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Rondônia declara situação de emergência por incêndios florestais

Incêndio no Parque Guajará-Mirim, em Rondônia. Foto: Divulgação/Prevfogo

O governo de Rondônia declarou situação de emergência em razão de incêndios florestais. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado. O texto cita “situação crítica de estiagem” que atinge a região desde o segundo semestre de 2023, por conta da redução significativa das chuvas.

Este ano, Rondônia registrou 4.197 focos de incêndios nas cidades e 690 em áreas de conservação, totalizando 4.887 focos, o dobro do anotado em 2023. Fogo destruiu 107.216 hectares de floresta.

Segundo a publicação, a escassez de chuvas tende a persistir por pelo menos mais três meses, “provocando uma severa redução no nível dos rios e na umidade relativa do ar, aumentando significativamente o número e os riscos de incêndios florestais e queimadas urbanas, além de agravar os danos à saúde pública e ao meio ambiente”.

Focos de calor

Dados de 2024 apontam para um aumento de 43,2% nos focos de calor na Amazônia em comparação ao mesmo período de 2023, sendo Rondônia uma das áreas mais afetadas da região, com aumento de 23,7% dos focos de incêndio apenas em agosto. O governo do estado levou em consideração ainda:

– prejuízos econômicos e sociais à população afetada e a imperiosidade de se resguardar a dignidade da pessoa humana com o atendimento de suas necessidades básicas;

– que equipes de combate a incêndios florestais enfrentam consideráveis desafios de acesso às regiões afetadas, especialmente em áreas isoladas, na qual a infraestrutura de transporte terrestre e fluvial é inexistente ou severamente limitada, impedindo a chegada rápida e eficiente de recursos necessários para controlar as chamas;

– que o panorama das queimadas em Rondônia tornou-se extremamente preocupante, com números que superam significativamente os registrados em anos anteriores, contabilizando, no período de 1º de janeiro a 19 de agosto de 2024, 4.197 focos de incêndios nos municípios e 690 em áreas de conservação estadual, totalizando 4.887 focos, o dobro do registrado em 2023. Aproximadamente 107.216 hectares de floresta foram destruídos pelo fogo;

– que a seca hidrológica excepcional impactou dramaticamente o Rio Madeira, que registrou níveis excessivamente baixos, cenário que representa um dos anos mais desafiadores para a Amazônia, sendo Rondônia um dos estados mais afetados. A escassez de chuvas, associada ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas, criou condições propícias para a expansão descontrolada das queimadas;

– a intensidade dos desastres demandará uma resposta não prevista nos planejamentos anuais e plurianuais, impactando substancialmente os orçamentos das secretarias estaduais e comprometendo as ações de resposta aos desastres previstos para esse período;

– que populações vulneráveis – crianças, idosos, gestantes, indivíduos com doenças cardiorrespiratórias preexistentes, pessoas de baixo nível socioeconômico e trabalhadores expostos ao ar livre – estão sob maior risco de sofrerem efeitos adversos relacionados à poluição do ar.

“A declaração de emergência é motivada pelos intensos incêndios florestais e pela baixa umidade relativa do ar que afetam Rondônia, prejudicando tanto as populações urbanas e rurais, quanto as áreas de proteção ambiental, causando impactos significativos nas atividades agrícolas, pecuárias, na navegabilidade dos rios e em outras atividades econômicas e essenciais para a população.”

O decreto entra em vigor na data da publicação e tem validade de 180 dias.

*Com informações da Agência Brasil

Centro de pesquisas no Acre irá fomentar estudos com foco na Amazônia

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O Instituto Federal do Acre (Ifac) é, oficialmente, sede do novo Centro de Estudos e Pesquisas em Ambiente, Biodiversidade e Mudanças Climáticas (Cepab-Clima), em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz). O espaço, que foi inaugurado no dia 23 de agosto, no campus Transacreana, em Rio Branco, tem como foco o desenvolvimento de projetos e ações voltadas para a região amazônica.

