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Focos de queimadas aumentam 50% nos primeiros meses de 2024 em Rondônia

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Rondônia registrou um aumento de 50% no número de focos de queimadas registrados nos primeiros cinco meses de 2024, em relação ao mesmo período de 2023, revelou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os focos ativos estão relacionados à detecção de incêndios em tempo real através de satélites, de acordo com informações Inpe.

De acordo com os dados do “Programa Queimadas” do Instituto, entre os meses de janeiro a maio de 2024, o estado registrou 282 focos de queimadas; o que representa um aumento de 50%, em comparação com o mesmo período de 2023, quando 188 focos foram detectados.

Até o momento, março foi o mês de 2024 com o maior número de focos, com 79 notificações. Janeiro foi o período com o menor número de registros.

Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados satélites de órbita possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada, segundo informações do Inpe.

*Com informações do g1 Rondônia

Os judeus na Amazônia: a terceira geração e o êxodo do interior para Belém e Manaus

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

A terceira geração de judeus marroquinos compreende o período da grande crise, que vai de 1920 a 1950, quando durante esse período de trinta anos, a economia amazônica entrou em crise e os descendentes da primeira geração e pioneiros, que se internaram nos mais remotos lugares, vilas, povoados e pequenas cidades da Amazônia, iniciaram o seu êxodo para Manaus e Belém. (BENCHIMOL, 1998).

Era, como disse acima, os tempos das vacas magras, de pobreza, penúria, quando os judeus – e juntamente os sírios-libaneses e nordestinos-cearenses – começaram a abandonar os seringais, castanhais, regatões, flutuantes, casas de comércio, sítios e fazendas, que já não valiam mais nada, em busca de sobrevivência nas capitais dos Estados do Pará e Amazonas.

E continua a narrativa do professor Samuel Isaac Benchimol, agora destacando Belém do Pará que já existiam organizadas duas comunidades religiosas:

[…] Em Belém do Pará já existiam organizadas duas comunidades, a de Essel (ou Eshel) Abraham, fundada em 1824 (1823) por Abraham Acris, e Shaar Hashamain, ao que tudo indica fundada antes, ou reinaugurada por marroquinos haviam emigrado para o Pará, no período de 1810 a 1920, ou seja durante cerca de um século, afluiu a Belém considerável massa de judeus que abandonaram as suas vilas e cidades de origem: Cametá, Baião, Gurupá, Breves, Macapá, Altamira, Santarém, Óbidos, Alenquer, Faro, Oriximiná, Itaituba, Boim, Aveiros, deixando pra trás os seus cemitérios abandonados, com os nomes de seus pais e mães esculpidos na lápide de mármore. Abandonaram as suas casas de moradias, os seus negócios e até, como no caso da Cametá, as duas sinagogas que chegaram a funcionar nessa cidade, de onde trouxeram os seus sefarim (rolos da Torah) para as sinagogas de Belém.

Muitos, principalmente mandaram os seus filhos para serem educados no pensionato de D. Sol Israel, bondosa e lutadora, esposa do senhor Elias Israel, filho pioneiro Judah (Leão) Elias Israel, que teve papel muito importante na salvação das crianças judias do interior do Pará e Amazonas, dando-lhes educação judaica e abrigando-as apesar da pobreza no seu lar. Seu marido, o senhor Elias Israel, que chegou a ser rico e próspero, para sobreviver foi ser Shaliaha da Sinagoga Shaar Hashamaim e como nada ou pouco recebia, vivia de ensinar, de casa em casa, os meninos judeus e, ao mesmo tempo, de vender no varejo como ambulante, botões de todos os tipos, para confecção e costureiras. Botões esses que os rebeldes e traquinos judeus tiquitos (pequenos) ralampeavam (haquitia para surrupiar) nas aulas de hebraico, para brincar nos seus times de futebol de botão.

Eram numerosas as famílias judias da terceira geração que haviam abandonado o interior para viver em Belém: Athias, Pazuelo, Benzecry, Serfaty, Levy, Obadia, Abtibol, Nahon, Bemergui, Benjó, Dahan, Elmescany, Bentes, Benchimol, Anijar, Aguiar, Benzaquem, Zagury, Hamu, Melul e centenas de outras famílias que, juntamente com os judeus locais, formavam um grupo de cerca de 600 famílias, num total de cerca de 3.000 judeus na década dos anos de 1930 a 1950.

A atividade comunitária era intensa, pois as duas sinagogas se encarregavam em proporcionar consolo espiritual para esses empobrecidos judeus que haviam, outrora, conseguido alcançar prosperidade durante o ciclo da borracha, de 1890 a 1910. As sinagogas Essel Abraham – Bosque, Arvoredo ou Pousada de Abraham, na Rua Campo Sales abrigavam os judeus mais pobres e os forasteiros (Toshavin), cuja rivalidade contra os sefaradins megorashin ainda permanecia.

Essa primeira e mais antiga sinagoga sempre foi denominada Esnoga de Los Pobres, (os judeus forasteiros, na sua pronúncia em hebraico, suprimiam a diferença fonológica entre o shin (chiante) e o sin (sibilante), e, por isso ao invés de Eshel Abraham se referiam a Essel Abraham, nome incorreto, pelo qual ficou sendo conhecida a esnoga dos forasteiros da Rua Campos Sales (Inácio Obadia, depoimento e correligionário), porém nunca faltava minyan (quórum de 10 judeus) para poder fazer certas orações como abrir o Hehal (área onde são guardadas os sefarim – rolos da lei) e dizer o Kadish (oração pelos mortos). Os forasteiros como eram muito mais religiosos e doutos do que os sefaraditas mantinham as suas tradições e eram muitas vezes mais exigentes no ritual, sobretudo na leitura da Torah, onde o Baal-Korê (leitor das escrituras em Lashon-Hakodesh-Língua Hebraica Sagrada) não podia cometer mais do que três erros.

Por esse motivo havia muitas discussões na sinagoga e muitas delas geravam brigas, desafios e malquerências, o que forçavam os revoltosos e dissidentes, muito a contragosto, a frequentar a sinagoga dos sefaraditas Shaar Hashamain, da Rua Arcipreste Manoel Teodoro, para depois regressar e fazer as pazes com a sua esnoga original. Esta era considerada, no passado, a esnoga dos aviadores e dos ricos, pois tinha muita imponência, embora o ritual não fosse tão rigoroso como na sinagoga da Campos Sales. Com o empobrecimento dos judeus de ambas as sinagogas, a primeira se tornou esnoga de los pobres forasteiros e a outra a pobre esnoga dos judeus aviadores falidos.

Prezença de Israel, Samuel e Isaac Benchimol, prefeito de Manaus Loris Cordovil, além de outros membros da Comunidade Judaica de Manaus, no lançamento da Pedra Fundamental da Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

Outra grande figura de judeu foi a do Major Eliezer Moyses Levy, que foi duas vezes Prefeito de Macapá e uma de Afuá, tendo o seu irmão Moyses sido Prefeito de Igarapé-Mirim. O Major Eliezer, mesmo nesses tempos de crise, jamais perdeu a sua consciência política e comunitária, pois após haver deixado o interior, onde além de político tinha uma companhia de navegação, foi um ardoroso sionista, tendo fundado o jornal A Voz de Israel. A sua filha Anita Levy fundou, na década dos anos 30, juntamente com seu primo, o erudito e sábio David José Perez, o Deborah Clube, uma associação de moças com o objetivo de fazer reuniões, festas e ajudar a comunidade. Um dos seus filhos, o Dr. Judah Eliezer Levy foi o arquiteto, construtor ou reformador de 3 sinagogas: Essel Abraham e Shaar Hashamain em Belém e Beth-Yaacov/Rebi Meyer em Manaus.

Muitos outros eminentes judeus atuaram, nesse período, tanto no campo religioso como na área comunitária e empresarial. Porém no campo religioso não podemos deixar de mencionar a liderança de Levy Obadia, Isaac Pinhas Melul, judeu de Cametá que ao se mudar para Belém, pelo seu notável conhecimento das escrituras e da Torah, tornou-se o Shaliah comunitário da Sinagoga Essel Abraham, até a sua morte aos 106 anos de idade, em 30/04/1974; Samuel Benjó, Leon Benjó, Isaac Dahan( natural de Alenquer), Abraham El-Mescany (de Óbidos), Abraham Moyses Melul, José Ricardo Anijar e o professor Inacio Obadia, todos eles ilustres hahamin, leitores da escritura (Baal Korê) e profundos conhecedores da Torah da Sinagoga Essel Abraham da Rua Campos Sales, de los pobres forasteiros toshavim.

Na outra sinagoga, da outrora rica, e durante a terceira geração dos judeus pobres judeus aviadores e comerciantes falidos – Shaar Hashamaim da Rua Arcipestre Manoel Teodoro- funcionaram como líderes espirituais: Judah (Leão) David Israel, no período de 1890 a 1898, Rebby Messod Dabella, Rebbi Jacob Benualid, Elias Leão Israel (1909 a 1912), Abraham Anijar (rabino atual da Sinagoga Shel Guemilut Hassadim do Rio de Janeiro), Leão Samuel Aguiar, David Benzaquem, Leon Bengio, Menasseh Zagury, Rabino Abraham Hamu e Rabino Moyses Elmescany, este último da cidade de Óbidos e que hoje é o líder religioso e espiritual do Centro Israelita do Pará, dirigido pela arquiteta Oro Serruya e pelo Dr. Marcos Serruya que a sucedeu no período de 1998-2000. Há ainda uma terceira Sinagoga do Grupo Beit/Chabad, dirigida pelo Rabino Disraeli Zagury, que tem conseguido aumentar o número de seus fiéis mais conservadores, atraídos pelo seu fervor religioso.

O Centro Israelita do Pará foi fundado em 20/06/1918 em Belém, e desde então tem sido presidido por grandes figuras do judaísmo paraense: Moyses Levy, Marcos Athias, Abraham Athias, Jaime Bentes (durante cerca de 20 anos) Isaac Barcessat, Elias Pazuello, Ramiro Isaac Bentes, Aarão Isaac Serruya, Isaac David Nahon, Oro serruya e agora Marcos Serruya.

Lançamento da Pedra Fundamental da Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

Na parte empresarial, os judeus paraenses da terceira geração, que haviam falido durante a crise da borracha, ou ficaram muito empobrecidos, tentaram reerguer-se com a ajuda de suas esposas, trazendo as suas famílias para Belém, onde reiniciaram a sua luta e a sua nova vida. Uns como empregados e funcionários públicos, outros como vendedores, negociantes e lojistas. Alguns se transformaram em grandes exportadores de borracha, sorva, castanha, couros e peles, cumaru, timbó e outros produtos regionais, na década dos anos de 1930 a 1950. Nesse período sobressaíram-se: Jayme Pazuello, Marcos, Marcos Athias, Jacob Benzecry, Y. Serfaty, Major Levy e Samuel Levy (de Macapá) Marcos Abitbol e muitos outros.

Os negócios durante a Segunda Grande Guerra, com os Acordos de Washington de 1942, a criação do Banco da Amazônia, em 1940, e a Nova Constituição Federal de 1946, que no seu artigo 199 instituiu o Fundo de Valorização da Amazônia, com recursos de 3% retirado da receita federal durante 20 anos, ajudou a recuperar a economia amazônica, e os judeus tiveram uma prosperidade efêmera, pois passaram a dominar o comércio exterior e a agregar valor aos produtos nativos através da industrialização e beneficiamento da borracha, castanha, couros de jacaré, timbó, serraria, destilação de pau-rosa e etc.

E continua o professor Samuel Isaac Benchimol a narrativa histórica da civilização deste povo que se constituiu sob o signo do sofrimento, do silêncio e da esperança. Rio sem margens que converge para o largo mar da memória, cemitério de lembranças, onde jazem velhos barcos arruinados, náufragos e viajantes em busca de um porto seguro. Como se fossem velhos navegadores conduzindo suas naus através de rotas antigas, reconstruindo a geografia de um passado perdido no tempo e que descrevo aqui na minha obra. Agora com destaque para a cidade de Manaus de um período importante para nossa história.

[…] Em Manaus idêntico movimento repetiu os mesmos padrões seguidos pela terceira geração de judeus paraenses. A luta talvez tenha sido mais difícil para os israelitas amazonenses, pois vivendo no interior da selva, a 1500 Km de Belém, tudo se tornava mais difícil, oneroso e caro.

Os judeus falidos e empobrecidos do interior começaram a chegar a Manaus que, em 1930, tinha cerca de 90.000 habitantes (o senso de 1920 indicou 75.704 e o de 1940 106.399 habitantes). Como não houve senso em 1930, pode se estimar a população de Manaus em cerca de 90.000 habitantes. A maioria dos judeus amazonenses veio de Itacoatiara (Perez, Ezagui, Azulay), Parintins (Cohen, Assayag), Maués (Levy, Abecassis), Borba (Laredo), Humaitá (Julio Levy), Porto Velho (Querub), Guajará Mirim (Benesby), Fortaleza do Rio Abunã (Isaac Israel Benchimol e seus 8 filhos), Tefé (Siqueira, Cagy), Coari (Pinto), Tarauacá (Henry Cerf Levy e seus 12 filhos católicos), Iquitos (Tapiero, Toledano), apenas para mencionar alguns nomes, correndo sempre o risco grave de omissão que será reparada quando mencionar os nomes dos judeus das cidades interioranas, em outro capítulo.

Deve-se também mencionar que muitos judeus paraenses de Alenquer, Óbidos, Santarém e, sobretudo, de Belém começaram a migrar para Manaus, em busca de novas oportunidades de trabalho e emprego. Entre os judeus paraenses que vieram reforçar a comunidade de Manaus, devemos mencionar nessa terceira geração os Sabbá, Benarrós, Bemergui, Benmuyal, Aguiar, Azulay,Benzecry e outros que se estabeleceram e muitos tiveram extraordinário sucesso e liderança na economia e sociedade amazônica. O maior deles foi Isaac Benayon Sabbá, que foi o pioneiro da industrialização da Amazônia, com a construção da Refinaria de Petróleo de Manaus, inaugurada em janeiro de 1957 e que durante sua vida construiu um império de 41 empresas e estabelecimentos industriais.

A comunidade judaica de Manaus, nesse período de 1930 a 1950, cresceu para 250 famílias, com a vinda de migrantes do êxodo rural proveniente do interior do Estado e da capital Paraense, Por ser menor do que a comunidade paraense de Belém e pelo fato dos judeus viverem na sua quase totalidade, no interior do Estado, somente em meados da década dos anos 20 tiveram oportunidade de organizar as instituições da comunidade judaica (sinagoga, cemitério, hebrá, escola, clube social e os cinco pilares da vida comunitária).

Essas organizações foram sendo criadas pelos novos migrantes do interior que se estabeleceram em Manaus. Depois de reconstruir as suas vidas, alguns judeus se tornaram líderes como: Isaac José Perez, o grande prefeito judeu que revolucionou, urbanizou Itacoatiara (1926 a 1930) e fundou os cemitérios judeus de Manaus.

Era casado com Rachel Hilel Benchimol, cujos pais vieram de Gilbratar para Cametá em 1850 e depois se transferiu para Itacoatiara, onde realizou como prefeito a urbanização da cidade como veremos em capítulo especial, no segundo volume desta pesquisa. Isaac José Perez veio para Manaus em 1928, ainda como Prefeito de Itacoatiara conseguiu, com o seu prestígio, junto ao Governador Efigênio de Sales, a troca de um terreno aos fundos do Cemitério São João Batista, que havia sido comprado para ser o cemitério judeu por um terreno melhor situado ao lado do Cemitério São João Batista, na esquina do Boulevard Amazonas, hoje Avenida Álvaro Maia.

Comprado o cemitério judaico e feito seu gradeamento, Isaac José Perez teve o grande infortúnio e desdita de ver morrer de febre amarela o seu querido e amado filho Leon Perez, jovem engenheiro politécnico, que estava em visita aos seus pais. Por ironia do destino, o fundador do Cemitério Judeu de Manaus o inaugurou, enterrando seu próprio filho, em 12 de setembro de 1928. Foi o primeiro kadish (oração pelos mortos) dito por um judeu para seu filho na Mearah (cemitério em haquitia) de Manaus, pois anteriormente os judeus eram enterrados no cemitério católico ao lado sem nenhuma cerimômia, pois praticamente não existia comunidade organizada e nem talvez minyan (quórum de 10 judeus) para poder dizer o kadish à beira da sepultura (qeburah).

O segundo passo para organizar uma sinagoga. Os exilados (os novos megorashim e toshavim-sefaraditas e forasteiros) do interior resolveram a Sinagoga Beth Yaacov, cuja a primeira sede foi na Rua Lobo D’Almada, perto do antigo escritório de A Crítica, e depois transferida para Rua Barroso, quase em frente da Biblioteca Pública, para em seguida ser novamente mudada para um sobrado na Avenida 13 de Maio (atual Getúlio Vargas), ao lado do cine Polytheama, onde coloquei os meus telefim (bar-mitzvh), cerimônia de maior idade e integração à comunidade, realizada aos 13 anos de idade no ano de 1936.

Sede da antiga Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No ano seguinte, Isaac Israel Benchimol, um próspero e rico seringalista da Fortaleza do Rio Abunã, que faliu e empobreceu na grande crise da borracha, de 1930 e que se transferiu para Manaus com seus 8 filhos em 1933, recomeçou a sua vida como humilde e pobre guarda-livros.

É eleito Presidente do Comitê Israelita do Amazonas e um dos seus primeiros atos foi comprar a sede própria da Sinagoga Beth-Jacob, que passou a funcionar no novo prédio, adquirido na Rua Ramos Ferreira nº 596 (Praça da Saudade), desde o dia 4 de junho de 1937, quando o referido prédio foi comprado de D. Francisca Regallo Araújo.

O Comitê Israelita do Amazonas foi fundado em 15 de julho de 1929, sendo seu primeiro presidente o Sr. Raphael Benoliel, sócio presidente da firma B. Levy & Cia., a mais rica e próspera firma exportadora de aviamentos para o interior do Estado, que nessa altura já estava em situação difícil, vindo a liquidar-se em 1943. Os fundadores do Comitê que assinaram a ata de presença foram, além de Raphael Benoliel, os Srs. Raphael Benayon, Isaac José Perez, David Alberto Sicsú, Alberto Abraham, Jacob Benchimol, S. J. Aben-Althar, Pacífico Ezagui, Moyses Benchimol, Jacob Abecasis, Jacob Chocron, Isaac Sabbá, David Leão Israel, Samuel J. Benoliel, Simão Benchimol, Marcos Ezagui, Abraham Samuel Alves, Leão Abraham Azulay, Jacob I. Benzaquen, Salomão Alves, Augusto Ezagui, Marcos Esquenasi, Isaac Rozenstein, José David Israel, Laão Abraham Pinto, Nessim Pessah, Mogluff Cohen, Salomão Benemond, Solon Benemond, Moyses Julio Levy, Isaac S. Benoliel, David Israel, Julio Levy, Raphael José, David Fortunato Benarrosh, Samuel A. Ohana, David J. Israel, Joseph Tapiero, Hebron Levy, Lazaro Klein, José Samuel Levy, Lazaro Sasson Tayah, Elias Benchimol, Jacob Sabbá, Fortunato Berrarrosh, José David Sicsú (Fonte: Manuscrito descoberto pelo Dr. Isaac Dahan, atual Presidente do Comitê Israelita do Amazonas).

Todos esses fundadores eram na sua maioria, líderes empresariais de Manaus, com exceção do Dr. Raphael Benayon, que era advogado e Professor e Catedrático de Direito Internacional Privado da Faculdade de Direito do Amazonas e que havia traduzido do francês para o português o famoso livro de R. Von Ihering -O Espírito do Direito Romano, que durante várias gerações foi livro de teto de quase todas as Faculdades de direito do Brasil ( Menezes, Aderson, 1959:57).

Desde a sua fundação, o Comitê teve 11 Presidentes: Raphael Benoliel (1929/1931), Jacob Benoliel (1932/1937), Isaac Israel Benchimol (1937/1957), Israel Siqueira Benchimol (1958/1961), Isaac Israel Benchimol (1962/1974), Samuel Isaac Benchimol (1975/1985), José Laredo (1985/1988), Franklin Isaac Pazuello (1988/1991), Samuel Koifman (1991/1994), Celso Neves Assayag (1994/1997) e Isaac Dahan (1997/2000).

A segunda sinagoga de Manaus foi fundada pelo nosso correligionário Jacob Azulay com um grupo de judeus forasteiros (Toshavim) e sefaraditas (megorashin), descontentes com a comunidade da esnoga Beth-Yaacov, que era considerada a sinagoga dos sefaraditas megorashin y de los ricos. Este segundo templo com o nome Rebby Meyr funcionou no começo num prédio familiar cito a Praça 15 de Novembro, perto da antiga firma Higson & Cia., e da Rua Tamandaré. Posteriormente foi transferida para um prédio próprio na Av. 7 de Setembro 385 com fundos para a Rua Visconde de Mauá nº 301, conforme escritura de 20 de maio de 1945.

Eram seus dirigentes e depois de sucessivos presidentes os correligionários Salvador Bemergui, Salomão Benmuyal, Augusto Pacíficico Ezagui, David José Israel, Vidal David Israel, Samuel D. Israel, Elias D. Israel, Salomão José Laredo, Miguel Cohen e outros. Era conhecida como la esnoga de los pobres, tal como a esnoga Essel Abraham da Rua Campos Sales, de Belém do Pará.

Ambas as sinagogas foram fundidas com a construção do novo templo, em 18 de janeiro de 1962, com o novo nome de Esnoga Beth-Jacob/Rebi Meyr, que assinala o fim da rivalidade sefaraditas/megorashim e forasteiros/toshavim em Manaus, com a reconciliação das duas correntes do judaísmo marroquino do século XIX. Esta fusão foi realizada graças ao trabalho do Presidente Isaac Israel Benchimol Z’L’ (Zichronô Libracha – de abençoada memória) falecido em 24 de dezembro de 1974, e Vice-Presidente Samuel Isaac Benchimol, com a plena cooperação do Sr. Jacob Azulay, que passou a funcionar como nosso Shaliah (oficiante) comunitário, grande conhecedor da Torah (Baal Korê) até a sua morte, em 09 de fevereiro de 1976.

Funcionaram como Shaliah, Hazan, Baal Korê (oficiante, cantor, leitor das escrituras bíblicas), desde a fundação os nossos correligionários: Jacob Azulay, Isaias Abensur, Isaac Pazuelo, Miguel Cohen, todos Z’L’ de abençoada memória e, mais recentemente, os Srs. Leon Benjó, Dr. Isaac Dahan, Moyses Elmescany (atual rabino da comunidade de Belém) Prof. Dr. Inácio Obadia, também Shaliah da Esnoga Essel Abraham de Belém, David Salgado Filho, Dr. Abraham Elmescany e novamente, a partir de 1998, o Prof. Inácio Obadia.

Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

A vida social comunitária de Manaus foi iniciada em 1940 com a fundação do Clube Azul e Branco, pelo nosso correligionário David Israel jornalista fundador do jornal Folha Israelita, que circulou em Manaus no período de 1948 a 1958), sendo a sua primeira presidente a jovem Gimol Levy, esposa do sr. Israel Siqueira Benchimol. Posteriormente, esse clube foi transformado em 1945, no Grêmio Cultural e Recreativo Sion, que funcionava na casa de D. Sultana Esquenazi e depois passou a funcionar na Rua Henrique Martins (conhecida como a Rua dos Judeus, pois lá viviam, naquela época, cerca de 40 famílias e casa comerciais de judeus).

Finalmente, em 1976, na gestão do Presidente do Comitê Israelita do Amazonas, sr. Samuel Isaac Benchimol, foi fundado o atual Clube A Hebraica, com a compra do prédio situado na Av. Joaquim Nabuco, 1842, com fundos para a Rua Dr. Machado, adquirido em 30 de janeiro de 1976, da Grande Loja do Amazonas, com a ajuda financeira de toda a comunidade e com o produto da venda da antiga sinagoga da Praça da Saudade ao Banco Nacional de Habitação.

O seu primeiro presidente foi o correligionário Ilko Minev, seguido de Samuel Benzecry, e depois um colegiado dirigido por Nora Benchimol Minev, Sonia Assayag Cohen, Denise Benchimol Rezende, Fátima Assayag, Sarah Foiquinos, Bonina Bemergui. Em 1995 foi eleito Presidente Dany Schwarcz e, em 1997, a nossa correligionária Nora Benchimol Minev, tendo como Vice-Presidente o Sr. Samuel Appenzeller.

Fonte: BENCHIMOL, Samuel. Eretz Amazônia: os judeus na Amazônia. Manaus: Valer, 1998, p. 104-122.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

CREA-AM condena nova investida de Marina Silva, inimiga declarada da Amazônia, contra as obras de repavimentação da BR-319

Por Osíris M. Araújo da Silva

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sem qualquer disfarce, voltou a defender que o projeto de revitalização da BR-319, único meio rodoviário de ligação do Amazonas, via Porto Velho, ao resto do Brasil, deverá passar por um processo de licenciamento ambiental mais rigoroso. Tudo na pressuposição, certamente inspirada em ONGs ambientalistas radicais anti-desenvolvimentistas, de que “os impactos ambientais na região amazônica, enfatizando a necessidade de uma avaliação ambiental estratégica”.

Ela foi enfática ao repetir, em entrevista prestada no dia 18 do mês passado, à rede CNN, que o chamado trecho do meio, “de 405 quilômetros que adentra na floresta, o miolo, é típico e característico da necessidade de uma avaliação ambiental estratégica. Você não vai fazer a licença olhando só para o empreendimento, você tem que ver toda a área de abrangência, como vai repercutir nas terras indígenas e em desmatamento, qual a capacidade da estrada dar respostas a determinados problemas, por exemplo. Porque é uma demanda da sociedade, tanto do Amazonas quanto de Rondônia, mas tem que ser olhado a partir de um olhar mais abrangente”. Retórica recorrente desde seus primeiros dias nos governos Lula.

Silva, contrária a qualquer programa destinado à instalação de infraestrutura do desenvolvimento na região, destacou que “o novo licenciamento exigido para a BR-319 é semelhante ao aplicado na exploração de petróleo na Foz do Amazonas, também chamada de Margem Equatorial, que inclui uma avaliação abrangente de toda a área de influência”. Sustenta que o estudo “é considerado um pré-requisito para qualquer avanço no projeto, vital para assegurar que todas as implicações ambientais sejam adequadamente avaliadas”. Seu discurso tem apenas uma finalidade: alinhar o governo federal aos interesses internacionais manobrados por ONGs que sustentam o deambular da ministra ativista ambiental pelo mundo.

Em Nota Pública assinada pelos engenheiros Alzira Miranda, presidente do CREA-AM; Afonso Lins, Coordenador do GT de Rodovias do Crea-AM e Marcos Maurício, Coordenador Adjunto do Grupo, o GT reagiu e condenou as declarações da ministra Marina Silva acerca da Rodovia BR-319, “que evidenciam claramente a tentativa de desacreditar o Estudo de Impacto Ambiental, aprovado em julho de 2022, e, em verdade, inviabilizar a repavimentação da Rodovia BR-319”. A Nota é enfática: “Não é crível que uma ministra não se tenha dado ao trabalho de ler todos os capítulos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), com as condicionantes impostas, inclusa a de comando e controle.

Percebe-se que não passa de uma tentativa, repita-se, de infirmar o EIA já aprovado”. Neste sentido, “o GT de Rodovias do Crea-AM repudia as declarações proferidas pela senhora ministra do Meio Ambiente, à CNN Brasil, ocasião em que reitera a importância do conhecimento sobre o teor do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pela população e, também, pelas entidades de classe, pelos setores da indústria, do comércio e de serviços, pela classe política”.

O posicionamento do CREA-AM defende o engajamento total dos que “acreditam que a integração rodoviária do Amazonas com o restante do Brasil trará inúmeros benefícios, conforme listados no EIA, além de alternativas para enfrentar os cenários de seca, como a de 2023, assim como a prevista para este ano de 2024 e as próximas”. A Nota conclui incitando sobre a necessidade de “uma pronta resposta contra essa nova tentativa de manter o Amazonas, de forma perpétua, isolado do restante do Brasil”.

É, por conseguinte, imprescindível que o governo do Estado, as classes políticas e empresariais, as entidades de classes, científicas e culturais se unam nessa luta, confrontando e rebatendo, faca nos dentes, a criminosa atitude de uma ministra que, embora nascida na região, mantenha-se visceralmente antagônica ao desenvolvimento regional.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Áreas de conservação regionais no Peru: o que são e como protegem a Amazônia?

No Peru, foram estabelecidas 32 Áreas de Conservação Regionais (RCAs) que desempenham um papel crucial na proteção da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável. Estas áreas, propostas e geridas pelos governos regionais em colaboração com as comunidades locais, são apoiadas por um regime jurídico especial para garantir a sua proteção em benefício da sociedade.

As ACRs são consideradas Áreas Naturais Protegidas (ANP) e estão classificadas dentro de áreas de uso direto, o que significa que o uso e a extração de recursos naturais são permitidos desde que estejam em consonância com os objetivos de conservação da área.
Foto: Agência Andina/Divulgação

No Peru representam uma pedra angular na estratégia nacional para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. Estas áreas destacam-se pelo foco na proteção de ecossistemas vitais e espécies emblemáticas, ao mesmo tempo que incentivam a participação ativa das comunidades locais na sua gestão e benefício.

Foto: Agência Andina/Divulgação

Uma característica distintiva dos ACR é a sua flexibilidade em termos de utilização dos recursos naturais. Ao contrário de algumas categorias de áreas protegidas que impõem restrições estritas às atividades humanas, os ACR permitem um certo grau de utilização dos recursos naturais, desde que seja feito de forma sustentável e compatível com os objetivos de conservação.

Esta abordagem reconhece a importância de equilibrar a conservação ambiental com as necessidades econômicas e sociais das comunidades locais que dependem dos recursos naturais para a sua subsistência.

Além disso, os ACRs funcionam como laboratórios vivos para pesquisa científica e educação ambiental. Estas áreas oferecem oportunidades únicas para estudar a dinâmica dos ecossistemas, monitorizar a biodiversidade e compreender os impactos das alterações climáticas e outras ameaças ambientais.

São também espaços ideais para a realização de programas de educação ambiental e de sensibilização comunitária , promovendo a compreensão e valorização da importância da conservação da natureza.

A criação e gestão de ACR não envolvem apenas a delimitação de limites territoriais e a implementação de medidas de proteção, mas também requerem uma abordagem abrangente que aborde os desafios socioeconómicos e culturais das comunidades locais. Isto pode incluir o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis, a promoção do ecoturismo responsável e a preservação das práticas e conhecimentos tradicionais relacionados com a utilização dos recursos naturais.

Foto: Agência Andina/Divulgação

ACR Comunal Alto Tamaya-Abujao (Ucayali)

Um exemplo representativo destas áreas é a ACR Comunal Alto Tamaya-Abujao em Ucayali. Localizada nos distritos de Callería e Masisea da província de Coronel Portillo, esta ACR abrange 150.010,82 hectares das Florestas Serranías Isoladas da Amazônia Ocidental e das Florestas de Bambu da Amazônia Sudeste do Alto Tamaya-Abujao. A sua criação tem como objetivo principal manter a provisão de recursos naturais e serviços ecossistêmicos essenciais para as comunidades locais, além de contribuir para iniciativas de mitigação das mudanças climáticas.

A importância deste ACR reflete-se no seu papel crucial na conservação das bacias hidrográficas das cabeceiras dos rios Tamaya e Abujao, afluentes vitais do rio Ucayali, beneficiando 495 famílias locais. Além disso, a sua presença reforça a proteção dos povos indígenas em situações de isolamento e contato inicial, evidenciada pela presença de um assentamento do Povo Isconahua na área.

Além disso, o ACR faz parte de um corredor de conservação biológica junto com a Reserva Nacional Matsés, o Parque Nacional Sierra del Divisor e a Área de Conservação Regional Imiria do Peru, bem como a área de conservação brasileira (Parque de Serra do Divisor).

Esta colaboração fortalece a proteção de espécies emblemáticas como o tamanduá-bandeira, a sacavaca, a maquisapa, o huapo-vermelho, o bugio, o puma e a arara, garantindo a preservação da biodiversidade da região.

Foto: Michell León/Naturaleza y Cultura Internacional

ACR Q’eros-Kosñipata (Cusco) 

A ACR Q’eros-Kosñipata, localizada nos distritos de Kosñipata e Paucartambo, na província de Paucartambo, cobre uma área de 55.319,97 hectares. Seu principal objetivo é proteger os frágeis ecossistemas de puna dos Andes Centrais e das yungas peruanas, destacando-se pela preservação das florestas relíquias de queñual e podocarpo.

Este novo espaço de conservação desempenha um papel fundamental na preservação das cabeceiras dos rios Rocomayo, Huaysampilla (afluentes do rio Pillcopata) e do rio Queros, garantindo um abastecimento de água vital para aproximadamente 90.325 residências no departamento de Cusco.

Além da sua importância para o abastecimento de água, a ACR Q’eros-Kosñipata faz parte de um corredor biológico chave juntamente com o Parque Nacional Manu , o Parque Nacional Bahuaja Sonene, a Reserva Comunal Amarakaeri e as Áreas de Conservação Privadas da Floresta Nublada, Wayqecha. e Japu – Floresta Ukumari Llaqta. Esta colaboração fortalece a proteção de espécies emblemáticas como o urso de óculos, o puma andino e o lobo do rio, garantindo a conservação da biodiversidade na região.

A criação da ACR Q’eros-Kosñipata foi realizada após um processo de socialização que envolveu a participação ativa das comunidades camponesas de Qeros, Quico e Marcachea, bem como das autoridades locais de Paucartambo e Kosñipata. Esta abordagem participativa garantiu o conhecimento e a aceitação dos benefícios derivados do seu reconhecimento como área de conservação regional.

*Com informações da Agência Andina

Jovens indígenas defendem legado de antepassados e proteção da floresta amazônica

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Jovens indígenas do município de Tapauá, no Amazonas, uniram-se para fortalecer e dar continuidade à luta, e legado de seus antepassados por direitos e proteção da floresta amazônica. Com este objetivo, foi criada a Associação da Juventude Indígena de Tapauá (Ojit), com jovens de diversos povos. 

O presidente da Ojit, Mário Júnior Batista de Lima, do povo Apurinã, explica que a juventude indígena do município estava desmobilizada e desmotivada, colocando em risco o futuro das lutas encampadas por seus antepassados e isso o incentivou a criar a organização.  

“Esse foi o motivo, porque percebemos que os nossos antepassados, nossos pais e tios, que estão lutando hoje, daqui um tempo vão parar. Se a gente, que é jovem, que é da juventude, não ‘pegar’ a frente, a gente não vai ter o conhecimento. Então, não vai ter como lutar pelos nossos parentes, pelos nossos povos”, explica o jovem líder indígena. 

Segundo ele, o outro motivo é que há associações de jovens em municípios próximos a Tapauá. “A gente entende que a juventude de Tapauá precisa desse incentivo. A gente vê que, hoje, em Canutama, Lábrea e Humaitá (municípios no interior do Amazonas) têm muitos jovens à frente dos movimentos. Percebemos que aqui em Tapauá não tem isso”, acrescentou Mário Júnior. 

O jovem líder também se preocupa para que as conquistas alcançadas por seus antepassados não sejam perdidas. “A ideia é colocar a juventude no centro da associação. Para que eles possam aprender a lutar pela causa indígena de Tapauá, por seus direitos e não ‘deixar morrer’ o que os nossos antepassados conquistaram. Então, seria injusto da nossa parte, da juventude, deixar isso tudo para trás, no esquecimento”, defendeu. 

Para Mirilaine da Silva Farias Apurinã, a união dos jovens numa associação garante a formação de lideranças, preparadas para assumir posição de relevância em suas aldeias e comunidades. “A gente embarcou nessa Organização da Juventude Indígena de Tapauá para levantar novos jovens e para desenvolver, junto com as pessoas que têm mais experiência do que a gente, e para formar novos caciques e cacicas nesse movimento”, declarou.  

Preservar as tradições dos povos indígenas também é um dos objetivos apontados por Mirilaine Apurinã. “Isso é importante para não perdermos a nossa cultura, né? Porque ultimamente, de uns tempos para cá, estamos perdendo muito da nossa cultura. Então, para não perder essa cultura, vamos tentar levantar os jovens para que defendam a nossa cultura”, concluiu. 

Foto: Michael Dantas

A criação da Ojit acompanha um movimento que vem ganhando força em Tapauá e tem a colaboração do projeto Governança Socioambiental Tapauá, implementado no município pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). O projeto vem fortalecendo as associações representativas de comunidades e aldeias do município. 

Sobre o projeto  

O projeto Governança Socioambiental Tapauá teve início em abril de 2022 por meio da iniciativa estratégica Governança Territorial do Idesam, com recursos da Rainforest Association e Embaixada da Nova Zelândia. O projeto tem como prioridade a realização de atividades para o fortalecimento de comunidades em Áreas Protegidas de Tapauá, como a Floresta Estadual (FES) Tapauá, uma Unidade de Conservação estadual; e as Terras Indígenas Apurinã do Igarapé São João e Apurinã do Igarapé Tawamirim. O projeto conta com a parceria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM) para avaliação e aprovação da execução por meio do Acordo de Cooperação Técnica N.º 003/2023. 

Escola no Pará ensina a elaborar vasos de cimento com toalhas reutilizadas

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O Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins (Ciebt), em Cametá (PA), ensinou em uma oficina a elaboração de vasos de cimento utilizando toalhas de banho usadas. A atividade ensina sobre educação ambiental, por meio da reutilização e reciclagem de materiais.

A oficina é promovida pela turma do curso técnico em Meio Ambiente, da modalidade subsequente, como parte das práticas de educação ambiental necessárias no cronograma de disciplinas do curso. Na ocasião, os alunos aprendem sobre os cinco “R’s” da sustentabilidade: reduzir, reutilizar ou reaproveitar, reciclar, repensar e recusar. Bem como incentiva os jovens sobre como empreender com adoção de alternativas sustentáveis de baixo custo e de grande benefício não só para o meio ambiente, mas financeiramente.  

Experiências que vão além e servem de inspiração para outras iniciativas sustentáveis, promovendo mentalidade mais consciente e sustentável, como reforça a diretora da unidade, Lidiane Gonçalves.

“Sabemos que o Meio Ambiente é assunto principal para quem vive na Amazônia. Nossa EETEPA Cametá sempre desenvolveu práticas sustentáveis e queremos agradecer o suporte que recebemos da SECTET em todas as nossas ações” ressalta a gestora. 

Escola Técnica de Cametá ensina como elaborar de vasos de cimento com toalhas reutilizadas. Foto: Divulgação

Para a coordenadora da oficina, Gilma Martins, “a atividade não só destaca a importância do reaproveitamento de resíduos como matéria-prima para novos produtos, mas também oferece uma alternativa de renda aos alunos, que podem comercializar os vasos que forem produzir”, disse.Foto: Divulgação

Para fazer as artes é necessário apenas o uso de cimento, água, quimikal e toalhas que iriam ser descartadas, e os vasos produzidos, podem ser usados como objetos decorativos para o plantio de plantas ornamentais e embelezar vários ambientes.  

Lana Carvalho dos Santos é estudante do curso e conta como a experiência é fundamental para abrir os horizontes para as diversas formas de sustentabilidade que norteiam o dia a dia. 

“A oficina é muito importante, nos ensina sobre a reutilização de materiais que, muitas vezes, iriam para o lixo, e por que não reutilizar e reciclar, né? Além disso, a oficina oferece momentos de interação, reflexão e diversão com a turma, mostrando como a atividade é importante não só na sala de aula, mas também fora dela, ou seja, vendendo os vasos para conseguir uma renda extra”, disse a aluna.

Escola Técnica de Cametá ensina como elaborar de vasos de cimento com toalhas reutilizadas

Os resultados da oficina serão apresentados durante a III Semana do Meio Ambiente, que ocorrerá nos dias 5, 6 e 7 de junho de 2024 na instituição. O evento é uma oportunidade para compartilhar práticas sustentáveis e reforçar a conscientização ambiental entre a comunidade acadêmica e o público e, geral.

*Com informações da Agência Pará

Decreto protege território paraense da entrada de praga devastadora do cacau e cupuaçu

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Publicado em edição extra, o Decreto estadual nº 3.954 no Pará proíbe a entrada, o trânsito e o comércio de materiais vegetais das espécies dos gêneros Theobroma e Herrania, e outras hospedeiras do fungo Moniliophthora roreri, causador da Monilíase, provenientes dos Estados com ocorrência da praga.

Saiba mais: Conheça a monilíase, doença fúngica que atinge o cupuaçu e o cacau

Conforme o decreto, as amêndoas de cacau fermentadas e secas, provenientes de áreas de ocorrência da Monilíase, só poderão entrar no território paraense desde que classificadas na origem, como Tipo 1 ou Tipo 2, e acondicionadas em sacarias novas.

O decreto estadual acompanha as legislações vigentes que tratam sobre a Monilíase como a Instrução Normativa nº 112, de 11 de dezembro de 2020, e a Portaria SDA nº 703, de 21 de dezembro de 2022, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), além da Portaria nº 7833, de 5 de dezembro de 2022, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ)

Foto: Divulgação

“Esse decreto estadual é mais uma medida importante e necessária para fortalecer todo o trabalho de defesa vegetal que vem sendo realizado desde o surgimento da doença no Estado do Acre e do Amazonas, num esforço que reúne várias instituições parceiras do setor agrícola para evitar que essa praga chegue ao nosso território e possa comprometer a nossa produção cacaueira”, destacou Jamir Macedo, diretor-geral da Adepará. 

Trânsito agropecuário

O trânsito interestadual de semente, mudas, frutos ou qualquer parte propagativa de espécies vegetais hospedeiras do fungo da Monilíase deve comprovar a origem por meio de nota fiscal, do certificado de semente ou do termo de conformidade, conforme legislação federal vigente (Lei Federal nº 10.711/2003 e Decreto Federal nº 10.586/ 2020).

Pelo decreto, toda cadeia produtiva envolvida na colheita, beneficiamento, recepção e embalagem de amêndoas de cacau ficam obrigadas a se cadastrar na Adepará.

“A obrigatoriedade do cadastramento das áreas de cultivo de cacau e cupuaçu é uma medida que visa garantir a rastreabilidade para que assim nós possamos atestar a comprovação de origem e consolidar dados oficiais sobre as cadeias produtivas desses frutos”, ressaltou a Diretora de Defesa e Inspeção vegetal da Adepará.

Foto: Divulgação

União de esforços

O cumprimento do decreto será de responsabilidade da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) e da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA), no limite de suas competências. Nas ações de inspeção e fiscalização sanitária vegetal, os Fiscais Estaduais Agropecuários e os Agentes Fiscais Agropecuários, devidamente identificados, terão livre acesso aos estabelecimentos públicos ou privados que contenham os produtos proibidos pelo decreto.

A Adepará alerta que as cargas oriundas de outras unidades da Federação, em que o transportador não apresente a documentação de trânsito exigida nas barreiras de fiscalização fitossanitárias do Estado, ou apresente documentação em desacordo com as exigências da legislação em vigor, terão sua carga impedida de ingressar e transitar em território paraense.

Caso as cargas sejam interceptadas em municípios do interior do Estado, sem a documentação de trânsito exigida, ou apresentem irregularidades na documentação, o vendedor, o transportador e o adquirente da carga serão autuados e a carga será apreendida e sujeita às sanções legais.

As embarcações, carretas, caminhões, ônibus e veículos de passeio também estão sujeitos à inspeção fitossanitária e aos procedimentos de fiscalização previstos em lei.

Foto: Divulgação

Fiscalização

Na madrugada do último sábado,  25, equipes da Unidade da Adepará em Almeirim, no Baixo Amazonas, apreenderam 4 toneladas de amêndoas de cacau que saíram de navio do Amazonas com destino ao Pará. A carga foi interceptada no porto hidroviário de Almeirim, apreendida e incinerada no aterro sanitário do município, em função do alto risco que apresentava para a cadeia produtiva do cacau paraense. 

Educação Fitossanitária

Para sensibilizar a população paraense, sobretudo a que vive nas regiões do baixo Amazonas, área de risco para a entrada da praga, já foram realizadas duas edições da Caravana da Monilíase no Pará. Em 2023, a caravana aconteceu em Tomé Açu e este ano, o município de Juruti recebeu as ações educativas com o treinamento do corpo técnico da Adepará, que após dias de imersão nas metodologias inovadoras de educação seguiu para as comunidades rurais do município, informando sobre a doença e orientando que os moradores evitem transportar frutos de cacau e cupuaçu.

*Com informações da Agência Pará

Estudo aponta que animais amazônicos podem utilizar adaptações genéticas para enfrentar mudanças climáticas

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Um recente estudo, publicado no jornal ‘Diversity and Distributions‘, revelou que animais da Amazônia podem possuir condições genéticas adaptáveis às mudanças climáticas. O estudo foi conduzido por uma equipe internacional liderada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) em colaboração com pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (Suécia), Kew Botanical Gardens (Reino Unido) e Universidade de Brasília (UnB/Brasil). O artigo também aponta estratégias para a manutenção desses processos biológicos fundamentais no bioma.

Buscando entender como os animais amazônicos podem se adaptar às mudanças climáticas, o grupo de pesquisadores utilizou o calango da mata rabo-de-chicote (Kentropyx calcarata), utilizando dados genéticos amostrados em populações naturais para inferir adaptação climática, dados climáticos atuais e projeções para 2040, 2070 e 2100 com base nos cenários do Coupled Model Intercomparison Project. Além disso, foram utilizados dados de desmatamento para prever onde esses grupos poderão viver no futuro.

No total foram analisadas e coletadas amostras de 112 lagartos de várias regiões geográficas. A partir disso a equipe, utilizando análises de associação genoma-ambiente, identificou as regiões do genoma (loci ou SNPs, do inglês single nucleotide polymorphism) que indicam variação genética adaptativa ao clima, identificando diferentes grupos genéticos adaptados a climas específicos, como áreas secas e mais sazonais no sudoeste da Amazônia e ao longo da região de transição entre a Amazônia e o Cerrado e áreas úmidas e menos sazonais da Amazônia central.

Foram usados modelos de como serão as temperaturas nessas áreas até 2100. A equipe avaliou a distribuição geográfica e potencial de resgate evolutivo entre populações da espécie em dois cenários, o moderado, com mudanças climáticas moderadas em relação ao clima que temos hoje, e o extremo, para onde estamos caminhando, com mais emissão de carbono e climas mais extremos em relação ao clima atual. As comparações apontam que, no cenário extremo, existe uma grande perda da distribuição potencial indicando alto risco de extinção local da espécie. Por outro lado, o que se mostra é que se a humanidade controlar as emissões de carbono, há uma previsão melhor quanto à distribuição potencial e o resgate evolutivo da espécie.

Paralelo a isso, os cientistas analisaram um conjunto de dados sobre a cobertura vegetal e o impacto humano, em cenários moderados e extremos. Nos cenários moderados, em que a floresta permanece do jeito que está, a espécie tem um bom potencial para se adaptar às mudanças climáticas até 2070. Mas se a floresta chegar a cenários extremos, de desmatamento e mudanças climáticas severas, essa variação genética pode não ser suficiente para evitar a extinção de populações locais, reduzindo também o potencial de adaptação da espécie como um todo.

Foto: Laurie Vitt

Resgate evolutivo

O resgate evolutivo é a possibilidade das adaptações evolutivas já existentes se espalharem ao longo da distribuição da espécie, prevenindo a extinção local frente às potenciais mudanças ambientais. Parte da espécie está distribuída em regiões mais secas da Amazônia e outras em partes mais úmidas. Como o clima tende a mudar, tendendo a ser mais seco e quente, o resgate evolutivo acontecerá quando indivíduos dessas populações adaptadas a regiões mais quentes conseguirem se manter e no futuro acessar através da dispersão na paisagem aquelas populações que perderam as áreas geográficas adequadas à distribuição.

Josué Azevedo, pós-doutorando do Inpa e primeiro autor do artigo, diz que se esses indivíduos das áreas mais secas migrarem para os lugares em que os indivíduos de áreas úmidas foram extintos, evitarão que a espécie desapareça daquela região.

“Nossos resultados mostram que, em cenários de mudanças climáticas moderadas mantendo a cobertura florestal, esta espécie tem um alto potencial de se valer de suas pré-adaptações e sobreviver até 2070 por meio do processo biológico natural de resgate evolutivo”, explica

O estudo sugere que outros animais podem ter adaptações similares. Uma hipótese avaliada pelo grupo de pesquisa é que a resposta do lagarto às alterações ambientais possa ser repetida em outras espécies.

Uma chamada à ação para conservação

O estudo mostra que as populações na região de transição entre a Amazônia e o Cerrado, que estão sob forte impacto humano e desmatamento, são fontes importantes de variação genética que ajudam na adaptação da espécie. Os pesquisadores afirmam que a persistência e dispersão de indivíduos com variantes genéticas adaptativas pode ser um mecanismo essencial para a manutenção da biodiversidade, potencialmente prevenindo processos demográficos que poderiam levar à extinção local.

Fernanda Werneck, pesquisadora do Inpa e líder do estudo, diz que as descobertas mostram que diferentes populações da fauna possuem vulnerabilidades e potenciais adaptativos distintos às mudanças climáticas e que essa variação precisa ser considerada para se construir estratégias de conservação da biodiversidade mais efetivas frente às mudanças ambientais em curso. Além disso, isso poderia não apenas salvar a espécie focal do estudo, mas também preservar a rica biodiversidade da região que depende da floresta para sobreviver.

“Apesar de parecerem pessimistas em um primeiro momento, nossos resultados reforçam janelas de oportunidade de ação e a urgência de políticas eficazes de conservação que integrem a proteção da floresta Amazônica e ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas através de processos biológicos que evoluíram ao longo da história de formação das espécies e populações naturais”, frisa Werneck.

Colaboração

O estudo, uma colaboração entre pesquisadores do Inpa, Universidade de Gotemburgo (Suécia), Kew Botanical Gardens e Universidade de Brasília. Foi financiado por Agências Nacionais: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Instituições Privadas Nacionais: Instituto Serrapilheira. Agências Internacionais: Swedish Research Council, Royal Botanic Gardens, Kew, NAS/USAID PEER Program, L’Oréal-UNESCO-ABC For Women In Science.

*Com informações do Inpa

Boa Vista Junina 2024: programação conta com shows e tradicional paçoca de graça

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O tradicional Boa Vista Junina começou dia 1º de junho em Boa Vista (RR), com uma programação que inclui apresentação de quadrilhas, shows com artistas locais e nacionais, além da ‘maior paçoca do mundo‘ que será distribuída de graça aos visitantes da festa.

Realizada até o dia 8 de junho na praça Fábio Marques Paracat, localizada na Avenida Ene Garcez, no Centro, a festa é promovida pela prefeita da capital.

Este ano, o tema é ‘O Arraial da Nossa Gente, Festa da Tradição, é Boa Vista Pra Frente’. Veja a programação completa:

Sábado (1º)

Arena Junina (onde ocorre a apresentação das quadrilhas)

  • 19h – Guerreiros de Jorge (grupo emergente)
  • 20h – Tradição Macuxi (grupo de acesso)
  • 21h – Macedão (grupo de acesso)
  • 22h – Explosão Caipira (grupo especial)

Shows

  • 19h – Fábio Gaiato e banda
  • 19h45 – DJ Stay Box
  • 20h15 – Angélica Dutra e banda
  • 21h – DJ Stay Box
  • 21h30 – Anne Louise Sanfoneira e banda Flor do Norte
  • 22h15 – DJ Stay Box
  • 23h – Elba Ramalho e Geraldo Azevedo 

Domingo (2)

Arena Junina

  • 20h – Coração do Sertão (grupo emergente)
  • 21h – Filhos de Makunaima (grupo de acesso)
  • 22h – Coração Alegre (grupo de acesso)
  • 23h – Zé Monteirão (grupo especial)
  • 00h – Agitação (grupo especial)

Shows

  • 19h – Sabá Kateretê e banda
  • 19h45 – DJ Grazziano
  • 20h15 – Katy Morais e banda
  • 21h – DJ Grazziano
  • 21h30 – Euterpe e banda
  • 22h15 – DJ Grazziano
  • 22h45 – Edilson Marques
  • 23h30 – DJ Grazziano
  • 00h – Zerbine Araújo e Paçoquinha de Normandia

Segunda-feira (3)

Arena Junina

  • 20h – Sanfona Junina (grupo emergente)
  • 21h – Evolução Junina (grupo de acesso)
  • 22h – Matuta Encantá (grupo de acesso)
  • 23h – Furacão Caipira (grupo gspecial)
  • 00h – Eita Junino (Grupo especial)

 Shows

  • 19h – Banda Forró Glória (Gospel)
  • 19h45 – DJ Goes
  • 20h15 – Reinaldo Barroso e banda
  • 21h – DJ Goes
  • 21h30 – Forro Di Chefe
  • 22h15 – DJ Goes
  • 22h45 – Nayadi Rayssa e banda
  • 23h30 – DJ Goes
  • 00h – Forró Kangaia

Terça-feira (4)

Arena Junina

  • 20h – Luar do Sertão (grupo emergente)
  • 21h – Joaninha Caipira (grupo de acesso)
  • 22h – Espantalho Junino (grupo de acesso)
  • 23h – Xamego na Roça (grupo especial)
  • 00h – Coração Caipira (grupo especial)

Shows

  • 19h – Forró de Boa
  • 19h45 – DJ Heverton Castro
  • 20h15 – Ellô Machado e banda
  • 21h – DJ Heverton Castro
  • 21h30 – Forrozão Espoka Sapato
  • 22h15 – DJ Heverton Castro
  • 22h45 – Walker Tavares e banda
  • 23h30 – DJ Heverton Castro
  • 00h – Forró Dubai

Quarta-feira (5)

Arena Junina

  • 20h – Arrasta Pé (Grupo de Acesso)
  • 21h – São Vicente (Grupo de Acesso)
  • 22h – Sinhá Benta (Grupo Especial)
  • 23h – Escola Forrozão (Grupo Especial)
  • 00h – Garranxê (Grupo Especial)

 Shows

  • 19h – Banda Beijo de Vaqueiro
  • 19h45 – DJ Larissa Meraki
  • 20h15 – Larissa Marinho e banda
  • 21h – DJ Larissa Meraki
  • 21h30 – Banda Forró Xote Bruto
  • 22h15 – DJ Larissa Meraki
  • 22h45 – Binho e Tefinho e banda
  • 23h30 – DJ Larissa Meraki
  • 00h – Pipoquinha de Normandia e Rainha do Forró

Quinta-feira (6)

Arena Junina

  • 19h – Coração de Estudante (grupo de acesso)
  • 20h – Estrela Junina (grupo de acesso)
  • 21h – Namoro Caipira (grupo especial)
  • 22h – Amor Caipira (grupo especial)

Shows

  • 19h – Brisiane e banda
  • 19h45 – DJ Anderson Souza
  • 20h15 – Anjo do Arrocha
  • 21h – DJ Anderson Souza
  • 21h30 – Emelly Oliveira e banda
  • 22h15 – DJ Anderson Souza
  • 23h – Marília Tavares 

Sexta-feira (7)

Maior paçoca do mundo (comida tradicional local feita à base de carne seca e farinha amarela) – a partir das 19h 

Arena Junina

  • 19h – Apuração do concurso de quadrilhas
  • 21h – Apresentação da Quadrilha Junina do Projeto Crescer
  • 21h40 – Apresentação Coral do Servidor

Shows

  • 19h – Geração de Adoradores (gospel)
  • 19h45 – DJ Toniolli
  • 20h15 – Forró De Maroto
  • 21h – DJ Toniolli
  • 21h30 – Felipe Cardoso e banda
  • 22h15 – DJ Toniolli
  • 22h45 – Neto Andrade e banda
  • 23h30 – DJ Toniolli
  • 00h – Esporão de Mandi

Sábado (8)

 Arena Junina

  • 19h – Quadrilha Junina do Projeto Social Conviver
  • 19h40 – Quadrilha Junina do Projeto Social Cabelos de Prata
  • 20h20 – Quadrilha Junina Infantil Coraçãozinho (convidada)
  • 20h50 – Quadrilha Junina Infantil Criança Caipira (convidada)
  • 21h20 – Quadrilha Caipira na Roça (Manaus/AM Convidada)
  • 22h – Apresentação da quadrilha campeã do grupo Emergente
  • 22h30 – Apresentação da quadrilha campeã do grupo de Acesso
  • 23h – Apresentação da quadrilha campeã do grupo Especial

 Shows

  • 19h – Trio Unidos do Norte
  • 19h45 – DJ Andrezinho
  • 20h15 – Jhon Mayson e banda
  • 21h – DJ Andrezinho
  • 21h30 – Dennis Martins Príncipe das Toadas
  • 22h15 – DJ Andrezinho
  • 22h45 – Forrozão Bixo de Pé
  • 23h30 – DJ Andrezinho
  • 00h – Nadynne Leal e Banda

Ao todo, 45 artistas locais se apresentam no palco do Boa Vista Junina. O tradicional concurso de quadrilhas juninas reúne 28 grupos durante as oito noites do arraial em 2024.

A ‘maior paçoca do mundo’ deve superar a última edição, em 2023, e bater o próprio recorde 1.264 kg – como ocorre em todos os ano desde 2015, quando a iguaria foi servida pela primeira vez no evento e pesou meia tonelada.

*Com Informações g1 Roraima

Iniciativa no Pará forma professores para propagação da cultura dos povos originários 

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Propagar entre professores e alunos a cultura dos povos originários. Este é o principal objetivo do Permear, projeto piloto da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, com a Prefeitura de Altamira, que visa formar docentes com ensinamentos e conhecimento que vão além do conteúdo dos livros didáticos tradicionais, valorizando, sobretudo, a essência das culturas indígena e negra e como elas devem ser percebidas e inseridas na sociedade. 

Os conceitos e primeiros resultados do Permear foram apresentados dia 23 de maio, durante o X Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social do Setor Elétrico, no Rio de Janeiro. Além de ajudar a combater a discriminação e o preconceito, o projeto tem como objetivo também atender a Lei Federal 11.645/2008, que determina as escolas a incluírem “no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

No entanto, a maior parte dos municípios do país têm dificuldades de executar o que manda a lei, sendo um dos gargalos o fato dos professores não terem a formação sobre a cultura dos povos originários. 

Em dezembro passado, após quatro meses de imersão, 37 professores não indígenas da rede pública de Altamira se formaram no conteúdo Histórias e Culturas Indígenas. Com foco no combate à discriminação étnico-racial, dez professores indígenas deram aulas a não indígenas sobre quem são, como e onde vivem, e o que desejam para seu futuro.

O projeto tem o potencial de multiplicar o conhecimento sobre os povos originários para 5.400 alunos da rede de ensino do Fundamental Maior (6º a 9º ano). O programa prevê ainda a elaboração de um livro direcionado aos professores e a criação de material didático para ser usado pelos alunos. 

O projeto foi idealizado pela antropóloga da Norte Energia, Vanessa Caldeira, e contou com apoio do consultor linguista Nelivaldo Santana, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutorando da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Esse é um projeto da agenda de Sustentabilidade da Companhia para trazer mais informação sobre os povos originários. A ideia é replicar o projeto para outros municípios, para o Estado do Pará e para todas as esferas de governo que tiverem interesse no programa”, afirmou Vanessa Caldeira, que apresentou o projeto no seminário.

O ideal do Permear é aderente à realidade daquela região. Somente no Médio Xingu, onde estão Altamira e nove municípios, de acordo com o Censo do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), em maio de 2023 a população indígena do Médio Xingu somava 8.584 indígenas de nove etnias, sendo 5.112 em terras indígenas e 3.472 em contexto urbano e áreas ribeirinhas de Altamira e outros sete municípios da região. 

O professor indígena Kwazady Xipaya Mendes, que foi um dos ministrantes da formação, defendeu a relação de pertencimento dos indígenas e não indígenas com o seu território.

“Agora a gente quer fazer o inverso. Há a necessidade de formar a sociedade não indígena, para que ela entenda o nosso mundo também. A forma de educação que a gente está propondo é para quebrar um preconceito que existe da sociedade não indígena, a partir do respeito e de um olhar sem discriminação”, explicou. 

Foto: Divulgação

Através do Permear, o professor Everaldo Oliveira viu a oportunidade de compartilhar um projeto que desenvolve há dez anos na Escola Otacílio Lima, da qual é diretor: o Coisa de Pretos.

“É preciso enfrentar o racismo produzido e fomentado dentro da escola pública, e para isso é fundamental a execução da lei que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história da cultura afro-brasileira e das pautas indígenas na educação básica. O Coisa de Pretos e o Permear devem ser comemorados e celebrados dentro dessa iniciativa de subsidiar pedagogicamente a construção e a afirmação identitária de crianças pretas e indígenas, através de práticas pedagógicas e artes educativas que favoreçam o enfrentamento ao racismo e também o combate à prática de reproduções racistas no ambiente escolar e fora dele”, considerou.

Desenvolvimento Sustentável da ONU

O projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), um apelo global ao enfrentamento da pobreza, proteção do meio ambiente e do clima, garantia de paz e de prosperidade a todas as pessoas, em todos os lugares, como parte da Agenda 2030. A iniciativa segue as diretrizes, principalmente, dos ODS 4 e 17, que estabelecem, respectivamente, ações que assegurem educação de qualidade e a busca de parcerias e meios de implementação de ações que contribuam com o desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Além disso, o PERMEAR pretende contribuir com a Década Internacional das Línguas Indígenas 2022-2032 (DILI), instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas, como resultado do Ano Internacional das Línguas Indígenas, proclamado pela UNESCO em 2019. Ele segue a linha do Plano de Ação Global para a DILI, tendo como princípio norteador a participação efetiva dos povos indígenas na tomada de decisão, consulta, planejamento e implementação, com o lema “Nada para nós sem nós”.