Home Blog Page 312

Projeto entre Amazonas e Espanha quer monitorar biodiversidade amazônica com IA

Um projeto desenvolvido entre pesquisadores do Instituto Mamirauá, no Amazonas, e da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha, quer monitorar a biodiversidade amazônica com auxílio de Inteligência Artificial (IA). A iniciativa é uma das finalistas da premiação internacional XPRIZE Rainforest Florestas Tropicais.

Batizado de ‘Providence’, ou Sistema de Monitoramento da Biodiversidade e Vigilância Territorial da Amazônia, o projeto é uma solução tecnológica de monitoramento da biodiversidade baseada em sensores com inteligência artificial.

Por meio de drones, a biodiversidade da Amazônia e de outros biomas pode ser monitorada em um nível inédito de velocidade.

Além de identificar espécies em tempo real e enviar dados remotamente, o sistema garante agilidade na obtenção de informações e auxilia na fiscalização e manutenção da conservação da floresta.

A tecnologia vem sendo desenvolvida há mais de uma década, revela o diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, Emiliano Ramalho. Ele conta que o projeto já demonstra resultados positivos em uma parte do território amazônico, hoje sendo a primeira área protegida do planeta totalmente monitorada por inteligência artificial.

O prêmio

O XPRIZE Rainforest surgiu em 2019 com o objetivo de reunir especialistas de diferentes áreas para desafiá-los a usar novas tecnologias voltadas a acelerar o monitoramento da biodiversidade tropical.

Este ano, seis finalistas foram selecionados para a disputa pelo prêmio de quase R$ 55 milhões. Na fase final, que ocorre ao longo do mês de julho, os projetos serão testados em comunidades do interior do Amazonas.

Após a etapa final de testes, o resultado do XPRIZE deve ser divulgado somente em agosto. Para Emiliano Ramalho, a premiação será fundamental para implantar a tecnologia em todo o Brasil.

“A ideia, caso a gente vença, é aplicar esse investimento em prol do desenvolvimento da tecnologia para colocá-la para funcionar em outras áreas da Amazônia, implementando ainda o sistema como uma ferramenta nacional de monitoramento que hoje não temos para acompanharmos a biodiversidade e o meio ambiente e auxiliarmos na fiscalização”, conclui.

Encontro em Manaus

Cientistas do mundo inteiro se reuniram em Manaus, na quinta-feira (4), para desenvolver e apresentar tecnologias voltadas para mapear o ecossistema de florestas tropicais durante o XPRIZE Rainforest.

A primeira fase do evento, que foi a apresentação dos projetos, aconteceu em um hotel no Centro da capital amazonense.

Pesquisadores discutem processos exploratórios e alternativas sustentáveis para desenvolvimento da Amazônia

0

Durante a mesa redonda ‘A Amazônia entre o extrativismo primitivista e desenvolvimentismo igualmente predatório: em busca de uma alternativa sustentável e inclusiva’, na 76ª Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), os pesquisadores debateram sobre quais modelos de desenvolvimento tem sido pensados e trabalhados para a Amazônia em meio às lutas contra os processos exploratórios desenvolvidos na região.

Além das ameaças impostas pelo desmatamento e a devastação causadas pelas ações humanas no bioma, Marlúcia considera importante entender a Amazônia também como uma região rica em conhecimentos tradicionais, diversidade e capacidade de adaptação e resistência.

Pesquisadores discutem os processos exploratórios e alternativas sustentáveis para o desenvolvimento da Amazônia. Foto: Reprodução/Museu Goeldi

Roberto Luiz do Carmo, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/UNICAMP), pontuou que o processo de ocupação do espaço do Brasil está associado à dinâmica secular de exploração das fronteiras litorâneas em direção ao interior, destacando alguns ciclos exploratórios, como o do pau brasil, o ciclo de mineração e, mais recentemente, a expansão da produção de soja, principalmente no Cerrado.

Do Carmo ressaltou como a perspectiva de desenvolvimento sustentável se tornou alvo de contestações, sobretudo por parte de segmentos políticos.

*Com informações do Museu Goeldi

Pesquisa promete multiplicar produção de tambaquis e hortaliças no Amazonas

Aumentar a produtividade na criação de tambaquis em até seis vezes, em comparação com os atuais modelos de piscicultura, e ao mesmo tempo, alavancar a produção de alimentos no Amazonas de modo sustentável e ambientalmente responsável, reduzindo custos, consumo de água e sem a necessidade de derrubar nenhuma árvore.

Estes são os objetivos da pesquisa inovadora realizada pela Universidade Nilton Lins, por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, e que esta semana inaugurou sua unidade experimental no campus da instituição no Parque das Laranjeiras, zona Centro-sul de Manaus, visando o desenvolvimento de um sistema integrado e simultâneo para criação de peixes e hortaliças em um único ambiente aquático.

Coordenado pelos professores Lucas Pedro Gonçalves Junior e Juliana Tomomi Kojima, do curso de Mestrado e Doutorado em Aquicultura da Universidade Nilton Lins/INPA, a pesquisa é voltada especialmente para pequenos produtores e agricultores familiares do estado e na unidade serão testados e avaliados diferentes modelos de produção visando adaptar-se à realidade amazônica.

“Nosso desafio neste primeiro momento é desenvolver, na prática, um ambiente ideal elaborado nos estudos teóricos, que seja propício tanto para os peixes quanto para as plantas. Dessa forma, esperamos melhorar a produtividade pela qualidade da água dentro do sistema alternativo de aquaponia e permitir que os pequenos produtores tenham duas fontes de renda”, destacou Lucas.

Fotos: Divulgação

Na etapa inicial dos trabalhos em campo, a hortaliça escolhida foi a alface mas nos próximos meses, a proposta é expandir a pesquisa para incluir o jambu, manjericão e outras plantas de interesse comercial regional.

Sustentabilidade

Além das vantagens econômicas, o desenvolvimento de um sistema integrado de produção aplicado na agricultura familiar, permitirá o aumento da produtividade sem a necessidade de desmatar novas áreas e ainda reduzirá o consumo de água em comparação aos modelos atuais.

“É totalmente sustentável e respeita o meio ambiente da região. Nesta unidade experimental, contamos com 16 tanques, mas os produtores poderão usar viveiros de até 50m³. A piscicultura tradicional produz cerca de 1 kg de tambaqui por m³, enquanto com este sistema estimamos chegar a 6 Kg”, explicou Lucas.

A pesquisa teórica teve início em maio de 2023 e todo o trabalho está previsto para ser concluído em maio de 2025. Além dos experimentos, o local também servirá para a realização de cursos, contribuindo para a disseminação do conhecimento e capacitação dos produtores locais. O projeto conta com apoio da Fapeam pelo Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil.

As pedras que viram obras de arte em Porto Velho

0

Terezinha de Jesus: simplicidade e poesia. Foto: Júlio Olivar

Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

“No meio do caminho havia uma pedra” – versos imortalizados por Carlos Drummond de Andrade. As pedras que dona Terezinha de Jesus encontra pelo caminho, ela transforma em obras de arte no estilo naïf, uma expressão surgida na França no século XIX que significa “ingênuo”. Essa forma de arte é popular e não acadêmica.

Aos 77 anos, Terezinha pinta desde os 14 e, recentemente, passou a utilizar pedras como suporte para suas pinturas feitas com tinta plástica e verniz. São muitas as paisagens típicas da Amazônia que a inspiram.

Nascida às margens do Rio Solimões, no estado do Amazonas, Terezinha se considera porto-velhense de coração, pois vive na região desde a infância. Atualmente, ela expõe seus trabalhos na Casa de Cultura Ivan Marrocos.

“Foi no quintal desta casa que encontrei as pedras que foram as primeiras que pintei. Não tinha a intenção de comercializá-las como obras de arte; era apenas para decorar o jardim aqui mesmo. Mas os funcionários do espaço me incentivaram”, conta dona Terezinha.

Durante toda a vida, Terezinha foi cabeleireira e criou quatro filhos, enfrentando as adversidades. Filha de seringueiro, teve que trabalhar desde cedo. A pintura era seu hobby. “Muitas vezes tive que parar com tudo, pois já cheguei a sustentar muitas pessoas que dependiam de mim. Mas o pincel sempre ficava ali, no cantinho, pronto para ser usado. Agora, dedico-me exclusivamente à pintura”, revela.

Sobrinha de Afonso, o pioneiro

Terezinha é sobrinha de Afonso Ligório, um artista que faleceu há cerca de 45 anos. Embora seu nome não seja tão lembrado atualmente, ele é considerado um expoente das artes plásticas. A galeria da Casa de Cultura, onde Terezinha trabalha, leva seu nome.

Afonso foi um pintor muito requisitado, responsável por imagens sacras presentes até hoje na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, em Porto Velho. Suas obras também estão nas paredes do tradicional Bar J. Lima. Além disso, ele era conceituado como santeiro. Uma de suas esculturas mais conhecidas é a de São Dom João Bosco, localizada em Ji-Paraná.

Dona Terezinha guarda com carinho as lembranças de seu tio. “Ele era um homem singular, desapegado de fama e dinheiro. Pintava por amor. Sempre usava seu chapéu e tocava qualquer instrumento musical de ouvido, tendo estudado apenas quatro anos. Além disso, tinha muitas outras habilidades artísticas. Por exemplo, adorava imitar pessoas, e fazia isso com mais perfeição do que os humoristas da TV”, orgulha-se.

Afonso faleceu aos 47 anos em 1980, vivendo com dificuldades financeiras. Muitas vezes, nem mesmo dispunha de um pincel adequado, utilizando capim e tinta de parede para suas pinturas. Sua obra-prima, intitulada “Ostentório”, faz parte da pinacoteca do Estado e está sob a responsabilidade da Casa de Cultura Ivan Marrocos.

Terezinha está a poucos passos dessa pintura deixada pelo tio. De segunda a sexta lá está ela, com suas pedras, telas e garrafas de vidro repletas de vida amazônica. “Ele era muito talentoso no que fazia, mas enfrentou muitas dificuldades. Foi vítima de câncer. Meu tio deixou seu legado nas artes, inclusive o meu prazer de pintar que ele me ensinou”, conclui.

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Casa da Cultura em Boa Vista mantém estrutura original da década de 40 após restauração

0

No coração do Centro de Boa Vista, um local guarda parte da história de Roraima e saiu da “quase morte” para se tornar o lar dos Imortais. Esquecida e abandonada por mais de uma década e meia, a Casa da Cultura Madre Leotávia Zoller foi reinaugurada após restauração que mantém características originais do prédio – datado da década de 40. Agora, o espaço é a nova sede da Academia Roraimense de Letras (ARL).

Construído no ano de 1940, há 84 anos, pelo comerciante Milton Negreiros de Miranda, o casarão de dois pisos foi totalmente recuperado para ser reaberto à população.

A restauração aproveitou ao máximo os elementos da estrutura original, como os ladrilhos importados de Portugal no século passado. Em vermelho e branco na varanda, e em tons de azul e cinza nas salas, aqueles que não puderam ser preservados foram substituídos por réplicas idênticas.

Ladrilhos da varanda e do interior da Casa importados da região da Luzitânia, em Portugal, foram restaurados. Foto: Reprodução/Acervo g1 RR

Antes das obras, o que se via no local eram as ruínas de um prédio sem vida, espremido entre o Centro Comercial Caxambú e as lojas da Jaime Brasil. Agora, a imponência do casarão somado à beleza do jardim, que promove uma verdadeira volta no tempo ao século passado, se destacam em meio à paisagem urbana.

Tombada como patrimônio histórico de Roraima pelo pelo Governo do Estado na gestão de Ottomar de Souza Pinto, a Casa da Cultura é considerada um espaço com importância histórica no estado.

Lá, há relíquias guardadas por décadas, como cédulas de cruzeiros da década de 1940, utensílios de escritório, mobiliário e até documentos antigos.

Ainda com os últimos ajustes a serem feitos a área de mais de 400m² também contempla um elevador, áreas de exposição, banheiros e vestiários masculinos, femininos e para Pessoa com Deficiência e deve receber uma cafeteria ao lado do jardim.

Itens de escritório do século passado, preservados em memorial da Casa de Cultura. Foto: João Gabriel Leitão/g1 RR

Além dos vários cômodos, dentro da casa há uma escadaria feita em madeira freijó – uma das mais valorizadas em construção, que também teve a estrutura da década de 1940 preservada.

No andar de cima o piso é de madeira, e conta com quartos e duas sacadas, uma com vista para o jardim e outra para a área comercial das Avenidas Jaime Brasil e Sebastião Diniz, uma das mais movimentadas na capital.

Adquirida pelo governo do então Território, implementado no ano de 1943, a primeira reforma da casa custou Cr$ 89 mil (cruzeiros) para receber o governador Félix Valóis, morador do local de março de 1946 a julho de 1948.

Por décadas, o prédio foi residência oficial dos governadores do Território Federal do Rio Branco, 16 deles no total.

Após a construção do Palácio Senador Hélio Campos, onde atualmente é a sede do governo, a casa passou a ser usada como sede de repartições públicas. O último governador a morar no local foi o próprio Tenente Coronel Hélio da Costa Campos, de abril de 1967 a 1969.

Casa da Cultura na década de 1940. Foto: Fotógrafo anônimo/Acervo de Maurício Zouein
Casa da Cultura em 2024 após restauração. Foto: João Gabriel Leitão/g1 RR

Reinaugurada em 2001 para receber eventos culturais, a Casa da Cultura foi fechada novamente em 2010 por falta de manutenção e respeito à coisa pública e ficou abandonada desde então. A partir daí, a ARL tentou adquirir o prédio para ser a sede.

A ordem de serviço para a restauração foi assinada no dia 21 de dezembro de 2023, 29 anos depois do tombamento do local como patrimônio histórico. A obra durou seis meses e foi executada pela Secretaria de Infraestrutura (Seinf).

Espaço vai promover eventos culturais

A Casa foi reinaugurada no dia 23 de junho e se prepara para receber, além das reuniões da ARL, eventos culturais de todos os seguimentos, segundo a presidente da instituição e guardiã da História de Roraima, Cecy Lya Brasil, de 76 anos.

“A importância desse espaço é para que todos os fazedores de cultura tenham acesso e possibilidade de usufruir. Com certeza nós faremos parcerias com Universidades locais, com secretarias e instituições. Foi um ganho muitíssimo importante não só para academia, mas para a sociedade é cultural roraimense”, disse a presidente.

“No meu pensamento, será um dos cartões postais mais bonitos da cidade, se não for mais bonito. Eu ‘caduco’ muito com isso porque a minha luta foi muito grande ao longo dos anos solicitando esse prédio para Academia”.

O prédio leva o nome da Madre Leótavia Zoller devido à dedicação da freira da Irmandadade da Consolata à educação, música e artes plásticas ao longo de três décadas. Segundo Cecy Brasil, essa pluralidade cultural é refletida dentro da Academia Roraimense de Letras, que pretende transformar a nova casa em “um espaço para a cultura da nossa gente”.

“A nossa academia é eclética. Além das Letras e da literatura ela é também das Artes e abrange todos os segmentos da cultura. Entre os 33 confrades e confreiras temos membros que representam desde a cultura popular, ao teatro e à música. A casa estará aberta para acolher qualquer projeto cultural indistintamente”, frisou.

Memoriais

A “nova” Casa da Cultura tem ainda memoriais dedicados a personalidades ligadas à história do local. Acompanhados de textos escritos por Cecy Brasil, os espaços contam sobre a vida de pessoas como o primeiro dono da casa, Milton Negreiros de Miranda, a Madre Leotávia Zoller, que dá nome ao lugar, e ao patrono da Academia Roraimense de Letras: o professor Diomedes Souto Maior.

Outros espaços expõem objetos originais do século passado. Neste, dedicado às memórias da ARL, estão expostas cadeiras originais da época da fundação da instituição, acompanhados pelos retratos dos imortais da Casa.

*Por João Gabriel Leitão, estagiário sob supervisão e edição de Valéria Oliveira, do g1 RR

Amazônia e Pantanal, em chamas, pedem socorro ao Governo Federal

Por Osíris M. Araújo da Silva

Não é uma questão de polícia. Promessas de ações ostensivas vêm se esvaziando com o tempo face à inépcia das ações dos órgãos responsáveis pela proteção do meio ambiente nos mais importantes biomas brasileiros. Pantanal, desde junho, e de julho em diante a Amazônia, haverão de registrar taxas recordes de incêndios. Há de se questionar: quais as ações específicas em curso de tantos ministérios criados para cuidar da gente e da nossa biodiversidade? Ministérios há, e muitos: Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Integração e Desenvolvimento Regional, das Cidades, Agricultura e Pecuária, Meio Ambiente e Mudança do Clima, Igualdade Racial, Pesca e Aquicultura, dentre outros dotados de funções mais abrangentes. O que se observa de concreto, contudo, é uma tempestade de promessas populistas e ineficazes desvinculadas da realidade local.

Especialistas atribuem o fenômeno a recorrentes falhas de prevenção de queimadas do governo federal, que já havia sido alvo de críticas em 2023 por causa do avanço de severos incêndios lá e cá na Amazônia. O planejamento do Ministério do Meio Ambiente é completamente, além de deslocado de suas características autóctones, agravado por histórica insuficiência de recursos humanos nos órgãos responsáveis pelo zelo do meio ambiente. Anúncio da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) dá conta de que servidores federais do setor (Ibama, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e do próprio MMA) encontram-se em estado de greve desde junho passado. Em tais circunstância, sem planejamento e sem pessoal como efetiva e eficazmente cuidar dessas joias geopolíticas e do conjunto dos ecossistemas dessas regiões?

Estudos da internacionalmente respeitada Nature Conservancy observam que “além de nos fornecer água e alimentos necessários para a nossa sobrevivência, o meio ambiente também é a fonte de matéria-prima para todas as atividades econômicas. Por isso, alterações no clima ou impactos ambientais afetam diretamente a disponibilidade e o preço dos mais variados produtos, e também os rendimentos de toda a cadeia de produção, típicos da agropecuária, totalmente dependente do clima e, por isso, sensível às mudanças climáticas”. Em 2023, o Brasil ficou em quarto lugar na lista de países que tiveram as maiores perdas econômicas associadas a eventos climáticos extremos. A Nature salienta que “93% dos municípios brasileiros registraram episódios de calamidade pública e só com reconstrução de habitações destruídas já foram gastos mais de US$ 5 bilhões nos últimos dez anos”.

Editorial do Estado de S. Paulo questiona que, entre as muitas lições deixadas pelas tragédias sem precedentes provocadas pelas queimadas, a pior estiagem da história ocorrida na Amazônia e as inundações do RGS, “uma tem tudo a ver com a natureza da gestão pública, em qualquer área: não basta apenas dinheiro para reagir a um desastre, é preciso que gestores públicos tenham capacidade de estruturar e apresentar projetos aptos a receberem os recursos”. Não basta fazer planos, é preciso implementar suas diretrizes e ter capacidade de avaliar e atualizá-los em tempo hábil. Na realidade, afirma o editorial, “tanto o Pantanal quanto a Amazônia continuam sendo um grande desafio para sucessivos governos brasileiros, que têm-se mostrado incompetentes de equacionar soluções eficazes”.

Efetivamente, ambos os biomas só estarão plenamente protegidos com o desenvolvimento. Os desafios são gigantescos. Não basta prender e confiscar propriedades, rebanhos e balsas de mineração; avulta, do atual quadro socioeconômico da região, a necessidade de definir políticas públicas e marcos regulatórios (ZEE, regularização fundiária, pesquisa e desenvolvimento) orientadoras de atividades preconizadas, todas, desde que regulamentadas, e exercidas sustentavelmente, do maior interesse para o crescimento econômico do país.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

A Rebelião de 1924 em Manaus

O tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior, ajudantes de ordens e soldados da guarda do palácio. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

Tornava-se claro que a arrecadação muito pequena e consequentemente as despesas aumentadas, o funcionalismo sem receber seus vencimentos, a dívida externa em moratória, com juros e amortização em atraso, o desemprego, a fome se constituíam para que as organizações se unissem contra a família Rêgo Monteiro.

Na cidade de Manaus, a tragédia da fome e no interior do estado o bandidismo se alastrava, a Associação Comercial do Amazonas em uma de suas reuniões de diretoria previu em tempo, um possível levante das populações interioranas, que de certa forma impulsionadas pela carência de gêneros alimentícios atacavam comércio e propriedades do Baixo Amazonas.

Era um período difícil especialmente para o interior do estado, a medida em que a família Rêgo Monteiro se firmava no poder, os municípios se transformavam em verdadeiros feudos dos chefes políticos que usufruíram de seu beneplácito. As concessões das vastas reuniões, a saber segundo a professora doutora Eloina Monteiro dos Santos afirma:

[…] Balatais e seringais eram feitas a indivíduos privilegiados, os quais necessitava da ajuda parcial para submeter as populações voltas contra a servidão. As transações do Estado do Amazonas e seus credores externos, desde 1918 achavam-se completamente paralisadas.

O poder central não concretizava a indenização do Acre, devida ao Amazonas pela sessão de terras à União pendente no Supremo Tribunal Federal. Ressarcindo que segundo Rêgo Monteiro seria, a solução para minorar a crise que atravessava o estado”.

Fonte: SANTOS, Eloina Monteiro dos. A Rebelião de 1924 em Manaus. 4ª Edição Revista Ampliada, Manaus: Editora Valer, 2021. Pág. 61 e 62.

Em demonstração de solidariedade, o povo clama pelo líder já preso no navio. Mato Grosso. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

A medida que a família Rêgo Monteiro se incompatibilizava o Poder Central, acentuava-se em nível local a sua perpetuação no poder, o que por sua vez desencadeou internamente criticas às suas praticas administrativas. Em julho de 1923 Guerreiro Antony em sua carta aberta a Rêgo Monteiro, expunha-se a ausência de garantias individuais e de propriedade e a corrupção do poder governamental.

[…] Ninguém ignora a falta absoluta de garantias de vida e propriedade na capital e no interior, nenhum respeito aos direitos e liberdades dos nossos concidadão quanto em jogo os interesse inconfessáveis do mandonismo, ou falseamento do voto deste a estupenda falsificação de livros eleitorais presidida pelo Secretário-Geral do Estado até das Atas de eleição e apuração: a perseguição oficial a todos os nossos correligionários da Aliança Republicana: o desbarato dos dinheiros públicos em proveito único e exclusivo de Vossa Excelência filhos e fâmulos”.

Fonte: SANTOS, Eloina Monteiro dos. A Rebelião de 1924 em Manaus. 4ª Edição. Revista Ampliada, Manaus: Editora Valer, 2021. Pág. 63 e 64.

Críticas e denúncias contra os Rêgo Monteiro eram também formuladas na imprensa local pelos jornais Amazonas e Gazeta da Tarde. Aliás, a dominação da oligarquia Rêgo Monteiro se fazia de modo radical, tanto por meio da censura à imprensa como por métodos violentos. A gravidade da situação no estado exigia atitudes mais extremas. A organização de Silverio Nery procurou, em março de 1923 realizar aproximações com o Governador Rêgo Monteiro. A tentativa de acordo conforme telegrama ao Presidente da República pretendia harmonizar a política amazonense. Não foi todavia apoiada pelo Presidente Arthur Bernardes o que viria a provocar outras tentativas de conciliação de novos ajustes.

Destemidos soldados que atacaram o Palácio Rio Negro na noite de 23 de julho de 1924. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

A sucessão de 1924

Aproximava-se nova sucessão Rêgo Monteiro pediu licença para tratamento de saúde e viajou para Europa, transferindo o governo para Turiano Meira, que a esta altura era presidente da Assembleia Legislativa.

1924 era um ano eleitoral, a disputa entre as organizações oligárquicas excluídas do poder propiciava rearticulação e condições para qualquer iniciativa que permitisse fazer oposição ao governo de Rêgo Monteiro. Assim, buscando apoio de Turiano Meira, tentaram fazer acordo a fim de retirá-lo da oligarquia Rêgo Monteiro. Por essa atitude foi organizado um baquete oferecido no dia 14 de julho do mesmo ano, pela Associação Comercial do Amazonas, em nome das classes conservadoras, ao futuro Governador Turiano Meira.

A esta altura estava presente uma profunda divergência entre o Grupo Político que apoiava a família Rêgo Monteiro e a oposição que se aglutinava em torno de Turiano Meira, com a expectativa de ver antigos privilégios restaurados e que o apoiava na candidatura de quatriênio de 1924 a 1927. Essa atitude de afastar Turiano Meira de Rêgo Monteiro caiu por terra quando aquele, em mensagem à Assembleia do Estado, firmou continuar dando total apoio a Rêgo Monteiro.

O navio ‘Bahia’, navegando para Óbidos em 28 de julho de 1924. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Diante de fatos que desvaneciam o intento do grupo de oposição, encontravam-se circunstâncias que conjugadas permitia a geminação da rebeldia. Quanto ao grupo do governo da situação ligada a Rêgo Monteiro deu apoio a candidatura de Aristides Rocha que contava com forte beneplácito do Poder Central. Aliás, a representação do Amazonas e o governo em exercício de Turiano Meira haviam trocado telegramas, estabelecendo acordos para garantir a candidatura.

Nesses momentos de incerteza política, a candidatura de Aristides Rocha veio acentuar a agitação entre as organizações. Quanto a atuação do poder central se encaminhava de tal forma para impor a candidatura que contava com seu apoio.

As articulações do movimento de 1924 se organizava

Diante da crise do capitalismo internacional, que de certa forma refletia nos países periféricos, especialmente o Brasil, numa perda do volume de exportações e dos preços de produtos, especialmente o látex. Somados aos conflitos e contradições da sociedade brasileira a esta altura, emergentes, criavam possibilidades de provocar críticas de vários setores do poder constituído, responsabilizando-o pelas crises e indicando a necessidade de uma completa reformulação das bases políticas existentes.

Dessa forma este período anunciava a desintegração da Primeira República, apresentando-se particularmente agitada no campo político com rebeliões de 1922, 1924 e a Coluna Prestes que atingiram vários pontos do país nesse processo de contestação surgia um grupo de militares futuramente revoltosos. Este grupo que possuía condições especiais para liderar rebeldia contra o governo e os tenentes detinham predominância numérica no conjunto das forças armadas, resultando da própria estrutura burocrática que regia o corpo de oficiais e de sua legislação de aposentadoria e promoções.

O tenente Alfredo Augusto Júnior fala ao povo. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Outro fato interessante era a lentidão das promoções que causava insatisfação gerando predisposição para desobediência. Esses militares contestadores pertencia à geração revolucionária da Escola Militar de Realengo que se contraponha à velha Escola da Praia Vermelha, essencialmente técnica objetivando formar oficiais para funções exclusivamente militares. Desta forma fica constatada a necessidade de luta armada os militares inconformados iniciaram articulações visando sistematizar o movimento para se tornar realidade diferente da que ocorrera em 1922. Sobre o levante do Forte de Copacabana.

O fracasso de 1922 e as decepções resultantes contribuíram para o desanimo e o afastamento de alguns, em contra partida outros foram conduzidos para uma posição crítica, em face dos erros cometidos, buscando formas mais racionais de luta. Essa luta se viabilizava pela prática de transferências que ocorriam com o objetivo de desarticular articulações entre os oficiais rebeldes, principalmente do Rio de Janeiro para outras capitais.

Para Manaus, foram transferidos o Tenente do Exército Barata e o Tenente da Armada José Backer Azamor. Nessas condições os militares removidos trouxeram para Manaus suas experiências pessoais em atentados contra o poder estabelecido. Os militares rebeldes percebiam a necessidade de programar uma ação mais decisiva e sistematizar o movimento, iniciando sua atuação através da criação de um núcleo revolucionário que além de justificar a necessidade de luta armada, sob a responsabilidade dos militares deveria estabelecer um plano de aliciamento de indivíduos dispostos a participar do movimento de acordo com seus objetivos.

Dessa maneira, cabe situar a rebelião de julho de 1924 em Manaus, no contexto das rebeliões tenentistas ocorrido na década de 20, cujo, foco propagador foi São Paulo a partir da ação militar aí desencadeada a 5 de julho ocorreram nesse mês movimentos semelhantes em vários pontos do país, tais como Sergipe, Amazonas, Mato Grosso e Pará. Esses movimentos armados que irromperam em julho de 1924, demonstraram a articulação programada da ação dos militares rebeldes no sentido de desencadear o movimento de caráter nacional.

General João de Deus Mena Barreto e seu estado maior no Palácio Rio Negro. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Para a Amazônia ou mais precisamente, para guarnições de Manaus 27º Batalhão de Caçadores e de Belém 26º Batalhão de Caçadores, sede da 8ª Região Militar foram efetuadas as transferências militares, principalmente Tenente que precediam do Rio de Janeiro e outras capitais do Sul e Nordeste, implicados movimentos de rebeldia contra o poder.

Como destacou o Coronel Raimundo Barbosa, Comandante da 8º Região, a oficialidade da Amazônia era constituída na sua quase totalidade por militares transferidos de outros estados, considerados como rebeldes indesejáveis.

[…] Uma força do 27º Batalhão descia a Avenida Eduardo Ribeiro, conduzindo a artilharia. Os soldados marchavam na melhor ordem, em forma, como se fossem realizar uma parada. Mas, o carro de guerra, que puxavam despertou a inquietação em toda a gente, que observava o desfilar da tropa. Dez minutos depois, ouviam-se o ruido da fuzilaria e alguns disparos de canhão, em rumo do Quartel da Polícia.

A população de Manaus ficou sobressaltada, tomada de pânico, todas as portas se fecharam. O tiroteio não demora senão uma hora. Sabe-se então, que aquela unidade do nosso Exército comandada pelo capitão José Carlos Dubois, revolta-se, depondo as autoridades constituídas do estado.

Turiano Meira Governador em Exercício, que substituía César do Rêgo Monteiro, em viagens pela Europa, retirava-se pelos fundos do Palácio Rio Negro, visto que este fora atacado de surpresa pela frente. O 1º Tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior faz ocupação efetiva do prédio que era a sede governamental.

No quartel da Polícia Militar o Cel. Pedro José de Souza não desmentindo sua lealdade de velho soldado, resiste ao ataque, até ser gravemente ferido. É ocupada também aquela posição. Estava a revolta triunfante.

Fonte: BITTENCOURT, Agnello. O Momento Histórico. Boletim Maçônico. Agosto e Setembro de 1924.

Durante a ação militar inicial as lideranças estiveram constituídas pelos seguintes oficiais:

1º Tenente Alfredo Augusto Ribeiro, 1º Tenente Joaquim de Magalhães Barata, Capitão Comandante do 27º Batalhão de Caçadores, José Carlos Dubois e os primeiros-tenentes da Armada José de Lemos Cunha e José Backer Azamor.

Fonte: SANTOS, Eloina Monteiro dos. A Rebelião de 1924 em Manaus. 4ª edição. Revista. Manaus: Editora Valer, 2021.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Robótica é usada por projeto no Amazonas para auxiliar no ensino-aprendizagem de Física

0

A aplicação da robótica educacional como ferramenta de ensino na disciplina de Física para alunos do 1º ano do Novo Ensino Médio tornou as aulas mais didáticas no Centro Educacional de Tempo Integral Tarcila Prado de Negreiros Mendes, no município de Humaitá (AM).

Coordenado pelo professor, Romildo Pereira da Cruz, as atividades desenvolvidas envolveram oficinas e minicursos de robótica, além de analisar o rendimento e a motivação dos alunos na disciplina de Física. Os resultados da pesquisa e atividades desenvolvidas contribuíram para um melhor aproveitamento nos processos de ensino e de aprendizagem no contexto da disciplina de Física.

Segundo o professor Romildo, os participantes se sentiram seguros ao fazer proposições acerca do projeto, desafiados e motivados à investigação e utilização das ferramentas disponibilizadas para as práticas, resultando num processo de redirecionamento de seus estudos.

“Os alunos que fizeram parte da pesquisa não desenvolveram somente o que estava propondo, mas também passaram a pesquisar e fazer inferências acerca de outros projetos que viam, sobretudo na rede internet”, comemora o coordenador.

Fotos: Romildo Pereira da Cruz/Acervo pessoal

Para Romildo, o empenho de todos os envolvidos certificou que a robótica é o caminho para tirar os alunos do comodismo, conforto, ociosidade e inseri-los num contexto de aprendizagem significativa.

Conforme explica o coordenador, enquanto o método tradicional volta-se para uma aprendizagem mecânica dos conteúdos, a robótica preconiza o contrário, que o aluno inicie de um projeto já estruturado, desenvolva-o e em seguida argumente por meio da experiência que teve em que momento os conceitos foram aplicados dentro do projeto.

O projeto é apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e foi desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), que apoia a participação de professores e estudantes em projetos de pesquisa a serem desenvolvidos em escolas públicas estaduais sediadas no Amazonas.

*Com informações da Agência Amazonas

MEC realizará consulta para criação da Universidade Indígena; saiba quais Estados da Amazônia estão incluídos na pesquisa

0

O Ministério da Educação (MEC) promoverá diversos seminários voltados à escuta dos povos indígenas. Durante cerca de dois meses, a pasta passará por 12 estados brasileiros para consultar essa parcela da população com a finalidade de subsidiar a criação, implementação e organização da universidade indígena. A iniciativa faz parte das ações do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria n° 350, de 15 de abril.

A criação de universidades indígenas e outras instituições de ensino superior (multicampi ou polos) é uma demanda antiga dos povos indígenas. Por meio delas, esses povos teriam garantia de gestão e de recursos para sua consulta e participação, em todas as etapas do processo de construção do projeto, com recursos humanos e financeiros adequados para seu funcionamento e sua manutenção, priorizando a atuação dos indígenas em seu quadro institucional.

O pedido foi apresentado nas Conferências Nacionais de Educação Escolar Indígena (I e II Coneei), realizadas em 2009 e 2018. Essas são as instâncias máximas de consulta aos representantes dos povos indígenas e de espaço para proposições de políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade da Educação Escolar Indígena, em todas as esferas governamentais.

Cronograma

Os encontros serão realizados em todas as regiões do Brasil, entre os dias 5 de julho e 11 de setembro de 2024, conforme o cronograma abaixo:

Ordens dos SemináriosAglomeração de estados e regiões por seminárioLocal de realização do SeminárioRegiõesData
Bahia, Sergipe e AlagoasSalvador – BANordeste05/07/2024
Mato Grosso do SulCampo Grande – MSCentro Oeste11/07/2024
3 ºPernambuco, Paraíba e Rio Grande do NorteRecife – PENordeste15/07/2024
4 ºCeará, Maranhão e PiauíFortaleza – CENordeste16/07/2024
5 ºAmazonas e RoraimaManaus – AMNorte22/07/2024
6 ºAmazonasTabatinga – AMNorte25/07/2024
7 ºAmazonasSão Gabriel da Cachoeira – AMNorte29/07/2024
8 ºMinas e Espírito SantosBelo Horizonte – MGSudeste01/08/2024
9 ºSão Paulo e Rio de JaneiroSão Paulo – SPSudeste02/08/2024
10 ºMato GrossoCuiabá – MTCentro Oeste08/08/2024
11 º12 a 16/08 – Seminário no Encontro Nacional de Estudantes Indígenas -ENEI – UNB/Brasília
12 ºPará e AmapáBelém – PANorte23/08/2024
13 ºPará e TocantinsSantarém – PANorte28/08/2024
14 ºGoiás e TocantinsGoiânia – GOCentro Oeste29/08/2024
15 ºAcre e RondôniaPorto Velho – RONorte05/09/2024
16 ºRio Grande do Sul, Paraná e Santa CatarinaIraí (Terra Indígena) – Rio Grande do SulSul11/09/2024
Fonte: MEC

*Com informações do MEC

Dez projetos da Amazônia Legal são classificados para oficina de turismo comunitário do ICMBio

0

A lista de 14 pré-projetos classificados para a segunda fase do processo de chamada para apoio ao turismo comunitário em unidades de conservação federais foi divulgada pela Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/DIMAN).

Das iniciativas classificadas, dez projetos localizam-se na região da Amazônia Legal e outros quatro nos demais biomas. Conduzida em parceria com a Coordenação Geral de Populações Tradicionais (DISAT/ICMBio), a chamada recebeu um total de 55 projetos, abrangendo 38 unidades descentralizadas do Instituto Chico Mendes (ICMBio).

Os critérios de seleção foram baseados no conteúdo de duas publicações: ‘Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação Federais: Caderno de Experiências’ e ‘Rol de Oportunidades de Visitação em Unidades de Conservação’.

Os recursos para apoio aos projetos são provenientes da cooperação do Instituto Chico Mendes com o Serviço Florestal dos Estados Unidos e com a USAID.

Próximos passos

A próxima etapa envolverá uma oficina de capacitação das equipes para elaboração dos projetos finais, visando otimizar suas abordagens e garantir sua viabilidade e impacto positivo. A última fase do processo indicará as seis iniciativas que serão apoiadas, sendo quatro na região da Amazônia Legal e duas nos outros biomas.

Os projetos que não se classificarem no processo seletivo serão integrados a um banco de iniciativas, aguardando oportunidades futuras de financiamento. Este banco representará um recurso valioso para identificar e apoiar iniciativas adicionais à medida que novos recursos se tornarem disponíveis.

A chamada para apoio a iniciativas de turismo comunitário em unidades de conservação federais demonstra o compromisso do Instituto Chico Mendes com a promoção do desenvolvimento sustentável e a valorização das comunidades locais, ao mesmo tempo, em que busca fomentar práticas de turismo responsável e consciente nas unidades de conservação federais.

O edital de apoio aos projetos é um resultado da cooperação do Instituto Chico Mendes com o Serviço Florestal dos Estados Unidos e com a USAID.

Veja a lista de projetos selecionados para a próxima fase:

Floresta Nacional do Tapajós – Promoção e qualificação do turismo em comunidades tradicionais na Flona do Tapajós 

Reserva Extrativista do Lago do Cuniã - Do lago ao cais: sistematização do turismo comunitário na Reserva Extrativista Lago do Cuniã 

Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto - Turismo Comunitário da Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto: a sustentabilidade e o conhecimento tradicional das práticas extrativistas 

Parque Nacional da Serra do Divisor – Fortalecendo o turismo no parque que é a joia rara no Acre: formando pessoas, dialogando com as culturas e potencializando a sociobiodiversidade 

Parque Nacional de Pacaás Novos – Turismo comunitário no PARNA de Pacaás Novos e na terra indígena URU-EU-WAU-WAU como ferramenta para conservação da sociobiodiversidade, geração de renda e fortalecimento da organização dos povos indígenas 

Floresta Nacional do Purus – Trilha no Purus: sinergia entre comunidade e turismo 

Reserva Extrativista Maracanã – O caminho da praia: turismo comunitário na RESEX Maracanã 

Reserva Extrativista Marinha de Soure – Fortalecimento do turismo comunitário por meio da sinalização turística e da capacitação comunitária na RESEXMar Soure 

Reserva Extrativista do Lago do Capanã Grande – Construindo turismo para a valorização da sociobiodiversidade do Lago Capanã Grande 

Parque Nacional da Amazônia – Raízes do sustento: trilhando o futuro sustentável das comunidades junto ao Parque Nacional da Amazônia 

Reserva Extrativista de Cassurubá – Turismo comunitário para integrar e fortalecer a RESEX Cassurubá 

Parque Nacional da Chapada Diamantina – Projeto de reestruturação e fortalecimento dos roteiros de turismo comunitário em cantos da Chapada Diamantina 

Reserva Extrativista Marinha da Lagoa do Jequiá – Mulheres da Lagumar: protagonismo, tradição, pesca e cultura no desenvolvimento do turismo comunitário na RESEXMar da Lagoa de Jequiá 

Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal – Etnovivência Pataxó no Parque Nacional e histórico do Monte Pascoal: fortalecendo os caminhos ancestrais 

*Com informações do ICMBio