Com investimento de R$ 25.883,93, o local conta com três ambientes: sala de entrada, espaço central para armazenamento de insumos e equipamentos, e setor principal, que será utilizado para o desenvolvimento de pesquisas em diversas linhas de conhecimento. O Cepab-Clima também está equipado com bancadas, pias e instalações especiais.

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Foto: Divulgação/ IFAC

Além da inauguração, o Ifac e o IOC-Fiocruz assinaram protocolo de intenções para oferta de capacitações de curta duração e estruturação de um novo programa de pós-graduação em biodiversidade, mudanças climáticas e políticas públicas na Amazônia.

Para a diretora do IOC-Fiocruz, Tania Cremonini Araujo-Jorge “inaugurando um espaço físico, um laboratório de cooperação com equipamentos e equipes de profissionais qualificados pelo Ifac e Fiocuz. Ter um laboratório cooperativo é um diferencial muito grande nessa parceria que já é antiga. Estamos indo além, criando uma instância com várias instituições de pesquisa, de desenvolvimento tecnológico e inovação”.   

A secretaria estadual de Meio Ambiente, Julie Messias, também participou do evento e destacou a importância dos estudos que serão realizados no Cepab-Clima com foco no contexto amazônico. “Ter um ambiente da Fiocruz no Acre já é a sinalização de um avanço significativo. Um espaço que traz a temática da biodiversidade e do clima é uma oportunidade para que consigamos avançar nas pesquisas e entendimento do impacto que está sendo causado por essas mudanças que estamos vivendo”.

Coordenador geral de Mudanças Climáticas e Equidade em Saúde, do Ministério da Saúde, Marco Horta, esteve presente no evento e ressaltou a importância da criação de ambientes de pesquisa, com foco em fomentar conhecimento e a conscientização climática:

O evento contou ainda com a presença de estudantes, docentes e técnicos administrativos, gestores do Ifac, como também do diretor de Ensino do campus Transacreana, Matsunaga Sekiguchi, dos membros da comitiva do IO-Fiocruz, Paulo Sérgio D’Andrea (vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação), Norma Brandão (vice-diretora adjunta de Ensino, Informação e Comunicação), Manoel Oliveira (coordenador adjunto do programa de pós-graduação em Biodiversidade e Saúde) e Marcos Azevedo (coordenador do Serviço de Gestão de Materiais).

*Com informações de IFAC.

“Redário” é usado como incentivo à alfabetização por escola paraense

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Foto: Eliseu Dias/Seduc PA

O paraense sabe que relaxar dentro de uma boa rede é maravilhoso, mas e se fosse possível fazer da rede uma ferramenta de alfabetização? Foi isso que fez a Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento XV, localizada no bairro do Guamá, em Belém (PA), ao inaugurar o “Redário da Leitura“, no dia 23 de agosto. Além do incentivo à leitura, o espaço trabalha a alfabetização na idade certa e estimula a socialização.

Atualmente, a escola atende 289 estudantes em turmas de 1º ao 5º ano. Segundo a vice-diretora da unidade, a iniciativa reforça a metodologia do Programa Alfabetiza Pará, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), ao compor uma metodologia ativa de alfabetização.

Ainda de acordo com a educadora, o “Redário da Leitura” é um facilitador para o ensino-aprendizagem. “O Programa Alfabetiza Pará traz muitas nuances para a alfabetização. Cada escola tem que pensar ativamente nas suas práticas e a gente quer que isso sirva de inspiração para que outras escolas possam realizar as boas práticas. O redário é um momento muito lúdico e se torna um facilitador no ambiente de 1º ao 5º ano porque não é algo impositivo, é algo que traz o prazer da criança em estar na escola e com isso o professor pode formatar sua aula em cima do espaço e pode trazer o aluno espontaneamente para que ele faça suas inserções no processo”, destacou Rosângela.

O estudante Otávio Soares, do 5º ano do Ensino Fundamental, conta que o “Redário da Leitura” vai ser muito bem aproveitado por ele e pelos colegas. “Para mim, essa é uma boa ideia porque vai incentivar as pessoas a lerem mais, a gostar mais dos livros. Vamos poder ler com pessoas do lado também e quando a gente está lendo um livro, a gente imagina que está dentro do livro, da história. Também acho que os colegas que ainda não sabem ler podem aprender mais rápido. Isso vai incentivar mais, vamos aproveitar a hora do recreio e ter redes aqui significa um conforto também. A minha leitura é boa, mas agora vou melhorar ainda mais”, comentou.

Foto: Eliseu Dias/Seduc PA

Já para a estudante Brena Martins, também do 5º ano do Ensino Fundamental, o novo espaço vai fazer diferença na rotina escolar. “Eu adorei esse novo espaço que vai incentivar as crianças a ler e se entreter no mundo da imaginação, no mundo dos livros e se sentir como os personagens, como protagonistas do livro. Eu adoro ler e me interesso muito pelo mundo da leitura e vou usar bastante esse espaço com as redes porque dá para sentar, ler deitado, se embalar, se concentrar e relaxar”, comentou a estudante.

A articuladora da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa), da Diretoria Regional de Ensino (DRE) Belém 3, Paula Carvalho, parabenizou a iniciativa e ressaltou a importância de ações como esta. “A equipe gestora e todos os profissionais de educação da escola estão de parabéns por criarem mais um espaço que fomenta a leitura. O Redário da Leitura vai possibilitar e potencializar cada vez mais a formação de leitores fluentes. É um espaço que vai ampliar a criatividade e a imaginação dos alunos, vai levá-los numa viagem que a gente só faz através da leitura, vai ampliar o conhecimento”, enfatizou.

*Com informações da Seduc PA

Acre sobe duas posições no Ranking de Competitividade dos Estados

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O Acre subiu duas posições no Ranking de Competitividade dos Estados 2024 (RCE), atingindo a 25ª posição na nova edição do estudo. A análise foi divulgada no dia 21 de agosto em evento realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em Brasília, no Distrito Federal.

Leia também: Amazonas é destaque da Região Norte em Ranking de Competitividade dos Estados

Criado em 2011 pelo CLP, o ranking realiza a análise de diversos dados, que somam mais de 90 indicadores, e tem o objetivo de gerar diagnósticos e orientar o trabalho dos gestores públicos estaduais. Desde 2019, o governo do Acre tem utilizado o RCE para monitorar e avaliar as políticas públicas voltadas para a superação dos problemas estruturais do estado.

O RCE é composto por 10 pilares, sendo eles: segurança pública, infraestrutura, sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da máquina pública, capital humano, potencial de mercado, e inovação.

Imagem: Divulgação CLP

Na edição atual, o Acre subiu posições em 8 dos 10 pilares: eficiência da máquina pública (+5), potencial de mercado (+5) e segurança pública (+5), capital humano (+2), infraestrutura (+2), inovação (+2), sustentabilidade social (+2) e sustentabilidade ambiental (+1); e apresentou recuo nos pilares educação (-2) e solidez fiscal (-3).

Uma análise completa detalhando os avanços e desafios do Estado do Acre dentro de cada um dos pilares formativos do RCE será publicada no Diário Oficial do Acre desta terça-feira, 27.

*Com informações da Agência Acre

MPF pede atuação urgente contra queimadas em terra indígena no sudoeste do Pará

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Imagem ilustrativa de queimada no Pará. Foto: Marcelo Seabra/Agência Pará

O Ministério Público Federal (MPF) enviou pedidos a órgãos públicos, na última sexta-feira (23), para que sejam tomadas medidas urgentes de combate a queimadas na Terra Indígena (TI) Munduruku e no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, no sudoeste do Pará. As medidas foram propostas após reunião realizada em 22 de agosto para discutir o tema. 

O MPF solicitou que os órgãos destinem aeronaves para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atue na TI e para que a Polícia Federal (PF) realize os trabalhos tanto na TI quanto no PDS. Também foi solicitado o reforço nas ações de contenção de queimadas no PDS, de forma articulada entre vários órgãos públicos. 

O acesso a essas áreas apresenta uma série de dificuldades logísticas, desafios que se tornam ainda mais complexos quando somados ao fato de os focos de incêndio estarem se expandindo, destaca a procuradora da República Thaís Medeiros da Costa nos ofícios enviados a autoridades.

A segurança das comunidades e das equipes de combate aos incêndios também é uma preocupação do MPF. Denúncias enviadas ao órgão apontam que a origem dos incêndios pode ser criminosa e que pessoas responsáveis pelas queimadas estariam retaliando lideranças socioambientais locais, por meio de ameaças e tentativas de lesão corporal e de homicídio.

Órgãos demandados

A fim de viabilizar o encaminhamento, à Terra Indígena Munduruku, de equipe de brigadistas já organizada pelo Ibama, o pedido de aeronaves foi feito à Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), Polícia Militar (PM), Exército e Força Aérea Brasileira. Já o pedido de aeronave que fique permanentemente à disposição da PF em Santarém foi encaminhado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Além da emergência do combate às queimadas, a necessidade de uso de aeronave pela PF de forma permanente na microrregião de Itaituba é justificada pela extensão da área, que abrange seis municípios (Itaituba, Aveiro, Rurópolis, Jacareacanga, Novo Progresso e Trairão) e o distrito de Castelo dos Sonhos, do município de Altamira.

O pedido de uma atuação mais robusta para o combate aos incêndios no PDS Terra Nossa foi feito à Diretoria de Fiscalização Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). O MPF indicou a necessidade de que esse trabalho seja realizado de forma conjunta e coordenada com a PF, PRF, Ibama e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Questões fundiárias do PDS 

O MPF pediu ao Incra que apresente informações relativas aos processos supervenientes à supervisão ocupacional realizada no PDS Terra Nossa, em 2023. Também foi solicitado à autarquia a confirmação do encaminhamento, à Polícia Federal, do relatório da supervisão, para auxiliar nas investigações em andamento.

Por fim, o MPF solicitou que o Incra encaminhe ao órgão informações sobre ocupante do PDS suspeito de crimes ambientais, ameaça, e tentativa de lesão corporal e de homicídio. O MPF quer saber se o suspeito tem perfil de beneficiário do programa de reforma agrária e se a área ocupada por ele é passível de regularização fundiária.

*Com informações do MPF 

Parceria para o futuro Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões é discutida em Manaus

A região do Alto Solimões deve receber o primeiro Parque Científico e Tecnológico (PCT) do Amazonas e o segundo do Norte do país. Em diálogo de aproximação institucional com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Henrique Pereira, o coordenador-geral de Gestão do Território da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Vitarque Coêlho, informou que ao menos dez empresas já demonstram interesse em se instalar no centro que será focado na bioeconomia da Amazônia.

O Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões – PaCTAS será instalado em Tabatinga e Benjamin Constant, na tríplice fronteira do Brasil, Peru e Colômbia, região com previsão de boas oportunidades comerciais. Tabatinga (a 1.105 Km de Manaus) será um hub logístico Chancay-Manaus, uma rota de interligação logística, de distribuição de mercadorias, pelo oceano Pacífico. O Porto de Chancay, em construção no litoral peruano, permitirá ao Polo Industrial de Manaus receber produtos direto da China e outros países asiáticos. 

Um PCT é um espaço físico para os empreendimentos inovadores se instalarem e se conectarem a laboratórios de prestação de serviços, promovendo a articulação entre o setor produtivo e as instituições de C&T para produzir novos processos, produtos e serviços para o mercado e fazer inovação. A preocupação de um parque é com a emissão da nota fiscal com a prestação de serviço propriamente dito, e o sucesso do projeto envolve a sua capacidade de construir uma rede de colaboração para que possa efetivamente transformar a realidade local e regional.

Foto: Cimone Barros/Ascom Inpa

De acordo com Coêlho, o PaCTAS está na fase de estruturação do modelo de governança, processo conduzido pela Fundação Guamá, que gerencia o PCT Guamá, em Belém (PA). A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Instituto Federal de Educação do Amazonas (Ifam) e a Universidade do Estado Amazonas (UEA) são parceiros. Além de instituições do Amazonas, MIDR e Fundação Guamá estão dialogando na cooperação internacional com organizações do Peru e Colômbia, a fim de permitir acessar recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). 

“Nosso papel será buscar essa aproximação de empresas do Polo industrial de Manaus com instituições como o Inpa, com a inteligência, sua capacidade de desenvolver projetos de tecnologia e colocá-las em inovação, em produtos e serviços. Outra perspectiva é o de interiorização do desenvolvimento com a chegada e instalação de empresas de pesquisa e inovação no Alto Solimões”, contou Coêlho, que também se reuniu com representantes da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).  

No Brasil existem 59 Parques Científicos e Tecnológicos. O PCT Guamá em Belém é o único do Norte e conta com cerca de 40 empresas instaladas de portes diversos. Dessas, mais de 30 são startups e seis são multinacionais.

Também participaram da reunião por parte do Inpa, a coordenadora-geral de Planejamento, Administração e Gestão, Magalli Henriques, a coordenadora de Gestão da Inovação e Empreendedorismo, Deuzanira dos Santos, e o chefe da Divisão de Cooperação e Intercâmbio, Laurindo Campos.

*Com informações do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Acre registra pior mês de agosto na série histórica de queimadas, aponta Inpe

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Seca de rios e igarapés, baixa umidade do ar e muitos focos de incêndios. Esta é a realidade do Acre no período em que a estiagem se intensificou ainda mais. É neste cenário que o estado chegou ao seu pior mês de agosto em relação aos registros de queimadas, com 3.482 focos até este domingo (25), segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Antes mesmo do fechamento do mês, o índice já supera todas as marcas do mês nos anos anteriores, na série histórica que se inicia em 1998. Até então, o pior índice havia sido detectado em agosto de 2010, com 2.444 focos, segundo o Inpe.

Na comparação com o mesmo período em 2023, os dados são ainda mais preocupantes: em agosto do ano passado, foram 352 focos, o que equivale a um aumento de 889% entre um ano e outro.

Cenário do ano

Ainda no oitavo mês, o ano de 2024 também já supera 2022 (1.599) e 2023 (1.666) no total de queimadas. Entre 1º de janeiro e 25 de agosto deste ano, ainda segundo o monitoramento do Inpe, o Acre já teve 5.280 focos.

Este total também representa 96% do total de registros de 2021, que fechou em 5.469. O pior ano da série histórica é 2010, com 7.291 focos.

A análise histórica dos dados também mostram que o alcance e a destruição provocadas por estes focos também preocupam. De acordo com um levantamento do projeto Acre Queimadas, que envolve diversos órgãos ambientais e pesquisadores, 2022 foi o segundo ano com maior área queimada mapeada desde 2005, quando foi registrado o ano mais crítico no estado.

Foto: Arquivo pessoal

Saúde

A reportagem conversou com o médico alergista Guilherme Pulicci, que falou sobre os efeitos da exposição à fumaça e das doenças que podem se agravar a longo prazo.

O especialista chamou atenção para outro fator que contribui para uma piora do cenário: a baixa umidade do ar na região durante esse período.

De acordo com Pulicci, o mínimo considerado pela Organização Mundial de Saúde para a umidade do ar é de 60%, sendo que o índice tem se mantido entre 20% e 30% em Rio Branco entre as 9h e as 19h.

Para o médico, isso significa que a prática de exercícios físicos ao ar livre pode ser prejudicial à saúde. E não só o sistema respiratório sofre com os sintomas: Pulicci destaca que a poluição também contribui para maior incidência de problemas cardiovasculares.

“A principal medida que a gente deve tomar nesse período é não sair para prática de exercícios físicos, porque desde as 9h da manhã às 7h da noite, a umidade do ar está abaixo do considerado normal pela OMS. O mínimo considerado pela OMS é 60%, e aqui ela varia entre 20 a 30%, muito abaixo do normal”, avalia.

Conforme o especialista, o período de aumento da fumaça originada pelas queimadas aumenta a incidência de doenças por contato direto com a fumaça, como conjuntivite (infecção ocular) e dermatite (infecção de pele), além de doenças respiratórias, como rinite, sinusite, crises asmáticas e até mesmo sintomas que não necessariamente acompanham uma doença de base, como tosse crônica.

Fumaça encobre céu de Rio Branco. Cidade tem o segundo pior ar do Brasil. Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica AC

Se os altos níveis de poluição se mantiverem, a tendência é que esses quadros piorem. Quanto maior a exposição, maior é a intensidade dos quadros clínicos, segundo Pulicci. A longo prazo, a contaminação do ar pode intensificar também a ocorrência de problemas renais e hepáticos. As máscaras cirúrgicas, que foram indispensáveis durante a pandemia de covid-19, não apresentam eficácia satisfatória na qualidade do ar.

“As máscaras comuns, as máscaras cirúrgicas, tem pouco efeito. Não vou dizer que não faz nenhum efeito, mas muito pouco, então a gente acaba não recomendando por conta da relação custo-benefício. As partículas que circulam, são muito pequenas e as máscaras cirúrgicas não são capazes de filtrar”, diz.

Outras dicas valiosas que o especialista destaca para o período de contaminação pelo ar, são:

  1. Hidratar-se bem
    “Água é importante para a gente, não só para o sistema imune mas para o sistema respiratório também. Os efeitos da fumaça não repercutem apenas no respiratório mas também no cardiovascular, então temos aumento na incidência de infarto nessa época do ano, vários estudos comprovam”, ressalta.
  2. Dar preferência a alimentos que sejam mais nutritivos
    “Frutas, legumes, verduras, alimentos ricos em água, até para fazer essa hidratação indireta”, destaca.
  3. Vacinação
    “Mantenha atualizado o calendário vacinal, porque a gente ainda tem doenças circulando na nossa região”, acrescenta.

*Por Victor Lebre, do g1 Acre

Amapá lança Atlas que orienta novos investimentos em usinas eólicas e solares

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Projeto que promete impulsionar a produção de energia renovável. Foto: Antônio Medeiros/Arquivo pessoal

Foi lançada, no município de Santana, nesta segunda-feira (26), a plataforma Atlas Eólico e Solar do Amapá. Com investimento de R$ 5 milhões, o estudo mapeia as áreas disponíveis para novos investimentos em energia renovável. O estado é pioneiro, no Norte, neste mapeamento.

O projeto é estudado desde a época do apagão em 2020 numa parceria entre o governo estadual, o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Na plataforma, os investimentos poderão ter acesso aos índices em tempo real do estudo.

Segundo Antônio Medeiros, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Senai de Inovação e Energias Renováveis (ISI-ER), foram instaladas estações de mapeamento nos municípios de Santana, Laranjal do Jari, Porto Grande, Ilha de Maracá-, Jipioca e Tartarugalzinho.

O coordenador destaca ainda que o Amapá, apesar de ainda não ter uma cadeia econômica voltada para esse tipo de energia, encontra-se numa posição geográfica privilegiada.

“Estados como o Amapá têm um potencial de desenvolvimento tecnológico para combustíveis do futuro muito grande, a gente tem muita biomassa, tem muita energia solar e muita água, que são os elementos principais da composição dos combustíveis do futuro”, detalhou Antônio.

O projeto conta com contrapartida do Senador Davi Alcolumbre. Ele destaca os pontos positivos do Amapá em relação aos outros estados.

“Temos capacidade de gerar 56 megas de energia elétrica. São duas vezes e meia Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do planeta. São duas vezes a três gargantas, sendo a maior hidrelétrica do Brasil e do mundo, na China. Nós estamos falando de transição energética, de hidrogênio verde, de energia limpa e o Amapá sai na frente desse estudo porque é o primeiro estado do Norte”, disse o senador.

Durante a programação desta segunda, foi lançada também a pedra fundamental do Instituto Margem Equatorial (IMQ), que deve funcionar como um polo para desenvolvimento sustentável da região da margem equatorial brasileira.

Serão investidos cerca de R$ 14,3 milhões para a criação do laboratório de desenvolvimento de pesquisa aplicada voltada para a questão energética regional, tanto do Amapá quanto da margem equatorial, que compreende desde a área que vai da costa do Rio Grande do Norte à do Amapá.

*Por Mariana Ferreira, Mônica Costa, g1 AP e Rede Amazônica 

Dia da mochila maluca: criança é destaque por usar ‘mochila de batedeira de açaí’ no Amapá

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Apaixonado por açaí, o pequeno Richard Lael, de 5 anos, estudante educação infantil foi destaque no ‘dia da mochila maluca‘ por inovar levando uma miniatura de uma batedeira de açaí. A brincadeira realizada na Escola Estadual Professora Izanete Victor dos Santos, localizada em Santana, no Amapá, aconteceu dia 21 de agosto.

A mãe do estudante, Leciele Silva, disse que a ideia surgiu devido o filho amar bater o açaí, um costume tradicional que tem com os avós e que a mochila foi feita de surpresa, especialmente para ele.

A mãe contou ainda que viu no ‘dia da mochila maluca’ a oportunidade de divertir e surpreender o filho. Ela guardou a mochila e entregou somente antes da criança ir para a escola. Richard ficou muito feliz ao ver o resultado final.

O ‘dia da mochila maluca’ virou febre no Amapá, após vários momentos engraçados e criativos viralizarem nas redes, como a mochila de conserva em lata, um prato comum no Mazagão. E desta vez, o prato mais amado pelos nortistas, foi o escolhido.

A programação na escola de Santana não foi uma competição, mas todos os estudantes tiveram o momento de diversão com a mochila diferenciada.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

Filme amazonense que estreou no Teatro Amazonas concorre ao ‘Oscar’ do cinema de natureza

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Com estreia mundial no Teatro Amazonas, em agosto de 2023, o filme ‘Pirarucu – o respiro da Amazônia‘ está concorrendo a uma premiação internacional considerada o ‘Oscar‘ dos filmes de natureza, o Panda Awards. Filmada no Amazonas, a obra concorre na categoria Sustentabilidade.

‘Pirarucu – o respiro da Amazônia’ mostra como o manejo sustentável do pirarucu é um forte mecanismo de proteção da região amazônica e dos povos da floresta.

Os mundialmente aclamados Panda Awards, considerados os ‘Óscares Verdes’ da indústria internacional de cinema e televisão sobre vida selvagem, estão no centro do Wildscreen Festival desde 1982. A competição é composta por 14 categorias e três prêmios especiais, incluindo o cobiçado Golden Panda pela melhor produção geral.

FOTO: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

“O filme é um testemunho emocionante da força dessas comunidades amazônicas, que se tornaram os maiores guardiões da Amazônia, optando pelo manejo participativo do pirarucu, maior peixe de escamas de água doce do mundo, como uma estratégia ousada de conservação”, define a diretora.

Na visão de Carolina Fernandes, o filme traz uma mensagem de esperança para a Amazônia. “Em meio a tantas notícias de perdas e tragédias na região, o documentário conta como o manejo de apenas uma espécie de peixe se tornou um poderoso instrumento para proteção e benefício da floresta e dos seus povos”, diz.

FOTOS: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

A obra

‘Pirarucu, o Respiro da Amazônia’ é idealizado e protagonizado por lideranças comunitárias do Rio Juruá e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá destacando os notáveis resultados dessa união entre o conhecimento científico e a sabedoria ancestral das populações tradicionais e indígenas.

O filme mergulha profundamente nas águas do Rio Juruá e na região de Mamirauá, oferecendo uma visão fascinante de como a união entre comunidades e natureza pode resultar em um equilíbrio delicado que salva espécies da extinção e preserva a majestade da floresta amazônica.

O filme também mostra como a região do Médio Juruá saiu de um cenário de trabalho análogo à escravidão para se tornar um verdadeiro exemplo de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Produzido pela Banksia Films com direção de Carolina Fernandes, produtora audiovisual radicada no Amazonas há 12 anos, o filme mostra como o manejo do pirarucu foi desenvolvido, destacando a importância do conhecimento tradicional aliado ao conhecimento técnico de pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

De acordo com a diretora, o filme retrata de forma poética como as comunidades melhoraram a qualidade de vida ao se engajar nessa atividade sustentável, que salvou o pirarucu da extinção e protege a floresta.

FOTO: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Por meio da obra, o público também pode conhecer a história da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), que foi a primeira organização criada na região e até hoje é um grande exemplo para a Amazônia, coordenando as atividades no território com compromisso com a floresta e seus povos.

Além disso, o filme apresenta os resultados positivos dessa atividade no Médio Juruá. Em 11 anos, a população de pirarucu aumentou 55 vezes em lagos protegidos, fruto do manejo participativo do pirarucu e que gera uma importante fonte de renda, melhorando a qualidade de vida nas comunidades pela valorização dos produtos sustentáveis da floresta.

A logística para as filmagens foi bastante complexa e realizada em várias etapas, relata a diretora. “Filmamos o manejo do pirarucu no médio Juruá por 10 dias. Após isso, tivemos filmagens de entrevistas com os parceiros da rede pirarucu em Manaus”, conta. “E, por fim, viajamos para Mamirauá por cinco dias, onde pudemos fazer entrevistas com os pioneiros pescadores de pirarucu da região, que iniciaram e implementaram o manejo dessa espécie na Amazônia”, lembra.

De acordo com a diretora, o que fez a diferença foi poder contar com a dedicação e talento da equipe, que tem conhecimento e experiência para encarar quaisquer condições de filmagem na Amazônia, segundo ela.

A diretora

Carolina Fernandes é diretora e produtora audiovisual radicada no Amazonas há 12 anos. Treinada pela indústria de televisão britânica e francesa, ela tem experiência na direção e produção de séries de TV e documentários com temática ambiental com créditos na BBC, National Geographic Channels, Smithsonian Channel, HBO, Netflix, Animal Planet, Arte France, dentre outros.

Além disso, Carolina é diretora da série do Discovery Science “Mysteries of the Abandoned” na Amazônia. Produziu e atuou como diretora assistente no filme “Ex- Pajé” (premiado no Festival de Berlim em 2018 e no festival É Tudo Verdade) e no filme “A Última Floresta” (vencedor do prêmio do público na mostra Panorama da Berlinale em 2021), ambos dirigidos por Luiz Bolognesi. Seu trabalho se aproxima intimamente da Amazônia, sempre testemunhando a enorme capacidade dessa região de se preservar enquanto transforma a sua paisagem e o seu povo.

O filme é produzido por Banksia Films, produtora audiovisual de filmes com conteúdo para cinema e TV com atuação no mercado audiovisual brasileiro e internacional, oferecendo serviços de criação de conteúdo, produção e pós-produção de séries de entretenimento factuais, programas de entretenimento de alto perfil, documentários de realidade e de observação. É reconhecida no mercado nacional e internacional pela qualidade e solidez de seus projetos audiovisuais.

*Com informações da Agência Amazonas