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Ribeirinhos vivem com menos de 50 litros de água por dia durante a seca em Rondônia

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Às margens de um dos maiores rios do Brasil — o Madeira famílias ribeirinhas vivem com menos de 50 litros de água por dia em razão da seca histórica e a estiagem extrema que atinge Rondônia. A quantidade é menos da metade dos 110 litros por dia considerados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como necessários para suprir as necessidades básicas de uma pessoa.

“Hoje mesmo foi um dia que ninguém pegou água aqui. A gente tá com a água que veio ontem ainda. Ontem veio um pouco de água e a gente guardou, porque tem dias que não vem”, disse o ribeirinho Raimundo Souza, morador do distrito de São Carlos.

O dia era 31 de agosto, quando a média observada no Madeira foi de 1,26 metro e deveria estar em 4,28 metros, ou seja: o rio marcou mais de dois metros abaixo do que era esperado.

O nível do Madeira é monitorado desde 1967. Nesses quase 60 anos, nunca houve uma seca tão severa, sobretudo nos meses de julho e agosto. Historicamente, o nível do rio deveria chegar a níveis baixos somente nos meses de setembro e outubro.

A falta d’água afeta diretamente a população. Em São Carlos, para atender ao menos as necessidades básicas, os moradores da comunidade precisam adotar medidas extremas, como fazer buracos no chão para extrair água.

Na comunidade Maravilha 2, zona rural de Porto Velho, famílias estão racionando água. Nesse período de seca extrema, o “cacimbão” (o poço que abastece as casas), está quase seco. Antes, ele marcava um nível constante de aproximadamente meio metro, hoje os moradores contam com apenas 10 centímetros ou menos.

Outra dificuldade apresentada pela comunidade do Maravilha 2, é a baixa qualidade da água. Ao armazenar as garrafas, os moradores precisam coar a água com uma toalha.

“Eu tenho medo de ficar bebendo essa água. Eu peguei uma infecção de urina que até hoje eu não fiquei boa”, disse Liete Torres, moradora da comunidade.

Para auxiliar no tratamento da água consumida por ribeirinhos e moradores da zona rural, já que eles não têm acesso à água encanada, a Defesa Civil Municipal de Porto Velho distribui kits de hipoclorito de sódio, uma substância que “limpa” a água que agora está sendo consumida pela população.

Ribeirinhos estocam água em garrafas pet durante seca. Foto: Gladson Souza/Rede Amazônica RO

Um Igarapé localizado na comunidade ribeirinha Maravilha secou, causando a morte de dezenas de peixes e dificultando o acesso à água para os moradores da região.

Atualmente, existem 52 comunidades ribeirinhas em Porto Velho, às margens do rio Madeira. São quase 1,5 mil quilômetros de extensão em água doce. Ainda assim, os ribeirinhos não possuem acesso à água tratada e encanada.

Segundo a Defesa Civil, os ribeirinhos são os mais afetados pela seca em Porto Velho. As comunidades são divididas em três regiões: Alto, Médio e Baixo Madeira.

Menores níveis da história


Segundo dados do Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológica do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), em agosto o Rio Madeira bateu uma sequências de mínimas históricas, mais especificamente desde o dia 24 até o dia 31.

A situação foi semelhante no mês anterior: recordes de seca para o período, com níveis mínimos históricos. No último dia 31 de julho a água baixou a 2,45 metros, o nível mais baixo já registrado no mês desde que o monitoramento passou a ser feito pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB)

Seca do rio Madeira em 2024. Foto: Reprodução/Rede Amazônica RO

Na maior parte do ano o rio se manteve abaixo da zona de normalidade e por várias vezes ultrapassou as mínimas já observadas historicamente.

O Madeira abriga duas das maiores usinas hidrelétricas do Brasil: Jirau e Santo Antônio, que representam cerca de 7% da capacidade de geração do sistema elétrico brasileiro. As duas fazem parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e geram energia para todo país.

A ANA já admitiu a possibilidade de paralisação da hidrelétrica de Santo Antônio por causa da seca. O risco se deve ao funcionamento da usina, em formato de “fio d’água”, que não armazena muita água em seu reservatório e depende do fluxo do rio para manter as turbinas em funcionamento.

*Por Amanda Oliveira, Marcelo Moreira e Jaíne Quele Cruz, da Rede Amazônica RO

Projeto de Lei reconhece Feira do Pirarucu de Manejo como Patrimônio de Santarém

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Em uma decisão histórica, a Câmara de Vereadores de Santarém aprovou o Projeto de Lei Ordinária nº 12 de 2024, que declarou oficialmente a Feira do Pirarucu de Manejo como patrimônio histórico, cultural e imaterial do município. A feira, realizada anualmente na praça Barão de Santarém, é agora reconhecida por sua importância cultural e social para as comunidades manejadoras e santarenos.

A autoria do projeto é do vereador Sérgio Pereira, que destacou a relevância da feira para a identidade e tradição da região. Com essa nova classificação, a feira do pirarucu de manejo ganhou um novo status que promete fortalecer e preservar essa prática sustentável e ecologicamente responsável.

