“Precisamos de um modelo econômico que gere crescimento e empregos para a Amazônia Legal, reduza desigualdades e valorize as culturas tradicionais, sem desmatar. É necessário valorizar a bioeconomia e desenvolver a bioindustrialização da Amazônia, mantendo a floresta em pé”.
A avaliação é do biólogo Wilsandrei Cella professor adjunto do Centro de Estudos Superiores de Tefé da Universidade do Estado do Amazonas (Cest/UEA), que participou do VIII Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, organizado pela Universidade Paranaense (Unipar).
O evento, que ocorreu no dia 24 de outubro, reuniu especialistas de países como Paraguai, Portugal e Estados Unidos para debater avanços e desafios globais em ciência, tecnologia e inovação. Durante o congresso, o professor palestrou sobre “Doenças Tropicais Negligenciadas no Bioma Amazônico X Atual Modelo de Desenvolvimento Econômico da Amazônia Legal e Mudanças Climáticas”, e discutiu os desafios enfrentados neste bioma devido ao avanço das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). Segundo Cella, o atual modelo econômico da Amazônia Legal, aliado às mudanças climáticas, prejudica o controle dessas doenças socialmente determinadas (DSDs), o que exige uma reavaliação das políticas de desenvolvimento regional.
Dados de pesquisa
Na ocasião, Cella também apresentou dados da pesquisa intitulada “Morphometry of the Wings of Anopheles aquasalis in Simulated Scenarios of Climate Change”, que investiga como as mudanças climáticas podem alterar as características morfológicas de insetos vetores.
Os resultados indicam que as transformações ambientais estão modificando essas características, o que pode intensificar a disseminação de algumas DSDs transmitidas por vetores e impactar diretamente a epidemiologia da malária em escala global.
A participação do professor no congresso reforça a necessidade urgente de estudos científicos interdisciplinares que explorem a convergência entre desenvolvimento econômico, mudanças climáticas e saúde pública na Amazônia, em um momento de intensas transformações no bioma.
Cella destaca que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém em 2025, representa uma oportunidade única para o Brasil mostrar ao mundo o potencial dos produtos da biodiversidade amazônica.
Exemplar de libélula encontrada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. Foto: Acervo da pesquisa
Estudo inédito, realizado por uma equipe de cientistas da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade do Algarve (UAlg), de Portugal, revela que as libélulas, insetos pertencentes à ordem Odonata, podem desempenhar um papel fundamental na promoção do ecoturismo de base comunitária na Amazônia brasileira.
Os resultados da pesquisa, publicados na revista Global Ecology and Conservation, destacam a importância do conhecimento ecológico tradicional e da participação comunitária no desenvolvimento de iniciativas de conservação em áreas protegidas na Amazônia.
De acordo com os pesquisadores, a incorporação de insetos no ecoturismo aumenta a conscientização sobre sua importância nos ecossistemas. No entanto, a inclusão desse grupo em atividades ecoturísticas ainda é rara, mas com grande potencial.
Por isso, táxons emblemáticos, como as libélulas, conhecidas na Amazônia como jacinas, com perfis de alta popularidade, podem fomentar o interesse de públicos de todas as idades em relação a outros invertebrados, o que é vital, dada a atual perda de biodiversidade.
“As libélulas são vistas como símbolos culturais e ambientais importantes, por isso sua inclusão no ecoturismo de base comunitária pode fortalecer a conexão entre a comunidade, os visitantes e a biodiversidade local”, afirma Mayerly Alexandra Guerrero-Moreno, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
O estudo foi realizado na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, situada na Amazônia brasileira, onde foram entrevistados 415 líderes e moradores indígenas e não indígenas, revelando que 98,55% dos participantes reconhecem esses organismos e atribuem a eles valores estéticos, ambientais, culturais e econômicos. “Esse estudo faz parte do INCT Sínteses da Biodiversidade Amazônica e do PPBIO Amazônia Oriental, que buscam promover essa integração, pois acreditamos que ela seja essencial para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável”, afirma Leandro Juen, um dos autores do artigo.
Segundo o estudo, 96,38% dos participantes afirmaram que atividades de ecoturismo atuais não incluem informações sobre invertebrados. Essa lacuna poderia ser preenchida pelo uso das libélulas como atrativos ecoturísticos, dadas suas características chamativas, cores vibrantes e voo elegante.
Fotos: Acervo da pesquisa
A maioria dos entrevistados manifestou interesse em observar libélulas (99,04%) e participar no desenvolvimento de atividades ecoturísticas com Odonata (89,88%), indicando que sua inclusão no ecoturismo de base comunitária poderia aumentar a conscientização ambiental e proporcionar uma nova fonte de renda para as comunidades da reserva.
A pesquisadora destaca ainda que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tem o programa Monitora, que avalia a biodiversidade em áreas protegidas, incluindo o uso das libélulas como indicadores ambientais. “Integrar essas iniciativas com o ecoturismo comunitário pode fortalecer a proteção ambiental e a valorização cultural na região”, afirma.
Professor do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA) e do PPGSND, ambos da Ufopa, José Max Oliveira Júnior afirma que o ecoturismo de base comunitária, centrado em Odonata, não só tem o potencial de atrair turistas, mas também de promover a participação e o empoderamento de populações indígenas e não indígenas que habitam a reserva.
“Esperamos que esta pesquisa sirva como uma ferramenta de diagnóstico essencial para impulsionar o ecoturismo de base comunitária com foco em Odonata em unidades de conservação. São extremamente importantes estudos que buscam alinhar a geração de conhecimento da biodiversidade e a interação com as populações tradicionais, visando à conservação da biodiversidade local, a geração de rendimentos e o empoderamento das comunidades”, afirma.
Para garantir que o ecoturismo com libélulas seja benéfico e sustentável, os pesquisadores enfatizam a necessidade de desenvolver políticas públicas, programas de financiamento e suporte técnico que possibilitem o desenvolvimento dessas iniciativas pelas comunidades locais. A pesquisa aponta ainda que a implementação de programas educacionais e de treinamento é essencial para preparar as comunidades para a gestão dessas atividades, promovendo um turismo sustentável e inclusivo.
Trio Roraimeira completa 40 anos. Foto: Divulgação/Semuc
A Universidade Estadual de Roraima (UERR) aprovou a concessão do título de Doutor Honoris Causa aos artistas Eliakin Rufino, Neuber Uchôa e Zeca Preto, que compõem o Trio Roraimeira. A honraria é a maior concedida por instituições de ensino superior no país.
Com 40 anos de uma união artística que se consolidou como o Movimento Roraimeira, um marco na cultura roraimense, o grupo musical foi reconhecido pela “sua atuação na promoção da cultura e da música regional”.
A honraria será entregue no dia 11 de novembro, no aniversário de 19 anos da instituição. A solicitação foi feita pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (Ppgec), em conjunto com outros programas de ensino da universidade estadual, ao Conselho Universitário.
“Os pedidos de Doutor Honoris Causa tanto para o Reinaldo Imbrozio quanto para o Trio Roraimeira vieram dos Programas de Pós-graduação da UERR, que foram extremamente apoiados pelas Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação e pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura, respectivamente. As duas propostas compreendem pessoas de grande compromisso com a Ciência e a Cultura na Amazônia, sendo referências para todo o país”, explica Rodrigo de Oliveira, coordenador do Ppgec.
Criado em 1984, o Movimento Roraimeira surgiu da genialidade de Zeca, Neuber e Eliakin, e uniu músicos, escritores, poetas e artistas visuais do Norte do país, tendo na música a expressão mais marcante.
A honraria de Doutor Honoris Causa não será o primeiro título do trio. Entre os louros colhidos durante as décadas de carreira, está a maior honraria dada a um artista no Brasil: a medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida ao trio em 2018. Hoje, eles são “cavaleiros da cultura brasileira”.
O trio Roraimeira surgiu como uma oportunidade de mostrar a beleza de Roraima tanto para trazer alegria para o coração do roraimense quanto para atrair turistas. Entre os monumentos naturais destacados nas composições do trio estão pontos turísticos como a Pedra Pintada, o lago Caracaranã, além da cultura indígena e das comidas e cheiros da terra de Makunaima.
Durante as quatro décadas de carreira o trio viveu muitos momentos especiais e importante para o Movimento Roraimeira, como em 1996 e 1998, quando Zeca Preto e Neuber Uchôa fizeram show na Suíça e o Eliakin Rufino se apresentou na Alemanha, levando a cultura roraimense para a Europa.
Além de shows internacionais, eles fizeram turnê pelo Norte do Brasil e apresentações no Rio de Janeiro e em Curitiba. O trio também teve músicas regravadas por artistas nacionais, como Gaby Amarantos, que regravou “Pimenta com Sal”, uma composição de Eliakin Rufino.
A estudante amapaense Ana Clara Souza, de 16 anos, foi premiada nesta segunda-feira (28) durante a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), em Novo Hamburgo (RS). Ela apresentou um projeto que criou um fertilizante para plantações de soja a partir da carcaça do caranguejo-uçá.
O projeto “K+: análise da farinha do processamento da carcaça do caranguejo-uçá como uso orgânico para fertilizantes na sojicultura” ficou em primeiro lugar na categoria “Ciências Animais e das Plantas”.
Com a premiação, a estudante do primeiro ano da Escola Alexandre Vaz Tavres, em Macapá, vai representar o país na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (ISEF, traduzido do inglês), que ocorrerá em maio do ano que vem nos Estados Unidos.
O projeto é voltado para o melhoramento da produção do grão com o uso de resíduos orgânicos encontrados na região.
Foto: Aldeni Melo
O projeto foi desenvolvido no laboratório de ciências da Escola Estadual Irmã Santina Rioli, em Macapá, onde Ana Clara estudou até o ano passado. Atualmente é ela é aluna da Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares, também na capital.
A ideia recebeu orientação do professor Giovanne Tavares Ferreira e coorientação do professor Aldeni Melo. Para participar da Mostratec, o projeto foi aprovado e premiado na Mostra Amazônica, que ocorreu no fim de setembro em Macapá.
Para a produção da farinha do caranguejo-uçá, a aluna coletou carcaças e triturou no laboratório da escola. Foram realizados testes químicos e de amostragem de solo com o cultivo de alface e soja para analisar a biomassa produzida e a eficiência da farinha.
A proposta é criar uma alternativa inovadora para o melhoramento da produção de grãos como fonte de renda para moradores de comunidades do interior do estado.
Para testar a proposta, a aluna introduziu a agricultura da soja em uma comunidade com limitações de acesso.
Parlamentares de Brasil, Reino Unido, Argentina, Equador, Peru, Sri Lanka, Venezuela, Bolívia, Quênia e Colômbia aderiram à Declaração de Cali na COP16, uma iniciativa que busca fortalecer o papel dos países na criação de políticas eficazes para a conservação da biodiversidade global.
A declaração, que foi concluída com a assinatura de 18 pontos durante o encontro em Cali, na Colômbia, reafirma o compromisso com a implementação efetiva do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF, na sigla em inglês), fortalecendo marcos legislativos, bem como o aumento do financiamento para a conservação e o monitoramento contínuo das políticas ambientais.
Na COP15, no Canadá, foram definidas 23 metas para 2030 que objetivam deter e reverter a perda de biodiversidade para colocar a natureza em um caminho de recuperação para o benefício das pessoas e do planeta, conservando e usando de forma sustentável a biodiversidade e garantindo a distribuição justa e equitativa dos benefícios do uso de recursos genéticos.
O GBF inclui medidas específicas, como colocar 30% do planeta e 30% dos ecossistemas degradados sob proteção até 2030, reduzir pela metade a introdução de espécies invasoras e reduzir US$ 500 bilhões por ano em subsídios prejudiciais à natureza.
Foram estipuladas também quatro metas gerais a serem alcançadas até 2050, com foco na saúde dos ecossistemas e das espécies: deter a extinção de espécies induzida pela ação humana; promover o uso sustentável da biodiversidade; garantir a partilha equitativa dos benefícios da biodiversidade e reduzir a lacuna de financiamento da biodiversidade de US$ 700 bilhões por ano.
“É importante mudarmos o sistema para gerar paz com a natureza como medida que garanta a segurança e estabilidade da população mundial. Que esse espaço tenha grande possibilidade de ampliação e seja um aliado fundamental na convocação que o governo da Colômbia fez ao mundo ao sediar a COP 16”, declarou a ministra do Meio Ambiente colombiana e presidenta da COP16, Susana Muhamad.
Países amazônicos
Parlamentares amazônicos de seis países, incluindo o Brasil, entregarão uma carta aberta a Muhamad pedindo para que a declaração final da Conferência faça um apelo para que os países “saiam gradualmente dos combustíveis fósseis” na Amazônia e em outros ecossistemas.
De acordo com o documento, “a crise climática e a perda de biodiversidade estão intrinsecamente relacionadas, e a extração continuada de petróleo, gás e carvão segue sendo um dos principais motores de ambas. O vínculo entre a exploração de combustíveis fósseis e a degradação de ecossistemas não apenas agrava os impactos das mudanças climáticas, mas também coloca em risco a integridade de zonas vitais para a biodiversidade global, como o bioma Amazônico”.
A iniciativa é liderada por um Comitê da Rede de “Parlamentares por um futuro livre de combustíveis fósseis”. Ao todo, 12 congressistas assinam o documento. Além do Brasil, há signatários de Colômbia, Equador, Bolívia, Venezuela e Canadá.
*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
A degradação florestal na Amazônia Legal atingiu 20.238 quilômetros quadrados (km²) em setembro de 2024, o que equivale a mais de 13 vezes a área da cidade de São Paulo. O número representa um aumento de 1.402% em relação a setembro de 2023, quando a degradação detectada foi de 1.347 km².
O instituto de pesquisa Imazon apontou que essa foi a maior área atingida – no período de um mês – pelo dano ambiental dos últimos 15 anos. Degradação ambiental é o processo de deterioração do meio ambiente, que pode ser causado por ações humanas ou naturais.
Os dados de desmatamento e degradação florestal na Amazônia, do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), são monitorados pelo Imazon por imagens de satélite desde 2008 e 2009, respectivamente.
O desmatamento corresponde à remoção completa da floresta, enquanto a degradação é um dano causado por queimadas ou pela extração madeireira – não remove toda a vegetação, mas destrói parte dela. A entidade ressalta que ambos ameaçam espécies da fauna e da flora.
“Setembro costuma ser um mês marcado pelo aumento dessas práticas na Amazônia, por estar dentro de um período mais seco. Porém, os números registrados em 2024 são muito mais elevados do que os vistos anteriormente. E a maioria dos alertas ocorreu devido à intensificação dos incêndios florestais”, disse, em nota, a pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon.
Foto: BPA/PM-AC
Ela afirmou que esse pico da degradação é bastante preocupante e que rios importantes da Amazônia estão em situação crítica. O Imazon atribui o resultado do levantamento ao aumento das queimadas causadas pela ação humana e favorecidas pela seca severa na região.
Setembro deste ano foi ainda o quarto mês consecutivo com aumento nas áreas degradadas, o que contribuiu para que o acumulado desde janeiro também fosse o maior dos últimos 15 anos, atingindo 26.246 km². Antes disso, o recorde para o período era de 2022, quando a degradação alcançou 6.869 km².
Estado mais afetado
O estado do Pará concentrou 57% das áreas de florestas degradadas na Amazônia em setembro deste ano. A degradação passou de 196 km² em setembro de 2023 para 11.558 km² no mesmo mês de 2024, área quase 60 vezes maior. Sete dos 10 municípios que mais degradam a região amazônica são paraenses, incluindo São Félix do Xingu (3.966 km²), Ourilândia do Norte (1.547 km²) e Novo Progresso (1.301 km²).
Outros estados com percentuais significativos, segundo o Imazon, de áreas degradadas em setembro foram Mato Grosso (25%), Rondônia (10%), Amazonas (7%). A entidade destacou, também, a situação de Rondônia, onde a degradação passou de 50 km² em setembro de 2023 para 1.907 km² no mesmo mês de 2024, o que representa uma alta de 38 vezes.
“Historicamente, no período de setembro, Mato Grosso costumava liderar como o estado que mais degradava a Amazônia. Porém, em 2024, o Pará surpreendeu com números muito altos. Ainda em setembro, foi decretada situação de emergência e ficou proibido o uso de fogo, mas precisamos que essa decisão seja acompanhada de fiscalização e responsabilização dos culpados para que seja mais eficaz”, observou o coordenador do programa de Monitoramento da Amazônia, do Imazon, Carlos Souza Jr, em nota.
Além disso, o Pará concentra sete das 10 unidades de conservação mais degradadas no período. As quatro primeiras do ranking são Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, com 1030 km²; Flona do Jamanxim, com 670 km²; APA do Tapajós, com 165 km²; e Flona de Altamira, com 124 km².
Entre as terras indígenas, a Kayapó segue pelo segundo mês consecutivo como a mais degradada, com 3.438 km² afetados. O território concentrou 17% de toda a área com degradação na Amazônia em setembro.
“A permanência dessa terra indígena entre as dez com as maiores áreas degradadas é um forte indicativo de que as medidas para conter o fogo na Amazônia não estão sendo suficientes. A presença desse problema ambiental nas áreas indígenas e unidades de conservação ainda compromete diretamente a biodiversidade local, ameaçando tanto a fauna quanto a flora, e representa um impacto negativo no modo de vida, na subsistência e na saúde das populações tradicionais”, explicou Larissa.
Desmatamento
O desmatamento também cresceu na Amazônia em setembro deste ano e teve o quarto mês consecutivo com alta, após 14 meses corridos de redução de devastação na região. No mês, um território de 547 km² foi desmatado, o que significa a perda 1.823 campos de futebol por dia de floresta, destacou o Imazon. A área foi 0,2% maior do que em 2023, quando foram degradados 546 km².
No acumulado de janeiro a setembro, a área desmatada foi de 3.071 km², a oitava maior da série histórica.
A maioria do desmatamento, em setembro deste ano, ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse (61%). O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (30%), Unidades de Conservação (7%) e Terras Indígenas (2%).
Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, três concentraram 83% de todo o desmatamento identificado em setembro. O Pará liderou com 52% do desmatamento, seguido pelo Amazonas (16%) e pelo Acre (15%). Sete dos dez municípios que mais desmataram são paraenses.
Assentamentos
O Pará reúne ainda sete dos dez assentamentos e sete das dez unidades de conservação com as maiores áreas desmatadas. Já entre as dez terras indígenas mais desmatadas, três estão integralmente no Pará e outras três têm parte da sua área no estado.
“No mês de setembro, o território paraense liderou o desmatamento destruindo uma área correspondente a 970 campos de futebol de floresta por dia. Todo esse impacto está refletido nos municípios, assentamentos, unidades de conservação e terras indígenas. Por isso, é urgente investir em ações eficazes e integradas que protejam a região, como o investimento nos órgãos ambientais de fiscalização”, disse Carlos Souza.
Ele avalia que, dessa forma, será possível combater as mudanças climáticas que são impulsionadas pela retirada de vegetação e oferecer uma maior proteção à biodiversidade e aos povos que habitam a floresta. Outro ponto de atenção, de acordo com os pesquisadores do instituto, é a busca de alternativas para reduzir os impactos das queimadas que já ocorreram tanto na cobertura florestal quanto nas populações.
A Amazônia, reconhecida mundialmente por sua vasta biodiversidade e importância ambiental, começa a ganhar espaço também no cenário da animação brasileira, trazendo uma abordagem única, repleta de elementos regionais e temas da floresta.
Entre os recentes lançamentos e projetos em andamento, surge uma nova geração de criadores locais que, com a tecnologia e narrativas envolventes, mostra o poder da região no campo audiovisual.
Conheça cinco animações que foram produzidas e inspiradas na região amazônica:
‘Cem Pilum – a história do dilúvio’, de Thiago Morais
O curta-metragem de animação ‘Cem Pilum – a história do dilúvio’ foi produzido em 2021 pelo produtor audiovisual Thiago Morais. A animação leva o expectador ao tempo antigo, quando existiam mais animais ferozes do que pessoas e Deus Criador quis acabar com as cobras, onças e outros animais. Então ordenou o dilúvio.
‘Cem Pilum – a história do dilúvio’ é o resgate de uma das histórias contadas pelo aquarelista Feliciano Lana, fazendo uma homenagem ao artista que teve suas obras reconhecidas internacionalmente.
‘Caçador de Cabeças’, de Rod Rodrigues
O curta ‘Caçador de Cabeças’ é uma animação experimental, feita no estilo motion comics, produzida no final de 2021, com incentivo do edital Cultura Digital – Aldir Blanc, por equipe 100% paraense. O enredo da animação é inspirado em relatos de caçadores e moradores do vilarejo Bomfim, do município de São João da Ponta (PA).
‘A Inacreditável História do Milho Gigante’, de Aldenor Pimentel
O curta de animação ‘A Inacreditável História do Milho Gigante’ foi dirigido pelo boavistense Aldenor Pimentel. Foi selecionado para cinco mostras de cinema nacionais. O vídeo, de 5 minutos, foi inteiramente produzido em Roraima e realizado pela produtora Platô Filmes.
‘Nazaré: do verde ao barro’, de Juraci Júnior
‘Nazaré: do verde ao barro’ é um filme de Juraci Júnior, que faz um mergulho na história de formação da comunidade e a relação de seus moradores com a natureza e, especialmente, com o movimento do rio. A obra conta com trilha original de Tullio Nunes, músico e produtor musical nascido em Porto Velho (RO); com aquarelas da poeta e ilustradora Roberta Marisa; e montagem, animação e finalização de Rone Mota.
‘Solitude’, de Tami Martins
A busca da protagonista ‘Sol’ pelo autoconhecimento e a mudança pessoal após o término conturbado de um relacionamento amoroso é o fio condutor da trama de ‘Solitude’, primeiro curta-metragem de animação produzido no Amapá com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine). A obra, que também recebeu financiamento do governo estadual, foi aprovada no 1º Edital de Produção Audiovisual do Amapá.
A Aldeia de Jenipapo, no Pantanal Maranhense, teve os seus assentamentos construídos por populações indígenas que lá habitaram durante o período pré-colonial. No local, que fica às margens do Tio Turiaçu, foram erguidas palafitas, moradias sustentadas por pilares de madeira. As palafitas foram construídas entre cerca de (1 e 1100 depois de Cristo), sendo um tipo de habitação humana registada a longo prazo em todos os continentes, com exceção da Antártica. As mais antigas palafitas documentadas correspondem a povoações que mostram a transição do Neolítico para a Idade do Bronze (5000 a 500 antes de cristo) na Europa, com registros na região Circum-Alpina, em países como Suíça, França, Itália e Alemanha.
Com a proposta de ampliar o conhecimento sobre o sítio arqueológico subaquático na região da Amazônia Oriental, que é onde se localiza a Aldeia de Jenipapo, foi aplicado um levantamento pioneiro de Radar de Penetração no Solo (GPR), cujos resultados foram publicados na revista científica Journal of Archaeological Science Reports por pesquisadores do Departamento de Geofísica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), dos Departamentos de Oceanografia e Limnologia e de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e do Departamento de Geofísica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
O trabalho demonstra a capacidade do método GPR em mapear um pilar de madeira subaquático e aumentar a probabilidade de encontrar artefatos arqueológicos no fundo do rio, o que contribui para melhorar o conhecimento da arqueologia amazônica no Brasil. Para tanto, foram estabelecidos doze perfis GPR, todos eles adquiridos com antenas de 270 MHz, utilizando um barco de borracha. Os doze perfis tinham ~425 metros de comprimento na direção norte-sul com formato irregular e espaçamento de ~20 metros entre as linhas, quase paralelos entre si.
Os resultados do GPR indicaram uma reflexão do sinal no fundo do rio e várias hipérboles de difração suspensas sobre o fundo do rio, relacionadas ao topo dos pilares de madeira. “Nós conseguimos fornecer um mapa em alta resolução do fundo do rio Turiaçu e dos topos dos pilares de madeira que sustentavam as casas de palafitas no período pré-colonial”, afirma o geofísico Jorge Luís Porsani, professor do Departamento de Geofísica do IAG-USP e autor correspondente do estudo.
Para apoiar a interpretação dos resultados, foi realizada uma modelagem numérica GPR para simular as hipérboles de difração suspensas na água, relacionadas aos pilares de madeira. De acordo com os autores, a modelagem numérica GPR apresentou boa concordância com dados reais, o que auxiliou na interpretação dos resultados. Além disso, eles observam que a localização de diversas hipérboles de difração pode orientar os mergulhadores na busca e coleta de artefatos arqueológicos ao redor dos pilares de madeira subaquáticos.
“Esses resultados podem contribuir para a redução dos custos da investigação arqueológica”, afirma o professor Jorge Porsani.
A importância do estudo após La Niña e suas aplicações
Desde 2018, esses sítios não estão secando, devido ao La Niña, que é um fenômeno oceânico e atmosférico que provoca fortes chuvas na região. Com isso, a busca por artefatos arqueológicos deixou de ser realizada, porque os lagos e rios ainda são relativamente profundos durante o período seco.
Assim, a aplicação do método GPR, que é indireto e não invasivo, contribui para a investigação arqueológica das seguintes formas:
Podem ser localizados os pilares de madeira no leito do lago ou rio e, desta forma, criar um mapa do local da vila de palafitas;
Uma vez localizados os pilares de madeira, podem ser colhidas amostras para datação e, assim, analisar as madeiras para descobrir as espécies utilizadas na construção das aldeias.
O GPR também possibilita a procura artefatos entre os pilares de madeira. Em trabalhos de campo anteriores, quando os locais estavam secos, os pesquisadores do LARQ da UFMA conseguiram recuperar diversos artefatos que revelam o cotidiano dessas pessoas, desde os tipos de panelas, até mesmo aquelas utilizadas em interações e rituais com grupos distantes, como o muiraquitã, um amuleto de pedra verde (jade nefrítico) no sítio Boca do Rio. Esse achado corrobora a existência de uma conexão em rede entre esses grupos e outros localizados em áreas mais distantes, uma vez que o jade não existe na região do Maranhão. Esses artefatos também indicariam redes de longa distância entre viajantes do baixo Amazonas e, possivelmente, das Antilhas e do Caribe.
Trabalhos futuros podem utilizar o GPR para ajudar a definir a forma e a extensão das aldeias. Além disso, outros métodos geofísicos, como o Side Scan Sonar (que criam imagens de grandes áreas do fundo do mar), poderiam ser combinados com o GPR para ajudar nesta tarefa.
Com esta linha de pesquisa, portanto, os autores vislumbram, além de contribuir para reduzir custos e otimizar a investigação arqueológica, também ajudar a melhorar o conhecimento sobre os sítios arqueológicos subaquáticos na região da Amazônia Oriental, que é uma das duas partes da Amazônia Legal, composta pelos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Acre, Roraima, Rondônia e Acre.
O Projeto Mosaic, coordenado pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da França, deu início esta semana à etapa de coleta de dados no Brasil, começando pela região do Alto Solimões, no Amazonas, área da Tríplice Fronteira (Brasil/Peru e Colômbia), na primeira missão do grupo na América Latina. O projeto tem como finalidade implementar ecossistemas de informação multimodais abertos e replicáveis acerca da saúde das populações nas áreas de fronteira do Brasil com a Guiana Francesa e a Colômbia e Peru, e na fronteira entre Quênia e Tanzânia, no continente africano.
Um grupo formado por pesquisadores da França, Portugal, Polônia, Quênia, Colômbia, Peru e Brasil, com a participação do coordenador científico e da gestora do projeto, Emmanuel Roux e Lucile Guerin, foi recebido na Fiocruz Amazônia, em Manaus, no dia 21/10, marcando o início da missão.
O projeto Mosaic foi selecionado pelo programa Horizon Europe, da União Europeia, para financiamento no período 2024 a 2027. É o primeiro edital europeu de fomento à pesquisa com participação da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS), fruto do acordo de cooperação firmado pela Fundação Oswaldo Cruz, por meio do IOC/Fiocruz, com a Universidade de Aveiro, em Portugal.
O grupo recebeu as boas-vindas da diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, que destacou o caráter inovador da abordagem do projeto, nos processos de ações de saúde e vigilância nas regiões de fronteiras, e a importância da participação conjunta das instituições. Junto com a Fiocruz Amazônia, compõem o projeto pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
“O Mosaic é um projeto que concilia campos da atuação da Fiocruz na vigilância em saúde, nas comunidades locais, entendendo os principais agravos que circulam nas regiões de intervenção do projeto, e trazendo soluções de novos sistemas de monitoramento e de vigilância, de sistemas de formação em saúde dentro desse contexto maior, sob a chancela da União Européia”, pontua o assessor da Vice-Direção de PDI, do IOC/Fiocruz, Carlos Eduardo Andrade Lima da Rocha, que acompanha o grupo na missão.
Foto: Divulgação/Fiocruz Amazônia
Carlos Eduardo destaca o papel estratégico da Plataforma para a viabilização da participação de pesquisadores da Fiocruz no programa.
A Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fiocruz (PICTIS) está voltada para a consolidação de um centro internacional de investigação em saúde tendo como instituições líderes a Fiocruz e a Universidade de Aveiro, em Portugal. Ela gere e participa de atividades de ensino, pesquisa, desenvolvimento e inovação em saúde, com o objetivo de gerar novos produtos, processos e serviços, assim como participar na transferência e difusão de novos conhecimentos e tecnologias para o bem-estar da sociedade.
O pesquisador do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC/Fiocruz e do Laboratório Setorial One Health/Global Health da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, Paulo Peiter, destacou a importância da parceria entre os pesquisadores que integram o projeto e o engajamento das populações na iniciativa de vigilância transfronteiriça comunitária em saúde.
“Estamos começando o novo desafio que é ir para o campo aqui na Amazônia, momento bastante particular num cenário de seca histórica, que é um contexto relacionado ao objetivo do projeto de trabalhar a questão das mudanças climáticas e como está afetando o dia a dia das populações, dialogando e entendendo como estão percebendo essas necessidades”, explicou Peiter, que é lider do pacote de trabalho sob a responsabilidade do IOC/Fiocruz, via PICTIS.
Pela Fiocruz Amazõnia, atuam no projeto os pesquisadores Sérgio Luz Bessa, José Joaquín Carvajal Cortes e Alessandra Nava, do Núcleo de Patógenos, Reservatórios e Vetores na Amazônia – PreV Amazônia, do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA). Também integram o Mosaic o Centro de Conservação Africano, do Quênia; da Universidade de Warszawski, da Polônia; da Universidade de Lisboa, de Portugal; do Centro Hospitalar de Caiena, da Guiana Francesa; do Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentação e Ambiente, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento e das Universidades de Perpignan, D’Aix Marselha e D’Artois, da França, Universidade de Brasília (UnB), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Universidade Nacional da Colômbia.
“O Projeto Mosaic tem uma trajetória acompanhada com muita atenção por instâncias relevantes, no âmbito da União Europeia e no Brasil, a exemplo do Ministério das Relações Exteriores e Delegação da União Europeia em Brasília, além de outras instâncias da Fiocruz, nesta fase importante de construção de uma aliança estratégica ILMD, IOC, ICICTI e ENSP e os outros parceiros que constituem esse consórcio”, afirma o coordenador científico do PICTIS, José Cordeiro, observando que a primeira missão do Mosaic no Quênia foi exitosa e bem conduzida por todos os parceiros.
Foto: Divulgação/Fiocruz Amazônia
Tríplice fronteira
Na Tríplice Fronteira, o grupo se reuniu com pesquisadores e atores locais na Universidade Nacional da Colômbia, compartilhando experiências em vigilância em saúde, mudanças climáticas e projetos exitosos em sáude e melhoria e melhoria das condições de vida, envolvendo as comunidades que vivem no território transfronteiriço.
No segundo dia, a equipe realizou trabalhos de campo junto à unidade de Atenção Básica Upetana, em Tabatinga, pertencente ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Solimões, onde ocorreu roda de conversa com os pesquisadores do Projeto Mosaic e as parteiras da etnia Tikuna e foi feita a apresentação da cartografia social local pelos técnicos do DSEI, pertencentes à etnia Kokama e egressos do Programa Vigifront. As atividades também envolveram visitas ao Laboratório de Fronteira (Lafron), em Tabatinga, e ao Instituto Sinchi – Instituto Amazônico de Investigaciones Cientificas, em Letícia, cidade na Colômbia situada na fronteira com o Brasil.
No Acre, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) tem contribuído através de cursos técnicos, na diminuição do êxodo rural, definido como o movimento migratório das populações que vivem no campo para outras regiões. Esses tipos de cursos, como os de zootecnia, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico dessas áreas, segundo o Senar.
Cursos técnicos como os ofertados pelo Serviço Nacional, colaboram no atendimento às necessidades locais, capacitando e melhorando suas habilidades, aumentando a produtividade nas atividades agrícolas, na economia rural, na agroindústria e na turismo rural, sempre priorizando práticas sustentáveis.
A pedagoga e secretária escolar do Senar Acre, Katiane Lima, relata a importância da participação direta dos filhos dos produtores nos cursos técnicos de duas formas: na contribuição técnica do curso e na diminuição do fenômeno social do êxodo rural.
Foto: Reprodução/YouTube – Amazon Sat
“A participação de filhos de produtores nos cursos, contribui de maneira significativa. Eles já possuem um entendimento prático do cotidiano rural. Isso facilita a assimilação de conhecimentos teóricos e a aplicação imediata das informações e formação técnica. Essa proximidade com o ambiente rural ajuda a promover inovações dentro da propriedade, quer dizer, reforça o compromisso que eles têm com a atividade rural, e incentivando uma visão mais profissional nas atividades que eles já realizam dentro da pecuária”, comenta.
De acordo com a equipe técnica pedagógica do Senar Acre, dentro da formação de zootecnia, por exemplo, o papel desempenhado é crucial na diminuição do êxodo rural, porque dentro dessa formação são abordados diversos fatores que capacitam os interessados a desenvolverem suas atividades de maneira mais eficiente e sustentável.
“Trabalhamos com a gestão e planejamento, os cursos enfatizam a importância de uma gestão eficiente na atividade rural, pensando claro, em ajudar os produtores a maximizar sua renda e otimizar o uso dos recursos. Claro que a gente também não pode esquecer da inovação e tecnologias”, esclareceu a equipe.
Foto: Reprodução/YouTube – Amazon Sat
O Senar introduz novas tecnologias e práticas agrícolas, que tornam a atividade rural mais viável e atraente. O órgão informa que realiza a promoção a conservação dos recursos naturais pensando na qualidade do solo, da água, nas competências e habilidades que são trabalhadas, dentro das atividades práticas e teóricas da formação técnica, explorando novas oportunidades de mercado.