

Permaneço na minha Manaus, a continuar sentindo saudades, com fortes lembranças do tempo que te conheci, lembrando a sombra das mangueiras frondosas da Avenida Nazaré, do Sírio de Nazaré, do carimbó, da tua culinária, que é só tua.

Quero te fotografar na minha mente e apropriar-me de retratos múltiplos e variados na beleza dos tempos de antanho. Teus imortais da Academia Paraense de Letras com seus discursos inflamados promovem as realizações do espírito para cultivar o saber e as artes, que se reveste de uma importância ainda maior. Isso evidencia o compromisso e as responsabilidades dos membros desta casa consagrada ao saber, que trabalham incansavelmente os valores, os bens espirituais e a construção de uma sociedade esclarecida e cidadã.

Academia Paraense de Letras

Abrahim Baze em visita à Belém do Pará, Ivanildo Ferreira Alves, Presidente da Academia Paraense de Letras, Sara Rodrigues, membro da Academia Paraense de Letras e Nazaré de Melo, também membro da Academia Paraense de Letras na Feira Pan Amazônica do livro. Foto: Acervo Abrahim Baze.

“[…] Fundada em 3 de maio de 1900, por um grupo de escritores e teve como primeiro presidente Domingos Antônio Raiol, o Barão de Guajará. A mais importante entidade literária do Estado do Pará, é a terceira mais antiga do Brasil, depois da Academia Cearense e da Academia Brasileira de Letras.

Os principais objetivos da Academia Paraense de Letras são fomentar o desenvolvimento da literatura e da produção cultural regional, estimular a pesquisa em linguística e literatura e homenagear as realizações de ilustres escritores e estudiosos paraenses. Promove eventos literários, conferências e palestras, além de conceder prêmios literários de prestígio para reconhecer obras de destaque em diferentes gêneros.

A Academia Paraense de Letras (APL) é uma instituição cultural que tem como objetivo promover e preservar a literatura e a cultura paraense, além de reconhecer e homenagear os escritores e intelectuais do estado.

A instituição realiza diversas atividades, como sessões solenes, lançamentos de livros, conferências, debates e premiações literárias. Além disso, a Academia Paraense de Letras mantém uma biblioteca com um acervo significativo de obras literárias paraenses e brasileiras.

A Academia Paraense de Letras desempenha um papel importante na preservação e valorização da cultura e literatura do Pará, promovendo a produção literária local e incentivando o estudo e a divulgação das obras dos escritores paraenses”.

Ivanildo Ferreira Alves – Jurista, atual presidente da Academia Paraense de Letras, tem uma trajetória de conquistas de vários prêmios em seus trabalhos literários. Nasceu na cidade de Maracanã, em 1961, no Estado do Pará.

Ivanildo Ferreira Alves, Presidente da Academia Paraense de Letras. Foto: Divulgação

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

Estudantes paraenses publicam artigo científico sobre tamanho da degradação florestal na Ilha de Caratateua

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O Programa Forma Pará, coordenado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), tem gerado resultados em todo o Estado. Na Fundação Escola Bosque Eidorfe Moreira (Funbosque), alunos do curso de Tecnologia em Geoprocessamento lançaram um artigo científico visando medir o tamanho da degradação florestal na Ilha de Caratateua (Outeiro), além de divulgar meios de intervenção para este problema.

Com o título ‘Estimativa e implicação do déficit da cobertura florestal na ilha de Caratateua na Amazônia paraense por técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto’, o artigo foi publicado na revista Caderno Pedagógico, que atualmente está classificada como um periódico de excelência internacional pelo Índice Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Foto: Divulgação

Um dos autores envolvidos na realização do artigo, o aluno Rodrigo Soares, esclareceu que a pesquisa foi feita por meio de técnicas de análise de imagens de satélite, como o geoprocessamento e o sensoriamento remoto. A partir das imagens, registradas entre 1986 e 2023, foram obtidos dados sobre o solo, cobertura vegetal de toda a área florestal da ilha e o crescimento populacional desenfreado, que vem acarretando problemas para todo o ecossistema local.

Rodrigo pontuou a importância de tratar sobre a questão da degradação ambiental para que se tenha uma reflexão de medidas que busquem solucionar esta problemática.

Foto: Divulgação

O aluno Douglas Souza afirmou que o artigo surgiu da necessidade de produzir algo voltado para preservação ambiental na Ilha de Caratateua. Ele informou que durante o curso de Tecnologia em Geoprocessamento foram ofertadas uma série de disciplinas direcionadas para as áreas que estão precisando de profissionais no mercado de trabalho, como cartografia temática, branco de dados e programação. “Eu já sou formado na área de Gestão Ambiental. Então, eu vi nessa graduação uma oportunidade de poder potencializar minha vida profissional”, acrescentou Douglas.

Segundo o professor e coordenador, Paulo Melo, o curso de Tecnologia em Geoprocessamento formará profissionais capacitados para atuarem na gestão e planejamento ambiental dentro e fora do Pará. Ele afirma que a graduação já tem gerado resultados excepcionais. “Os alunos estão realizando os seus estágios profissionais em instituições de renome e têm participação em grupos de pesquisas da faculdade e participado de publicações de artigos científicos em revistas indexadas pela CAPES”, concluiu o professor.

O curso de Tecnologia em Geoprocessamento, oferecido pelo Programa Forma Pará na Fundação Escola Bosque Eidorfe Moreira (Funbosque) é ofertado na modalidade intensiva com duração de três anos. Atualmente, a graduação conta com um total de 22 alunos matriculados no quinto período letivo. 

*Com informações da Agência Pará