Poliane Batista, bióloga da Sapopema, ressaltou a importância desse reconhecimento legal:

Foto: Reprodução/Sapopema

Batista também ressaltou que a medida pode “contribuir para potencializar os resultados das próximas edições dando mais visibilidade, tendo mais apoio do próprio município e também visibilizando essa atividade que ela é considerada especial principalmente por esse componente do manejo do pirarucu que ainda são experiências muito pontuais aqui no município”, disse.

A feira do pirarucu de manejo é um evento que celebra as práticas sustentáveis de pesca que são essenciais para a conservação da biodiversidade na região. A iniciativa começou em 2020, liderada pela Sapopema e comunidades envolvidas (à época Costa do Tapará, Tapará Grande, Santa Maria, Pixuna do Tapará e Tapará Miri) com a parceria de diversas organizações, dentre elas o Sebrae, Colônia de Pescadores Z-20, Mopebam, Semap, Ufopa, Sedap e TNC.

Desde 2020, quatro edições foram realizadas: duas em 2020, uma em 2022 e uma em 2023. Com a participação efetiva dos consumidores, as edições foram ganhando maior estruturação e adesão de público. Até agora foram comercializadas sete toneladas, resultando em lucro para os manejadores.

*Com informações do Projeto Sapopema

Dia da Amazônia: celebração é ofuscada por crise ambiental

Seca em Tabatinga. Foto: Reprodução/Rede Amazônica AM

O Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, é marcado por discussões sobre a vital importância da preservação da maior floresta tropical do planeta. No entanto, a celebração é ofuscada pelos graves problemas enfrentados pela região, como o aumento das queimadas e a severa seca dos rios, em meio a uma crise ambiental.

De acordo com dados do programada BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), agosto de 2024 registrou 38.266 focos de queimada na Amazônia, o maior número desde 2005, quando foram contabilizados 63.764 focos.

Os focos de queimadas começaram a afetar as capitais da região. No último mês, Manaus ficou coberta por fumaça por pelo menos 7 dias, devido a uma massa de ar do Sudoeste do país. Esta massa alcançou o sul do Amazonas e alterou a direção dos ventos, transportando a fumaça dos incêndios florestais até a região metropolitana do estado.

A capital acreana, Rio Branco, amanheceu na segunda-feira (2), encoberta por uma nuvem de poluição e a qualidade do ar alcançou o nível ‘perigoso’, segundo monitoramento da IQAir.

O problema se estendeu para outras capitais do país. Na quarta-feira (4), Belo Horizonte amanheceu coberta por fumaça pelo terceiro dia consecutivo. No último mês, o céu ficou cinza em cidades da Grande São Paulo devido à fumaça provocada na Amazônia. O fenômeno também chegou ao Sul do Brasil na terça-feira (3)

Com mais de 1,9 mil focos de incêndio em agosto no Acre, de acordo com o monitoramento por satélite do Inpe, o Estado decretou emergência em saúde pública no final de agosto.

Parte do bioma está encoberto por uma mancha de fogo de quase 500 quilômetros de extensão, conforme captado pelo satélite europeu Corpenicus. O problema afeta os estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e agora o Pará, formando um verdadeiro ‘cinturão do fogo’.

Seca severa

Mas as queimadas e fumaça que podem ser vistas nas cidades não são os únicos problemas ambientais vividos na região. A seca dos rios também já começou a afetar a população que sofre a dificuldade de locomoção.

No Amazonas, o cenário este ano é crítico. Cidades têm dificuldades de receber insumos, há aumento no preço de produtos e comunidades indígenas e ribeirinhas podem ficar isoladas.

Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência ambiental e de saúde pública devido o cenário enfrentado. A seca dos rios no estado, em 2024, afeta mais de 330 mil pessoas, segundo o governo.

Um dos rios que mais sofre os impactos até então é o Solimões. No fim de agosto, a região do Alto Solimões, localizada na fronteira do estado com Colômbia e Peru, alcançou o nível mais baixo já registrado na história.

Seca em Tabatinga. Foto: Reprodução/Rede Amazônica AM

Agricultores, pescadores e a população que depende do transporte fluvial em Tabatinga, no interior do Amazonas, estão enfrentando diretamente a crise, já que o município fica na região mais afetada.

Com a falta de chuvas e o nível cada vez mais baixo de rios, lagos e igarapés, a agricultora Maria Lenise, que vive em Tabatinga, teme pelo futuro de suas plantações. Ela precisa vender o que ainda resta antes que tudo se perca.

O pescador Benedito Catique, que atua na região há 42 anos, afirma nunca ter visto uma seca tão severa como a deste ano.

“Nunca vi uma seca assim no nosso Amazonas. Está realmente seco. O rio está quase seco, os lagos estão secando, e temos que caminhar mais de 40 minutos para conseguir pescar”, relatou.

De acordo com o SGB, com a previsão de chuvas abaixo do esperado para as próximas duas semanas, o cenário no Alto Solimões pode se agravar ainda mais.

