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Praga da mandioca: uma cultura em risco

Olimpio Guarany*

Há cerca de um ano, uma doença desconhecida atingiu as plantações de mandioca na região norte do Amapá, colocando quatro municípios em situação de emergência. Em Oiapoque, comunidades indígenas perderam suas roças, o que comprometeu a produção da farinha e outros derivados, considerados a base da alimentação e a principal fonte de renda. A Embrapa constatou que a doença causa um crescimento excessivo das hastes laterais da planta, produzindo sintomas semelhantes a uma vassoura. O caule fica negro por dentro e, quando cortado, a planta começa a morrer, especialmente de cima para baixo. Nos casos mais severos, a planta morre completamente. 

Sobre esse assunto, conversei com o engenheiro agrônomo e doutor em desenvolvimento socioambiental, Antônio Claudio, chefe da Embrapa no Amapá. Ele comentou que a instituição se uniu a outras congêneres da Franca e da Alemanha para identificar a origem da doença. Inicialmente pensou-se que era uma bactéria, mas o laboratório da Alemanha já identificou que é um tipo de fungo não descrito aqui no Brasil. O ministério da Agricultura deverá ser comunicado oficialmente em breve. O dr. Antônio Claudio afirma que esse patógeno veio de fora e entrou no Amapá pela fronteira. A preocupação é que ele já saiu da região do município do Oiapoque e atinge comunidades em Calçoene, casos do Carnot e Cunani. 

Diante desse quadro grave, é imperioso que medidas urgentes sejam tomadas pelos setores competentes do poder público. Antonio Claudio chegou a dizer que a Embrapa vai tentar fazer uma barreira para tentar limitar o avanço do fungo. 

Entendo que estamos diante de um flagelo sociocultural, já que a mandioca é a mais tradicional cultura do nosso povo, especialmente dos povos originários. É da mandioca que se produz a farinha, componente básico da dieta alimentar, o beju, a goma, o tucupi e os alimentos a partir da folha da maniva. Não podemos deixar morrer a principal cultura de um povo. Imaginem que, sem a roça, os indígenas ficam sem ocupação, tendo que consumir farinha produzida em outros lugares, com sabores, texturas e cores diferentes das tradicionais. Além disso, a rotina do dia a dia desses povos fica comprometida. 

Ao que se sabe, uma empresa de Santa Catarina, usando biotecnologia, desenvolveu um fertilizante foliar, reconhecido pelo ministério da Agricultura, que fez diversos testes em comunidades indígenas e quilombolas de Oiapoque e Cunani, colhendo excelente resultados. 

Enfatizamos que o fertilizante Logos não é um “veneno” que destrói um fungo ou uma bactéria, causando danos químicos ao meio ambiente. A tecnologia do foliar Logos tem como fundamento básico trazer o equilíbrio para o meio ambiente, estimulando os fungos bons do solo a voltarem, permitindo que as folhas realizem uma fotossíntese de qualidade. Quando o meio ambiente está em equilíbrio harmonioso a vegetação agradece e até os animais como abelhas e zangões voltam a realizar o exercício da pulverização natural, fato que verificamos em várias situações nos testes realizados no Amapá A comprovação da tecnologia do Logos mostra-se evidente nas regiões do Oiapoque e Calçoene, onde em apenas 30 dias, em média, as lavouras de mandioca voltaram a ser produtivas”, disse o professor Sérgio Parastchuk, pesquisador e diretor da empresa.

Penso que o que está em jogo aqui não é apenas uma planta, mas a sobrevivência de uma cultura, de um modo de vida. A mandioca não é apenas um alimento; ela é a alma dessas comunidades, a essência de sua identidade. A perda das roças significa a perda de autonomia, de tradição, de histórias passadas de geração em geração. Cada planta que morre carrega consigo um pedaço da alma de um povo. Não podemos assistir inertes a essa tragédia. Precisamos agir agora, com urgência e determinação, para salvar não apenas as plantações, mas a dignidade e a identidade de milhares de pessoas. Se deixarmos essa doença vencer, estaremos permitindo que uma parte vital da nossa história desapareça para sempre. Não podemos deixar que isso aconteça. É nosso dever lutar pela preservação da mandioca, pela continuidade das tradições e pelo futuro de nossos povos originários.

Sobre o autor

Olimpio Guarany é jornalista, documentarista, economista e professor universitário. Realizou a expedição histórica, navegando o rio Amazonas, desde a foz até o rio Napo (Peru) por onde atingiu o sopé da cordilheira dos Andes e depois subiu a Quito, Equador (2020-2022), refazendo a saga de Pedro Teixeira, o conquistador da Amazônia (1637-1639).

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Livre para fazer o que precisa ser feito

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

Mariana e Itamar são dois empreendedores que têm muito em comum. Ambos nutriram, desde cedo, o desejo de tocar os próprios negócios e abdicaram de bons empregos por conta deste objetivo. Os dois superaram dificuldades iniciais e chegaram a desfrutar de boas condições.

Durante a pandemia, precisaram se reinventar e reduzir a estrutura que haviam montado. Tiveram que se envolver mais com a operação e se dedicar a atividades que, antes, eram delegadas para a equipe. Eles ainda enfrentam dificuldades para lidar com dívidas geradas nesta época.

Mariana e Itamar são pessoas idealistas. Uma parte de seu tempo e de sua energia é dedicada a causas sociais ou religiosas. Cada um deles assumiu posições voluntárias de liderança e sente que é importante o que faz. Há, no entanto, uma fonte de estresse, em função do tempo dedicado para estas atividades voluntárias. Incialmente, elas eram previstas como noturnas e de finais de semana, mas atualmente, as demandas invadem o dia a dia, misturando-se com as atividades profissionais. Os dois declaram sentir-se pressionados e com a sensação de estar sempre devendo. Tentam cumprir compromissos de um lado e de outro e a sensação é de que nunca conseguem fazer bem-feito, nem uma coisa e nem outra.

Diferente é a situação de Joana. Ela também tem interesses variados. É gerente em uma empresa de arquitetura, tem as suas atividades voluntárias e, à noite, presta alguns atendimentos de coaching profissional, que é uma espécie de plano B para o futuro. Joana se sente gratificada com o conjunto de funções: trabalho profissional, dedicação voluntária e plano B, e vive um excelente momento, com a percepção de estar fazendo o que quer e o que precisa fazer. O que diferencia Joana de Mariana e Itamar?

Numa visão geral, Joana, por ter um emprego, tem boa parte do seu tempo definido, tendo que dedicar-se, exclusivamente, ao trabalho neste período. Mariana e Itamar levam a vantagem de ser livres para decidir quando e o que fazer, mas esta vantagem só será vantagem se eles planejarem bem o seu tempo, tiverem disciplina e conseguirem defender este tempo. As pessoas, no entorno, tendem a achar que eles, não tendo patrões, podem dispor do tempo como quiserem. Se tiverem dificuldade de dizer não, fatalmente, vão se enrolar, falhar em compromissos e sentir-se permanentemente em falta. Além disso, dedicarão menos tempo do que o necessário para os negócios, especialmente, em momentos difíceis. Ao final, a vantagem se transforma em desvantagem. Você conhece alguém com uma situação semelhante à de Mariana e do Itamar?

Na minha trajetória, sempre trabalhei, estudei e mantive responsabilidades em atividades voluntárias, além de outras pessoais e do tempo com a família, como qualquer pessoa. Era muito mais fácil fazer isto quando tinha um emprego, como é o caso da Joana. As pessoas sabiam que durante o dia não podiam contar comigo e respeitavam isso. Mais difícil foi quando montei a minha empresa de consultoria e comecei a atuar como um profissional liberal. Em um primeiro momento, abri brechas e logo me vi envolvido em diversas atividades em qualquer horário. Não demorei a ver que eu precisava estabelecer ordem no meu tempo, o que envolvia os tais: planejamento, disciplina e defesa do tempo, com a prática de alguns necessários “nãos”.

Acredito que existam muitos empreendedores como Itamar e Mariana que querem dedicar tempo a causas em que acreditam, o que é muito positivo. O alerta é que existe tempo para uma coisa e para outra e, nas duas situações, é preciso estar pleno, presente cem por cento e oferecendo o nosso máximo. A liberdade traz a responsabilidade das escolhas. Uma segunda conquista é ser livre para fazer o que precisa ser feito.

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

65% dos filhotes de peixe-boi da Amazônia que chegam ao Inpa são do baixo Amazonas

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O Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (LMA-Inpa/MCTI) recebeu no dia 18 de junho mais um filhote de peixe-boi da Amazônia, resgatado no município de Silves, no Amazonas. Com este resgate, o número de filhotes recebidos pelo Inpa alcança 52, desde 2020 até junho deste ano, sendo que 65% deles foram resgatados em municípios do Baixo Amazonas.

De acordo com o veterinário da Prevet, empresa que presta assistência veterinária ao Inpa, Anselmo d’Affonseca, o número acende a luz de alerta para que a fiscalização nesses municípios seja intensificada, já que a cultura do comércio e consumo da carne de peixe-boi ainda é uma realidade no interior do Amazonas. O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) é considerado vulnerável (corre alto risco de extinção na natureza), na lista de espécies ameaçadas de extinção e está protegido por lei desde 1967 pela Lei de Proteção à Fauna nº. 5.197/67.

No início do mês, dia 6 de junho, o Inpa recebeu um filhote de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), na região do Baixo Amazonas, ao que tudo indica o animal é mais um órfão, vítima da caça ilegal. Uma semana após seu resgate (dia 11), uma ação de fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente de Parintins apreendeu, em uma feira livre da cidade, 12kg de carne de peixe-boi, um sinal preocupante de abate da espécie para o comércio ilegal de carne de caça.


“Isso é algo que precisa ser levantado e fiscalizado. Penso que o trabalho de reabilitação, educação ambiental, conscientização, deva estar acompanhado de ações de fiscalização. Nós sabemos que o hábito de consumo e o comércio de carne de caça é uma realidade na Amazônia. A falta de fiscalização acaba estimulando as pessoas a matar essa espécie para a venda da sua carne”, destaca o veterinário.

Trabalho de reintrodução

O Inpa é referência em pesquisa e conservação do peixe-boi da Amazônia com reabilitação e readaptação para reintrodução desse mamífero aquático na natureza. Hoje, o Instituto tem 57 indivíduos nos tanques em Manaus, entre filhotes, jovens e adultos, e 23 animais em preparação para soltura, com previsão ainda para 2024.

Em parceria com a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), o Inpa já reintroduziu 42 animais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus. A última soltura foi em 2019. O Projeto recebe o apoio do SeaWorld & Busch Gardens Conservation Fund.

Foto: Divulgação/Ampa

Ainda de acordo com o veterinário, o trabalho do Inpa é muito importante para a conservação da espécie. O animal se alimenta de leite materno até os dois anos e sem a mãe ele não sobrevive sozinho na natureza. “Receber esses filhotes significa, muito provavelmente, a única esperança de sobrevivência deles”, ressalta.

Segundo d’Affonseca, nos últimos anos, houve um aumento considerável de resgate de filhotes. Em 2018, o Inpa recebeu cinco filhotes, chegando a 16 em 2023 e oito em 2024. “Nos preocupa também porque sempre tem tido o relato de que o filhote teria sido encontrado na malhadeira. Então, começamos a suspeitar que esses relatos podem ser falsos, e na verdade as pessoas podem estar encobrindo um crime de caça e venda ilegal do peixe-boi”, comenta.

A seca e o aumento da caça

Durante a seca dos rios, que é um fenômeno natural na Amazônia, os peixes-boi migram dos lagos para os rios mais profundos, tornando os animais mais vulneráveis, pois podem ser avistados pelos caçadores nos pontos de passagem entre os lagos e os rios. Mesmo que consigam chegar aos rios, estão mais indefesos, já que nessa época de seca os rios estão bem mais rasos e com sua área reduzida.

Além disso, a seca extrema agrava muito mais a situação, tanto pela restrição dos animais em áreas muito menores e rasas quanto pela dificuldade para a fiscalização devido à falta de acesso a algumas áreas afetadas, o que torna difícil os órgãos de fiscalização agirem com base em denúncias.

Canais de Denúncia

Para reportar crimes ambientais, contate o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pelo Linha Verde (0800-618080). A Polícia Militar do Amazonas também recebe denúncias pelos números 181, 190 ou pelo Batalhão Ambiental: (92) 98842-1547. E o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) também recebe denúncias de crimes ambientais por meio do e-mail: ipaam.gefa@gmail.com.

*Com informações do Inpa

Centro de Manaus: Redes de esgoto que irão beneficiar mais de 5 mil pessoas começam a ser instaladas

O sistema de esgotamento sanitário em Manaus segue em expansão, com novas frentes de obra no Centro da cidade. A partir desta quarta-feira (19), as equipes da Águas de Manaus iniciam o trabalho de implantação de redes de esgoto na Rua Barcelos, na esquina com a Avenida Constantino Nery.

O serviço é realizado diariamente das 8h às 17h em duas faixas da via. Agentes de trânsito e fiscais de transporte do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) farão a orientação aos motoristas no local.

O projeto na via faz parte de uma extensão de mais de 5 km de rede coletora, que deve beneficiar 5,5 mil pessoas na Barcelos e nas ruas adjacentes. Os efluentes coletados no local serão enviados para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Educandos.

As obras integram o cronograma do Trata Bem Manaus, programa de universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto na capital amazonense.

“Em menos de dez anos, a concessionária fará a implantação de mais de 2,7 mil km de redes em toda a cidade, além da construção e ampliação de mais de 70 ETEs. No entanto, esse trabalho vai além das obras. O saneamento básico contribui diretamente para a melhoria dos índices de saúde e para a preservação do meio ambiente”, destaca o gerente de Projetos da concessionária, Jean Damaceno.

*Por Águas de Manaus

Figura típica regional (Festival Folclórico de Parintins)

Fotos: Reprodução/Secom AM

O item 15 no Festival Folclórico de Parintins é a figura típica regional, que representa o imaginário caboclo da cultura amazônica, cria e recria lendas e mitos. É símbolo da cultura amazônica na sua soma de valores a partir dos elementos que compuseram sua miscigenação.

Expedição na Flona Tapajós, no Pará, coleta amostras ambientais com técnica eDNA

Uma parceria entre o Instituto Chico Mendes e o Instituto Tecnológico da Vale (ITV) realiza uma expedição pioneira na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no Pará, e especialistas estão utilizando a técnica de DNA ambiental, conhecida como eDNA, para identificar várias espécies ao mesmo tempo, a partir de amostras ambientais como solo, água e ar, utilizando sequenciamento de nova geração (NGS). 

O uso do eDNA tem se mostrado eficaz em superar as limitações dos métodos tradicionais de identificação de espécies, registrando facilmente espécies raras ou difíceis de encontrar, com menos esforço e tempo para a coleta de amostras. Essa abordagem é não-invasiva, pois não precisa capturar ou isolar os organismos. 

Expedição na Floresta Nacional do Tapajós 

As equipes do Instituto Chico Mendes e do ITV que estão na Floresta Nacional do Tapajós realizam a primeira expedição de campo usando a técnica de eDNA metabarcoding. A unidade de conservação, administrada pelo ICMBio, faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora) e possui resultados tanto pelo protocolo básico de transecção linear quanto pelo avançado com armadilhas fotográficas. 

Os dados obtidos permitirão comparações entre os métodos tradicionais de monitoramento e o eDNA metabarcoding. Além disso, a possibilidade de levantar dados de grupos taxonômicos ainda não previstos no Programa Monitora reforça o eDNA como metodologia bastante promissora, ampliando a disponibilidade de informações para a conservação da biodiversidade brasileira. 

Na expedição, estão sendo coletadas amostras de solo e serrapilheira, além de insetos, utilizando armadilhas malaise e armadilhas com iscas para moscas saprófitas. Essas amostras ajudarão a identificar mamíferos, aves, répteis, anfíbios e invertebrados tanto nos transectos de amostragem quanto nos pontos com armadilhas fotográficas. 

Este projeto conta com o apoio do ITV, CGPEQ, COMOB e da Floresta Nacional do Tapajós, além da participação do CENAP, RAN, CPB e CBC. A iniciativa busca melhorar a conservação da biodiversidade no Brasil, proporcionando uma ferramenta moderna e eficiente para o monitoramento de espécies. 

*Com informações do ICMBio
 

Editais são assinados com o objetivo de iniciar dragagem dos rios Amazonas e Solimões

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O Governo Federal assinou, na noite desta quarta-feira (19), em Brasília, a publicação de editais para contratação das dragagens de trechos dos rios Amazonas e Solimões. A previsão é de que a estiagem deste ano seja tão ou mais intensa quanto a de 2023.

“Felizmente temos uma resposta positiva do Governo Federal, do Ministro Silvio Costa, e também de toda a sua equipe, no sentido de iniciar esse processo para minimizar os impactos da seca que nós vamos ter este ano”, disse Wilson Lima.

Serão investidos R$ 505 milhões em obras para recuperar a capacidade de navegação dos rios, essencial no transporte de pessoas e no escoamento de mercadorias. A assinatura foi viabilizada pelos ministérios de Portos e Aeroportos e dos Transportes, por meio dos ministros Silvio Costa Filho e Renan Filho.

O edital prevê a contratação das dragagens em quatro trechos: Manaus-Itacoatiara; Coari-Codajás; Benjamin Constant-Tabatinga; Benjamin Constant-São Paulo de Olivença.

Cobrança

A dragagem atende um pleito do governador que, desde o início do ano, vem se reunindo com ministros de Estado, a exemplo dos ministérios de Portos e Aeroportos, de Integração e Desenvolvimento Regional e de Meio Ambiente e Mudança do Clima, solicitando apoio na antecipação de ações, além de encontro com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

A dragagem de um rio consiste em remover sedimentos e resíduos decantados no fundo, que reduzem sua profundidade e prejudicam a navegabilidade. A dragagem evita que a seca dos rios tenha um impacto significativo e negativo na Zona Franca de Manaus e no comércio local.

Para o Polo Industrial, a estiagem afeta a logística, aumenta os custos de transporte, prejudica o abastecimento de água e acarreta desafios ambientais e socioeconômicos. E para o comércio local, causa dificuldades no abastecimento, eleva os custos operacionais, aumenta os preços e pode resultar na redução das vendas.

Na primeira quinzena de maio, o governador anunciou a emissão de licenças ambientais para a dragagem em quatro trechos de rios do Amazonas.

No domingo (16), Wilson Lima também cobrou o Governo Federal durante ligação aos ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

Na segunda-feira (17), o governador esteve em Brasília e aproveitou, também, para reiterar os pedidos de ações de combate às queimadas e para o enfrentamento da estiagem em 2024.

Defesa Civil

A Defesa Civil também tem realizado, desde o mês de janeiro, reuniões com setores como indústria e comércio, poderes públicos, empresas de telecomunicações e concessionárias de água e energia para fornecer informações e coordenar ações de prevenção diante da possibilidade de outra severa estiagem em 2024.

Situação de emergência

Durante a assinatura do edital, na qual o governador participou de forma on-line, Wilson Lima anunciou que no mês de julho o Governo do Amazonas irá decretar Estado de Emergência em três calhas: Solimões, Juruá e Purus. O objetivo, segundo o governador, é iniciar as tratativas com ministérios e outros órgãos do Governo Federal para iniciar ações de ajuda às famílias afetadas.

*Com informações da Agência Amazonas

Tuxauas (Festival Folclórico de Parintins)

Fotos: Divulgação/Boi Bumbá Caprichoso e Boi Bumbá Garantido

O Tuxaua é o chefe da tribo, uma representação alegórica do universo indígena e caboclo da Amazônia. Ele é quem conduz a indumentária em que os principais elementos étnicos da aldeia são representados. É o item 14 no Festival Folclórico de Parintins.

A liderança de uma aldeia está representada neste item que, por força da disputa, precisa conduzir uma indumentária com proporções agigantadas, onde os principais elementos étnicos da aldeia devem estar nela acoplados.

Especialista explica por quê o jacaré-açu é um dos que mais se envolvem em acidentes na Amazônia

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Uma menina de 14 anos morreu após ser atacada por um jacaré em uma comunidade ribeirinha em Porto Velho (RO), no dia 13 de junho. De acordo com especialista, provavelmente o animal responsável pelo ataque foi o ‘jacaré-açu‘.

Segundo o biólogo Flávio Terassini, o jacaré-açu está entre os três maiores répteis da espécie na Amazônia e pode chegar a cinco metros de comprimento.

O especialista explica que cerca de 100 ataques de jacaré por ano são registrados no mundo, ou seja, um ataque a cada três dias. Os acidentes são mais comuns na África, na Ásia e também na Oceania.

Já no Brasil, principalmente no bioma amazônico, poucos ataques são registrados, mas a maioria envolve o jacaré-açu. O animal pode confundir humanos com presas e atacar.

Flávio explica que embora ataques de jacarés não sejam comuns, é importante estar em alerta, pois durante a época de seca, o nível dos rios fica mais baixo, o que dificulta a obtenção de alimento. Portanto, qualquer animal que esteja na água pode se tornar uma presa.

“As pessoas têm que tomar bastante cuidado. Se houver relatos de que naquela região há algum jacaré ou outro animal grande próximo à água, é indicado evitar banhar-se nesse local, porque o jacaré pode confundir e atacar”, finaliza.

Ele destaca a importância de ter cuidado ao visitar os rios, principalmente nas áreas de bancos de areia que surgem durante o verão Amazônico nos rios Madeira, Machado, Jamari e Candeias. É essencial que os banhistas estejam atentos e se informem sobre a presença de animais perigosos, como arraias e jacarés.

*Com informações da matéria de Mateus Santos, do g1 Rondônia

Como foi a primeira transmissão ao vivo, em outro país, de uma rádio da Amazônia

Era 1989 e vivíamos a emoção da eliminatórias da Copa do Mundo da Itália. Manaus possuía, à época, quatro rádios que alimentavam o Amazonas com informações. Na área do esporte uma luta gigantesca na busca da audiência. A rádio Difusora, dirigida por Josué Filho e Fezinha tinha no comando de programação esportiva Valdir Correia (“o garotinho”), que teve uma ideia inédita. Colocou o rádio amazônico na rota mundial dos esportes.

A rádio Difusora foi a primeira a ter o registro na Fifa. O Valdir colocou a rádio como “cabeça de rede” de centenas de outras rádios amazônicas no Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Pará, na transmissão da eliminatórias da Copa do Mundo.

Embarcamos para Caracas (Venezuela) com a extinta Varig em um voo direto Manaus/Caracas. Os hotéis estavam todos lotados a ponto que, ao chegar lá, fomos abordados por um deputado federal de Roraima e seu filho solicitando para dividirmos o quarto, o que foi prontamente aceito.

Foto: Eduardo Monteiro de Paula/Acervo pessoall

Dois dias antes, fomos para o estádio Brigido Iriarte, onde seria realizada a partida. Escolhemos uma cabine central assim como recolhemos as nossas credencias.

Finalmente, no dia 30 de junho de 1989, o jogo entre Brasil X Venezuela. Chegamos quatro horas antes e para nossa surpresa os grandes TV da América do Sul ocuparam o local que tínhamos escolhido. Com isso, transmitimos o jogo de uma muleta lateral as cabines. Triste, mas naquele dia fizemos história. Foi a primeira transmissão ao vivo de uma rádio na Amazônia com técnica, narração e comentários de Valdir Correia e Dudu Monteiro de Paula.

Por hoje é só, semana que vem tem mais! FUUUUUUUUUIIIIIIIII!!! 

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista