A rainha do Carimbó Chamegado está em festa. No dia 17 de junho, a cantora paraense Dona Onete comemorou 85 anos lançando um disco que celebra as festas do interior paraense e a diversidade musical amazônica. O quarto álbum da carreira chama ‘Bagaceira‘.
Com mais de 300 canções próprias, Dona Onete permanece a todo vapor, criando e compondo sobre a riqueza da cultura do Pará.
Na origem dos ritmos que movem a sua música tem brega, carimbó, lambada e até banguê. Banguê, para quem não conhece, é um ritmo musical criado por negros escravizados no Marajó, ilha onde dona Onete nasceu, na cidade de Cachoeira do Arari, em 1939.
Considerada uma das vozes mais representativas da música amazônica, Dona Onete não só escreveu as dez composições do novo álbum, como também assina a direção musical do repertório.
Ela mesma fala sobre a alegria e a satisfação de cantar e contar as riquezas da sua terra, através de diversos gêneros musicais.
“Eu tô muito feliz porque, novamente, eu falo das nossas coisas aqui do Pará. Novamente, eu vou seguir aquilo que o meu coração manda. Bagaceira é o fim de uma festa. Viralizou, no Ver-o-Peso chegou, povo se misturou e foi um enorme tititi. Era um falatório, um zumzumzum. Toca brega, toca lambada, toca carimbó”.
Dona Onete
O curioso é que Ionete da Silveira Gama, nome de batismo, só virou a cantora dona Onete, em 2012, quando já estava com mais de setenta anos. Antes de fazer sucesso com o primeiro álbum, ela era professora de história, no município de Igarapé-Miri, no interior do Pará.
Para o músico Manoel Cordeiro, um dos principais mestres da guitarrada paraense, Dona Onete é patrimônio da música amazônica e brasileira: “Falar da dona Onete é sempre algo que me emociona. Uma legitima expressão da cultura da Amazônia. Uma guardiã da nossa cultura, que eu tenho muito orgulho de sermos amigos. A dona Onete é exemplo de vida, de artista, de amazoniedade… lendas, mitos e contemporânea ao mesmo tempo. Eu acho fantástico isso”.
A forte musicalidade de Dona Onete traz para a música do nosso país o tremor do jambu, os sons e cheiros do Mercado Ver-o-Peso, de Belém, e as festas populares do interior do Pará.
O novo álbum já está disponível nas principais plataformas digitais. Confira:
Imagens: Reprodução/CDs Caprichoso e Garantido 2024
As toadas de boi bumbá são canções que retratam a rotina da população parintinense. O item 11 do Festival Folclórico de Parintins é a maneira de se expressarem através do linguajar falado pelos antepassados indígenas, fala das belezas, histórias e cultura. É ela a música, o canto, que dá o tom aos enredos encenados pelos bois.
As toadas agregam elementos históricos, geográficos, culturais e sociais, desde os momentos primitivos até os nossos dias. O item é julgado conforme a melodia, métrica, conteúdo, interpretação, composição e harmonia. Todo ano um novo álbum, com cerca de 15 toadas para cada boi, é lançado para as apresentações.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na segunda-feira (17/6) da assinatura de contrato que destina R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o ‘Plano Amazônia: Segurança e Soberania’ (Amas). “Nunca antes na história do Brasil se pensou em dar um passo tão extraordinário para tentar cuidar da Amazônia como esse que está sendo dado agora”, destacou Lula durante a cerimônia.
A celebração do acordo entre o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou ainda com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Para Mercadante, a proteção da Amazônia é urgente. “Se nós não tivermos ênfase na prevenção, na sustentabilidade, na mitigação, na adaptação, nós vamos cada vez assistir no planeta tragédias recorrentes e intensas como essa que nós temos assistido [no Rio Grande do Sul]”, pontuou.
O Amas é uma das principais estratégias de implementação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e foi instituído com o objetivo fortalecer presença do Estado na Região Amazônica e intensificar o combate a crimes ambientais e conexos.
A estratégia atua na promoção da preservação com ações de segurança pública que observam as necessidades e especificidades dos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins. “[Esse acordo] representa o firme compromisso do Governo Federal em fortalecer a segurança e a soberania de uma das regiões mais vitais de nosso País”, reforçou o ministro Lewandowski.
Com previsão de investimento total de R$ 1,2 bilhão, a parceria entre Ministério da Justiça e BNDES para enfrentar o desmatamento ilegal na Amazônia é o primeiro projeto custeado pelo Fundo Amazônia com objetivo de desmantelar a nova dinâmica de crimes ambientais na região. Em sua fala, a ministra Marina Silva destacou a importância do trabalho integrado do governo para que este objetivo seja alcançado.
“Que possamos trabalhar de forma integrada e transversal utilizando os equipamentos, a inteligência e a capacidade de investigação da Polícia Federal para que cada vez mais possamos deixar bem claro que não há nenhum tipo de conivência com o crime e com a impunidade”, afirmou.
Nesse sentido, sob a coordenação do ministro Ricardo Lewandowski, o comitê gestor do Amas é composto por representantes do próprio Ministério da Justiça e seus órgãos vinculados, como a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, além dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da Defesa e dos Povos Indígenas, e ainda dos nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Ainda em seu discurso, o presidente Lula pediu agilidade na execução do plano. “É importante que a gente tenha muita habilidade de fazer isso acontecer rápido. A gente está aprendendo que tudo que é para construir demora muito. Tem plano, tem dinheiro e tem gente para executar, nada mais pode retardar”, reforçou.
A primeira Casa de Farinha na comunidade Hollywood, em Manaus (AM), foi inaugurada no dia 16 de junho. Localizada no quilômetro 28, na BR-174, Polo 2, na zona rural da capital amazonense, a obra é fruto do programa ‘Manaus + Agro’, lançado pela administração municipal em 2021, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc).
O programa tem o objetivo de ampliar a capacidade de produção da população que trabalha com a agricultura familiar na capital, gerando maior renda aos produtores e novos postos de trabalho na zona rural.
A Casa de Farinha foi construída pelas equipes de engenharia da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e está apta para iniciar a produção de farinha de mandioca e abastecer gradativamente as feiras e mercados do município. A nova estrutura atende uma demanda de oito anos da comunidade e vai beneficiar 30 produtores que trabalham diretamente com o cultivo de mandioca.
De acordo com o prefeito David Almeida, não adianta só resolver o problema dos mercados e feiras. A agricultura e os produtores precisam do incentivo de políticas públicas voltadas para a categoria.
“Nós precisamos ajudar o produtor rural para que ele possa produzir. Vejam só, essa rede que está funcionando, lá atrás tivemos o chamamento público, em que a associação se credenciou e recebeu os equipamentos. Hoje, estamos aqui inaugurando esta casa de farinha. Serão dez como esta. Fora isso, nós fomentamos a maniva, as mudas, para que os agricultores pudessem plantar. Na sequência a prefeitura vem e faz a mecanização do solo, tira o agricultor da enxada e a gente passa as máquinas preparando o solo para receber o calcário, assim o produtor vai produzir mais. Após produzir, ele colhe, leva para a casa de farinha essa macaxeira, produz e aí vai vender nos mercados e nas feiras. Nós conseguimos assim valorizar toda essa linha de produção”, explicou o prefeito.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), Wanderson Costa, a Casa de Farinha terá capacidade de produzir em torno de 200 quilos de farinha por dia, podendo alcançar até meia tonelada de produção diária. Mais dez Casas de Farinha serão entregues pela Prefeitura de Manaus ao longo do ano, contempladas pelos editais Kit Casas de Farinha 2022 e 2023.
Esse trabalho permite o aumento da produção da farinha, que é matéria-prima para a goma de tapioca e o pé de moleque, alguns dos subprodutos mais consumidos diariamente pelos manauaras.
Os currais dos bois Caprichoso e Garantido são paradas obrigatórias para quem quer conhecer de perto onde nasce toda a magia do Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações culturais do país e do mundo. Os currais possuem estrutura especial carregada de memórias e emoção. Cada espaço conta com programações e serviços para encantar visitantes e torcedores das nações azul e vermelha. Confira:
Curral Zeca Xibelão
Foto: Lucas Silva/Amazonastur
O curral do Boi Caprichoso Zeca Xibelão recebeu o nome em homenagem a José Thomaz Monteiro Neto, mais conhecido por Zeca Xibelão, considerado o maior tuxaua da história do bumbá. Ele marcou história nas primeiras décadas do Festival de Parintins, com um bailado inconfundível e indumentárias luxuosas e ousadas feitas artesanalmente pelo brincante.
Localizado na rua Gomes de Castro, no centro de Parintins, o curral da nação azulada recebeu várias reformas nas últimas décadas, incluindo novos espaços e acessibilidade para garantir o melhor ambiente. Em 2021, foi reinaugurado com ampla estrutura para acomodar os visitantes e com um grandioso palco dedicado a ensaios e eventos.
Com uma enorme escultura do boi com a estrela na testa logo na entrada, o local está aberto para visitação todos os dias, a partir das 8h da manhã até o fim dos ensaios noturnos.
À noite, os visitantes podem aproveitar a lojinha de artesanatos, situada na parte esquerda do curral, onde podem adquirir lembranças e produtos oficiais do Boi Caprichoso. Ela funciona das 20h30 às 23h durante a semana e das 21h à 0h nos fins de semana.
O curral conta ainda com o Museu do Caprichoso, espaço onde é possível conhecer um pouco da história do boi por meio de fotos e exposições, que formam uma linha do tempo que passa pela criação do bumbá, pelo crescimento e estruturação do Festival de Parintins nos anos 80 e 90 até os dias atuais, que consagra o boi Caprichoso como parte de um dos maiores espetáculos a céu aberto do mundo.
É importante que os visitantes evitem o uso de roupas nas cores vermelha ou similares, em respeito à tradição e às cores do Boi Caprichoso.
Cidade Garantido
Foto: Lucas Silva/Amazonastur
O curral do boi vermelho e branco fica dentro de um complexo arquitetônico chamado Cidade Garantido, onde abriga toda a estrutura de galpões, diretoria, curral e demais áreas administrativas do bumbá. Localizada na tradicional Baixa do São José, área do município que é conhecida como o berço do boi, a Cidade Garantido é o reduto dos torcedores encarnados.
O curral do boi fica logo na entrada do complexo e conta com escultura do Garantido, além de um enorme palco todo ornamentado com bandeirolas vermelhas e brancas. Também tem um amplo espaço que recebe brincantes e visitantes para as diversas festividades e ensaios.
O complexo conta ainda com uma sala de troféus, que ilustra a história das vitórias do boi vermelho, onde encontram-se verdadeiras relíquias como troféus datados dos anos 60. Em frente à sala é possível ver um busto de bronze de Lindolfo Monteverde, fundador do Boi Garantido.
No espaço funciona a parte administrativa cultural e os galpões, onde são confeccionadas as fantasias e carros alegóricos, que compõem as três noites de apresentações no Bumbódromo, palco da icônica disputa entre os bumbás de Parintins.
As visitas na Cidade Garantido ocorrem no horário comercial. A estrutura também abriga uma praça de alimentação que abre sempre a partir das 18h. O complexo fica às margens do rio Amazonas e proporciona uma vista espetacular aos visitantes.
Assim como no ‘contrário’, é importante que os visitantes evitem o uso de roupas nas cores azul ou similares.
A baixa disponibilidade de alimento para o rebanho nos períodos mais secos no Amazonas, de junho a setembro, é uma dificuldade enfrentada anualmente por muitos pecuaristas. Produzir e armazenar alimento volumoso para alimentação do gado no período seco é uma saída para melhorar o desempenho produtivo da pecuária no Estado. Essa foi uma das informações destacadas durante ‘Dia de Campo’ sobre ‘Tecnologias para Produção Pecuária Sustentável no Amazonas’, promovido pela Embrapa Amazônia Ocidental em parceria com a Secretaria Municipal de Produção Rural e Abastecimento (Sempra) de Manacapuru.
Manejo de pastagens, melhoramento genético, sanidade animal, implantação de capineira e produção de silagem foram os temas abordados no Dia de Campo, na fazenda Rancho Paraíso da Genética, km 72 da Rodovia AM-070, em Manacapuru (AM), que reuniu cerca de 140 pessoas, entre técnicos agropecuários, produtores rurais, estudantes, professores e profissionais do setor agropecuário.
“A pecuária é um ativo importante para a economia do Amazonas e do Brasil, e a Embrapa e parceiros como universidades e instituições de pesquisa têm desenvolvido diversas tecnologias que permitem que o pecuarista explore a atividade de forma sustentável, com retorno econômico”, explicou o pesquisador Luiz Antônio Cruz, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Ocidental, acrescentando que o objetivo do Dia de Campo é apresentar ao produtor pecuarista essas tecnologias que podem melhorar a sustentabilidade da pecuária no estado e mostrar que é possível recuperar áreas degradadas, torná-las produtivas, diminuindo emissões de gases de efeito estufa.
Foto: Reprodução/Sebrae
Silagem
O pesquisador Jeferson Macêdo, da Embrapa Amazônia Ocidental, explicou sobre implantação de capineira e produção de silagem, que são principais alternativas para a suplementação na alimentação do rebanho. Macêdo comenta que no Amazonas, na época mais chuvosa do ano, as pastagens apresentam elevada produção de massa de forragem. No entanto, na época seca, que pode variar de três a cinco meses, a produção das forrageiras diminui drasticamente, tornando-se necessária a suplementação volumosa para manter a nutrição adequada e para amenizar o déficit nutricional do rebanho neste período de escassez.
Ele demonstrou a técnica de silagem, como deve ser feito o corte no capim e o armazenamento. Disse que a Embrapa avaliou cinco variedades de capim-elefante no município de Parintins (AM), e os que apresentaram melhor rendimento em produção de matéria seca foi o BRS-Capiaçu seguido do BRS-Canará.
A vantagem do BRS-Capiaçu, capim desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite (MG), é a versatilidade em se adaptar aos diferentes tipos de solo e tolerar as variações climáticas, diminuindo os riscos na alimentação do rebanho. “Seu grande diferencial é a alta produtividade de biomassa, quando bem manejado, produz cerca de 50 toneladas de matéria seca por hectare ao ano”, comentou. A silagem, conforme o pesquisador, é uma tecnologia simples e pode ser adotada por qualquer produtor.
Recuperação
Na estação sobre recuperação e manejo de pastagem, o técnico Vanderlei Tavares, abordou os temas recuperação de solo, proteção de nascentes e preservação ambiental como fatores associados ao cultivo das pastagens. O técnico explica que é possível recuperar as pastagens com dois a três anos tendo bons resultados. “Na verdade, no primeiro ano você começa a trabalhar o solo. Essa recuperação acontece de forma lenta inicialmente, mas depois ela ganha ali uma certa velocidade, a partir do que você consegue ter um resultado que vai te manter na propriedade com um lucro bem significativo”, disse Tavares.
O secretário Municipal de Produção Rural e Abastecimento de Manacapuru, Romualdo Ramos, deu ênfase ao reaproveitamento de áreas degradadas para utilização na pecuária, programa que está sendo realizado no município em parceria com a Embrapa e já envolve oito propriedades pecuaristas no município. “Aqui foram colocadas tecnologias em áreas degradadas. Então, isto prova que para fazer pecuária no estado do Amazonas nós não necessitamos avançar em novas áreas, desmatar, basta trabalhar o que já está degradado, recupera-se, planta-se e ela se torna tão boa quanto antes”, comentou.
A propriedade onde foi realizado o Dia de Campo é uma das que adota essas tecnologias. De acordo com o proprietário Ilson Nunes, que também foi palestrante no evento, todas as tecnologias precisam estar integradas, além da genética para a produção de animais de boa qualidade, também é necessário a alimentação, o manejo e a rotação de pastagens. “É possível colocar até sete animais por hectare, mas assim, em um pasto rotacionado, bem manejado, bem adubado, feito uma análise de solo para saber o que é que é a necessidade que ele está precisando”, comentou.
Outro tema abordado nas estações foi sanidade animal, apresentado por Emílio Afonso, da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal Amazonas (Adaf), que expôs sobre as ações relacionadas ao manejo sanitário do rebanho, que envolve desde a alimentação, higienização das instalações, controle de doenças, e outros cuidados preventivos na propriedade para se obter produtividade com custo de produção reduzido.
O pecuarista Muni Lourenço, e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA) e do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar-AM) , presente ao dia de campo, considerou que as informações apresentadas são de fundamental importância. “Esses conhecimentos são decisivos para que nós possamos ter esse salto tecnológico, na pecuária do estado Amazonas”, disse.
“Nós estamos no coração da Amazônia e precisamos ter uma pecuária sustentável em conciliação com o meio ambiente, com melhoria de eficiência técnica, econômica e de sustentabilidade ambiental, precisamos aumentar a rentabilidade do pecuarista amazonense e diminuir o impacto da atividade no meio ambiente”, comentou.
Entre o público participante estavam turma de alunos de ciências agrárias da Universidade Federal do Amazonas e da Universidade Nilton Lins, técnicos de extensão rural do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam) e do Senar de vários municípios, além de produtores rurais.
O dia de campo “Pecuária Sustentável” foi concluído com a demonstração de inovações em produção e conservação de forragens de alta qualidade, na fazenda Nilton Lins, no km 69, da rodovia Manuel Urbano.
Em comemoração à medalha de ouro conquistada no Judô, nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), categoria Sub-18, a estudante Juliana Felipe foi recebida na Escola Estadual (EE) Irmã Inês Penha, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com uma grande comemoração na tarde desta segunda-feira (17/06). A conquista da medalha aconteceu no dia 11 de junho.
Além das parabenizações pela conquista da estudante, que é indígena do povo Yanomami, a comemoração contou com a entrega, para campeã, de um certificado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a apresentação do grupo de capoeira da região, quadrilha, dança das agremiações e de outros projetos do município.
A diretora escolar da EE Inês Penha, Edineia Pimenta, explicou que essa conquista foi um trabalho em conjunto que contou com o apoio do ‘Projeto Social Amigos do Judô’ e da Associação Comunitária de Pais e Alunos do Judô do Amazonas (Acopajam). Mais do que uma condecoração, segundo a diretora, a conquista da aluna também representa esperança.
“Como equipe pedagógica, o nosso dever é formar bons cidadãos, então acreditamos que o esporte é um meio que também transforma vidas por meio dos desafios, disciplina e constância, para que consigam chegar até o mais alto pódio, seja no esporte ou na vida”, disse a diretora.
Para além do pódio
Pertencente ao povo indígena Yanomami, Juliana Felipe, 16 anos, estudante da 2ª série do Ensino Médio, foi uma de dois atletas da rede pública de ensino do Amazonas a conquistar uma medalha, durante a segunda fase do JEBs, o que para ela é motivo de muito orgulho.
Segundo Juliana, essa conquista no Judô foi um caminho difícil de muitos obstáculos. Ela contou que, apesar da luta difícil, a conquista não foi trilhada sozinha e, com o apoio da mãe, sua professora (sensei) e diversos outros que a apoiaram, a aluna conseguiu trazer a medalha para o Amazonas.
“A sensação que tive quando cheguei foi uma coisa muito emocionante. Nunca tinha imaginado que ia acontecer e foi inspirador ver todos me elogiando, gritando meu nome, meus amigos me abraçando. Levo o Amazonas no meu coração para que consiga conquistar mais daqui para frente e surpreender a todos e a minha escola”, disse a estudante.
As medalhas conquistadas
A segunda fase do JEBs encerrou com a conquista de 36 premiações para os alunos da rede estadual do Amazonas, sendo 13 medalhas de ouro, 6 medalhas de prata, 15 medalhas de bronze e 2 premiados, além de sete classificações para o Gymnasiade, campeonato mundial organizado pela Federação Internacional do Desporto Escolar.
Ao todo, mais de 100 alunos atletas da rede estadual de ensino do Amazonas participaram das duas fases da competição nas modalidades de tênis de mesa, karatê, atletismo, luta olímpica, xadrez e judô. Dividindo-se nos circuitos de Aracaju (SE) e Maceió (AL), os competidores ainda participarão da terceira e última fase da competição em Palmas (TO), durante o mês de julho.
Confira a vitória da esportista a partir de 6:25:00 no vídeo abaixo:
O ‘Plano Amazônia: Segurança e Soberania’ (Amas) receberá um aporte de R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o fortalecimento da presença das forças de segurança na região. O contrato de repasse dos recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) foi assinado nesta segunda-feira (17), no Palácio do Planalto.
Com os recursos, há previsão de criação de um centro de inteligência internacional, além da aquisição de equipamentos como lanchas blindadas, helicópteros, drones veículos e outros equipamentos de inteligência para combater o desmatamento ilegal e os crimes que estão conexos, como trafico de drogas, tráfico de pessoas e garimpo ilegal. O foco estará em ações de inteligência que possam identificar toda a cadeia do crime relacionada a essas atividades ilegais na Amazônia.
Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu agilidade para colocar em prática as ações do plano.
“É importante que a gente tenha muita habilidade de fazer isso acontecer rápido. A gente está aprendendo que tudo que é para construir demora muito e tudo que é para destruir acontece rapidamente. Então, é importante que a gente apresse um pouco o processo de construção, com menos reunião, menos burocracia, menos papel e fazer as coisas acontecerem”, disse.
Composição
O comitê gestor do Amas é composto por representantes do Ministério da Justiça e seus órgãos vinculados, como a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, além dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Defesa. O Plano prevê ações integradas entre as forças federais e as secretarias de segurança pública dos nove estados e dos nove países que compõem a Amazônia Legal.
“Só as forças de segurança federais e estaduais e locais não são suficientes para preservar esse patrimônio, que é de toda a humanidade. É preciso, e estamos fazendo, uma forte ação diplomática e uma forte cooperação policial nesse sentido com os estados vizinhos”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Essa é a primeira fase de um total de três fases do plano, que pretende chegar a R$ 1,2 bilhão. “Combater o desmatamento na Amazônia hoje é combater o crime organizado, o garimpo ilegal, o tráfico, organizações que ou são ilícitas ou estão sempre permeadas pela ilicitude em sistemas econômicos que degradam a região, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A Autoridade Nacional de Águas (ANA) no Peru informou que a Administração Local de Águas do Alto Amazonas (ALA) realizou o primeiro Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais da Interbacia 49877, localizada no distrito de Manseriche, província de Datem del Marañón, região de Loreto.
O órgão pontuou que os especialistas colheram amostras de águas superficiais dos rios Marañón e Rojo, e dos riachos Nacacuy, Agua Blanca, Katirinal, Pucunucho, Numpatkiam, Ampantsa, Saramiriza , Pamtan e Tampuh.
O trabalho de monitorização em Manseriche visa determinar o estado da qualidade da água de acordo com as Normas de Qualidade Ambiental (ECA-Água) e avaliar a deterioração ambiental causada pelas atividades antrópicas na bacia.
As tarefas de monitoramento também são realizadas devido a um suposto impacto ambiental no rio Rojo e na ravina Inchituch em decorrência do derramamento de hidrocarbonetos no Km 323 e das ações de remoção de terras na área da comunidade indígena Nueva Santa Rosa, distrito de Manseriche, província de Datem del Marañón.
Segundo a ANA, as amostras recolhidas foram enviadas para o Laboratório Analítico EIRL, acreditado pelo Instituto Nacional da Qualidade (Inacal), para avaliação dos parâmetros físicos e químicos, que serão comparados com as Normas de Qualidade Ambiental da Água. aprovado pelo Decreto Supremo nº 004-2017-MINAM.
Os resultados do monitoramento da qualidade da água da Interbacia 49877 serão divulgados aos atores da bacia, aos tomadores de decisão e ao público em geral no âmbito da transparência e da troca de informações.
María Isabel Ortiz, administradora local de Agua Alto Amazonas, indicou que a ANA está comprometida com a avaliação e monitoramento da qualidade da água para garantir sua preservação, conservação e uso sustentável.
O responsável destacou a importância da recolha de informação sobre os parâmetros analisados porque contribuem para determinar o estado situacional da bacia e servem para alertar e implementar as medidas corretivas necessárias para controlar os impactos negativos de origem antropogênica.
Mais de duas mil pessoas começam a receber a estrutura do sistema de esgotamento sanitário no bairro São Geraldo, na zona Centro-Sul da cidade. A obra faz parte do Programa Trata Bem Manaus, que prevê a universalização do serviço de coleta e tratamento do esgoto na capital amazonense. Ao todo, serão implantados mais de 2,6 mil metros de rede.
De acordo com o gerente de Projetos da Águas de Manaus, Jean Damaceno, o local será contemplado com a construção de estrutura de esgoto em 17 vias, entre becos e ruas. “Para que tenhamos os ganhos que o serviço de esgota trás, precisamos levar a estrutura para toda cidade e isso inclui também os locais de difícil acesso, como os becos. Realizamos um estudo topográfico e achamos soluções para que todos tenham acesso ao saneamento”, destaca o gerente.
As equipes iniciaram as implantações das redes coletoras e dos Terminais de Inspeção e Limpeza (TIL), na última semana. Serão, mais de 2,7 mil metros de rede coletora, que irão coletar e transportar o esgoto produzidos em cerca de 500 imóveis.
“Como o sistema de esgotamento sanitário funciona por gravidade, são necessárias mais estruturas para, por exemplo, transportar o esgoto das áreas mais baixas até as mais elevadas. Também estamos construindo uma Estação Elevatória de esgoto (EEE) que irá bombear todo este efluente para uma rede especial, que chamamos de linha de recalque”, ressalta Damaceno.
Tratamento e meio ambiente
Todo esgoto coleta do bairro São Geraldo será transportado até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Educandos. O local tem capacidade para tratar 26,3 milhões de litros de esgoto por dia. “Com a ampliação da cobertura e a conexão dos imóveis ao sistema de esgotamento sanitário, teremos todo esgoto coletado levado até a estação. Hoje ainda não trabalhamos com a capacidade máxima de tratamento dela, ou seja, conseguimos expandir e tratar mais esgoto, que retornará para a natureza livre de contaminações”, enfatiza o gerente de Projetos.
Após passar pelo tratamento e desinfecção, o efluente é devolvido ao rio Negro. Para os próximos anos a concessionária prevê a construção de mais de 2,7 milhões de redes coletoras e mais de 70 estações de tratamento. Com isso, todo esgoto que hoje, é despejado nos igarapés e rios da cidade passará a ser coletado e tratado. Ao final, ele será devolvido à natureza dentro dos padrões estabelecidos pelos órgãos ambientais e de saúde.