Cenário preocupa especialista

Ao Grupo Rede Amazônica, o ambientalista Erivaldo Cavalcanti alertou que todos os sinais indicam que a seca que o Amazonas enfrenta este ano deve superar a do mesmo período em 2023. Em várias áreas da Amazônia, os rios atingiram os níveis mais baixos em mais de um século, causando graves impactos nas comunidades ribeirinhas.

Sobre o cenário das queimadas, o especialista ressaltou a necessidade urgente de uma fiscalização mais eficaz e de uma atuação mais robusta dos órgãos responsáveis para reduzir o número de focos e mitigar os impactos na população.

“É crucial uma intervenção decisiva do poder público, com o apoio da sociedade civil e a aplicação rigorosa da lei, seja por meio de multas ou detenções. O número de fiscais precisa ser ampliado, e isso não se limita a pessoas físicas — pode incluir drones e satélites. Embora o mapeamento já seja feito pelos órgãos federais e estaduais, falta uma intervenção firme, incluindo a participação de instituições coercitivas”, afirmou Cavalcanti.

Para o especialista, o Dia da Amazônia representa uma oportunidade para discutir a crise ambiental que a região enfrenta e oferecer esperança para um futuro melhor para os habitantes da Amazônia.

*Com informações da Rede Amazônica AM

Como as queimadas estão ameaçando a saúde da população?

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Foto: Tiago Frota/Rede Amazônica RO

O Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, assume novos significados a cada ano. Enquanto a região enfrenta uma das piores secas em décadas, incêndios devastadores se proliferam, ameaçando não apenas a biodiversidade, mas a saúde das pessoas e animais. 

E na semana de comemoração sobre a importância da preservação da maior floresta tropical do mundo, grande parte do Brasil está em alerta laranja ou vermelho devido à baixa umidade do ar. A medição, feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indica que a variação pode chegar entre 20% e 12%, sendo que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) está entre 20% e 30%. 

A combinação de baixa umidade do ar, fumaça intensa provocada por queimadas e altos índices de poluição cria um cenário perfeito para o agravamento de doenças respiratórias, como asma e bronquite, além de outros riscos mais silenciosos.

“A estação do inverno, que é geralmente mais seca, já é propícia para aumentar os cuidados com o sistema respiratório. No entanto, vivemos hoje um ambiente com níveis de poluição e queimadas preocupantes, que precisamos dar atenção máxima à saúde além das vias aéreas, como a importância da hidratação, dos cuidados com a pele e das questões cardiovasculares”, explica o coordenador e médico de família do time de Saúde na Sami, Alexandre Calandrini.

Para o especialista, calor, secura e poluição podem desenvolver doenças um pouco mais silenciosas, mas que necessitam de tratamento rápido e contínuo.

A importância da Atenção Primária à Saúde (APS) para prevenção e tratamento certo, na hora certa, são fundamentais nestas situações onde toda a população de uma mesma comunidade está sofrendo com os impactos. “Quando se tem um contexto histórico do paciente, conseguimos prevenir e tratar sintomas de forma precisa. Hoje, os reflexos do que acontece com o meio ambiente pode afetar drasticamente a nossa saúde, principalmente de quem já precisa de cuidados especiais. Não se pode negligenciar a atenção primária, em especial para grupos vulneráveis como crianças, idosos e pessoas com condições médicas pré-existentes”, completa Calandrini. 

Ainda de acordo com o Inmet, ao longo de toda a semana de comemoração ao Dia da Amazônia, as áreas mais afetadas pela baixa umidade incluem o centro e leste de Goiás, Alto Paranaíba, centro-sul de Mato Grosso, diversas regiões de Minas Gerais, incluindo o Triângulo Mineiro, além de partes de Mato Grosso do Sul, São Paulo e o Distrito Federal. Nessas localidades, a umidade do ar pode atingir níveis críticos, aumentando os riscos de queimadas.

Além de consultar um médico com frequência e estar em dia com exames de rotina, é importante tomar algumas precauções. Calandrini reforça os cuidados essenciais para semanas como esta:

Hidratação adequada:

  • Beber água regularmente, mesmo se não sentir sede. A hidratação ajuda a manter a temperatura corporal e a evitar a desidratação;
  • Evitar bebidas alcoólicas e cafeinadas porque podem aumentar a desidratação e devem ser consumidas com moderação.

Proteção contra o calor:

  • Evitar exposição ao sol entre às 10h e às 16h. Se for necessário sair, use chapéus, roupas leves, de cores claras, e protetor solar;
  • Dê preferência por ambientes frescos e bem ventilados;
  • Tomar banhos frios pode ajudar a baixar a temperatura corporal.

Cuidados com as vias respiratórias:

  • Se sua região é alvo de queimadas florestais, use máscaras do tipo N95 ou PFF2 para filtrar as partículas finas e evitar a inalação de fumaça e outros poluentes;
  • Mantenha os ambientes úmidos com umidificadores de ar. Ou utilize recipientes com água nos cômodos para melhorar a umidade do ar dentro de casa. Evite o uso excessivo de ventiladores, que podem ressecar ainda mais o ambiente;
  • Faça lavagens nasais com soro fisiológico para aliviar a irritação das vias respiratórias.
Imagem de Markus Winkler por Pixabay

Alimentação:

  • Consuma alimentos leves e de fácil digestão, como frutas, verduras e legumes, que também ajudam na hidratação;
  • Evite comidas pesadas com alimentos gordurosos, que podem dificultar a digestão e aumentar o desconforto em dias quentes.

Monitoramento da saúde:

  • Fique atento aos sinais de desidratação: boca seca, dor de cabeça, tontura e urina escura indicam desidratação e exigem atenção imediata;
  • Procure assistência médica se houver dificuldades respiratórias, palpitações, desmaios ou outros sintomas graves.

Atividade física:

  • Evite esforço físico intenso. Atividades físicas extenuantes durante os períodos de maior calor e baixa umidade devem ser evitadas. Se for se exercitar, faça isso em horários mais frescos, como de manhã ou no final da tarde.

Prevenção de problemas cardiovasculares:

  • Evite estresse térmico. Pessoas com condições cardíacas devem ter cuidado redobrado, evitando exposição ao calor e desidratação, que podem sobrecarregar o sistema cardiovascular.

Acompanhamento de qualidade do ar:

  • Acompanhe os boletins meteorológicos e índices de qualidade do ar. Sabendo disso, evite sair de casa quando os níveis de poluição estiverem altos, especialmente se você pertence a grupos de risco.

Orientações específicas para crianças e idosos: 

  • São os mais vulneráveis a altas temperaturas e baixa umidade, então devem ser hidratados com mais frequência e monitorados quanto a sinais de desidratação ou insolação.

Grupo musical Waruna apresenta canções tradicionais indígenas no Manaus Passo a Paço 2024

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Foto: Karleandria Araújo/Portal Amazônia

O Manaus Passo a Paço 2024, festival de artes integradas realizado na capital do Amazonas, conta com uma programação vasta de atividades e com diversas atrações nacionais. E, com o propósito de dar voz à cultura amazônica, tem em sua programação atrações que revelam isso, como o grupo musical Waruna.

O grupo formado por representantes da etnia Kokama, originária do Alto Solimões, no Amazonas, desenvolve um ritmo com influências do trapézio amazônico (Brasil – Colômbia – Peru), na levada da cumbia. Porém, para esta edição do evento, o repertório conta somente com músicas tradicionais indígenas.

“Eu e minha equipe vamos desenvolver um trabalho para mostrar para toda a sociedade e para todo o país a área musical indígena, juntamente com o Cacique Natalino. É uma oportunidade única, né? A gente fica muito feliz por causa dessa oportunidade. Através disso a gente pretende crescer na música indígena”, comenta o tecladista João Kokama, conhecido como “João do Arrocha”.

O Cacique Natalino Moura, da etnia Kokama, reforça que a presença de grupos musicais indígenas em eventos como o Manaus Passo a Paço endossam a difusão cultural que estes grupos precisam.

O grupo é formado por sete pessoas que divulgam a música, idioma e dança indígena amazônica. Os interessados em conhecer a atração podem acompanhar as apresentações nos três dias do evento no Palco Coreto, sempre a partir das 17h.

A edição de 2024 do Manaus Passo a Paço 2024 acontece nos dias 5, 6 e 7 de setembro, no Centro Histórico da cidade. A previsão é receber um público aproximado de 450 mil pessoas.

Rio Madeira fica abaixo de 1 metro pela 1ª vez na história em Porto Velho

Seca do rio Madeira em 2024. Foto: Edson Gabriel/Rede Amazônica RO

O Rio Madeira atingiu a cota de 96 centímetros nesta quinta-feira (5) em Porto Velho (RO), de acordo com o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). É a primeira vez, desde que começou a ser monitorado, que o rio fica abaixo de um metro.

A marca histórica acontece em uma data de discussões sobre a preservação da floresta e dos recursos hídricos: o Dia da Amazônia. Em uma situação de estiagem extrema, o Rio Madeira abriga 40% de todas as espécies de peixes da bacia amazônica — são mais de 1,2 mil. Em paralelo a isso, o estado bateu recordes de queimadas nos últimos meses.

Por causa da seca, as hidrelétrica de Santo Antônio, uma das maiores do Brasil, está operando com apenas 14% das turbinas.

Leia também: Especialistas alertam para ‘crise hídrica severa’ em Rondônia em 2024

O cenário é tão inédito que para continuar acompanhando os níveis do rio, o SGB vai precisar instalar uma nova régua de medição com marcação de cota até 0, tendo em vista que a atual régua não conta com um nível tão baixo.

O Rio Madeira é um dos maiores do mundo e passa por três países: Brasil, Bolívia e Peru. Ele começou a ser monitorado em 1967 pelo SGB.

O volume das águas do Madeira baixaram em uma velocidade alarmante. No dia 31 de julho ele estava em 2,45 metros, o que já era muito baixo para o período. Ou seja, em pouco mais de um mês, o nível do rio desceu quase 1,5 metro.

Desde julho de 2024, o Madeira vem batendo uma sequência de mínimas históricas. Nessa época do ano o rio deveria estar em cerca de 3,80 metros, ou seja: está quase três metros abaixo do esperado. Esses dados são do Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológica (SipamHidro).

Consequências da seca para todo o Estado

No dia 4 de setembro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou sobre a paralisação parcial das unidades geradoras de Santo Antônio em razão da seca extrema do rio Madeira. Das 50 turbinas, apenas sete estão em funcionamento, ou seja: apenas 14% das turbinas estão trabalhando.

Segundo a Eletrobras, controladora da Hidrelétrica Santo Antônio, a manobra de paralisar as unidades geradoras localizadas na margem esquerda e no leito do rio permite manter a geração de energia concentrada no grupo Gerador 1, localizado na margem oposta. A empresa afirma que segue gerando energia para todas as regiões do país.

Quem mais sofre com a seca do Rio Madeira

Com as altas temperaturas e uma seca extrema, moradores das comunidades ribeirinhas, que vivem às margens do Madeira, sofrem com a falta de um recurso essencial: a água.

Ribeirinhos vivem com menos de 50 litros de água por dia para toda a família, sendo que a quantidade necessários para suprir as necessidades básicas de uma pessoa é 110 litros por dia, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Atualmente, existem 52 comunidades ribeirinhas em Porto Velho, às margens do rio Madeira. São quase 1,5 mil quilômetros de extensão em água doce. Ainda assim, os ribeirinhos não possuem acesso à água tratada e encanada.

Panorama das queimadas

A seca ocorre em meio a um período de queimadas extremas. Somente nos quatro primeiros dias de setembro, 570 focos de incêndios foram registrados. Além disso, o número de focos registrados entre janeiro e o início de setembro é o maior em 14 anos. Os dados são do Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Agosto foi o pior mês em 14 anos, tanto para Rondônia quanto para o Brasil. Entre janeiro e o início de setembro foram registrados 6.984 focos de incêndio no estado, sendo que 64% desse total foram identificados somente em agosto.

Pior ar do Brasil

O cenário de seca e queimadas excessivas contribuem para colocar Porto Velho e outras cidades de Rondônia entre os piores índices de qualidade do ar do país.

De acordo com dados IQAir, plataforma suíça de monitoramento do ar, a concentração de PM2,5 em Porto Velho é atualmente 31,2 vezes maior que o valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a qualidade do ar.

Leia também: Porto Velho atinge nível mais grave em escala que mede poluição do ar

Há mais de um mês, o estado de Rondônia está encoberto por fumaça. O céu azul, citado no hino do estado, foi substituído pelo “cinza” causado pelas queimadas na Amazônia. A fumaça causada por todas essas queimadas afetam diretamente as paisagens de Rondônia. O pôr do Sol “abraçando” o rio Madeira, por exemplo, que fazia parte do dia a dia da população, passou a ser raras ou inexistentes.

*Por Marcos Miranda, da Rede Amazônica RO

Veja a programação completa do Manaus Passo a Paço 2024

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O maior festival de artes integradas da Região Norte, o ‘Manaus Passo a Paço‘ deu início à edição de 2024 nesta quinta-feira (5). O evento recebe shows nacionais e reúne cultura e gastronomia amazônica à música.

Confira a programação completa:

PALCO MALCHER

DIA 5
17h30 – Jhon Veiga
18h25 – George Japa
19h20 – Luíza Sonza
20h50 – João Gomes 
22h50 – Alok
00h50 – Luan Santana
Nos intervalos – DJ Nairle

DIA 6 
17h50 – 40 Graus de Amor
18h45 – Guto Lima
19h40 – Ases do Pagode
20h40 – Don Juan
22h10 – Pixote
23h40 – Manu Bahtidão
Nos intervalos – DJ Noelle

DIA 7 
18h – Uendel Pinheiro
19h30 – Chitãozinho e Xororó
21h30 – Titãs
23h10 – Wesley Safadão 
Nos intervalos – DJ Hayden

PALCO ALFÂNDEGA

DIA 5
18h – Oficial 80
18h55 – Casa de Caba
19h50 – Critical Age 
21h – Pitty 
22h45 – Capital Inicial 
00h30 – Matuê
Nos intervalos – DJ Juanzinho

DIA 6 
18h – As Travas no Samba
18h55 – Kelton Piloto
19h50 – Jhony Jack Mesclado 
20h50 – Tucumanos
23h – Lorena Simpson
Nos intervalos – DJ Rani

DIA 7
20h50 – Templos + Izabelle Ribeiro
21h30 – Dallyson Fernandes + Joas Gadeli 
22h10 – Aline Barros
23h20 – Som e Louvor 
Nos intervalos – DJ Emerson S, DJ JC e DJ Michilis

PALCO MANGUEIRÃO

DIA 5 
17h30 – Las Mucuras
18h10 – Kaiza Marques
19h – Bororós
19h50 – Nunes Filho
20h40 – Aurora Boreal
21h30 – Jyou Guerra
22h20 – Prefixo 92
23h10 – Banda Bates 
00h – Tome Xote
00h50 – Vanessa Auzier
Nos intervalos – DJ Bibous

DIA 6 
17h30 – Banda do Instituto PCD
18h30 – Anne Queiroz
19h – Daniel Trindade
19h50 – Marcia Novo
20h40 – Mikael
21h30 – Não Existe Saudade em Inglês
22h20 – Dennys Salvador
23h10 – Esssence
00h – Banda Uns e Outros
Nos intervalos – DJ Fergadore

DIA 7 
17h30 – Banda Impacto
18h10 – Thiago e Banda
19h – Grupo Calçada 
19h50 – Banda Madalena
20h40 – Antônio Bahia
21h30 – Batuque Banzeiro
22h20 – Chora Cachorro
23h10 – Lúcio Flavio 
00h – Audrey San Silver 
Nos intervalos – DJ Peter

PALCO CORETO 

DIA 5
17h00 – Apresentações Indígenas
19h30 – Apresentador
19h40 – Bumbá Meu Bloco
20h20 – Vídeo Mapping Performático
20h50 – Marquinhos Negritude
21h40 – Moham Henrique
22h20 – Vídeo Mapping Performático
22h50 – Jean Cantor
Nos intervalos – DJ Falcão

DIA 6 
17h00 – Apresentações Indígenas
19h30 – Apresentador
19h40 – Síncope Tropical
20h20 – Vídeo Mapping Peformático
20h50 – Bruno Rroguez
21h40 – Jorge Dias 
22h20 – Vídeo Mapping Performático
22h50 – Alê Borges
Nos intervalos – DJ Frank Fera

DIA 7 
17h00 – Apresentações Indígenas
19h30 – Apresentador
19h40 – Vitor França 
20h20 – Vídeo Mapping Performático
20h50 – Trio Telengo Tengo
21h40 – Kallyandra Cunha
22h20 – Vídeo Mapping Performático
22H50 – Gabi Nobre
Nos intervalos – DJ Peter

TEATRO DA INSTALAÇÃO

DIA 5 
19h às 20h40 – Cabaré Chinelo
21h às 22h – Apresentações de Stund Up Comedy – Marcos Paiva, Valdo César, Papagaio, UGomes, Salém e Téo Júnior 

DIA 6
19h às 19h45 – O Casamento da Filha de Mapinguari
20h30 às 22h – Apresentações de Stund Up Comedy – Marcos Paiva, Diego Nascimento, Thiago Ribeiro, Dann Dias, Beto Monteiro e Dunga Mesquita

DIA 7  
18h às 18h50 – O Circo Chegou na Cidade 
20h30 às 22h – Apresentações de Stund Up Comedy – Marcos Paiva, Manoel Eufrásio, Lucas Eduardo, Ricardo Mesquita e William Oliveira

PALCO PASSINHO (infantil)

DIAS 6 e 7
Apresentações de palhaços e artistas das 17h às 22h, com show de Patati e Patatá como atração principal do palco no dia 7  

MUSEU DA CIDADE

Nos dias 5, 6 e 7 – Mapping Performático – Gandhi Tabosa – nos horários de 20h20 e também às 22h20 em todos os três dias

ESPAÇO URBANO

Apresentações de rap, reggae, rock, danças, K-Pop, cosplayers e batalhas de breaking dance adulto e infantil também fazem parte da programação do Espaço Urbano.

DIA 5 
17h00 – DJ Carapanã (Abertura de Intervalos)
17h20 – Mestre Chico Bento – Roda de Capoeira
18h15 – Batalha – Eliminatórias
19h25 – 3ª Idade 100% Jovem
19h42 – Banda Leticia
20h27 – Alta Academy
20h45 – Zona Tribal
21h30 – Art Factory 
22h15 – Lil Pavan
23h35 – Team Floor Kings
Apresentador – João Junior

DIA 6 
17h00 – DJ Lecons (Abertura e Intervalos)
17h10 – Mestre Budá – Roda de Capoeira
18h05 – Batalha – Semifinal
19h15 – Ritmo 3 Crew
19h50 – Lary Go & Strela
20h35 – Sonic Street Dance
21h00 – Conduta 092
21h45 – Artigo 5
22h30 – Jander Manauara 
23h15 – DD Tankers
Apresentador – Daryork

DIA 7 
17h00 – DJ Tubarão – (Abertura e Intervalos)
17h10 – Movimento Mulheres em Conexão
18h05 – Batalha – Final
19h15 – Hunter
19h25 – Moonrise
19h35 – Dark Wings 
19h55 – Banda Kyuubi
20h50 – Holograma
21h20 – Calcanha de Maracujá 
22h15 – Heaven 
22h25 – Synk
22h35 – Spelium
22h55 – Minas do Rap
00h05 – Resgate Urbano
00h15 – DJ Tubarão – Encerramento
Apresentador – Maiko MD

Presidência sanciona leis que reconhecem Festival de Parintins e Arraial do Pavulagem como manifestações da cultura nacional

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no dia 4 de setembro, dois projetos de lei que reconhecem o Festival Folclórico de Parintins, os Bois Garantido e Caprichoso e o Arraial da Pavulagem como manifestações da cultura nacional. Os eventos são realizados nos estados do Amazonas e Pará, respectivamente.

Lula também agradeceu aos parlamentares que trabalharam nas propostas e as aprovaram no Congresso Nacional, com o objetivo de “oferecer ao Brasil mais duas festas extraordinárias, consolidadas e consagradas na legislação brasileira”.

Parintins

O PL 2.610/2023 trata do Festival Folclórico de Parintins, realizado anualmente na cidade de Parintins, no Amazonas, e que é considerado um dos maiores eventos culturais do Brasil, além de ter sido reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Este festival envolve uma competição acirrada entre dois bois-bumbás: o Boi Garantido (vermelho) e o Boi Caprichoso (azul). Cada boi-bumbá apresenta histórias baseadas na cultura amazônica, incluindo lendas, mitos, rituais e costumes locais. As apresentações são um espetáculo de música, dança e fantasia, que encantam tanto os moradores locais quanto visitantes de outras regiões e países.

Além das apresentações dos bois-bumbás, o festival oferece uma variedade de atividades culturais, como feiras de artesanato, comidas típicas, danças folclóricas e outros eventos que celebram a herança cultural da Amazônia.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pavulagem

Já o PL 4284/2019 versa sobre o Arraial do Pavulagem, que é uma prática cultural realizada no Pará, como um cortejo popular que ocorre no centro comercial da capital Belém, durante os meses de junho e julho que correspondem ao período das festividades juninas. São utilizados diversos elementos da cultura popular amazônica, ritmos musicais característicos, a exemplo do carimbó, siriá, lundu, xote e marajoara, entre outros.

Adereços de chapéu de palha com fitas coloridas são uma peculiaridade representativa dessa manifestação da cultura popular. Como principal atração, estão as danças e encenações dos bois-bumbás que na Pavulagem são boi de folia, com adereços diferenciados do bumba-meu-boi do Maranhão, do boi-bumbá do Pará ou até mesmo do Amazonas, cada um sendo representado pelas suas distinções específicas.

Realizado desde 1987, o Arraial do Pavulagem foi consagrado como Patrimônio Cultural de Belém por meio da Lei Municipal 9.305/2017, além de ter sido declarado Patrimônio Cultural de natureza imaterial do estado do Pará na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), com a Lei 9.108/2020.

Foto Joyce Ferreira

*Com informações do Planalto

Dia da Amazônia: 5 curiosidades que tornam a região única

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Foto: Adriano Gambarini/Instituto Mamirauá

A Amazônia, com seus 6,7 milhões de km², é muito mais do que a maior floresta tropical do mundo, é um verdadeiro tesouro de biodiversidade e cultura, repleto de curiosidades que surpreendem tanto cientistas quanto seus próprios moradores.

Por isso, a região é cercada de mistérios, alguns desvendados, enquanto outros estão à espreita, só esperando o momento de virem à luz. Para celebrar o Dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro, conheça 5 curiosidades que tornam a região única:

1. Geoglifos são encontrados em maior número no Acre

Os geoglifos são grandes figuras feitas no chão de morros e regiões planas. Essas estruturas de terra escavadas no solo, são formadas por valetas e muretas, representando figuras geométricas de diferentes formas e tamanhos.

Essas estruturas foram encontradas em pelo menos sete países: Peru, Estados Unidos, Inglaterra, Chile, Reino Unido, Austrália e o Brasil. Em território nacional, o Acre é um dos Estados que mais tem registros.

Este ano, inclusive, agentes do ICMbio faziam estudo de viabilidade e ampliação da trilha Chico Mendes no Seringal Porongaba, na zona rural de Epitaciolândia, quando encontraram mais dois.

2. Rio Hamza: você já ouviu falar no Rio subterrâneo da Amazônia?

Cientistas descobriram que existe um rio subterrâneo, nomeado de Hamza, que corre no mesmo sentido do Rio Amazonas, a uma profundidade de quatro mil metros e com uma extensão de seis mil quilômetros.

3. Macapá é a única capital brasileira “cortada” pela Linha do Equador.

Macapá, capital do Amapá, pelo menos duas vezes ao ano, tem o privilégio de assistir a um fenômeno chamado de Equinócio, uma manifestação em que os raios do sol, no seu movimento aparente, incidem diretamente sobre a Linha do Equador.

4. Você sabia que existe uma rã “de vidro” na floresta amazônica?

Isso mesmo. A pequena rã transparente revela seus órgãos e só pode ser distinguida com lanternas ou ouvindo seu canto em meio à folhagem espessa. É um dos exemplares mais procurados por biólogos e observadores internacionais de anfíbios. Mas não é só ela que possui essa característica: espécies de peixes transparentes também podem ser encontradas na região.

5. Ribeirinhos da Amazônia consomem carne de mucura?

Javali, faisão, coelho e rã. Sabe o que esses animais têm em comum? Eles são utilizados por chefs de cozinha devido a suas carnes exóticas. Na Amazônia também existem animais exóticos que fazem parte do cardápio dos povos indígenas e comunidades tradicionais. No Pará, por exemplo, em uma comunidade ribeirinha localizada no município de Abaetetuba, o consumo da carne de mucura é algo comum.

A mucura, também conhecida em parte do país como gambá, é lembrada pelo líquido mal cheiroso produzido por suas glândulas axilares usado como arma de defesa. Se alimenta de roedores, aves de pequeno porte, rãs, lagartos, insetos e frutos. Em diversas comunidades amazônicas, a caça deste animal é feita para fins de alimentação e uso medicinal.

Bônus tradicional: os rios que não se misturam

Em Manaus, as águas dos rios Negro e Solimões não se misturam e se tornaram famosas em todo o mundo. Além do principal ponto turístico da capital do Amazonas, o fenômeno natural conhecido como “Encontro das águas” acontece em outras cinco localidades na Amazônia brasileira.

A Amazônia pega fogo e os políticos se calam. POR QUÊ?

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Por Walace SO*

Queridas e queridos das beiras e beiradas dos nossos rios, do açaí com mandi, do dominó de fim de tarde e do tacacá ao anoitecer. Vamos remando em nossa canoa da reflexão. Quanta fumaça toma conta de nosso céu? Do Pantanal até nossa Amazônia, estamos pegando fogo e “defumando” a vida. E isso não pode acontecer mais, não podemos permitir que continue a acontecer ano após ano, não podemos nos calar.

O mês de setembro já registrou mais de 154 mil focos de incêndios, segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A região Norte registrou 42,7% dos focos de calor do dia 01/09 até o dia 04/09. E a cada ano, principalmente desde a eleição de 2018, esse índice aumenta sem parar. Principalmente com a proposta política e de expansão da vista grossa feita aos garimpos ilegais e desmatamento do governo passado. Que Aliás, desativou e promoveu o desmanche dos ministérios e de órgãos de pesquisa e prevenção climática.

Não por acaso, podemos analisar e relacionar o interesse de Elon Musk em instalar internet na Amazônia. Na verdade é uma estratégia para monitorar via satélite todas às possibilidades de mineração que temos na região, literalmente uma “cortina de fumaça”. Nada está relacionada a levar acesso a internet para as escolas. A SpaceX é o conglomerado onde estão o “X” e a Starlink desse senhor. É um movimento bem planejado e que serviu ao garimpo ilegal e como instrumento contra nossa soberania nacional. Promovendo e aumentando a polarização e conflito entre os poderes da República.

Leia as reportagens abaixo e pesquise se ela atendeu de verdade as escolas ou ao garimpo ilegal:
Quatro meses após anúncio de Elon Musk, uma escola do AM recebe internet por meio do Starlink
Antenas da Starlink são apreendidas em garimpo ilegal na Terra Yanomami  

A Amazônia é uma fronteira cobiçada por esse senhor e muitos políticos da região que não se importam com a nossa floresta e na promoção do seu desenvolvimento sustentável e de preservação climática. Precisamos ter uma proposta de desenvolvimento que possa aproveitar e preservar nossa floresta e nossa cultura ribeirinha. A floresta é um grande ativo farmacêutico para pesquisas e para riquezas sem serem as antigas que enriquecem poucos e elite.

Então, bora refletir… no final da década de 70 do século passado meu Avô Sebastião, lá no Paraná costumava comentar uma reflexão de sua sabedoria de homem da terra que sempre me intrigou:

“Meu neto, depois que o homem foi para a lua, tudo aqui embaixo mudou, antigamente tinha tempo para plantar e para colher, na roça obedecíamos à lua para plantar, sabíamos a época da chuva e quando ela estava chegando pelo cheiro da terra. Hoje tudo mudou está doido, o homem não respeita mais a terra, desmatada tudo sem dó, um dia os filhos de seus filhos sentirão o preço da arrogância do bicho homem”.

E já chegou a época dos “filhos dos meus filhos”, o desmatamento sem dó, o mercúrio no rio, o boi na Amazônia, a soja que avança e agora o terrorismo ideológico estão acentuando o fim de nossas florestas e dos nossos rios por toda Amazônia e Pantanal. Dois ecossistemas diferentes, com grande impacto sobre o clima brasileiro e mundial.

Precisamos de projetos de desenvolvimento sustentáveis, incentivo à educação e pesquisa em nossa terra, de orçamento público e privado trabalhando na direção de arranjos produtivos para o século XXI. A Amazônia é nossa, mas tem uma responsabilidade global, ela preserva e mantém a estabilidade climática e evita que o planeta entre em colapso. Vamos lutar para desenvolver com nosso povo, nossos pesquisadores e produzir a nossa riqueza. Os políticos jamais olharam para cá, só querem explorar e se aliar com estrangeiros gananciosos que estupram nossa floresta e nossa cultura.

BORA REFLETIR! E AGIR!

Sobre o autor

Walace Soares de Oliveira é cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista