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Monitoramento da fauna no Médio Xingu indica saúde dos ecossistemas da região

Câmeras especiais capturam o andar imponente de uma jaguatirica. Há poucos quilômetros dali uma onça parda passeia calmamente pela região, enquanto uma onça pintada, que tem excelente visão noturna, vasculha o local atrás de presas. Esses flagrantes recentes da vida selvagem dos três maiores felinos das Américas foram feitos no Médio Xingu, no Pará. Os registros fazem parte do monitoramento de animais que a Norte Energia, concessionária de Usina Hidrelétrica Belo Monte, conduz na área de influência direta do empreendimento, e indicam a saúde dos ecossistemas das florestas, dos rios e igarapés da região. 

O território corresponde a 515 mil hectares, equivalente a 477 mil campos de futebol, e a biodiversidade impressiona. Desde 2012, durante a etapa de implantação da usina, a companhia faz esse trabalho que, até o momento, registrou 825 espécies, em 24 campanhas de campo para monitorar anfíbios, répteis, aves e mamíferos de médio e grande porte e morcegos. A última campanha aconteceu em abril e maio desse ano. Além dos felinos, entre os animais mapeados pelos técnicos, destacam-se o cachorro vinagre, o queixada, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o jupará, o quatipuru e o macaco-aranha.

“A presença destes animais nas áreas monitoradas representa um importante bioindicador da saúde dos ecossistemas florestais e hídricos”, avalia Roberto Silva, gerente dos meios físico e biótico da Norte Energia.

De acordo com o biólogo e mestre em Ecologia e Evolução, Átilla Ferregueti, trata-se de um dos maiores levantamentos do país e com descrição de novas espécies.  

Foto: Divulgação/Acervo Norte Energia

Entre os registros ao longo dos últimos 12 anos, o biólogo e coordenador técnico dos trabalhos de campo, Ismael Martins, destaca o momento em que observaram o macaco aranha, um flagrante raro de se conseguir. “No monitoramento que acabamos de fazer detectamos um macaco aranha com filhote. Essa cena comprova como o nosso trabalho está dando certo”, comemora o biólogo. 

Ele explicou que o tempo de gestação de um macaco-aranha é de cerca de 7 meses e meio, nascendo apenas uma cria por ninhada, fatores que dificultam o aumento da população da espécie. Após o nascimento, a mãe ainda cuida do filhote por um período de 3 a 4 anos. A espécie merece atenção e consta nas listas de conservação do Ministério de Meio Ambiente (MMA) e da International Union for Conservation of Nature (IUCN).

Câmeras são camufladas para fazer os flagrantes

Para conseguir observar os animais sem interferir em seus hábitos, a equipe da Norte Energia camufla os equipamentos, chamados de câmeras trap, que são acionados pelos movimentos dos animais e conseguem registrar as interações sociais e padrões comportamentais das espécies. Cada ponto onde a câmera é instalada é mapeado. Por exemplo, é necessário identificar, um corredor ecológico, onde esses animais vão ter acesso à água, em geral, um local mais propício para serem flagrados. 

Todo o processo de monitoramento envolve 72 profissionais, entre biólogos e pilotos fluviais e conta com a participação de moradores de comunidades locais. O conhecimento dos povos da região amazônica é fundamental nesse processo e contribui com os biólogos na identificação de rastros dos animais e de vestígios da floresta durante as atividades de campo.

“Nosso trabalho é bem complexo. Cada atividade é diferente. Datas, horários, nível do rio, cada detalhe vai afetar o método, logística, tipos de equipamentos. Por exemplo, a equipe de aves desenvolve duas metodologias. Uma é o avistamento, registrado com fotografia. Na segunda, eles vão para pontos de escuta pré-definidos, porque os animais são bem pequenos, e utilizamos a microfonia. Eles vão ouvindo e identificando. Quando há dúvida, utilizam playback. Com isso, a ave lá no meio da floresta vai responder, então temos a certeza de que estamos tratando da espécie identificada”, explica Ismael.

Além das câmeras trap, são utilizados lanternas, binóculos, gravadores de ultrassons específicos para monitorar morcegos, gravadores digitais com microfones unidirecionais para captar o som de aves e balanças, paquímetros e fitas métricas utilizadas na biometria dos animais analisados. Também são utilizadas abordagens inovadoras, como os estudos genéticos com DNA ambiental, para detectar as espécies no meio ambiente, sem a necessidade de capturá-las. A metodologia é revolucionária e tem sido utilizada de forma complementar em diversos países.

A aventura da mineração em Rondônia é mostrada em livro

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Garimpeiro representado na arte plástica de Rafael Prado. Foto: Reprodução

Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

O jornalista Montezuma Cruz, com 55 anos de carreira, lança nesta sexta-feira (23/8), às 19h, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho (RO), seu mais recente livro, “Território Dourado”. A obra, com 154 páginas, traz à tona histórias inéditas e significativas sobre a mineração em Rondônia, abordando a vida nos garimpos do Rio Madeira (região de Porto Velho), na Serra Sem Calças em Jaru (região central do estado) e na Serra do Touro em Colorado do Oeste (sul de Rondônia).

Montezuma Cruz revela que a exploração de minérios e metais na região ocorre sem a devida fiscalização dos órgãos públicos federais e estaduais. O autor vai além da mineração, destacando os problemas sociais decorrentes da extração de ouro, como doenças, prostituição e criminalidade. Ele também aborda o tráfico de mulheres entre os estados do Acre, Goiás, Mato Grosso e Rondônia, e a alta mortalidade materna na Amazônia, conforme dados do Ministério da Saúde.

O garimpo na tela pintada por R. Prado. Foto: Reprodução

O livro também explora a ascensão e queda da zona boêmia de Porto Velho, frequentada por garimpeiros entre as décadas de 1970 e 1980, período marcado por doenças venéreas e malária, antes da epidemia de AIDS. A narrativa inclui a ganância de grupos bilionários, o contrabando de metais pelo antigo Aeroporto Belmonte, e questões como analfabetismo, drogas e cinema nos garimpos.

Correspondente de importantes jornais brasileiros, Montezuma relata que, no auge das atividades garimpeiras, o Banco Central enviava aviões com dinheiro para suprir o intenso movimento comercial. A Avenida 7 de Setembro, principal via de Porto Velho, era conhecida como “rua do ouro” devido à quantidade de lojas de compra e venda do metal.

O autor Montezuma Cruz com seu livro. Foto: Divulgação

Ouro e estanho (cassiterita) fazem parte da história de Rondônia desde o século passado. Na década de 1950, o seringalista Joaquim Pereira da Rocha testemunhou um aumento de pessoas em seu Seringal União e rapidamente contatou o geólogo Donald Campbell e o governador Jesus Burlamaqui Hosannah, que apoiaram a pesquisa, conforme relatado pelo jornal ‘O Globo’.

Trata-se de um livro-reportagem envolvente, desnudando a realidade dos garimpeiros e comerciantes que os apoiavam. A obra também inclui pinturas a óleo do artista rondoniense Rafael Prado, filho de garimpeiro, reconhecido em Bienais no Brasil e no exterior. Recentemente, Rafael participou de exposições itinerantes em Belo Horizonte (MG) e Marabá (PA).

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Achado arqueológico é descoberto em obra do Parque Linear da Doca, no Pará

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A proa (parte dianteira) de uma provável embarcação metálica antiga foi encontrada durante o acompanhamento arqueológico nas obras do Parque Linear da Doca, em Belém (PA). O parque integra um conjunto de obras para a Conferência do Clima, a COP 30, que será realizada na capital paraense no final de 2025.

O achado arqueológico foi descoberto por uma equipe de pesquisa da empresa contratada pela Secretaria de Estado de Obras Públicas (SEOP), responsável legal do empreendimento.

Em nota, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), afirmou:

O Iphan, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, ainda destaca que o achado é único, pois não havia registros desse gênero na região.

A profundidade da embarcação metálica só será determinada após a conclusão dos estudos realizados pelo Iphan.

Para ler a nota na íntegra, acesse aqui.

Porto Velho, encoberta por fumaça, segue com a pior qualidade do ar do país

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Porto Velho amanheceu novamente com a pior qualidade do ar do país, no dia 14 de agosto, de acordo com a empresa suíça que mede os níveis de poluição do mundo, a IQAir. Uma ‘nuvem’ densa cobriu a cidade desde às primeiras horas da manhã.

Medidores da IQAir registraram que o Índice de Qualidade do Ar (IQA) marcava 557, considerado ‘perigoso’, o último grau de classificação da plataforma. A classificação varia entre ‘Bom’, ‘Moderado’, ‘Insalubre para grupos sensíveis’, ‘Insalubre’, ‘Muito insalubre’ e ‘Perigoso’.

Quando maior o IAQ, mais poluído e danoso é o ar. No início do mês Porto Velho também esteve na liderança com os piores índices. No entanto, à época a capital alcançou o IQA de 272. Ou seja, em menos de duas semanas, o número duplicou e subiu para índices ainda mais preocupantes.

Imagens de satélite mostram Rondônia no centro dos focos de queimadas. Em meio a um período de seca extrema, Rondônia bateu recordes de focos de queimadas: o mês de julho foi o pior em quase duas décadas.

Foto: Reprodução/IQAir

O cenário de seca e queimadas excessivas contribuem para colocar Porto Velho entre os piores índices de qualidade do ar do país. Especialistas relacionam as novas frentes de desmatamento, avanço das pastagens no sul do Amazonas e as queimadas na região como os principais responsáveis pela péssima qualidade do ar.

A umidade da capital registrada está em 23%, menos da metade do ideal que é entre 50 e 60%. Segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam)

Um dos principais poluentes do ar na capital de Rondônia é o PM2,5, uma partícula inalável ultrafina que é mais difícil de ser eliminada no organismo. A concentração dessa partícula em Porto Velho está 40,8 vezes maior que o valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa partícula é resultante, sobretudo, de fumaça de incêndios ou da queima de combustíveis fósseis.

Foto: Tiago Frota/Rede Amazônica

Imagens de satélite mostram a formação e a distribuição das ‘nuvens’ de fumaça, que se formam, em grande parte, no Sul do Amazonas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou quase 3 mil focos de queimadas apenas nos primeiros dez dias de agosto.

Consequências na saúde

A pneumologista Ana Carolina explica que a diminuição da umidade do ar e o aumento da concentração de partículas finas (PM 2,5) na atmosfera, devido à poluição e redução de chuvas, podem causar ou agravar diversas doenças respiratórias na população, as mais comuns são:

  • Asma
  • Bronquite alérgica
  • Doenças relacionadas ao cigarro
  • Pneumonia
  • Tuberculose
  • Rinite e sinusite alérgica

Também há o aumento de doenças infectocontagiosas, (viroses e gripes). Além disso, crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas são os grupos mais vulneráveis.

Dicas para enfrentar o tempo seco

  • Beba bastante água (cerca de dois litros por dia ou 10 copos de água de 200 ml). Ela hidrata todos os órgãos, inclusive pele e mucosa;
  • Umidifique o ar em casa. Você pode colocar uma bacia com água no ambiente ou uma toalha umedecida para minimizar os efeitos do ar seco, do ar poluído;
  • Lave os olhos com soro fisiológico ou com colírio de lágrima artificial;
  • Mantenha a casa limpa, evitando o acúmulo de poeira;
  • Evite praticar exercícios físicos das 11h às 17h
  • Proteja-se ao máximo do sol e evite o ressecamento das mucosas e pele.

*Com informações da Rede Amazônica RO

IBGE divulga novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho adequado à Amazônia Azul em Macapá

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará no dia 27 de agosto o novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, em consonância com a Amazônia Azul. O lançamento será realizado no Seminário de Gestão Costeira e Marinha, no Auditório do Pavilhão de Conhecimento, no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá (AP).

O Seminário é uma ação conjunta do IBGE com o Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com apoio do Projeto TerraMar (MMA/GIZ/IKI), da Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha do Brasil, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá e de atores locais do gerenciamento costeiro. O Seminário terá transmissão online pelo portal IBGE Digital.

O recorte busca atender às expectativas de diferentes setores da sociedade interessados em um mapeamento que abranja a área marítima sob jurisdição brasileira, com a utilização da Amazônia Azul – região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica, que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental Brasileira.

Essa adequação representa um aumento em área de mais de 4 milhões de km2 em relação ao Mapa de Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, compatível com a escala 1: 250 000, publicado em 2019, e que adotava como limite leste a extensão dos Grandes Ecossistemas Marinhos brasileiros. Não houve, no entanto, alteração na porção continental, onde se encontram os ambientes costeiros como dunas, mangues e restingas, formações pioneiras que se formaram sobre os sedimentos marinhos ao longo do litoral brasileiro.

Na divulgação, serão disponibilizados: uma nota técnica com os procedimentos para o desenvolvimento do traçado na porção marítima, dado vetorial em formato shapefile e mapa em PDF. Esses produtos constituem documentos para a representação de um recorte físico-biótico do país, contribuindo para a gestão sustentável da biodiversidade costeira e marinha, desde a sua popularização na educação básica até o apoio no estabelecimento de políticas públicas.

Segue o convite publicado pela Agência de IBGE de Notícias:

*Com informações do IBGE

Projeto quer transformar Stonehenge da Amazônia em um parque para visitações

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O Amapá abriga um sítio arqueológico único no país que intriga a ciência desde sua descoberta no fim do século 19. Localizado em uma área remota da Amazônia, o Sítio Rego Grande 1 ou “Stonehenge da Amazônia” foi construído por indígenas há cerca de mil anos, segundo o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa).

Leia também: Rochas milenares eram usadas como calendário solar por povos indígenas; Conheça Stonehenge da Amazônia, no Amapá

De acordo com pesquisas realizadas desde 2005 no local, o sítio no município de Calçoene servia como observatório astronômico e local para cerimônias religiosas e funerais de figuras importantes na época.

Para o pesquisador Lúcio Costa Leite, do Núcleo de Pesquisa Arqueológica (NuPArq) do Iepa, o sítio é diferente de todos os outros encontrados no país.

A estrutura do sítio é formada por conjuntos de blocos de rocha granítica (127 no total), com vários tamanhos e organizados em diversas composições que somam 30 metros de diâmetro. Alguns dos blocos possuem evidências claras de formatação como lascamentos nas bordas.

Algumas rochas chegam a 4 metros de altura e pesam cerca de 4 toneladas. O pesquisador informou não haver a confirmação de um local de onde as rochas foram tiradas, mas disse que existem áreas no igarapé Rego Grande, que fica na região, existem rochas similares e com algumas partes que “parecem ter sofrido interferência humana”.

Como havia uma variação de povos na época, o Iepa informou que não é possível afirmar qual o povo indígena que construiu o local, mas indícios como pinturas nas peças de cerâmica, apontam similaridades com as do povo Arawak, que tem como descendentes os indígenas da etnia Palikur, habitantes da atual fronteira do Amapá e a Guiana Francesa.

Foto: Rafael Aleixo/Rede Amazônica

Observatório astronômico

Durante escavações da equipe de arqueologia do NuPArq foi verificado que as rochas não tombaram com o passar dos séculos, indicando um trabalho minucioso durante a construção.

“O que a gente viu foi que elas (rochas) foram construídas e colocadas nessa posição onde elas permanecem desde a sua construção. Tem calçamento, profundidades diferentes e outros blocos de rocha que são colocados ao redor para formar um calço de modo que as pedras não se movimentassem com a ação do tempo”, acrescentou o pesquisador.

A equipe de arqueologia constatou que a posição de cada rocha não se repete. O fenômeno do solstício de Inverno (entre 21 e 23 de dezembro) e de verão (entre 21 e 23 de junho) podem ser observados no local através das sombras projetadas nas rochas.

Segundo o pesquisador, existe um fenômeno chamado de megalitismo amazônico ou megalitismo atlântico, onde há a ocorrência de vários sítios, inclusive ao longo de toda extensão do Amapá. O Sítio Rego Grande 1 é conhecido desde o fim do 19, quando Emílio Goeldi realizou uma expedição pelo Rio Cunani, em Calçoene.

Foto: Divulgação/NuPArq

Goeldi foi um zoólogo suíço que dirigiu o antigo Museu Paraense a partir de 1894. Um ano depois, realizou expedições pela Amazônia, incluindo em áreas do norte do Amapá, que na época pertencia ao Pará.

O NuPArq informou que os achados em Calçoene possuem características próprias e uma “assinatura própria”. São poços funerários com câmaras laterais em formato de bota com placas de granito como se fosse um mausoléu.

As urnas são chamadas antropomórfa pelos pesquisadores (forma que atribui características ou aspectos humanos a animais, deuses, elementos da natureza). Nelas, foram encontrados restos mortais.

Sobre o termo “Stonehenge da Amazônia”, que faz referência à famosa estrutura megalítica no Reino Unido, Lúcio disse que não gosta da comparação, uma vez que o sítio do Amapá é uma criação única e autêntica do povo da Amazônia.

Parque do Solstício

O projeto para a criação de um parque para receber turistas e expor o histórico do local foi aprovado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

Atualmente o sítio é uma base de pesquisas do Iepa e permanece fechado para visitações – com exceções das agendadas previamente. A proposta da criação foi apresentada pelo NuParq/Iepa e aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP

3 amazônidas que participaram do ‘Programa Silvio Santos’

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Um dos maiores apresentadores da TV no Brasil, Silvio Santos morreu no dia 17 de agosto, aos 93 anos. Além de ser o fundador e dono do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), Silvio teve uma trajetória empresarial de décadas de sucesso que deu origem ao Grupo Silvio Santos (GSS), hoje um conglomerado bilionário.

Com 114 emissoras em todo o país, o SBT alcança atualmente 70 milhões de lares. Ao longo dos anos, passaram pela programação atrações que marcaram a história da televisão brasileira, como ‘Topa Tudo Por Dinheiro’ e ‘Roda a Roda”, ambos apresentados por Silvio, e o ‘Domingo Legal’ — comandado por Gugu Liberato, morto em 2019.

Porém, é inegável que o programa ‘Silvio Santos’, que vai ao ar todos os domingos é uma das marcas registradas do artista. Em setembro de 2022, Silvio deixou de apresentar sua atração por motivos de saúde.

Para celebrar a vida e carreira de um dos moires comunicadores do país, conheça alguns amazônidas que passaram pelo palco do ‘Pprograma Silvio Santos’:

Joelma

Um dos quadros mais famosos do Programa Silvio Santos era o ‘Jogo das Três Pistas’, que colocava duas celebridades em uma disputa contra o tempo. Em um dos episódios, a convidada foi a cantora paraense Joelma, que na época havia acabado de deixar a Banda Calypso. Confira o episódio:

Cantora acreana

Em 2016, a cantora acreana Iana Sarquis se apresentou ao lado da filha no quadro ‘Levanta-te’. Durante a conversa no palco, o apresentador ficou admirado ao descobrir que a dupla era do Acre.

A música que ela e a filha cantaram foi ‘Emoções’, de Roberto Carlos. O mesmo sentimento que ela guarda ao reviver esta lembrança, oito anos depois.

“Muito brincalhão, ele deixava a gente super à vontade. As memórias, a minha filha lembra até hoje. Ela viu [a notícia da morte], está super arrasada, porque lembrou do dia que a gente foi ao programa. E foi uma aventura, ele brincou com ela, conversou, e ela lembra disso e guarda com muito carinho. Com certeza vamos guardar no coração para sempre”, disse a cantora.

Foto: Arquivo Pessoal

Miss Amazonas

Outra amazônida famosa que interagiu com Silvio Santos foi a ex-miss Amazonas Carolina Toledo, que também participou do ‘Jodo das Três Pistas’.

“Eu lembro do dia que eu peguei o avião e estava indo encontrar com o maior ícone da televisão brasileira, o próprio Silvio Santos. Na época, em 2015, eu havia sido convidada como Miss Amazonas para participar de um game e ser entrevistada pelo próprio. Gente, que honra, que privilégio, que experiência incrível, da qual eu nunca vou esquecer”, disse.

Foto: Reprodução/SBT

Seca em Rondônia: é possível atravessar a pé em trechos do rio Jaru

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Seca do rio Jaru em 2024. Foto: Reprodução/Rede Amazônica RO

O nível do rio Jaru, que banha a cidade rondoniense de mesmo nome, chegou a 3,47 metros no dia 10 de agosto. Segundo a Defesa Civil do município, o rio estava mais de 20 centímetros abaixo do que era esperado para esse período do ano. Em alguns trechos, é possível atravessar a pé.

Embora esteja apresentando uma redução em seu nível desde o final do mês de julho, o atual nível ainda não é considerado estado de emergência, apenas se ficar abaixo de três metros. Atualmente o rio está em estado de observação.

Imagens mostram que em alguns trechos do rio é possível enxergar a areia do fundo e as pedras. No entanto, a Defesa Civil explica que em outros pontos o volume de água é maior. Essa oscilação ocorre em razão da tipografia do rio.

Apesar disso, a seca do rio nesta proporção não é comum nesta época do ano. E ele não é o único: os principais rios de Rondônia estão com níveis abaixo da média histórica, segundo informações da Defesa Civil Estadual.

Mas o que causa essa escassez? Segundo o engenheiro hidrólogo e pesquisador em geociências pelo SGB, Marcus Suassuna, dois fatores são determinantes:

Foto: Edson Gabriel

Oceano Atlântico Norte mais aquecido que o normal, e mais quente que o Atlântico Sul.
Fenômeno El Niño, que causa atrasos no início da estação chuvosa e enfraquecimento das chuvas iniciais do período.

De acordo com a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) que observa a precipitação em Jaru (RO), não ocorrem chuvas significativas há mais de dois meses. O último registro foi feito em maio, quando choveu 44 mm no mês.

A Defesa Civil alerta a população para que adote os cuidados necessários para evitar acidentes, principalmente em relação ao descarte de lixo e a navegação que acaba sendo comprometida com a baixa das águas.

*Com informações da Rede Amazônica RO

‘Casa do Governador’ vai ser transformada em ponto turístico no Amapá

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Foi anunciado, na última semana, o início das obras para a requalificação da Residência Oficial do Governo do Amapá, que está localizada no no Centro de Macapá (AP). A antiga ‘Casa do Governador‘, que estava fechada há mais de 10 anos, será transformada no ‘Parque Residência’.

O novo local vai contar com restaurantes, galerias, cafeteiras, playground para crianças e ambientes de contemplação. A estrutura da casa será substituída por uma nova e mais moderna, mas preservando a história do local para expor aos turistas.

A previsão para a entrega do local totalmente revitalizado é no prazo de um ano. A construção será feita em uma única etapa, através da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf).

O secretário de Estado da Infraestrutura, David Covre, disse que o plano surgiu após diversas conversas com a comunidade.

“Depois de um ano e meio de gestão, de um intenso trabalho para a elaboração do projeto e captação dos recursos, a gente consegue lançar. Essa obra vai transformar essa antiga residência oficial em uma área de grande estrutura de desenvolvimento da economia criativa”, informou.

Foto: Marcia do Carmo/GEA

O governador do estado, Clécio Luís, disse que o ambiente será preservado, mas completamente restaurado, resgatando a história do Amapá.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

Sensores apontam que poluição no ar do Acre está acima do aceitável pela OMS

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Segundo dados da plataforma Purple Air, que reúne dados de sensores instalados em todo o Acre, as medições se mantêm acima do considerado preocupante na maioria das cidades do Estado. Ainda de acordo com o monitoramento, o índice em Rio Branco chegou a 99 µg/m3 na quinta-feira (15).

Conforme o monitoramento, índices acima de 250 µg/m3 são classificados como alerta para emergência em saúde, com probabilidade de afetar toda a população em 24h de exposição.

A exposição à poluição atual acima de 24h traz riscos ao público em geral e os grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais graves para a saúde.

De acordo com o site Purple Air, de 55-150µg/m³ público em geral pode sofrer efeitos à saúde após 24 horas de exposição. Os grupos sensíveis, podem sofrer efeitos mais graves para a saúde.

Com o medidor instalado no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), a capital acreana oscilou durante toda a manhã desta quinta, entre 67 e 99 µg/m3. Ambos os índices estão muito acima do aceitável, oferecendo riscos à população vulnerável pela exposição acima de 24h.

Até as 10h desta quinta, a cidade de Brasiléia também apresentava um número muito acima do considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com 88 microgramas de partículas por metro cúbico (µg/m3). A OMS considera aceitável 15 µg/m3.

Outros municípios aparecem com poluição acima do aceitável: Cruzeiro do Sul (32µg/m3), Porto Acre (56µg/m3), Santa Rosa do Purus (22µg/m3), Assis Brasil (59µg/m3), Sena Madureira (55), Brasiléia e Epitaciolândia (24) e Manoel Urbano (56). Os demais municípios não constam com monitoramento na plataforma.

Os índices constatados pela plataforma são atualizados em tempo real e alteram com o passar das horas.

O professor Willian Flores, da Universidade Federal do Acre (Ufac), doutor em Ciências de Florestas Tropicais que a média para esta quinta está acima de 60µg/m3. “Considerando a média das últimas 24 horas, está em 61µg/m3, o que é um valor bem alto, bem acima do que recomenda a Organização Mundial de Saúde”, comenta.

O professor explica que o período seco e a cultura de queimadas na região norte, contribuem para a piora na qualidade do ar.

Com o aumento das queimadas, a população fica exposta a poluentes por períodos prolongados, e é exatamente isso que traz efeitos à saúde. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação atendeu 2.227 ocorrências relacionadas a focos de calor no último mês, sendo o maior índice nos últimos três anos.

Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica

“Já percebemos que crianças e idosos são fortemente afetados. As pessoas que fazem tratamento de saúde já começam a não ter uma resposta adequada a esses tratamentos. Então, mesmo jovens passam a se sentir mais cansados nesse período, mesmo sem estar sob uma condição de esforço físico. Isso é reflexo justamente dessa poluição atmosférica”, ressaltou em entrevista à Rede Amazônica Acre.

Queimadas em julho


O Acre teve o maior número de queimadas no mês de julho em oito anos com 544 focos detectados até o dia 30 de julho, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês acumula a maior quantidade de queimadas no ano.

Os registros do ano, entre janeiro e o dia 30 de julho, somam 10% do total de 2023, já que no ano passado foram 6.562 focos detectados.

Com o índice, o estado é o 15º em todo o país e o 6º da região Norte, na frente apenas do Amapá. O número também é a terceira maior marca da série histórica iniciada em 1998.

Em 2023, o mês de julho acumulou 212 focos de queimadas no Acre. Ou seja, o estado teve um aumento de 156% no mês em um ano.

O índice preocupa principalmente por conta da tendência de aumento que o levantamento mostra a partir do mês de agosto.

No monitoramento do Inpe, em 19 dos 25 anos pesquisados, a quantidade de queimadas ficou acima de 1 mil focos no oitavo mês do ano. Em 2023, o número ficou em 1.388 naquele mês.

De junho a julho, o número de queimadas também teve aumento. Nos últimos 30 dias, o salto foi de 438%, saindo de 101 focos.

Naquele mês, o Acre também registrou aumento em relação ao ano anterior, já que em junho de 2022 foram 31 focos registrados.

*Por Helen Monteiro, da Rede Amazônica AC